Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.
Sábado, 23 de Junho de 2007
Razões para uma dieta Vegetariana


Entre outras razões para adotarmos uma dieta vegetariana destacam-se as seguintes: anatômicas e fisiológicas; higiênicas, de saúde, econômicas, estéticas, ecológicas, éticas, espirituais e religiosas.





1. Anatômicas e fisiológicas
O estudo comparativo da anatomia e fisiologia dos animais carnívoros, herbívoros e frugívoros demonstra que a dieta frugívora e herbívora é mais adequada ao homem. Os seguintes dados são um resumo de tais estudos.

Carnívoros
1. Têm garras.
2. Não têm poros. Transpiram pela língua.
3. Dentes caninos frontais alongados, fortes e pontiagudos para rasgar a carne.
4. Ausência de dentes molares posteriores para triturar alimentos. 5.
Glândulas salivares pequenas na boca (glândulas bem desenvolvidas são necessárias na pré-digestão de cereais e frutas).
6. Saliva ácida.
7. Ausência de ptialina, enzima responsável pela pré-digestão dos cereais.
8. Trato intestinal 3 vezes o tamanho do corpo, para que a carne em decomposição possa ser eliminada rapidamente.
9. Estômago simples e arredondado.
10. Forte concentração de ácido clorídrico no estômago, para digerir a carne.
11. Cólon liso.
12. Urina ácida.
13. Mandíbula alongada para a frente.
14. Alimento: carne.

Frugívoros
1. Não têm garras.
2. Transpiram através de milhares de poros.
3. Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
4. Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
5. Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
6. Saliva alcalina.
7. Profusão de ptialina.
8. Trato intestinal 10 a 12 vezes o comprimento do corpo. 9. Estômago com um duodeno como segundo estômago.
10. Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que nos carnívoros.
11. Cólon convoluto.
12. Urina alcalina.
13. Mandíbula curta.
14. Alimento: frutas e nozes.

Herbívoros
1. Não têm garras.
2. Transpiram através de milhares de poros.
3. Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
4. Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
5. Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
6. Saliva alcalina.
7. Profusão de ptialina.
8. Trato intestinal 10 a 12 vezes o comprimento do corpo. 9. Estômago em três ou quatro compartimentos.
10. Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que nos carnívoros.
11. Cólon convoluto.
12. Urina alcalina.
13. Mandíbula levemente alongada.
14. Alimento: grama, ervas e plantas

Homem
1. Não tem garras.
2. Transpira através de milhares de poros.
3. Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
4. Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
5. Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
6. Saliva alcalina.
7. Profusão de ptialina, para pré-digerir cereais.
8. Trato intestinal 10 a 12 vezes o comprimento do corpo. 9. Estômago com um duodeno como segundo estômago.
10. Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado do que nos carnívoros.
11. Cólon convoluto.
12. Urina alcalina.
13. Mandíbula curta.
14. Alimento: deveria viver de cereais, vegetais, frutas e nozes.


Como vemos, os animais mais próximos do homem, anatômica e fisiologicamente, são frugívoros ou herbívoros. Várias características indicam diferenças pronunciadas entre os animais herbívoros e frugívoros e os carnívoros, mas vale a pena destacar o comprimento do intestino, que nos carnívoros é aproximadamente 3 vezes o comprimento do corpo enquanto que no homem é cerca de 12 vezes. Isto faz com que os carnívoros tenham uma digestão bastante rápida, eliminando a seguir tudo o que não é absorvido. Já o homem tem uma digestão muito lenta, por ter um intestino longo. Isto faz com que a carne, que já estava em processo de decomposição desde a morte do animal, continue a decompor-se no interior de seu intestino, causando muitos problemas de saúde por causa das toxinas liberadas, irritações causadas etc.

Um dos melhores indicadores de que a alimentação vegetariana é mais apropriada ao homem, contudo, são os muitos benefícios para a saúde encontrados em dietas à base de vegetais e as inúmeras enfermidades ligadas ao consumo da carne. Além disso, pela análise química e comparação das propriedades nutritivas dos vegetais e da carne, observamos que é possível obtermos do reino vegetal o suficiente para a constituição dos tecidos e a nutrição do corpo.


2. Higiênicas

A carne deteriora-se com enorme rapidez. A decomposição inicia imediatamente após a morte e só é percebida pelo olfato quando já alcançou um estado avançado. É a principal fonte de putrefações intestinais; mesmo cozida contém toxinas microbianas em grande quantidade. Além disso, pela sua própria composição, favorece a proliferação de micróbios nos intestinos. A média de gérmens, de 65.000 por mm3 de fezes no carnívoro, baixa para 2.000 por mm3 no vegetariano. Esses gérmens extinguem os gérmens saprófitas, benfeitores, daí a freqüência de apendicite, diverticulite, colite e enterite, entre os carnívoros.

Os carnívoros produzem fezes e suores fétidos, e têm seu paladar e olfato embrutecidos para os sabores delicados e fragrâncias sutis.


3. De saúde

Do ponto de vista da saúde o regime vegetariano é amplamente favorável.
Segundo a Dra. Jacqueline André (André, 1990), o consumo excessivo de carne é nocivo por muitas razões:
* A carne é rica em gorduras, favorecendo, portanto, a ateromatose e o infarto do miocárdio, os cânceres colorretais e a obesidade.
* O fato de ser rica em colesterol faz dela uma causa de cânceres hormonodependentes (mama, próstata, útero).
* Seu alto teor de protídios pode torná-la um fator de insuficiência renal.
Além disso, o cozimento prolongado ou sob altas temperaturas de suas proteínas provoca a formação de agentes mutagênicos, que podem iniciar um câncer.
* O fato de ser rica em ácidos nucléicos faz dela um fator de cálculos urinários, hiperuricemias e gota.
* Os resíduos de antibióticos nela contidos podem, muito freqüentemente, causar alergias.
* Os antibióticos, de cujo uso (veterinário ou a título de aditivos
alimentares) a preparação industrial da carne necessita, são um fator de resistências transferíveis.
* A rápida impressão de saciedade que sua ingestão provoca pode levar o consumidor a reduzir exageradamente a porção de fibras vegetais em sua ração alimentar, o que é, sobretudo, um fator de constipação, de diabete e de cânceres colorretais.
* Aquele que retira o essencial de suas proteínas da carne freqüentemente negligencia o consumo de leguminosas; disso podem resultar carências de magnésio, responsáveis principalmente por distúrbios do ritmo cardíaco, depressões nervosas e oxalato na urina.
O Dr. Alberto Lyra (Lyra, 1973) aponta os seguintes inconvenientes da carne como alimento:
* Alimento anti-natural. O homem não fabrica amoníaco para neutralizar os ácidos resultantes do metabolismo cárneo, como o fazem os carnívoros.
* Alimento tóxico. A carne é um veneno lento mas seguro. Ela possui toxinas (venenos), resultantes da decomposição cadavérica, e outras resultantes do metabolismo animal, que ficam retidas e produzem mais toxinas pela desassimilação nos intestinos.
* Alimento acidificante. Produz ácidos fosfórico, sulfúrico e úrico, causadores de acidificação humoral e de irritações esclerosantes. As proteínas em excesso são acidificantes e mucógenas.
* Alimento desmineralizante. Os ácidos produzidos pela carne produzem desmineralização ao serem neutralizados no organismo.
* Alimento excitante. A carne é um excitante muito forte, equiparável ao álcool, devido às substâncias tóxicas e extrativas dela provenientes. A sensação de vigor é esgotante, o que faz reclamar mais excitantes (álcool, açúcar, mais carne etc). Há aparência de vigor, devido à excitação, e cria um apetite enganador, porque faz repelir os alimentos suaves. Daí a depressão inicial naqueles que abandonam o uso da carne. Devido ao seu poder excitante, que faz gastar as reservas vitais, e ao seu poder tóxico, a carne é um dos fatores da abreviação da vida.
* Alimento que contribui para o aparecimento de diversas doenças e degenerações humanas. Apendicite, arteriosclerose, artritismo, eczema, enterite, gastrite, nefrite, reumatismo, úlcera gástrica, vegetações adenóides. Transmissor de doenças contagiosas e parasitárias. Brucelose, intoxicações alimentares, salmonelose, tênia (solitária), triquinose, tuberculose. No decurso de moléstias do fígado, dos rins, dos intestinos, da pele, de perturbações nervosas, não há melhor regime do que o vegetariano.

4. Econômica

Do ponto de vista econômico, os cereais representam a escolha lógica como alimento principal. No Brasil, segundo dados fornecidos pelo IBGE e técnicos em agricultura (Instituto Cepa), um boi precisa de 3 a 4 hectares de terra e produz em média 210 quilos de carne, no período de 4 a 5 anos.
Neste mesmo tempo e nesta mesma quantidade de terra, colhe-se, no Brasil, em média, 19 toneladas de arroz. Ou 8 toneladas de feijão; ou 34 toneladas de milho; ou 32 toneladas de soja; ou 23 toneladas de trigo. Isto sem dizer que podemos obter 2 ou até 3 safras por ano destes cereais combinados, o que evidentemente aumenta o volume da produção, e também sem considerar que a produtividade destes cereais pode ser aumentada, e muito.
Assim, tomando por referência a proteína contida, por exemplo, no arroz (8%), comparada àquela que é encontrada na carne (18,6%), chegamos ao seguinte: se criarmos boi nas 3,5 hectares e nos 4,5 anos em média que ele precisa para estar apto a ser consumido, teremos 39 quilos de proteína. Se plantarmos arroz nesta mesma quantidade de terra e no mesmo período de tempo, obtemos 1.520 quilos de proteína. Um homem de 70 quilos consome cerca de 70 gramas de proteína por dia. Isto significa que se criarmos gado, teremos proteína para cerca de um ano e meio, enquanto que se plantarmos arroz teremos proteína para alimentar este homem por cerca de 60 anos.
Dizendo de outro modo, isto representa multiplicar por 40 o número de pessoas que poderiam ser alimentadas.
Também é digno de nota o fato de que 85% do milho produzido no Brasil destina-se à alimentação de animais. Ou seja, além de o gado produzir menos alimento, ainda consume cereais e pasto.
Como regra geral é mais barato comprar proteína proveniente do reino vegetal do que a quantidade equivalente do reino animal. Mas o custo do alimento não é o único fator a ser considerado. Existem custos indiretos, inclusive custos médicos e outros ligados ao tratamento das águas, redução dos efeitos da poluição etc.


5. Estéticas

O comércio de carne é uma das principais fontes de grosseria e brutalidade que há no mundo. O vegetarianismo promove beleza, refinamento e cultura. A comparação dos horríveis espetáculos, sons e odores de um matadouro, com a beleza e o perfume de uma horta ou de um pomar não deixa lugar a dúvidas quanto a esta questão.


6. Ecológicas

A criação de gado devasta imensas áreas verdes naturais. O homem provoca desequilíbrio na Natureza ao alterar processos evolutivos normais de animais e vegetais. A demanda por carne barata é uma das principais causas da destruição das florestas tropicais e outras florestas em todo o mundo. Isto contribui para a extinção das espécies e a desertificação, além da poluição causada pelo dióxido de carbono.
Estudos recentes realizados nos Estados Unidos revelam que o rebanho bovino é responsável por pelo menos 12% do gás metano (uma das substâncias que mais influenciam no aumento da temperatura no planeta - efeito estufa) liberado para o meio ambiente. A indústria da carne é um dos agentes mais poluidores e que mais consomem água. O solo fértil também sofre com a criação de gado, que é uma das causas de seu esgotamento.


7. Éticas

Do ponto de vista ético a carne em nossa mesa implica em crueldade aos animais, bem como crueldade ao próprio ser humano, uma vez que sua produção é antieconômica e a quantidade de alimento produzido em uma mesma extensão de terra é muito menor do que quando dedicada à lavoura. Portanto, em um mundo onde a fome ainda é uma REALIDADE para grande parte da família humana, torna-se, o comer carne um hábito totalmente inaceitável.
O homem incorre numa irresponsabilidade com relação ao sofrimento derivado do uso de alimentos em cuja composição entra a carne. Não são apenas os terrores do matadouro, mas, ainda, os horrores preliminares do transporte em caminhões, trens e navios, a privação de alimento, a sede, as longas experiências de terror que estes pobres seres têm de sofrer, para a satisfação do apetite do homem.


8. Espirituais

Do ponto de vista do aperfeiçoamento do corpo humano com vistas à realização espiritual, verdadeira finalidade de nossa existência, a carne também é totalmente rejeitada, seja porque não é um alimento de propriedades intrínsecas que favoreça a harmonia, o equilíbrio, o ritmo e a perseverança, que o espírito requer e busca, seja porque a compaixão, qualidade inerente ao florescer espiritual também a exclui. Por tudo isto, ou simplesmente, pelo motivo mais pessoal, porém também legítimo, de ter-se uma existência mais saudável e duradoura, a carne é invariavelmente desaconselhada.
É difícil compreender que alguém possa associar uma conduta espiritual e um corpo puro com o consumo de carne, cuja obtenção necessariamente causa grande sofrimento físico e emocional aos animais.

É preciso salientar, contudo, que a pureza de vida é somente um meio para um fim; a pureza do corpo, sozinha, não leva à espiritualidade, assim como um violino não pode produzir boa música por si mesmo. Alguns fazem deste princípio um fetiche e é patético ver estas pessoas confinarem à esfera da cozinha todos os seus esforços para a espiritualização de suas vidas.


9. Religiosas

O vegetarianismo é prática muito antiga, salientado nos fundamentos das grandes religiões. Estudos realizados sobre o conteúdo dos intestinos de múmias do antigo Egito demonstram que suas dietas eram compostas basicamente de vegetais. Os egípcios são conhecidos como "comedores de pão". As verdadeiras Escolas de Mistérios possuem como um de seus preceitos a purificação, incluindo a prática vegetariana. A comunidade de Pitágoras era vegetariana, inclusive Hipócrates, o Pai da Medicina. São vegetarianos os budistas, hinduístas e os jainistas.


publicado por Maluvfx às 15:46
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Sexta-feira, 1 de Junho de 2007
O Ecoterrorista (?)
Maio 2005

Para o ativista Jerry Vlasak, vale tudo na luta contra o uso de animais como cobaias em testes de laboratórios. Até matar cientistas

Seria durante uma passagem pela Grã-Bretanha que o médico e ativista americano Jerry Vlasak explicaria à Super suas opiniões sobre a luta pelos direitos dos animais. A entrevista ocorreria na Inglaterra, durante um encontro promovido por ativistas da Europa e dos Estados Unidos. Mas o texano radicado na Califórnia nem teve oportunidade de arrumar as malas. O governo britânico negou seu pedido de visto, alegando que suas “opiniões perigosas” não são bem-vindas no país.

Ao conversar com a revista por telefone, Vlasak mostrou por que quando abre a boca assusta autoridades, aterroriza a indústria farmacêutica e recebe críticas da maior parte da comunidade científica. Suas idéias são uma amostra do que muita gente chama de ecoterrorismo. Acha, por exemplo, “moralmente aceitável” o assassinato de cientistas que utilizem cobaias de laboratório. “As mortes só ajudariam a causa”, afirma.

Quando não está atendendo vítimas de acidente de trânsito, tiros e facadas num hospital de Los Angeles, Vlasak dá assessoria científica a entidades como Speak e Shac, duas das mais radicais organizações antitestes com animais. Atualmente, os grupos tentam impedir a construção do novo laboratório de cobaias na Universidade de Oxford e varrer do mapa a Huntingdon Life Sciences, empresa especializada em pesquisas químicas e farmacêuticas. Entre os objetivos dos inimigos de Vlasak estão a busca de tratamentos para doenças como o câncer, diabetes, mal de Parkinson e de Alzheimer.


Por que você julga ser aceitável atacar cientistas que estão usando cobaias para desenvolver novos medicamentos?

Qualquer coisa que detiver essas pessoas é moral e necessária. Não estamos falando de gente inocente. Eles torturam animais em laboratórios todos os dias. Não adianta eu parar numa calçada com um cartaz pedindo o fim dos experimentos. Ninguém vai me ouvir. E a verdade é que nossas táticas funcionam. A Universidade de Cambridge desistiu de construir um laboratório porque ficou com medo dos ativistas – eles também acharam que o sistema de segurança ficaria muito caro. Uma empresa especializada em pesquisas já perdeu 63 clientes e fornecedores. Nossa pressão também já fechou uma fazenda que criava gatos e um canil que fornecia cães da raça beagle para laboratórios. Nelson Mandela dizia que a não-violência é uma estratégia, não um princípio moral. Nós temos o dever moral de fazer o que dá resultados.


Você vê algum limite ético nesse dever?

Não existem limites. Qualquer tática que funcione é legítima. Alguns cientistas só vão acabar com os experimentos se temerem pela própria vida. É uma pena que seja assim. O que fazemos não é muito diferente de assassinar nazistas como Hitler, Himmler ou Goebbels. Se matássemos os três e salvássemos 6 milhões de judeus, ninguém diria que é errado. Creio que o mesmo raciocínio vale para animais. Matar dois, três, cinco ou dez (pesquisadores) e salvar milhões de vidas inocentes é moralmente aceitável.


Como a morte de um cientista será capaz de trazer benefícios aos animais?

Observe qualquer movimento de luta contra a opressão, como o combate ao apartheid na África do Sul e a escravidão nos Estados Unidos. Sempre que uma força exerce pressão sobre outra, a mais fraca recorre à violência. E os resultados acontecem. Até agora ninguém morreu, mas isso ainda vai acontecer. Não estou pedindo isso, apenas prevendo. Você não pegaria em armas para impedir que crianças no jardim de infância fossem torturadas até morrer em laboratórios? Se aceitamos fazer isso por pessoas, mas não por animais, estamos adotando o especismo, ou seja, acreditar que seres humanos são superiores a outras espécies. Sou contra o especismo da mesma maneira que sou contra racismo, machismo e homofobia.
Melhorar a saúde dos humanos não justifica os testes com animais?
Na Alemanha nazista, judeus eram utilizados como cobaias em campos de concentração. Graças a testes assim, cientistas obtiveram informações úteis. Eu acho errado matar de frio um judeu para estudar o combate à hipotermia. Da mesma maneira, sou contra matar animais. Não me interessam os benefícios que essas pesquisas trarão.


Para desenvolver antibióticos, os cientistas valeram-se de testes em cobaias animais. Como médico, você receita esse tipo de remédio a seus pacientes?

Claro que sim. Mas o fato de um idiota ter enfiado droga goela abaixo de um animal para verificar a eficácia do tratamento não prova que esse ato seja necessário. É bom lembrar que novos remédios precisam sempre ser testados também em seres humanos.


E como a medicina pode avançar sem experimentar suas novas tecnologias em cobaias de laboratório?

Animais são forçados a viciar-se em cocaína, anfetaminas, cigarros e outras substâncias que todos sabem que são prejudiciais. Em outros experimentos, filhotes são separados de suas mães para estudar o que acontece com pessoas criadas sem afeto. A forma como esses animais sofrem não tem nada a ver com os humanos. Não há razão para isso. A maior parte das informações úteis para seres humanos é obtida em testes clínicos com seres humanos. Estudamos grandes amostras de pessoas, vemos o que acontece e detectamos padrões. Também podemos usar técnicas como autópsias, a análise de tecidos, testes em culturas de células humanas e modelos matemáticos. Experimentos assim são muito mais confiáveis do que dar drogas a ratos, coelhos ou outros animais. Quando aplicamos drogas numa fêmea podemos ter efeitos diferentes daqueles verificados num macho. Acreditar que o que você deu ao rato terá o mesmo efeito num ser humano é estúpido. Não faz qualquer sentido. Não funciona. Na verdade, a utilização de animais pode até atrapalhar esse processo. O desenvolvimento da vacina contra pólio, por exemplo, atrasou dez anos porque o modelo animal não produziu os resultados desejados. Gastam-se centenas de milhões de dólares em pesquisas envolvendo animais e pelo menos 90% dos estudos vão para o lixo. E de tudo que é publicado, no máximo 1% ou 2% realmente tem alguma utilidade.

Se os experimentos em cobaias são mesmos inúteis, por que a indústria farmacêutica gasta tanto dinheiro com eles todos os anos?
Testes com animais servem como arma para disputas judiciais. Se o remédio fizer mal, alega-se inocência com base nos testes da droga em muitas espécies. Também há muita gente ganhando dinheiro com pesquisas financiadas por recursos públicos, incluindo as indústrias farmacêuticas. Além disso, governos exigem a realização de testes em animais. Isso é um erro, mas não surpreende. A indústria farmacêutica tem dois lobistas para cada membro do congresso americano. Foi por causa desse tipo de lobby que o meu visto de entrada na Grã-Bretanha foi negado.


Jerry Vlasak
• Nos tempos de médico-residente, participou de pesquisas contra a arteriosclerose envolvendo cachorros. Abandonou os experimentos por considerá-los “inúteis” e “cruéis”.
• Saboreava um bom bife até 1992, quando leu alguns livros sobre o sofrimento de animais, deu adeus a carne, leite e ovos e virou vegano
• Foi preso por cinco dias por participar de um protesto contra o uso de peles animais em Los Angeles. Questionou a detenção na Justiça e acabou com 20 mil dólares de indenização no bolso.

Fonte


"Por isto que o ALF não pode ser destruído, não pode ser infiltrado, não pode ser parado. Você, todos e cada um de vós: vocês são o ALF".
Robin Webb

 


publicado por Maluvfx às 10:57
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