Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.
Terça-feira, 27 de Novembro de 2012
Idanha-a-Nova. O extermínio dos touros enraivecidos

Direcção-Geral de Veterinária diz que já não há touros em Segura, mas a história vai continuar muitos anos na memória das gentes da aldeia


Esta é uma história de vingança que acaba numa terça-feira no silêncio da morgue de Castelo Branco. Zé Manel, o pedreiro clandestino, pôs-se a pé manhã cedo com a ideia de matar. Dias antes tinha andado a pintar a igreja da aldeia. O padre pagou-lhe em dinheiro vivo. Toda a gente sabia que o forasteiro, que foi para Segura casar com uma moça da terra, trabalhava de forma clandestina. Até que as Finanças souberam. Penhoraram--lhe a casa dos pais, para os lados de Lisboa, e obrigaram-no a pagar anos a fio de impostos acumulados. O pedreiro, que não tinha dinheiro, desconfiou logo da presidente da junta. Nessa manhã espreitou-a, já com a espingarda escondida debaixo do casaco. Os dois tiros ouviram-se em todas as casas da aldeia e quando os bombeiros de Idanha-a-Nova chegaram à junta de freguesia, pouco depois das 10 da manhã do dia 12 de Junho, Lurdes Sobreiro, antiga modista em Lisboa, já estava sem pulso. O marido, que a tinha ido visitar, ainda estava vivo.

Vieram ambulâncias, carros da polícia, um helicóptero do INEM e as televisões. José acabaria por morrer no hospital no mesmo dia. A GNR apressou-se a explicar que o homicídio estava relacionado com “divergências antigas”. Zé Manel, 62 anos, pôs a caçadeira debaixo do braço, fez-se à estrada, cruzou de carro os terrenos do doutor Neco e foi-se entregar ao posto da guarda da Zebreira, aldeia vizinha.

Há muito que a população de Segura, no concelho de Idanha, se habituou à tragédia e aos requintes das histórias de vingança. E há muito que os quase 200 eleitores da freguesia – praticamente todos desempregados, reformados ou a receber subsídios do Estado – aprenderam a lidar com as perguntas indiscretas dos jornalistas. Ultimamente, por causa da manada de mais de duas centenas de touros pretos e bravios que assombraram a terra durante quase dez anos. E nos últimos dias culpa da mega-operação de abate que a Direcção-Geral de Veterinária (DGV) levou a cabo para matar os animais.

Num espaço de cinco dias morreram 117 touros e ontem foi anunciado oficialmente que já só sobram “dois ou três”. Segura pode respirar de alívio.

PARTE II, A CHEGADA DO DOUTOR 
Esta história de vingança tem quase 20 anos e começa na torre do relógio – o ponto mais alto da terra, a que os habitantes chamam “o castelo”. Um forasteiro chamado Eduardo, que pouco tempo depois de chegar viria a tornar-se conhecido pela alcunha de “doutor Neco”, levou a mulher à aldeia onde o pai comprara meia dúzia de pequenos terrenos para mandar construir uma reserva de caça. Os anos passaram e a ideia nunca foi avante. Neco, o forasteiro, abraçou-se à mulher, fixou as serranias que do alto de Segura se perdem vista e mentiu-lhe. “Tudo o que os teus olhos conseguem alcançar daqui é nosso, mulher.” Nem dez anos depois, a mentira tornou--se profecia e o doutor Neco dono de metade dos terrenos à volta da aldeia, numa extensão de quase 3 mil hectares até à Zebreira.

O doutor Neco, veterinário, cresceu com os três irmãos na zona de Oliveira de Azeméis. O pai, também veterinário, era apaixonado pela caça e cruzou-se um dia por acaso com um dos homens mais influentes de Segura, Manuel Torres. Juntos tiveram a ideia de criar a reserva. Ainda chegou a comprar alguns terrenos, mas por desleixo o plano nunca foi avante. Anos mais tarde, Neco pegou no sonho do pai, comprou tudo quanto pôde e construiu uma quinta com animais.

O povo nunca encarou com bons olhos a chegada do doutor forasteiro que, ainda por cima, teve a ousadia de querer ser dono de tudo o que a vista pode alcançar em Segura. Mesmo assim, todos o tratavam com reverência e por doutor. O caso de ódio camuflado tornou-se mais evidente quando Neco tentou reivindicar um pedaço de terra, contíguo à sua quinta, num baldio que pertence ao povo e onde todos os habitantes têm uma parcela para semear. Fez-se uma assembleia popular que ia acabando à estalada. O doutor não havia de meter lá os pés, que já tinha terreno a mais e além disso nem era da terra. O assunto caiu mal às gentes de Segura e ao veterinário – que entretanto empregara dezenas de homens da aldeia na quinta.

Diz-se em Segura que o doutor até nem é mau homem. Outros, que não dão o nome, garantem que é o “pior bandido” que algum dia pisou aquelas bandas. Também há quem diga que o Neco “é formado em aldrabão”. Como o Zé, que trabalhou para ele duas vezes. Cuidava-lhe das 232 vacas mansas, dos 80 cavalos e arranjava-lhe as aramadas (vedações) da quinta. O Neco prometeu-lhe 500 euros por mês, pagos à socapa, só que passaram-se dois meses e o empregado nunca viu o dinheiro. Foi-se embora zangado e decidido a nunca mais pôr os pés nas terras do doutor. Um tempo depois, e como o trabalho não abunda na raia, Zé voltou a confiar no veterinário e deixou-se empregar outra vez na quinta. Três meses e meio depois continuava sem receber um tostão. Veio-se embora e desde então, já lá vão uns seis anos, nunca mais arranjou trabalho.

Conta-se em Segura que o Neco não pagava certo. Houve até casos como o de Raul, que, não tendo recebido a horas, decidiu levar um dos cavalos da quinta para casa, como uma espécie de fiança. Os anos passaram e o bicho passou a fazer parte da família do agricultor. Outros homens da terra seguiram o exemplo.

Os que em Segura defendem o doutor Neco – quase todos às escondidas – também contam que alguns homens da aldeia decidiram organizar-se em grupos para se vingarem do veterinário. Nesse tempo era costume ouvir os cães ladrar em alvoroço nos quintais de Segura pela calada da noite. A milícia organizada saltava da cama de propósito para ir destruir as vedações da quinta do veterinário. Os animais fugiam e o Neco perdia dinheiro. As aramadas eram arranjadas dias depois, mas não tardavam a voltar a aparecer tombadas. Perderam-se ovelhas, cavalos, porcos e vacas. Até que um dia o doutor Neco se zangou de vez. Jurou, irado, que nunca mais havia de pôr os pés no povo.

PARTE III, A CHEGADA DOS TOUROS 
Esta é a história da vingança do doutor Neco. Dias depois de se encher de ira, um camião atravessava, a grande velocidade, as ruas de Segura. Lá dentro seguiam duas dezenas de touros bravos. Com animais enraivecidos e daquele porte na quinta, nunca mais ninguém se atreveria a derrubar--lhe as vedações. E foi assim que os touros, que entretanto viraram estrelas da televisão nacional, passaram a palmilhar os terrenos do concelho de Idanha-a-Nova. A natureza encarregou-se da segunda parte da vingança do veterinário e os animais bravios acasalaram com as vacas mansas. Multiplicaram-se. Tornaram-se uma espécie de exército descontrolado. Com o passar do tempo, a quinta deixou de ter empregados, o doutor deixou de aparecer, as aramadas foram ficando podres e os touros não tardaram a assombrar as ruas de Segura.

Quaresma, um reformado dos Bombeiros do Regimento de Lisboa, foi o primeiro a avistar os animais bravios dentro da aldeia, não sabe dizer ao certo há quantos anos. Um dia, ainda o Sol não se tinha levantado, lembrou-se de ir à horta, na parte de trás de casa. Ouviu um barulho e viu um vulto a comer-lhe os figos da figueira. A figura do diabo deitou-se a correr pela rua abaixo, os cascos a baterem no granito da calçada, e desapareceu no meio dos campos. Horas depois, no adro da igreja, Quaresma contou aos outros velhos a visão que tivera de madrugada. “Isso é mentira”, disse-lhe logo um. “É mentira uma merda”, devolveu o antigo bombeiro, vermelho de fúria.

A confirmação de que Quaresma não estava senil chegou poucos dias depois e da pior maneira. Um antigo polícia da terra ia para a horta quando chocou de frente com um touro. Negro como breu. Subiu para cima de um chafariz de pedra para escapar à investida, mas deixou-se cair para o meio de um silvado. Lurdes, a que mataram na junta este ano, foi em socorro do polícia, mas o touro não arredava pé e partiu-lhe o carro todo. Nessa manhã houve tiros, houve gritos e o animal morreu às portas da aldeia, esmagado pela pá de uma máquina empilhadora.

O doutor Neco atendeu o telefone. Prometeu que havia de pagar os estragos do carro e as despesas da hospitalização do polícia. Anos mais tarde, a mulher do agente encontrou o veterinário à porta da junta. “O doutor ainda não nos pagou o hospital”, atirou-lhe a viva voz e à frente de quem quis ouvir. O Neco virou-se para um dos homens que trabalhava para ele. “Dá aí 30 euros à senhora.” Ela, a mastigar ódio, foi rápida a virar-lhe as costas. “Fique com eles.”

PARTE IV, A CHEGADA DA MORTE 
Esta é a história, recente, da vingança da manada do doutor Neco. O pastor ia fazer 61 anos dali a poucos dias. Não que tivesse alguém com quem festejar: divorciou-se, voltou a juntar-se, voltou a separar-se e os cinco filhos saíram da Zebreira à procura de uma vida melhor. O pastor ficou então a viver sozinho numa quinta a 400 metros do lugar da Corujeira, onde vive o patrão, João Folgado, para quem trabalhava há quase dez anos.

Todas as madrugadas, o pastor juntava--se com o vizinho para ordenharem o gado. Só depois saía para o campo com o rebanho das 400 ovelhas. Ao final da tarde, o pastor não apareceu para a contagem dos animais e também não compareceu na manhã do dia seguinte para ir buscar o gado. O patrão foi-lhe bater à porta. Ninguém abriu. Ligou-lhe vezes sem conta para o telemóvel. “Chamava, chamava, mas ele não atendia”, recorda. Fizeram- -se buscas pelos campos com a guarda e os bombeiros, até que, ia o Sol já alto, apareceram as primeiras ovelhas tresmalhadas. Uns metros mais à frente, perto do terreno do doutor Neco, estava o corpo do pastor, ensanguentado. O telemóvel no bolso. Desconfia-se, pelos ferimentos, que foi morto por um dos touros bravos.

Desde a chegada dos animais, e durante dez anos, os dias passaram a ser todos iguais em Segura: assim que a noite caía e as vozes das gentes da aldeia recolhiam a casa, vultos gigantes aproximavam-se do povoado à cata das bolotas dos sobreiros que ladeiam as ombreiras das portas. Atravessavam a estrada nacional que conduz a Espanha – a ponte que marca a fronteira fica a uns escassos metros da povoação –, trepavam pelos muros e subiam ao castelo. Durante uma década, só os corajosos se atreviam a sair de casa a seguir ao escurecer ou antes do amanhecer.

Outras vezes os touros eram vistos na estrada que liga Segura à Zebreira. Desfizeram carros novos, carros velhos e carros assim-assim. Houve acidentes grandes e acidentes pequenos. Conta-se que um espanhol ficou numa cadeira de rodas, que um pastor ficou cego, que outro levou uma cornada que lhe furou as costas. A GNR da Zebreira – o posto mais próximo de Segura – perdeu a conta ao número de vezes que foi chamada porque alguém avistou um touro. Umas vezes os animais eram abatidos, outras afugentados.

PARTE V, A CHEGADA DAS ARMAS
 Este é o começo da história da vitória da aldeia. Há dezenas de processos de moradores contra o doutor Neco no Tribunal de Idanha-a-Nova. Pilhas e pilhas de papéis com matrículas de carros que foram para a sucata, fora todo o tipo de queixas relacionadas com as aparições inesperadas dos touros. O veterinário já chegou a ser absolvido em alguns casos. É aqui que entra na história a célebre e incendiária entrevista que o antigo presidente da junta, José Pinheiro, deu a um jornal regional. Já lá vão uns anos. O autarca, irritado com os prejuízos constantes, terá deixado escapar que o doutor Neco merecia era ser morto. Foi quanto bastou para que o veterinário passasse a recusar-se a ir à quinta. Pediu várias vezes escolta à GNR, por ser “alvo de ameaças de morte”, mas a protecção nunca lhe foi concedida. Em tribunal mostrou cartas anónimas com ameaças, supostamente escritas por moradores de Segura. Por ter medo, dizia, deixou de poder tratar dos animais.

Em Junho, a Câmara de Idanha e a Direcção-Geral de Veterinária pediram ajuda aos campinos da Companhia das Lezírias para capturar os animais, mas só foram apanhados oito – os cavalos não estavam habituados a terrenos tão acidentados. Em Setembro, nova tentativa: foram chamados os militares das operações especiais da GNR para procederem ao abate, mas a acção foi suspensa para reavaliação pelo Ministério da Agricultura.

No início deste mês foi desencadeada uma nova operação, que deveria durar até ao dia 30, mas que deverá estar concluída antes. Só nos primeiros cincos dias de abate foram mortos 117 animais. Conta-se que foi abatido um touro com 800 quilos. A DGV anunciou ontem que já não há touros em Segura. “Uma identificação por helicóptero permitiu observar que quase todos os animais foram abatidos. Só haverá mais dois ou três em zonas recônditas”, explicou o director-geral, Nuno Vieira e Brito. Acabaram-se os touros em Idanha e acabou-se a maior de todas as histórias de vingança da aldeia.

Ionline



publicado por Maluvfx às 07:02
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Segunda-feira, 26 de Novembro de 2012
Perguntas mais frequentes sobre a soja:
1. A soja é um alimento capaz de prevenir doenças?
A soja é considerada um alimento funcional, pois fornece nutrientes ao organismo e traz benefícios para saúde. É rica em proteínas, possui isoflavonas e ácidos graxos insaturados e, segundo pesquisas na área médica, tem ação na prevenção de doenças crônico-degenerativas. Também é uma excelente fonte de minerais como ferro, potássio, fósforo, cálcio e vitaminas do complexo B. A manutenção da saúde, no entanto, não é feita apenas com o consumo de alimentos funcionais. É preciso aliar dietas e hábitos saudáveis, como a prática de esportes.

2. Há alguma contra-indicação ao consumo diário de soja?
Como é um alimento, a soja pode ser consumida diariamente, sem limite de quantidade. No caso de consumo da farinha integral (kinako), sugere-se a ingestão de pelo menos duas colheres de sopa por dia, que podem ser misturadas ao leite, ao iogurte, às frutas picadas, a sucos e vitaminas, por exemplo.

3. O que é isoflavona?
A isoflavona é um composto da soja, também chamado de fitoestrógeno, que atua na prevenção de doenças crônico-degenerativas como o câncer de mama, de cólo de útero e de próstata. Sua estrutura química é semelhante ao estrógeno (hormônio feminino) e, por isso, é uma substância capaz de aliviar os efeitos da menopausa e da tensão pré-menstrual. As propriedades estrógenas também ajudam a reduzir um outro problema causado pela deficiência hormonal: a osteoporose.

4. A presença de fitatos na soja causa algum problema à saúde?
Os fitatos, conhecidos também como ácido fítico, são compostos químicos utilizados pelas plantas para armazenar o mineral fósforo no interior de suas células. São considerados fatores antinutricionais, pois reduzem a biodisponibilidade no organismo de minerais divalentes como: cálcio, ferro, magnésio, manganês, cobre e zinco, principalmente.
Entretanto, a partir da década de 90, inúmeros estudos científicos internacionais têm mostrado que os fitatos também atuam como potentes agentes anti-oxidantes (prevenindo a oxidação ou envelhecimento das células), cumprindo assim uma função importante na redução dos riscos de inúmeras doenças crônicas e degenerativas, como alguns tipos de câncer e artrites.
É por isso, que hoje os fitatos são considerados compostos funcionais e sua ingestão é de grande importância para a redução dos riscos dessas doenças.
O teor de fitatos na soja é da ordem de 1,5% da composição do grão, no feijão de 2,5% e nos farelos como o de trigo e o arroz é da ordem de 4,5%.

5. Qual deve ser o consumo diário de soja para prevenção de doenças do coração?
Em1999, o FDA (Food and Drugs Administration, agência que regulamenta o comércio de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) emitiu um documento para oficializar o potencial terapêutico da soja na prevenção de doenças do coração. O FDA se baseou em estudos científicos realizados por pesquisadores de diversas universidades, institutos de pesquisa, hospitais-escola e pela Associação Americana do Coração (AHA). Esses estudos demonstraram que a ingestão diária de 25 gramas de proteínas de soja ( cerca de 60 gramas de grãos ou farinha de soja) reduzem significativamente as taxas do colesterol sangüíneo total, do LDL-colesterol e, também, aumentam os valores de HDL presentes no sangue, reduzindo assim os riscos de doenças cardiovasculares, como o infarto, a trombose e a aterosclerose.

6. Como a soja atua na redução dos sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM) e na regulação dos hormônios na menopausa ?
A tensão pré-menstrual e o climatério são causados por alterações hormonais, principalmente no nível de estrógeno no sangue. As mulheres em fase de pré-menopausa e menopausa podem se beneficiar de uma dieta com ingestão diária de soja, que é rica em isoflavonas. As isoflavonas são fitoestrógenos com estrutura química bastante semelhante à do estrógeno, entretanto apresentam baixíssima atividade hormonal em humanos.

7. Posso substituir os hormônios químicos usados na terapia de reposição hormonal pela soja?
A substituição dos hormônios químicos deve ser discutida previamente com seu médico. Estudos internacionais indicam que a isoflavona é capaz de substituir os hormônios sintéticos empregados na terapia de reposição hormonal (TRH), cuja indicação vem sendo questionada por cientistas da área médica devido ao aumento, principalmente, da incidência de câncer de mama.

8. Qual a diferença entre consumir as cápsulas de isoflavonas e a farinha integral (kinako) ?
As cápsulas de isoflavonas vendidas no mercado contêm a isoflavona isolada, enquanto o kinako é elaborado com o grão inteiro, mantendo-se assim todas as propriedades benéficas da soja.

9. Qual a forma mais saudável para o consumo da soja: "leite" ou kinako?
Ambas as formas fazem bem à saúde e podem ser consumidas diariamente. O "leite" é mais facilmente digerido pelo organismo, no entanto, o kinako (farinha de soja integral) é mais nutritivo, pois possui todas as propriedades do grão in natura.

10. Como saber se a soja que compro é transgênica?
No Brasil, o cultivo comercial de transgênicos está legalizado somente para a cultivar Soja RR. Visualmente não há diferença entre a soja transgênica e a convencional, por isso, o ideal é que o fornecedor do grão conheça sua origem e a especifique na embalagem. Essa condição no entanto, não é encontrada na maioria dos locais onde se comercializam grãos para consumo, como nas feiras livres. A exceção é para fornecedores de produtos orgânicos (produzidos sem agrotóxicos), já que essa prática não admite o uso de sementes transgênicas.
Além disso, entidades não governamentais contrárias aos alimentos transgênicos, como o Greenpeace e o Idec, divulgam freqüentemente listas de produtos industrializados que contêm em sua composição soja geneticamente modificada.

11. A soja engorda?
Como a soja é um alimento calórico-protéico, uma ingestão em grande quantidade pode provocar aumento do peso corporal dependendo, é claro, do metabolismo de cada pessoa. A soja possui 395 calorias por 100 g de grãos enquanto o arroz tem 364 calorias, o feijão 344, o grão de bico 364, a lentilha 340 e a ervilha 343.

12. As pessoas que apresentam problemas de acúmulo de ácido úrico no organismo podem consumir soja?
De acordo com informação contida no livro "A saúde brota da natureza", do professor Jaime Bruning, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, " a soja não contém compostos purínicos, que são os responsáveis pela formação do ácido úrico no organismo. Assim sendo ela é muito recomendada como alimento dietético nesses casos."

13. O consumo de soja enfraquece os ossos?
A soja, como o feijão, ervilhas, lentilha e grão-de-bico, contém fatores anti-nutricionais chamados de inibidores de proteases (inibidor de tripsina e inibidor de quimiotripsina). Popularmente, esses inibidores são conhecidos pelo nome "sojina" (no caso da soja).
Esses fatores anti-nutricionais, que reduzem a biodisponibilidade no organismo das proteínas ingeridas, são, no entanto, inativados no processo de tratamento térmico da soja (cozimento ou torra) antes do consumo. Como ninguém consome soja crua, não há risco quanto a absorção de proteínas pelo organismo. Portanto, não é correta a informação de que comer soja "enfraquece os ossos", isso é uma lenda.

14. Qual a composição do grão de soja?

Em média, a soja possui 40% de proteínas, 20% de lipídios (óleo), 5% de minerais e 34% de carboidratos (açúcares como glicose, frutose e sacarose, fibras e os oligosacarídeos como rafinose e estaquiose). A soja não possui amido.

15. O feijão possui as mesmas propriedades da soja?

Não. O feijão, apesar de ser uma leguminosa como a soja, não possui as isoflavonas, substância que apresenta inúmeros benefícios à saúde.

16. Qual a composição mineral da soja?

Cada 100 gramas de grãos contém 230 miligramas de cálcio, 580 mg de fósforo, 9,4 mg de ferro, 1 mg de sódio, 1900 mg de potássio, 220 mg de magnésio e 0,1 mg de cobre, dentre outros compostos.

17. Qual o teor de cálcio do grão?
O teor de cálcio nos grãos de soja varia de 160 a 470 mg (média de 230 mg) por 100g de grãos. Essa quantidade supre em média 30% da necessidade diária de cálcio (800 mg), recomendada para adultos (homens) entre 22-35 anos, com peso corporal em torno de 70kg.

18. Gostaria de conhecer a composição química do leite de soja.
Cada 100 ml de extrato de soja ou "leite" contém 52 calorias, 2,5% de carboidratos, 3,4% de proteínas, 2,3% de lipídios, 40mg de cálcio, 105 mg de potássio e 1,2 mg de ferro, 40 mg de vitamina B1 e 120 mg de vitamina B2.

19. Quem tem maior teor de proteína, a soja, o arroz ou o feijão?

A soja possui um teor médio de proteínas em torno de 40%, enquanto o do arroz é de cerca de 7% e do feijão, de 20%.

20. Os derivados de soja possuem as mesmas características que o grão?

Tanto a soja em grão como os produtos derivados como a farinha (kinako), o tofu ( queijo de soja), o extrato solúvel ("leite"), a proteína texturizada (PTS ou "carne" de soja) e o missô possuem as isoflavonas. O que varia é a concentração da substância, que é influenciada pelos processos industriais a que é submetida.

21. O leite de soja (em pó ou líquido) contém as isoflavonas?
A isoflavona está presente nos grãos da soja e em alimentos derivados, como o leite. No caso do "leite", por exemplo, está em menor concentração do que no grão.

22. Ouvi dizer que a soja não pode ser consumida por causa da sojina, o que é isso?

"Sojina" é um nome popular e incorreto, atribuído aos inibidores de proteases, como o inibidor de tripsina e o inibidor de quimiotripsina, presentes na soja e em todas as outras leguminosas como: feijão, ervilha, lentilha, entre outros. Os inibidores de proteases são fatores antinutricionais, termolábeis, ou seja são inativados pelo calor tanto úmido (cozimento), quanto seco (torra). Como ninguém se alimenta de soja crua e os produtos derivados da soja sofrem processamento térmico, como o PTS e a farinha, não há nenhum problema em consumi-los, pois esse fator antinutricional está inativado.
O mesmo ocorre com as rações que são destinadas aos animais, pois o farelo
de soja que entra na formulação dessas rações sofre tratamento térmico para inativar os fatores antinutricionais.

23. O que causa o gosto "ruim" na soja?
A soja possui enzimas denominadas lipoxigenases que, quando em contato com a água fria, iniciam uma reação que produz compostos como os aldeídos, cetonas e álcoóis, responsáveis pelo sabor desagradável do grão. Para evitar que esse processo seja desencadeado, é preciso proceder o choque térmico antes de iniciar o preparo da soja.

24. Como proceder o choque térmico?

Para dar o choque térmico, basta colocar os grãos escolhidos em água fervente e deixar a soja cozinhar por mais cinco minutos após a nova fervura. A água usada no tratamento deve ser descartada e, só então, a soja pode ser lavada em água fria.

25 O tratamento térmico causa perdas nutricionais à soja por causa da fervura?

A soja, como qualquer outra leguminosa, possui fatores anti nutricionais que devem ser inativados pelo calor, assim a torra ou o cozimento não trazem nenhum prejuízo às propriedades nutricionais da soja. Esses processos, quando feitos conforme as instruções contidas nas receitas, não prejudicam a qualidade das proteínas, bem como de outros nutrientes da soja.

26. Existem cultivares de soja específicas para consumo humano?

As cultivares de soja disponíveis no mercado podem ser utilizadas para consumo humano, desde que preparadas com o tratamento térmico para inativar as enzimas causadoras do sabor desagradável. A partir de 2005, a Embrapa colocou no mercado uma nova cultivar, de sabor suave, que dispensará o tratamento térmico. As informações sobre esta cultivar (BRS213 e BRS257) estão disponíveis na página da Embrapa Soja na internet, no ícone do programa Soja na Mesa.

27. Onde posso comprar soja?
A soja em grão pode ser encontrada em feiras livres, mercados municipais, lojas de produtos naturais e em gôndolas de produtos dietéticos de supermercados.

28. Onde encontro leite de soja mais barato do que os produtos industrializados vendidos em mercados?

Uma alternativa ao consumo do leite de soja industrializado é a produção caseira. A receita está disponível na página da Lactosoja na internet, no endereço http://www.lactosoja.com.br/news.asp?InCdSecao=&InCdEditoria=2&InCdMateria=6&pagina=

29. Qual é o ponto de torra da soja?
O tempo de torra da soja no microondas é de aproximadamente nove minutos para meio quilo de soja. É preciso mexer os grãos a cada três minutos para não queimar. Em forno doméstico, o grão deve ser torrado em fogo baixo, por aproximadamente 30 minutos. Mexa de vez em quando para torrar os grãos de maneira uniforme. O ponto final de torra é quando a casca começa a se soltar ao se esfregar os grãos entre os dedos (como na torra do amendoim).

30. Como separar as cascas dos grãos de soja?

O processo doméstico para descascar os grãos de soja consiste em escolher os grãos secos, realizar o choque térmico (5 min de fervura e choque em água fria), deixar de molho de 8 a 12 horas e então esfregar com as mãos. Também existem máquinas específicas para descascar grandes volumes, a Lactosoja fabrica e fornece estes equipamentos.

31. A casca da soja pode ser consumida?

A casca de soja é constituída por fibras insolúveis e pode ser consumida. No entanto, para o preparo de algumas receitas, como a salada de soja, sugerimos que a casca seja retirada, pois melhora a aparência do prato.

32. Qual a diferença entre kinako e farinha de soja?

O kinako é o grão de soja torrado e moído, enquanto a farinha de soja é feita após do tratamento térmico do grão (fervura de cinco minutos e choque em água fria). Ambos podem ser usados no preparo das receitas de pães, bolos, bolachas, tortas salgadas e outros.

33. O que é resíduo de soja?

O resíduo de soja é massa resultante da produção do "leite" de soja. Pode ser congelado no freezer para utilização em várias receitas, como pães.

34. É possível produzir a "carne de soja " ou proteína texturizada de soja - PTS - em casa?

A proteína texturizada de soja (PTS) ou "carne de soja", como é popularmente conhecida, não é um produto passível de ser produzido domesticamente. Sua produção é feita a partir de farinha desengordurada de soja, por um processo chamado de extrusão termoplástica. O teor de proteínas presente nos produtos comerciais de proteína texturizada de soja (PTS) é de 50% a 52%. Visite o site da Lactosoja - http://www.lactosoja.com.br/news.asp?InCdEditoria=2 para conhecer algumas receitas que podem ser elaboradas a partir da PTS.

35. Qual deve ser o consumo diário de PTS em substituição à carne?

Cada 100 gramas de PTS contêm cerca de 50 gramas de proteína. Para consumir uma quantia equivalente a um bife pequeno é necessário consumir 50 gramas de PTS.

36. Qual a validade do grão de soja?

Como todo alimento, o grão de soja não deve permanecer estocado por muito tempo. Deve ser consumido por um período de até seis meses após a compra.

37. Posso congelar a soja depois de cozida?

Primeiramente, é preciso resfriar a soja. Os grãos devem ser congelados em saco plásticos vedados ou vasilhames herméticos, tipo ""Tupperware".

38. É possível congelar o leite de soja?

O extrato solúvel ou "leite" de soja pode ser congelado por 90 dias. Ao descongelar, deve-se ter o cuidado de homogeneizá-lo com auxílio de um mixer ou liqüidificador, pois após o descongelamento ocorre a separação dos lipídios (gorduras) da fase aquosa. Na geladeira, a conservação é por até quatro dias desde que seja preparado da maneira mais higiênica possível e conservado em vasilhame tampado. O "leite" de soja é como o de vaca, quando estraga ele coagula, ou seja, talha.

39. Posso utilizar leite de soja em pó no preparo do tofu ?
Não, o tofu ou "queijo de soja", como é popularmente conhecido, só pode ser preparado a partir do "leite" de soja líquido, preparado à maneira dos orientais.

40. Onde encontrar o "leite" de soja em pó?

No varejo, o produto é encontrado nas redes de supermercados e lojas de produtos naturais.

41. Por que em algumas receitas se utiliza o bicarbonato de sódio?

Até pouco tempo atrás era indicada a adição do bicarbonato de sódio para "amolecer" os grãos de soja. Com o aprimoramento das técnicas de tratamento térmico, sua adição foi suprimida das receitas.

42. Como são produzidos os sucos de diversos sabores à base de extrato de soja?

As bebidas à base de soja adicionadas de sucos de frutas como a marca All Day, da Santista Alimentos, são produzidas a partir de proteína isolada de soja e de sucos naturais concentrados de frutas. Já os produtos da ADES, da Olvebra (Soyfrut), da Yakult (Tonyu) e da Agronippo (Mupy) são produzidos a partir de extrato ou "leite" de soja e sucos naturais concentrados de frutas. Para mais informações, consulte os fabricantes desses produtos.

43. O que posso fazer para abrir meu próprio negócio?

A Embrapa Soja é um centro de pesquisa agropecuária e não desenvolve pesquisas ou consultoria em projetos de industrialização de soja. Apenas orientamos sobre produtos a serem produzidos e equipamentos utilizados. Em nossa página na internet - www.cnpso.embrapa.br - no programa Soja na Mesa, estão listadas as empresas que comercializam equipamentos para industrialização da soja. No site, também é possível encontrar receitas, que estão sendo muito utilizadas por pequenos empreendedores em seus negócios. A Embrapa possui ainda um Centro especializado em Tecnologias de Alimentos, a Embrapa Agroindústria de Alimentos, que também poderá orientar quanto a industrialização da soja e de outros produtos.

44. A Embrapa Soja fornece sementes de soja?

A Embrapa Soja não tem condições de atender a demanda por doação de soja, mas o grão pode ser encontrado em feiras livres, supermercados e lojas de produtos naturais.


Fonte: Embrapa Soja
http://www.lactosoja.com.br/faq_soja.asp

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Pedido de esclarecimento à DGAV, Ministério da Agricultura, Ordem dos Médicos Veterinarios, GNR, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e Junta de Freguesia de Segura
PARA: dirgeral@dgv.min-agricultura.pt; secretariado.direccao@dgv.min-agricultura.pt; secretariado.direccao@dgv.min-agricultura.pt; omv@omv.pt; gabinete.ministro@mamaot.gov.pt; gabinete.sea@mamaot.gov.pt; gabinete.seaot@mamaot.gov.pt; cmidanha@gmail.com; turismo.cmidanha@iol.pt; info@turismodenatureza.com; gnr@gnr.pt; gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_psd@psd.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, bloco.esquerda@be.parlamento.pt, gp_pcp@pcp.parlamento.pt, PEV.correio@pev.parlamento.pt;

Com CC para: portugalabolicaotouradas@gmail.com



Ex.mos Srs.,

Sendo público que o abate a tiro, de gado bovino, na freguesia de Segura, Concelho de Idanha-a-Nova, foi retomado a 26 de novembro do presente ano até que se constate a morte de todos os animais, solicita-se a suspensão do mesmo.

Tendo em conta que estes animais são propriedade do médico veterinário Eduardo Nuno Pereira Marques, com a cédula profissional 1102 e em exercício da sua profissão na Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, solicitamos, de igual forma, que o mesmo seja responsabilizado pelos atos de abandono e negligência de cuidados aos ditos animais, bem como, por má conduta profissional enquanto proprietário destes animais, assim como e por consequência de ter transformado este caso num problema de saúde e segurança pública.

Considerada esta situação de gravidade ao nível da segurança e saúde pública, segundo informação da própria Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), obrigando a mesma a intervir, solicita-se que:

- Todos os animais considerados recuperáveis permaneçam na propriedade, e, seja imputado na totalidade ao seu proprietário cuidados obrigatórios ao nível sanitário de acordo com as normas vigentes; Alimentação e água em quantidades suficientes para que os mesmos não sejam obrigados a se deslocarem para a localidade ou outras propriedades em busca dos mesmos; e a obrigatoriedade de manutenção e conservação da propriedade, no sentido de que a mesma se encontre vedada e sinalizada para segurança de todos os habitantes e proprietários vizinhos, na medida em que os animais fiquem circunscritos à mesma;

- Seja a DGAV obrigada a criar uma estrutura para um abate correto no local, segundo as normas de bem-estar animal vigentes na lei, para todos os animais que se encontrem doentes e para todos os que devido ao seu abandono por parte do seu proprietário, se encontrem de tal forma assilvestrados que não possam ser recuperáveis;

- Seja facultado publicamente a comprovação, por parte da DGAV, dos animais que se encontram doentes, nomeadamente ao nível da Tuberculose e BSE, doenças estas utilizadas como justificação, aos média pela parte do senhor director da DGAV, Nuno Vieira e Brito, como existentes naqueles animais;

- No caso da BSE, e sendo uma doença que tem um processo de contágio, não existindo casos assinalados no concelho, e os animais viverem no campo alimentando-se do pasto existente, pedimos igualmente à DGAV um comunicado público, no qual justifique a ocorrência de casos nestes animais.

Solicita-se, também, um esclarecimento público à DGAV, Ministério da Agricultura, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Junta de Freguesia de Segura, Guarda Nacional Republicana (GNR) e Ordem dos Médicos Veterinários, no qual justifiquem o motivo pelo qual não atuaram, na devida altura, dando uma resposta imediata na resolução deste problema que se arrastou por 10 anos, sendo que existiram queixas desde o seu início.

Finalizando cabe ao CAPT referir que condena a forma como a DGAV se limitou a dar instruções à GNR para o abate a tiro destes animais, não criando condições ou uma estrutura para resolver esta situação através de um abate ético a estes animais.

Atentamente,


CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal - Movimento Português Anti-tauromaquia

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E-mail enviado por uma cidadã indignada e resposta da DGAV (26 Nov 2012)
  • 1º e-mail enviado para a DGAV:


Exmos Senhores,

Queria deixar um apelo como cidadão/ã que crê que a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, como pessoa de direito público que é e dotada de poderes de autoridade, tem uma especial responsabilidade no que toca aos procedimentos e métodos que utiliza para resolver as situações que envolvem sobrepopulação de animais.

O procedimento adoptado em relação à manada errante de gado bovino na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova, parece-me chocar frontalmente com a missão da DGAV, tal como definida nos seus estatutos (art. 2º nº 1 e nº 2 a) do Decreto Regulamentar nº 31/2012 de 13 Março), pois não acautela por nenhuma forma o bem estar daqueles animais.

Ainda que se entenda que a occisão dos animais é a unica via possível esta deve obedecer a critérios que se prendem com o bem estar dos animais a abater, e que constam do DL nº 28/96 de 2 de Abril e do Regulamento do Conselho nº 1099/2009 de 24 de Setembro.

Desde logo o art. 3º do anexo A do referido DL quando refere que: "os animais devem ser manuseados de forma a evitar

qualquer excitação, dor ou sofrimento durante o encaminhamento,estabulação, imobilização, atordoamento,abate e occisão". Este artigo é aplicável inclusive em caso de occisão para combate de doença, tal como consta do art. 2º do Anexo F.

Ainda que se entenda que esta é uma situação de emergência (que diga-se que para uma emergência já se arrasta há demasiado tempo), o art. 11º do DL apenas afasta as disposições dos arts. 9º e 10º, nada dizendo quanto ao art. 3º, pelo que este se deverá considerar aplicável. No mesmo sentido vai o art. 3º nº 1 e 2 do citado Regulamento, aplicável ainda que se trate de occisão de emergência por determinação do art. 1º nº 2.

Neste sentido gostaria de saber o que foi ou está a ser concretamente feito para minimizar o sofrimento destes animais no abate, pois a informação que está disponível na comunicação social apenas refere o abate a tiro.

Por outro lado é sabido que a partir de 1 de Janeiro de 2013 será necessário um certificado de aptidão para abater animais, sendo esta uma preocupação do citado Regulamento e da própria DGAV. Posto isto cumpre perguntar que orientações técnicas foram dadas aos oficiais da GNR que estão a proceder ao abate em virtude de acautelar o sofrimento dos animais?

Uma situação que se arrasta há já tanto tempo deveria no mínimo ser resolvida com algum bom senso,cuidado e humanidade.

Consta que já não é a primeira operação de abate realizada e que nenhuma das operações anteriores resolveu o problema. Talvéz com um pouco mais de tempo fosse possível reunir várias entidades e finalmente encontrar uma solução que ponha cobro ao problema, duma forma eficaz e o menos danosa possível para os animais.

Considero, pelos dados que tenho, que esta operação em nenhum ponto acautela o interesse dos animais. Haverá por certo alguma forma de o fazer: a ser realmente necessário o abate, este deveria ser realizado de forma a não trazer angústia aos animais e por pessoas para tal qualificadas. Mesmo sendo absolutamente necessário o abate (algo que deveria ser ponderado com mais minúcia), deverá por certo ser possível poupar pelo menos alguns animais saudáveis e encaminhá-los para abrigos (algo que julgo poder afirmá-lo, não faltará na sociedade civil pessoas singulares e colectivas prontas a ajudar a tornar exequível).

Venho apelar para a cessação imediata desta operação e para que se comece a estudar solução definitiva, eficaz e humana para este problema, num contexto onde os interesses dos animais não sejam puro e simplesmente obliterados.

Já vai sendo tempo da actuação da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária se alinhar com a moral dominante na sociedade portuguesa.

  • 2º e-mail enviado e sendo a este que refere a resposta:


Boa tarde,

Venho apelar à DGAV para que não retome o abate dos bovinos na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova. Se esta situação já se arrasta há tantos anos será decerto possível dedicar mais tempo a encontrar uma solução mais humana para os animais que ainda não foram abatidos. Esta operação não abona a favor da imagem da DGAV junto dos cidadãos/contribuintes. Se a DGAV tiver ainda o bom senso de salvaguardar a vida e saúde de alguns animais talvéz seja o suficiente para inverter esta tendência e seria visto com muito bons olhos: provaria que a DGAV também se preocupa com o bem estar dos animais nas suas operações e não apenas em resolver problemas pela via mais fácil.
Apelo para o diálogo com ONGs de protecção animal.

Obrigada



  • Resposta enviada pela DGAV em 26 de Novembro de 2012:


Exma. Senhora

Na sequência da mensagem remetida, decorrente da existência de animais da espécie bovina em estado assilvestrado, cumpre à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) informar o seguinte:

1. A situação referida responsabiliza exclusivamente o proprietário/detentor dos animais; os bovinos em causa deixaram de ser controlados, não sendo cumpridos os dispositivos legais de Saúde e Bem-Estar Animal, nem de Identificação e Registo Animal, não sendo submetidos a qualquer tipo de maneio regular, pese embora se tratar de uma exploração em regime extensivo.

2. Para além das razões de segurança das populações que urgia salvaguardar e que infelizmente foram demonstradas pelos piores motivos em resultado de diversos acidentes (um dos quais fatal e que se encontra em investigação pelo Ministério Público), os animais em causa representam ainda um risco para a Saúde Pública o qual determinou o sequestro sanitário da exploração.

3. A iniciativa agora prosseguida e transmitida pela DGAV à comunicação social, foi tomada depois de esgotadas todas as possibilidades de acantonamento dos animais e materializa-se no abate dos bovinos assilvestrados, ainda presentes na exploração pecuária em causa e áreas limítrofes, em respeito pelos procedimentos do Código de Saúde dos Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

4. Devido ao facto dos animais se encontrarem assilvestrados foi inicialmente, decidido promover o acantonamento dos mesmos e posterior encaminhamento para matadouro, tendo como procedimento a possibilidade de comercialização das carcaças relativamente às quais fosse possível garantir a rastreabilidade (animais que não representassem risco para a Saúde Pública).

5. A metodologia prosseguida foi a de adotar diferentes técnicas, inicialmente de simples maneio, pela disponibilização de alimentos e pela recuperação de cercados destruídos ou instalando novas cercas e posteriormente recorrendo a cavaleiros profissionais e experientes no maneio e condução de gado bravo.

6. As iniciativas desenvolvidas revelaram-se ineficientes e ineficazes, ainda assim foi possível concluir que a rastreabilidade dos animais não poderia ser garantida pois, durante aquelas intervenções a nenhum dos animais foi detetada identificação oficial.

7. A DGAV preocupa-se com a proteção dos animais, cumprindo os dispositivos legais aplicáveis nesse domínio, foram aliás também as razões de proteção animal que justificaram as intervenções da DGAV, sendo que a operação em curso, representou derradeira tentativa de resolução da situação depois de esgotadas todas as outras possibilidades de acantonamento dos animais em causa.

8. A decisão da DGAV foi tomada tendo em conta a legislação e regulamentos da OIE, como referido, e no respeito pela legislação nacional e da União Europeia aplicáveis, sendo ditada, sublinha-se uma vez mais, por razões de Saúde Animal, de Saúde Pública e de segurança das populações. Sublinha-se, finalmente, que as circunstâncias descritas não obviam a responsabilização do detentor dos animais por danos e prejuízos causados, nem tão pouco o suporte dos custos das operações que foram desencadeadas.

9. A DGAV, no exercício das suas competências e atribuições, mantêm-se em contato com todas as organizações da Sociedade Civil, representativas dos sectores profissionais, empresarias ou outros que de alguma forma representem interesses relacionados com o exercício daquelas competências ou atribuições, nunca tendo recusado qualquer solicitação.

Certo de que a presente mensagem vai ao encontro das questões colocadas.

Cumprimentos

Miguel Ângelo Fernandes
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Largo da Academia Nacional das Belas Artes, 2
1249-105 LISBOA





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E-mail enviado para a Câmara de Idanha-a-Nova e Junta de Segura
Para: cmidanha@gmail.com; turismo.cmidanha@iol.pt

CC: portugalabolicaotouradas@gmail.com

Indignação pelo abate de bovinos em Idanha-a-Nova

Exmos. Srs.

Presidente da Autarquia de Idanha-a-Nova
Presidente da Junta de Freguesia de Segura


Tomamos conhecimento de que está a decorrer o abate de centenas de bovinos, como forma de solucionar a reprodução incontrolável, devido ao abandono desses animais, por parte do proprietário dos mesmos.

Desta forma, manifestamos o nosso total repúdio pela solução encontrada, sendo que passamos a excluir Idanha-a-Nova do nosso roteiro de férias.
Gostariamos, ainda, de recomendar que se desenvolvessem esforços para que os animais saudáveis fossem mantidos, no espaço devidamente vedado, alimentados e com acompanhamento veterinário. No caso dos animais que, por doença ou problemas de saúde publica, não sejam recuperáveis, que no abate dos mesmos se tenham em conta a normas de bem-estar animal, com o menor sofrimento para os mesmos.

Estamos certos de que compreenderão que a imagem de Idanha-a-Nova, aos níveis nacional e internacional, será manchada pela decisão fácil do abate, ficando como um lugar a não escolher por milhares de turistas.

Convictos do vosso bom senso, esperamos que sejam encontradas outras soluções que não passem pela morte e pela péssima imagem de uma zona tão bonita e propícia ao passeio, como é Idanha-a-Nova.

Com os melhores cumprimentos,



CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal - Movimento Português Anti-tauromaquia

portugalabolicaotouradas@gmail.com

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Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012
Envio de e-mail e resposta da DGAV
E-mail enviado:

ASSUNTO: Indignação pelo abate touros em Idanha-a-Nova

Ex.mos Srs,

Conforme veiculado pela comunicação social está a decorrer um abate indiscriminado de bovinos em Idanha-a-Nova.

Trata-se de uma operação envolta em crueldade. Ao invés de colocar em prática massacres destes dever-se-iam investir em soluções racionais e éticas que não passam por abater os problemas a tiro.

Abater bovinos a tiro, inclusive algumas vacas grávidas, outras acabadas de dar à luz, como descrevem alguns relatos, é um acto injustificado pois quem pratica estes actos não encontrando alternativa revela falta de conhecimento de outras formas de controle da situação e aceitar e subscrever esta chacina revela uma profunda incapacidade de empatia por outros seres vivos.

Não se resolvem problemas a tiro.


Assim sendo e tendo em conta que:

- este caso se arrasta há cerca de 10 anos, sem que nada tenha sido feito até agora pelas autoridades competentes para evitar chegar-se à situação atual;

- o cenário descrito pelas autoridades é o de uma área de cerca de 2000 hectares de terreno abandonado com 250 a 400 bovinos, encontrando-se o proprietário incontactável;

- não há certeza quanto à causa da morte de um habitante local pois a investigação está ainda em curso;

- os receios da população se prendem com a falta de segurança resultado da vandalização das vedações;

- as declarações da DGV sobre o assunto são vagas e contraditórias;

- por um lado diz não conseguir capturar os animais e por outro refere que foi detectado no MATADOURO um caso de BSE proveniente da zona, o que contradiz a afirmação anterior, além de não especificar a data em que foi detectada a doença; ora como a BSE só se transmite de forma vertical, de mãe para filho, ou através da ração, mais uma vez a DGV se contradiz, pois se o terreno está ao abandono e ninguém lá entra, seguramente que os animais não estarão a ser alimentados com ração, mas sim com o pasto existente, impossibilitando assim a transmissão da doença;


Venho desta forma solicitar a V. Exas que:

- interrompam de imediato a operação em curso porque não é ao tiro, numa indiscriminada e sanguinária operação, que se resolvem os problemas, sobretudo quando as maiores vítimas serão as que em nada contribuíram para a situação a que se chegou;

- a Câmara Municipal aloque verbas para reparar as vedações, já que estas foram danificadas por actos de vandalismo;

- sendo o terreno exemplar para manter estes animais em liberdade, não havendo por isso razão para os resgatar e muito menos abater, sendo necessário apenas garantir que têm onde se abrigar e acesso a água (o próprio terreno providencia o pasto), com cuidados veterinários contínuos, evitando desta forma que se aproximem das zonas habitadas, procedam as autoridades competentes com vista a tomar posse administrativa do terreno e enveredar os necessários esforços para tornar este local um santuário, o primeiro do género em Portugal, e que poderá até tornar-se um pólo de atracção turística, se tal projecto for devidamente pensado e colocado em prática;

Da mesma forma que V. Exas. tiveram competência para detectar os alegados casos de BSE, e a capacidade de organizar a operação de abate indiscriminado, terão também capacidade para tomar as necessárias diligências no sentido de permitir a vida livre e saudável dos animais ao mesmo tempo que asseguram a necessária segurança dos habitantes locais.

Na expectativa de que este apelo não caia em saco roto, continuarei atento ao desenvolvimento dos acontecimentos.

Melhores cumprimentos,


CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal






Resposta da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária 

Exmos. Senhores

Na sequência da mensagem remetida, decorrente da existência de animais da espécie bovina em estado assilvestrado, cumpre à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) informar o seguinte:

1. A iniciativa prosseguida na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova, de controlo de largas dezenas de animais da espécie bovina, não apenas errantes, mas animais que se encontram em estado assilvestrado e tal como transmitida pela DGAV à comunicação social, foi tomada depois de esgotadas todas as possibilidades de acantonamento dos animais e materializa-se no abate dos bovinos assilvestrados, ainda presentes na exploração pecuária em causa e áreas limítrofes, em respeito pelos procedimentos do Código de Saúde dos Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e demais normativos previstos na legislação veterinária.

2. Sublinha-se que foram procuradas todas as alternativas possíveis nomeadamente através de ações de maneio e contenção dos animais, as quais se revelaram impossíveis por os animais se encontrarem em estado assilvestrado a que não é estranho o facto de não serem cuidados ou manejados desde o ano 2005.

3. Na impossibilidade de proceder com normais medidas de maneio, foi concretizada operação de acantonamento do gado com cavaleiros campinos, experientes e habituados a cuidar de animais de raça brava, ainda assim, a indomabilidade desenvolvida por estes animais revelou a impossibilidade de concretizar o seu acantonamento e o número de animais encerrados foi muito limitado.

4. A situação de incumprimento da legislação de saúde e bem-estar animal, assim como de identificação e registo animal, ocorre desde 2005, como acima referido, sendo que a intervenção promovida pela DGAV teve como preocupação as questões que decorrem precisamente do incumprimento dos normativos de proteção e saúde dos próprios animais, mas também de outros de explorações vizinhas, assim como dos das espécies cinegéticas.

5. Tal como referido, a occisão dos animais, nestas circunstâncias, foi promovida em respeito pelas orientações da OIE, quer relativamente à minimização do sofrimento e angústia dos animais, que se sublinha perderam a domesticidade que os caracteriza despois de várias gerações sem maneio ou contacto humano, quer relativamente aos aspetos técnicos aplicáveis no ato de occisão, nomeadamente o planeamento da ação, a localização prévia dos animais, o número, experiência e conhecimento do terreno dos intervenientes mobilizados para o efeito, os meios utilizados, incluindo a possibilidade de utilização de recursos anestésicos e de atordoamento imediato.

6. Devemos enfatizar que a intervenção da DGAV teve como primeira preocupação precisamente a proteção e saúde dos animais que, por razões que responsabilizam exclusivamente o proprietário dos mesmos, não beneficiam dos devidos cuidados e maneio, mau grado o facto da DGAV ter cumprido todos os desideratos da legislação aplicável, no quadro da qual foram desencadeadas inúmeras intervenções, incluindo dezenas de processos de contraordenação, sempre em respeito pelos princípios legais aplicáveis.

7. A intervenção da DGAV foi ainda determinada por razões de segurança das populações, já que a falta de maneio dos animais e seu controlo conduziu a dezenas de acidentes com graves prejuízos materiais e pessoais, alguns dos quais dirimidos em sede de processo judicial a favor dos queixosos. Recentemente, a morte de um pastor na região, que tudo indica tenha resultado de um ataque por um dos animais, embora esteja em investigação pelo Ministério Público, representa apenas a situação de maior gravidade.

8. Finalmente, reafirma-se que a decisão tomada foi devidamente ponderada, tendo tido em conta a legislação e regulamentos da OIE, como já mencionado, e a legislação nacional e da União Europeia aplicáveis. Tal decisão foi ditada por razões de Saúde Animal, de Saúde Pública e de segurança das populações e esgotadas que foram sucessivamente todas as outras hipóteses de controlo da situação, sendo que as circunstâncias descritas não obviam a responsabilização do detentor dos animais por danos e prejuízos causados, nem tão pouco o suporte dos custos das operações que foram desencadeadas. A possibilidade de encaminhar os animais para abrigos não se colocou, não só porque sob o ponto de vista estritamente regulamentar a possibilidade não estar prevista, como também por a mesma não garantir o bem-estar animal dado o estado assilvestrado desenvolvido.

Agradeço as preocupações expressas e a chamada de atenção, tendo como certo de que a presente mensagem vai ao encontro do esclarecimento solicitado.

Cumprimentos,

Miguel Ângelo Fernandes
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Largo da Academia Nacional das Belas Artes, 2
1249-105 LISBOA

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publicado por Maluvfx às 06:28
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Sexta-feira, 16 de Novembro de 2012
Byron. um Labrador Especial!
Kate Cross sofre de uma rara doença chamada Síndrome de Ehlers-Danlos.
Isso faz com que as suas juntas fiquem tão fracas que até mesmo o ato de abrir uma porta pode deslocar seu ombro, cotovelo ou punho.
Realizar qualquer tarefa do dia a dia seria impossível para ela…

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Até que ela conheceu Byron, um labrador.

Ela não saia de casa sozinha por anos até receber a ajuda de Byron em 2007. Agora seu companheiro fiel.

Ele ajuda a atravessar a rua…

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Coloca as roupas na máquina de lavar…

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Faz a cama e ajuda a pegar algumas coisas na geladeira…

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Sabe sacar dinheiro, para que ela só precise digitar a senha…

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Ajuda nas compras…

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E até paga…

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Ajuda a lavar seu pratinho de comida.

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E depois ainda ajuda a dona a esticar as pernas no sofá…

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Kate Cross agora chama Byron de seu melhor amigo.

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publicado por Maluvfx às 09:47
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Domingo, 11 de Novembro de 2012
Histórias de animais abandonados por causa da crise e que conseguiram sobreviver

Por Lucília Galha

Napoleão foi vítima de uma tentativa de enforcamento, Megan foi deixada no lixo e Sara foi atirada de um carro em andamento. Há animais abandonados para morrer e que, mesmo assim, conseguem recuperar. Seis histórias comoventes

Napoleão foi abandonado com um arame de ferro enrolado à volta do pescoço – estava tão apertado que toda a zona ficou com feridas profundas. Terá sido vítima de uma tentativa de enforcamento. O cão andava a deambular há algum tempo perto do parque de campismo da Costa de Caparica. Um dia, à tarde, três voluntários da União Zoófila foram buscá-lo.

O resgate foi difícil e demorou mais de uma hora. Primeiro, foi preciso localizar o animal; depois, tentaram atraí-lo com comida, misturada com tranquilizante, para o adormecerem. Por duas vezes, o cão comeu e fugiu. Era Verão, estava muito calor mas, embora desidratado, o animal ainda resistiu. Só passados 45 minutos começou a cambalear e, por fim, deitou-se no chão e adormeceu.

Quando, nessa mesma tarde, Napoleão entrou no consultório de Luísa Filipe, directora clínica da União Zoófila, a médica ficou surpreendida. “Pensei que não iria sobreviver”, conta. O cão tinha muita febre e estava abatido. Foi logo sedado para retirar o arame – os médicos tiveram de usar um alicate.

“O arame passava-lhe de fora para dentro do pescoço como se fosse um atacador. Nunca tinha visto nada assim”, lembra a veterinária. A cirurgia durou cerca de três horas. Durante mais de 15 dias, o cão voltou diariamente ao hospital para fazer o penso, tomou antibióticos e anti-inflamatórios e também fez medicação para suportar a dor.

O abandono de animais domésticos acontece todos os anos e agrava-se nos períodos de férias, sobretudo no Verão. Mas, agora, há mais uma razão: a crise.

“As pessoas levam-nos às consultas cada vez mais tarde, deixam-nos adoecer até à última e as vacinas também estão atrasadas. Isto acontece até com pessoas que antes cumpriam escrupulosamente”, diz à SÁBADO Luísa Filipe, directora clínica da União Zoófila. A associação está sobrelotada (tem 550 cães e 200 gatos), estão mais animais por metro quadrado do que seria desejável e não se consegue responder a todas as solicitações.

Carregue na foto seguinte para continuar a ler.
Animais abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
Napoleão
Como foi abandonado 
Tinha um arame de ferro enrolado à volta do pescoço
Como recuperou
O treinador começou por pôr a coleira no chão só para o cão a cheirar. Só ao fim de seis semanas conseguiu pôr-lha ao pescoço

Fisicamente, Napoleão ficou bom ao fim de algumas semanas. Mas demorou mais tempo a recuperar do estado de choque. No início, não saía do seu compartimento e tremia quando alguém se aproximava. “Os cães são altamente sociáveis, mas ele não queria relacionar-se com os humanos de forma alguma”, conta à SÁBADO Miguel Oliveira, treinador da escola de cães Caniteam. Primeiro, só ia à rua ao colo e mais tarde começou a sair sozinho e a dar-se com os outros animais. Preta, uma das cadelas com que partilhava o espaço, foi fundamental para a recuperação. “Os cães tendem a viver em matilha, não conseguem estar sozinhos. Ele aceitou a Preta e formaram uma matilha. Ela ajudou-o porque é sociável e ele, aos poucos, passou a andar atrás dela. Os elementos da matilha copiam-se”, explica o treinador.

Miguel Oliveira acompanha Napoleão desde o início do ano. Está com ele uma vez por semana durante 45 minutos. O seu trabalho tem sido gradual. Nos primeiros tempos, o treinador sentava-se de costas junto ao cão para ele conhecer o seu cheiro. Depois, começou a fazer festas à Preta – “para que o Napoleão percebesse que ela me aceitava”, explica. A seguir, deu-lhe a cheirar uma coleira para se ir familiarizando com o objecto. Ao fim de seis sessões conseguiu colocar-lhe a coleira ao pescoço. Foi a primeira grande vitória. O cão ficou imóvel, mas não tentou tirá-la. “Ele é que escolheu os tempos para os meus pequenos avanços. Só depois de ter a sua confiança é que consegui que começasse a melhorar”, diz.

Quando o treinador foi dar um passeio com Napoleão no parque florestal de Monsanto, o cão aceitou a coleira e passeou sozinho. Mas ainda não recuperou totalmente. “Afasta-se quando alguém lhe tenta fazer uma festa. O trabalho com ele não começou do zero mas do menos 10”, diz Miguel Oliveira. Agora, o objectivo é arranjar-lhe uma família.
Animais abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
V
Como foi abandonado 

Foi largado em Loures depois de ter sido espancado consecutivamente
Como recuperou 
Ficou num quarto sozinho só na companhia dos pássaros

Com a crise surgiram dois tipos de situações. “Há aquelas pessoas com dificuldades económicas que pedem ajuda para as despesas, gostam dos seus animais e não os deixam; e há outras que os querem abandonar e dão a crise como desculpa” explica Tânia Silva, da Animais de Rua.

A associação recebe cada vez mais pedidos por email e já não consegue dar uma casa a todos os animais que recolhe na rua. Este ano já entregou 113, mas ainda tem outros 135 para adopção. “E como o ano ainda não acabou, muito provavelmente vão surgir mais”, diz a responsável. A Chão dos Bichos está a passar pelo mesmo problema. Entre Maio e Dezembro do ano passado deu 130 animais; este ano, no mesmo período, só ainda entregou seis.

Segundo a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, até Setembro foram deixados nos canis municipais 4.262 cães e 1.059 gatos. Contudo, além destes, há ainda aqueles que são recolhidos ou abandonados nas associações e os que ficam na rua. “O abandono está a aumentar de dia para dia”, garante à SÁBADO o veterinário Nóbrega Faria.

No Centro de Recolha e Protecção Animal do Vale do Douro Norte, onde trabalha, a tendência inverteu-se completamente. Antes, 70% dos animais eram apanhados na rua e só 30% eram entregues na associação. Agora é ao contrário. “As pessoas alegam que não têm condições. Acredito que o desemprego seja a principal razão”, diz.
Animais abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
Rainbow
Como foi abandonado 

Foi atirado por cima de uma rede com dois metros
Como recuperou
Rita Silva, que o acolheu, construiu-lhe uma casa com caixotes para ele se sentir seguro

Rainbow, um cão rafeiro, preto às manchas brancas, foi atirado por cima de uma rede com mais de dois metros para a casa de Rita Silva. Faz agora quatro meses. A presidente da Associação Animal só deu por ele porque os seus outros cães começaram a ladrar. Na altura, chovia muito e o animal estava assustado. “O nome vem daí, porque atrás do sítio onde o encontrei apareceu naquela altura um arco-íris”, diz. Rainbow estava muito magro, tinha uma pata partida (uma fractura antiga, que já tinha formado calo), estava cheio de carraças e ficou com a barriga cheia de cortes por causa da queda.

Durante as duas primeiras semanas, depois do abandono, o animal permaneceu praticamente imóvel. Estava muito traumatizado. Rita pô-lo numa sala isolado dos outros cães e arranjou uns caixotes para lhe construir uma espécie de casa. A ideia era que se sentisse seguro. Para o alimentar, dava-lhe a comida na mão, mas não se aproximava, para não o assustar. Com o tempo, foi retirando os caixotes e deixando lá a comida para que o cão se alimentasse sozinho. “Só agora, quatro meses depois, é que ele se chega a mim sem receios. Mas ainda foge se tento fazer-lhe festas sem ser ele a pedir.”

Há uma diferença entre os animais doentes e os que foram abandonados: o medo. “Estes últimos têm o stresse adicional do abandono. O animal teve contacto com uma pessoa, foi deixado num espaço físico que não conhece e depara-se com a realidade de ter de procurar comida e água, coisa a que não estava habituado. Passa muito tempo sem comer, pode estar desidratado e parasitado e está numa situação de grande fragilidade” explica à SÁBADO o veterinário Joaquim Henriques.

Megan, uma cadela pequena, com apenas 5 kg, foi atacada por um cão de 40 kg que pegou nela pelo pescoço, com os dentes, e a sacudiu até se cansar, entregando-a no fim ao seu dono como se fosse um troféu. Em vez de ajudar a cadela, o proprietário do animal agarrou nela e atirou-a para o lixo.

Houve pessoas que assistiram e chamaram a polícia, mas não foi possível fazer nada contra o homem. “A cadela não tinha dono, não havia ninguém a quem se pudesse pedir responsabilidades”, diz Cláudia Martins, voluntária da Associação Animais de Rua. Em Portugal, o abandono só é punido (com coimas que vão dos 250 aos 3740 euros) se o animal estiver identificado e for possível localizar o dono ou se a pessoa que faz a denúncia presenciar o abandono.

Quando este episódio aconteceu, Megan já vivia na rua há cerca de um mês. Ela e mais três cadelas (presumivelmente suas irmãs) foram deixadas num pinhal perto de Gaia. Uma voluntária da Animais de Rua acompanhou a situação desde o início e, no mínimo duas vezes por dia, deslocava-se ao local para as alimentar.
Aniamis abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
Megan
Como foi abandonada

Foi atirada para o lixo depois de um cão a ter atacado
Como recuperou 
Ao ver Magui, sua irmã, a brincar com as pessoas, começou a imitá-la. A cadela ajudou-a a recuperar a confiança

Megan foi resgatada do lixo em choque e levada de imediato para o veterinário. Tinha quatro feridas profundas no pescoço, mais três na zona do lombo e outras espalhadas pelo corpo. Estava coberta de sangue e assim que a veterinária a pôs em cima da marquesa as pulgas que tinha no corpo saltaram – já estava a ficar fria, estava perto da morte.

Na mesma altura, a cadela também sofreu um aborto espontâneo. Os médicos limparam e drenaram-lhe as feridas, mas a prioridade foi deixá-la quieta, só a soro, para recuperar do choque. Logo nesse dia, Megan foi para casa de Cláudia Martins – que cuidou dela enquanto esteve em recuperação. “Quando a vi tive um choque, é raro vermos um animal de porte tão pequeno na rua. Ela estava muito assustada.”

A cadela ficou numa cama na cozinha da casa, com acesso ao terraço, mas durante dois dias não se levantou. Só se mexia quando Cláudia Martins lhe mudava o cobertor onde estava deitada, porque as feridas continuavam abertas e a drenar, e também na altura de fazer os pensos, duas vezes por dia. “Tinha de lhe limpar as feridas com água e Betadine. Ela deixava fazer tudo mas tremia ao ponto de se ouvir o ranger dos seus dentes”, conta a voluntária.

A cadela só começou a ganhar confiança quando, duas semanas depois, Magui (uma das irmãs que tinha ficado no pinhal) se juntou a ela. Magui gostava de se dar com as pessoas. Ao vê-la brincar, Megan começou a querer imitá-la.

“Era muito desconfiada mas, tendo a Magui ao lado, que corria para nós e pedia mimos, começou a perceber que nem todas as pessoas fazem mal”, diz Cláudia Martins à SÁBADO. Esta ligação entre as duas cadelas, contudo, não estava relacionada com o facto de serem irmãs. “A partir dos 2 meses, os cães não têm esse sentido de família. Aconteceu porque elas formaram uma matilha”, explica o treinador _Miguel Oliveira. Em Fevereiro, cerca de um mês depois de ter sido abandonada, Megan foi acolhida por uma nova família que também acabou por ficar com a sua irmã.

Apesar de ter sido abandonado para morrer, Seth também recuperou. Estava caído dentro de uma valeta numa estrada perto de Vila Franca de Xira. “Foi atropelado e os carros atiraram-no de um lado para o outro como se fosse uma bola. Até que um lhe acertou com tanta força que o animal caiu para fora da estrada”, conta Rita Silva, responsável da Associação Animal. Segundo os médicos que o assistiram, o cão estava com uma desidratação profunda e já não teria mais do que quatro horas de vida.

Os veterinários acreditam que os animais têm uma capacidade superior de lidar com situações de stresse e dor. Por uma razão: não pensam. “A inconsciência da gravidade da situação ajuda a que não haja um stresse adicional”, explica Joaquim Henriques.
Animais abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
Sara
Como foi abandonada

Foi atirada de um carro em andamento. Estava grávida
Como recuperou
Ana Sousa, sua nova dona, comprava-lhe petiscos como ração gourmet para a conquistar

Além de desidratado, Seth tinha dois tumores malignos e várias fracturas: na pata esquerda traseira, que estava partida em vários sítios, no fémur e na articulação do cotovelo direito. Foi submetido a duas cirurgias e colocaram-lhe ferros para fixar os ossos partidos. Nos primeiros tempos, reagia mal a qualquer contacto com as pessoas. Para o alimentarem, os veterinários do Hospital do Restelo davam-lhe ração com uma pinça. Só foi para casa ao fim de dois meses.

Rita Silva preparou tudo para a sua chegada: esvaziou a arrecadação da casa e fez-lhe uma cama com cobertores. Também pôs um rádio na divisão para que o animal se sentisse acompanhado. Cinco a seis vezes ao dia, ajudava-o a levantar-se. “Púnhamos-lhe a trela debaixo da barriga para o elevar e amparávamos atrás para que não caísse”, descreve. Mais difícil era fazer-lhe os pensos: a operação demorava cerca de 20 minutos e nem sempre Rita a terminava sem Seth lhe morder.

Os tratamentos prolongaram-se por quase nove meses. Durante esse tempo, o cão teve de fazer muita fisioterapia para recuperar o movimento da pata traseira – aquela que tinha ficado mais afectada. Rita Silva ajudou-o sempre: punha-lhe a trela debaixo da pata e ensinava-o a andar. Repetia o exercício várias vezes ao dia. Esse trabalho acabou por compensar: sete meses depois, Seth já andava sozinho outra vez. Nunca teve uma pata completamente normal, mas adaptou-se. Foi resgatado no início de 2008 e acabou por morrer em Novembro do ano passado, de velhice.

As situações mais frequentes de abandono ocorrem com animais doentes, sobretudo com problemas crónicos que implicam despesas continuadas, e com os mais velhos. “Os cães evoluem na saúde como os humanos, começam a ter cataratas, problemas de coração, e isso tem custos elevados”, diz Tânia Silva, da Animais de Rua.

Sara, uma gata, terá sido vítima de outra situação de abandono muito comum, que se dá quando o animal engravida. Foi atirada de um carro em movimento na Segunda Circular, em Lisboa. O incidente aconteceu há cerca de um ano, no Verão. No fim de uma tarde de quinta-feira, Ana Sousa, presidente da Associação Chão dos Bichos, estava parada no trânsito quando viu uma gata saltar por cima dos capôs dos carros. Assustado, o animal acabou por se refugiar debaixo de um deles e já só saiu dali com a ajuda de Ana.

Sara estava bem tratada, tinha o pêlo bonito e não tinha pulgas. Mas estava grávida. “Penso que terá sido por isso que se livraram do animal”, acredita a responsável. Logo nesse dia, fez uma ecografia na veterinária para perceber se a queda tinha afectado as crias. Aparentemente, estavam todas vivas. Contudo, no sábado de manhã, quando deu à luz, só uma de quatro sobreviveu.
Animais abandonados por causa da crise que conseguiram sobreviver
Babes
Como foi abandonado

A mãe, Sara, foi atirada de um carro em movimento grávida dele e de mais três crias. Só Babes resistiu
Como recuperou 
Foi preciso ensiná-lo a comer, partindo-lhe a ração e pondo-lha na boca

O abandono foi de tal forma traumatizante que a gata esteve um mês escondida dentro de um forno a lenha que Ana tem na sua sala de estar. Foi lá que teve as suas crias. “Tentei várias vezes que ela saísse, tapava o forno com uma placa, punha-lhe latas de comida gourmet, caríssimas, cá fora e tirava-lhe a cria. Ela saía, agarrava-a e voltava para lá”, conta Ana. Houve ainda outra consequência: Babes, filho de Sara, ficou com graves problemas neurológicos por causa da queda. Não consegue correr nem saltar, tem dificuldades de equilíbrio e não tem noção do perigo.

Sara foi a primeira a perceber que o seu filho não era normal. Babes começou a ficar magro, porque não conseguia comer sozinho, e foi ela quem chamou a atenção de Ana. Sempre que a cria se aproximava da ração, a gata miava muito alto, como se estivesse a pedir ajuda. “Ele agarrava e largava os bagos de ração, porque não sabia como se comia. Comecei então a partir-lhe a ração e a pô-la na boca dele para ele perceber que tem de mastigar.”

Sara acompanha-o de perto desde então: quando Babes sobe um degrau, vai logo para junto dele para impedir que caia (porque a cria não consegue descer sozinha) e também o ajuda. “Ele não se lava como os outros gatos, lambe-se mas não consegue limpar o focinho com a pata. Então, é ela que faz isso por ele”, diz a responsável da Associação Chão dos Bichos.

Já casos como o de V, um cão deixado ao abandono em condições extremas (quase sem pêlo, cheio de feridas e muito magro), não se viam em Portugal há cerca de cinco anos. “Agora começaram a existir novamente. Desde o início do Verão que se vêem aqueles cães doentes, esqueléticos, que vagueiam desamparados. Regredimos, e muito”, diz Ana Sousa.

O animal andava por Bucelas, no concelho de Loures, há vários dias quando foi resgatado. Além do aspecto de doente, tinha um hematoma quase do tamanho de uma bola de andebol na barriga. Rita Silva e mais um voluntário da Associação Animal precisaram de quatro horas para o conseguirem apanhar: o cão, de grande dimensão, estava muito assustado e fugia sempre que se aproximavam.

Os veterinários do Hospital do Restelo diagnosticaram-lhe um problema crónico na tiróide (que tinha feito com que o pêlo caísse). Quanto ao hematoma, acreditam ter sido consequência de espancamentos sucessivos. Mas, como o cão não tinha chip, nunca se saberá o que realmente aconteceu.

Fonte: Sábado


publicado por Maluvfx às 03:14
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Sábado, 10 de Novembro de 2012
Idanha-a-Nova

Caríssimos amigos,

No seguimento do caso de Idanha-a-Nova, em concreto sobre a operação em curso para acantonamento e abate dos bovinos, a posição do CAPT é a seguinte:

Tendo em conta que:

1. o CAPT é um movimento informal que reúne abolicionistas da tauromaquia, e que, não tendo personalidade jurídica, nada pode fazer de forma oficial;

2. o CAPT, apesar de nada poder fazer do ponto de vista legal, tem a obrigação de apresentar a sua opinião e consequentes sugestões, sem desprimor da livre iniciativa;

3. este caso se arrasta há cerca de 12 anos, sem que nada tenha sido feito até agora para evitar chegar-se à situação atual;

4. o cenário descrito pelas autoridades - uma área de cerca de 2000 hectares de terreno abandonado com 250 a 400 bovinos, encontrando-se o proprietário incontactável;

5. os contactos efectuados por participantes deste movimento junto das autoridades locais e nacionais não obtiveram respostas esclarecedoras, tendo cada uma das entidades envolvidas - Câmara Municipal, Direção Geral de Veterinária e Ministério Público - alijado responsabilidades, não nos tendo sido permitido sequer apresentar sugestões para a resolução do problema;

6. não há certeza quanto à causa da morte de um habitante local pois a investigação está ainda em curso;

7. os receios da população se prendem com a falta de segurança resultado da vandalização das vedações;

8. as declarações da DGV sobre o assunto são vagas e contraditórias - por um lado diz não conseguir capturar os animais e por outro refere que foi detectado no MATADOURO um caso de BSE proveniente da zona, o que contradiz a afirmação anterior, além de não especificar a data em que foi detectada a doença; ora como a BSE só se transmite de forma vertical, de mãe para filho, ou através da ração, mais uma vez a DGV se contradiz, pois se o terreno está ao abandono e ninguém lá entra, seguramente que os animais não estarão a ser alimentados com ração, mas sim com o pasto existente, impossibilitando assim a transmissão da doença;

Entendemos que

1. deverá ser a Câmara Municipal a alocar verbas para reparar as vedações, já que estas foram danificadas por actos de vandalismo;

2. o terreno é exemplar para manter estes animais em liberdade, não havendo por isso razão para os resgatar e muito menos abater, sendo necessário apenas garantir que têm onde se abrigar e acesso a água (o próprio terreno providencia o pasto), evitando desta forma que se aproximem das zonas habitadas;

3. porque essencialmente entendemos que não é ao tiro, numa indiscriminada e sanguinária operação, que se resolvem os problemas, sobretudo quando as maiores vítimas serão as que em nada contribuíram para a situação a que se chegou;

4. da mesma forma que as autoridades tiveram competência para detectar os alegados casos de BSE, e a capacidade de organizar a operação de abate indiscriminado, terão também capacidade para tomar as necessárias diligências no sentido de permitir a vida livre e saudável dos animais ao mesmo tempo que asseguram a necessária segurança dos habitantes locais;

Para tal apelamos aos nossos amigos que, caso concordem com o exposto e independentemente da livre iniciativa, nos auxiliem:

- disponibilizando para o nosso email - PortugalAbolicaotouradas@gmail.com  -, informações importantes acerca do terreno, da operação em curso, legislação e até ideias que possam ter;

- em caso de habitante local disponibilizando-se para ser interlocutor entre o nosso movimento e as autoridades locais, no sentido de se chegar a alguma solução equilibrada e ponderada;

- participando das acções que vamos entretanto anunciar.

Toda a ajuda é importante e este é mais um dos momentos em que importa a união e de nada interessa a crítica fácil e vazia de conteúdo.

Obrigado a todos.

CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal

Movimento Português Anti-tauromaquia




publicado por Maluvfx às 12:38
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Quinta-feira, 8 de Novembro de 2012
O percurso do cavalo usado para toureio
Por: Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Como animal de fuga que é, procuraria a segurança, pondo-se à distância daquilo de que desconfia ou que considera ser perigoso.

No treino e na lide montada, ele é dominado pelo cavaleiro com os ferros na boca, mais ou menos serrilhados, puxados pelas rédeas e actuando sobre as gengivas (freio; bridão - com accção de alavanca, ambos apertados contra as gengivas por uma corrente de metal à volta do maxilar inferior– barbela), coisas muito castigadoras. É incitado pela voz do cavaleiro e por outras acções, chamadas hipocritamente de “ajudas”, como sejam de esporas que são cravadas provocando muita dor e até feridas sangrentas.

Ele é impelido para a frente para fugir à acção das esporas, devido à dor que elas lhe provocam e a voltar-se pela dor na boca e pelo inclinar do corpo do cavaleiro ou a ser parado por tracção nas rédeas.

Resumindo: o cavalo é obrigado a enfrentar o touro pelo respeito/receio que tem do cavaleiro, que o domina e o castiga, até cravando-lhe esporas no ventre e provocando-lhe dor e desequilíbrio na boca.
Isso transtorna-o de tal maneira, que o desconcentra do perigo que o touro para ele representa de ferimento e de morte e quase o faz abstrair disso.

É, portanto, uma aberração, comprovativa da maior hipocrisia, quando cavaleiros tauromáquicos afirmam gostarem muito dos seus cavalos e lhes quererem proporcionar o bem estar.

Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.



Fonte das fotos: bolasetetouradas.blogspot




publicado por Maluvfx às 04:09
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