Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.

Segunda-feira, 19 de Março de 2012
Dia Mundial Sem Carne
O Dia Mundial sem Carne é um evento internacional, promovido pela FARM (Farm Animal Reform Movement), e seu objetivo é mostrar para a população em geral que é possível viver de forma saudável e prazerosa sem fazer uso de alimentos de origem animal. E que esta opção oferece inúmeras vantagens, tanto para o indivíduo quanto para o planeta. 
Farm

Veja:

Saúde
Quem não come carne corre menos riscos de sofrer distúrbios do coração, de contrair câncer (especialmente de cólon e do intestino) e de enfrentar problemas como obesidade, hipertensão e diabetes. E também fica livre das doenças diretamente relacionadas ao consumo da carne, tais como a salmonela, a toxoplasmose, a gripe do frango e a doença da vaca louca, que já fizeram milhares de vítimas no mundo todo.

Meio ambiente
Florestas inteiras são devastadas para darem lugar a pastos. A emissão de gás metano, expelido pelo gado bovino, é uma das principais causas de poluição do ar e da destruição da camada de ozônio. Além disso, a indústria da carne é a maior poluidora das águas e destruidora do solo. Essa devastação pode comprometer de maneira irreversível a sobrevivência das gerações futuras!

Fome mundial
A maior parte dos grãos e da soja produzidos hoje no planeta destina-se à produção de rações utilizadas na engorda dos animais de corte. Se estes grãos fossem usados diretamente na alimentação humana, haveria comida mais do que suficiente para todas pessoas do mundo. Parece utopia, mas não é: acabar com a fome é possível!



Respeito aos animais
Porcos, vacas, galinhas, perus, peixes, coelhos, cabritos... Todos estes animais, destinados majoritariamente ao abate, são sensíveis e inteligentes. Estudos científicos recentes comprovam: eles experimentam emoções como o medo e a angústia e sentem dor exatamente como nós, seres humanos. Ainda assim, todos os anos, a indústria da carne submete bilhões de animais a maus tratos, confinamento, manejo brutal e morte cruel. Será que isso está certo?


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<div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="clear: left; float: left; font-size: small; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5voXTYK1VI/AAAAAAAAA68/ovmpRmE-0jQ/s320/diamundialsemcarne.jpg" loading="lazy" /></span></span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit; line-height: 20px; text-align: justify;">O <b>Dia Mundial sem Carne</b> é um evento internacional, promovido pela </span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit; line-height: 20px; text-align: justify;"><b>FARM</b></span><span style="font-family: inherit; line-height: 20px; text-align: justify;"> (</span><i style="font-family: inherit; line-height: 20px; text-align: justify;"><a href="http://www.farmusa.org/" rel="noopener">Farm Animal Reform Movement</a></i><span style="font-family: inherit; line-height: 20px; text-align: justify;">), e seu objetivo é mostrar para a população em geral que é possível viver de forma saudável e prazerosa sem fazer uso de alimentos de origem animal. E que esta opção oferece inúmeras vantagens, tanto para o indivíduo quanto para o planeta. </span></div><div align="left" style="margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-weight: bold; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><img alt="Farm" height="51" src="http://www.farmusa.org/Banners/BNRFARM(234x60).jpg" width="200" loading="lazy" /></span></span></span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-weight: bold; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><img height="51" src="http://www.farmusa.org/Banners/MOJoin234X60.gif" width="200" loading="lazy" /></span></span></span></span><br /><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-weight: bold; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;">Veja:</span></span></span></span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;"><strong><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Saúde</span></span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Quem não come carne corre menos riscos de sofrer distúrbios do coração, de contrair câncer (especialmente de cólon e do intestino) e de enfrentar problemas como obesidade, hipertensão e diabetes. E também fica livre das doenças diretamente relacionadas ao consumo da carne, tais como a salmonela, a toxoplasmose, a gripe do frango e a doença da vaca louca, que já fizeram milhares de vítimas no mundo todo.</span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span><strong><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Meio ambiente</span></span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Florestas inteiras são devastadas para darem lugar a pastos. A emissão de gás metano, expelido pelo gado bovino, é uma das principais causas de poluição do ar e da destruição da camada de ozônio. Além disso, a indústria da carne é a maior poluidora das águas e destruidora do solo. Essa devastação pode comprometer de maneira irreversível a sobrevivência das gerações futuras!</span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span><strong><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Fome mundial</span></span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />A maior parte dos grãos e da soja produzidos hoje no planeta destina-se à produção de rações utilizadas na engorda dos animais de corte. Se estes grãos fossem usados diretamente na alimentação humana, haveria comida mais do que suficiente para todas pessoas do mundo. Parece utopia, mas não é: acabar com a fome é possível!</span></span><br /><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></span></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5wmHVcmvJI/AAAAAAAAA7U/_GVAPOZLh1k/s1600-h/1195991102_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><img border="0" height="370" src="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5wmHVcmvJI/AAAAAAAAA7U/_GVAPOZLh1k/s400/1195991102_f.jpg" width="400" loading="lazy" /></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-weight: normal; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span><strong><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Respeito aos animais</span></span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Porcos, vacas, galinhas, perus, peixes, coelhos, cabritos... Todos estes animais, destinados majoritariamente ao abate, são sensíveis e inteligentes. Estudos científicos recentes comprovam: eles experimentam emoções como o medo e a angústia e sentem dor exatamente como nós, seres humanos. Ainda assim, todos os anos, a indústria da carne submete bilhões de animais a maus tratos, confinamento, manejo brutal e morte cruel. Será que isso está certo?</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </i></span></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span></div><div style="line-height: 21px; margin-bottom: 0.21cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"></div><div align="justify" style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0.05cm; margin-right: 0.01cm; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><a href="http://universoalimentos.blogspot.com/2010/03/conheca-o-projeto-meatoutorg.html" http:="" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" www.meatout.org="" rel="noopener"><span style="color: black; font-family: inherit;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5wnohgLZMI/AAAAAAAAA7k/VjmHfNjEfDE/s320/MeatOUT1.jpg" loading="lazy" /></span></a><a href="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5wnohgLZMI/AAAAAAAAA7k/VjmHfNjEfDE/s1600-h/MeatOUT1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: inherit; font-size: small;"></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Iniciativa lançada nos EUA em 1985 pela <a href="http://www.farmusa.org/" rel="noopener">FARM</a> (Farm Animal Reform Movement), <a href="http://www.meatout.org/" rel="noopener">Dia Mundial Sem Carne</a></span><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"> é actualmente uma das maiores campanhas de sensibilização à dieta vegetariana realizada a nível mundial.</span></div></div><div align="justify" style="font-style: normal; line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Neste dia, as pessoas são convidadas a fazer uma alimentação alternativa, à base de vegetais e frutas e sem a ingestão de qualquer tipo de carne ou peixe. É a celebração da chegada da Primavera de uma forma diferente.</span></div></div><div style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/_1NG8bdbP2xE/S5vob4TZpZI/AAAAAAAAA7E/UzdaCAIGzNM/s1600-h/2055666596_178876faf1_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" rel="noopener"></a></span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div><div style="font-weight: bold; line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Vantagens de uma alimentação sem carne:</span></div></div><ul style="margin-bottom: 0px; margin-top: 5px; text-align: left;"><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Diminui o colesterol, reduzindo assim o risco de desenvolver doenças cardíacas, como um ataque cardíaco ou aterosclerose;</span></li><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Ajuda na prevenção do cancro, diabetes, obesidade e outras doenças crónicas;</span></li><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Evita que os animais sejam capturados, enclausurados, torturados, drogados e abatidos de forma agonizante.</span></li><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Preserva as fontes de produção de alimentos e água utilizadas na alimentação dos animais, permitindo assim alimentar a fome mundial;</span></li><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Diminui a poluição gerada pela utilização de pesticidas e adubos e libertação de gás metano (produzido pela fermentação do adubo orgânico) e gás de amónia (produzido pelo excremento dos animais);</span></li><li style="line-height: 21px; margin-bottom: 14px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Aumenta o nosso nível de energia, tornamo-nos então mais felizes e saudáveis.</span></li></ul><div align="justify" style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"> </span></div></div><div align="justify" style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O que se pode fazer neste dia</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">:</span></span></div></div><ul style="margin-bottom: 0px; margin-top: 5px; text-align: left;"><li><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Convidar a família ou amigos para ir a um restaurante vegetariano (descubra o restaurante mais próximo </span><a href="http://www.centrovegetariano.org/index.php?destin=restaurants" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">aqui</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">);</span></span></li><li><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Levar uns petiscos vegetarianos para o trabalho ou para a escola, para partilhar com os seus colegas (em </span><a href="http://www.centrovegetariano.org/receitas" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">receitas</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> encontra muitas sugestões de receitas);</span></span></li><li><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Distribuir folhetos sobre as vantagens de uma alimentação vegetariana (pode descarregar alguns exemplos </span><a href="http://www.centrovegetariano.org/index.php?cat_id=106" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">aqui </span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">);</span></span></li><li><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Assistir a um documentário que faça você refletir sobre as consequências do consumo de carne (</span><a href="http://cantinhovegetariano.blogspot.com/2007/05/terraqueos.html" style="text-decoration: none;" target="_blank" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Terráqueos</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, </span><a href="http://cantinhovegetariano.blogspot.com/2007/05/carne-e-fraca.html" style="text-decoration: none;" target="_blank" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A Carne é Fraca</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">);</span></span></li><li><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ou quem sabe, a melhor de todas as alternativas... </span><strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Adotar de vez uma dieta vegetariana</span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">!</span></span></li><li><span class="Apple-style-span" style="line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Experimentar uma receita vegetariana. Para o </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Dia Mundial Sem Carne</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, o </span><b style="color: #444444;"><a href="http://www.centrovegetariano.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Centro Vegetariano</span></span></a></b><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: small;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">sugere, por exemplo:</span></span></span></li></ul><br /><b><br /></b><br /><b style="line-height: 21px; text-align: justify; text-indent: 1px;"><span style="font-family: inherit;">Arroz com feijão e cogumelos</span></b><br /><b><br /></b><br /><b>Ingredientes </b>(4 pessoas):<br />1 chávena de arroz branco<br />1 cenoura<br />250g de feijão vermelho (pré-cozido)<br />250g de cogumelos laminados<br />1 cebola média<br />6 dentes de alho<br />2 folhas de louro<br />2 tomate maduros ou polpa de tomate<br />azeite q.b<br />sal q.b<br />3 chávenas de água<br /><br /><b>Preparação:</b><br />Num tacho refogar no azeite a cebola picada e os alhos. Juntar o tomate picado e a cenoura às rodelas. Deixar refogar um pouco mais e juntar 3 chávenas de água. Quando a água estiver a ferver juntar o arroz e deixa cozer cerca de 10 minutos.<br /><br />A meio da cozedura, adicionar o feijão e os cogumelos. Juntar o louro e um pouco de sal e deixar cozinhar até o arroz estar cozido. Servir acompanhado de uma salada colorida.<br /><br /><br /><b>Espetadas de seitan e legumes </b><br /><b><br /></b><br /><b>Ingredientes </b>(4 pessoas):<br />350g de seitan<br />1 cenoura<br />1 pimento vermelho<br />1 pimento verde<br />1 cebola<br />1 curgete<br />2 dentes de alho<br />2 folhas de louro<br />molho de soja q.b<br />sumo de limão q.b<br />sal q.b<br />azeite q.b<br /><br /><b>Preparação:</b><br />Cortar o seitan em cubos de tamanho médio e colocá-los a marinar com alho, louro, sal, sumo de limão, molho de soja e um fio de azeite. Juntar à marinada a cenoura e a curgete às rodelas grossas e os pimentos e a cebola em pedaços.<br />Algumas horas depois colocar os pedaços de seitan alternados com os legumes em paus de espetada e levar a grelhar.<br />Acompanhar com arroz integral ou batata assada e uma salada.<br /><div align="justify" lang="pt-PT" style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></div></div><div align="justify" lang="pt-PT" style="line-height: 21px; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span> </span><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><a href="http://universoalimentos.blogspot.pt/" target="_blank" rel="noopener">Mais receitas</a></span></span><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div></div><div align="justify" lang="pt-PT" style="line-height: 0.18cm; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 1.27cm;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Para qualquer informação adicional sobre este assunto:</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 21px;"><b><a href="http://www.centrovegetariano.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">Centro Vegetariano</span></a></b></span></div></div><div align="justify" lang="pt-PT" style="line-height: 0.18cm; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0px; margin-right: 5px; margin-top: 0px; text-align: justify; text-indent: 1.27cm;"></div><div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"></span></span></div><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" alt="Farm" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/BNRFARM(234x60).jpg" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><img align="texttop" height="10" src="http://www.farmusa.org/images/Transparent.gif" width="100" loading="lazy" /></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br />Farm Animal Rights Movement (FARM) </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><a href="http://www.farmusa.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.farmusa.org</span></a></span></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/vegKitRasp234x60.gif" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Vegetarian Starter Kit</span> <a href="http://www.vegkit.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.vegkit.org</span></a></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/ar234x60aniGeneric.gif" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Animal Rights National Conference</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> <a href="http://www.arconference.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.arconference.org</span></a></span></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/MOJoin234X60.gif" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><img align="texttop" height="10" src="http://www.farmusa.org/images/Transparent.gif" width="100" loading="lazy" /></span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> <span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"> </span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">The Great American Meatout</span></span><br /><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"></span><a href="http://www.meatout.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.meatout.org</span></a></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/MeatoutMondays234X60.jpg" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Meatout Mondays</span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"> </span></span><br /><a href="http://www.meatoutmondays.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;">www.meatoutmondays.org</span></a></div></td></tr><tr><td valign="top"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/BNRWFAD234X60.gif" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></div></div></td><td align="left" valign="top"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;">World Farm Animals Day (WFAD)</span><br /><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"></span><a href="http://www.wfad.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.wfad.org</span></a><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> <span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"> </span></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/gentleThanksgiv_234_X_60_BN.jpg" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Gentle Thanksgiving</span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> <a href="http://www.gentlethanksgiving.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.gentlethanksgiving.org</span></a></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img align="top" height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/CHOICE_234_X60_BNR.jpg" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span><br /><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;">Citizens for Healthy Options In Children's Education (CHOICE)</span><br /><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"></span><a href="http://www.choiceusa.net/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.choiceusa.net</span></a></span></div></td></tr><tr><td width="44%"><div align="right"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><img height="60" hspace="10" src="http://www.farmusa.org/Banners/Hunger_234_X_60_BNR.jpg" vspace="10" width="234" loading="lazy" /></span></div></div></td><td align="left" valign="top" width="56%"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><img align="texttop" height="10" src="http://www.farmusa.org/images/Transparent.gif" width="100" loading="lazy" /><br />Well-Fed World ( </span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">Hunger Solutions</span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">)</span></span><br /><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"></span><a href="http://www.wellfedworld.org/" rel="noopener"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;">www.wellfedworld.org</span></a></span></div></td></tr></tbody></table><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"> </span></span></div><div style="text-align: left;"><div style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"> <img alt="VO bumper stickers" src="http://www.veganoutreach.org/catalog/images/VO-Stickers-H-Sm.gif" loading="lazy" /></span></span></div></div></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"> </span></span></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><br /></span> </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-family: inherit;"><br /></span><br /><a href="http://www.veganoutreach.org/advocacy/resources.html" rel="noopener"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #38761d;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;">VEGAN OUTREACH</span></span></b></a></div>


publicado por Maluvfx às 19:12
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Terça-feira, 10 de Maio de 2011
ÉTICA NA PRODUÇÃO ANIMAL
Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho1, Ana Maria Bridi2 e Maria José Hötzel1
Publicado no ZOOTEC 2007 (XVII Congresso Nacional de Zootecnia e IX Congresso
Internacional de Zootecnia), 29 de maio a 01 de junho de 2007, Londrina, PR.


INTRODUÇÃO

O fato de não sermos filósofos não nos desautoriza a comentar sobre “ética” na
produção animal. Afinal de contas, foi exatamente a sociedade civil organizada e seus
movimentos sociais que trouxeram preocupações éticas com a produção animal. Estas
preocupações, então, foram acompanhadas por reflexões e trabalhos de diversos
filósofos (SINGER, 1975, REGAN, 1983; ROLLIN, 1995).
Seria mesmo interessante um debate ético sobre a produção animal dentre os
profissionais da Zootecnia. Há muito que os conceitos de “neutralidade” e
“imparcialidade” na ciência aplicada não se sustentam, uma vez que “cientistas são
criaturas de uma cultura e de uma sociedade, como todo mundo” (BERREMAN, 1968).
Logo, nesse ambiente cada um(a) trará sua experiência, sua cultura, interesses, e fará
seu próprio juízo de valor. Nos apresentamos como professores / pesquisadores de uma
importante e emergente área da Ciência Animal: a Etologia Aplicada e bem-estar dos
animais zootécnicos. É evidente também que não somos “neutros”, e este trabalho com
certeza espelhará nossa visão de mundo. Entretanto, é um sério equívoco considerar que
a adesão a princípios éticos possa comprometer a utilização de critérios científicos
rigorosos (HURNIK, 1997). Ao contrário, ter consciência e assumir a “não
neutralidade”, nos dá melhores condições de ter objetividade científica na abordagem
de algum assunto.
A palavra ética tem origem grega (ETHOS) e significa modo de ser, o caráter. O ser
humano não nasce com a ética, esta não é uma característica adquirida geneticamente. É
uma realidade humana que é constituída histórica e socialmente a partir das relações
coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem, por isso ela é
constantemente repensada e mudada.



1 Professor(a) Departamento de Zootecnia e Des. Rural, LETA – Lab. de Etologia Aplicada, UFSC. Email de contato: pinheiro@cca.ufsc.br
2 Professora Departamento de Zootecnia, UEL.

A ética tem sido definida, pelo senso comum, como “estudos dos juízos de apreciação
referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do
mal, seja relativamente a uma sociedade, seja de modo absoluto” (FERREIRA, 1999).

Ou seja, a ética é o julgamento do que seria “certo” ou “errado”. Entretanto, o “certo”
para alguns pode ser “errado” para outros, tudo dependendo das idéias de cada um, que
é o produto das experiências e do tempo que uma pessoa vive. Deste modo, o que pode
ser considerado “certo” para alguns ou para um tempo histórico, pode ser considerado
“errado” para outros e / ou para outro tempo histórico. O escravagismo, o direito de
voto das mulheres, a monarquia, entre outros, são bons exemplos históricos disto. Esse
princípio se aplica a todas as esferas da atividade humana, e certamente também se
aplica à produção animal.


LINHAS FILOSÓFICAS DA ÉTICA APLICADA À PRODUÇÃO ANIMAL

Ética na produção animal é um tema abrangente, e envolve necessariamente vários
aspectos da criação. Para Warris (2000), carne com “qualidade ética” seria oriunda de
animais que foram abatidos e tratados em condições de bem-estar e que estas condições
criatórias sejam sustentáveis e ambientalmente corretas. Logo, para abordar o tema da
ética na produção animal é preciso considerar todos os fatores relacionados aos sistemas
de produção.
As preocupações éticas com os animais são antigas, mas no ano de 1964, quando a
escritora Ruth Harrison lançou, na Inglaterra, um livro chamado Animal Machines: The New Factory Farming Industry, denunciando os maus tratos que os animais eram submetidos na criação
confinada, inaugurou-se o debate sobre a Ética na produção animal. O impacto que a
publicação gerou na sociedade Britânica mobilizou o Parlamento, que criou o comitê
BRAMBELL para examinar a situação. Dentre as conclusões apresentadas no relatório
do Comitê, havia a proposição de garantir cinco liberdades mínimas aos animais:
virar-se; cuidar-se corporalmente; levantar-se; deitar-se; esticar seus membros.

Em relação aos animais de fazenda e de experimentação, as principais linhas filosóficas
aplicadas ao bem-estar animal são a PRODUTIVISTA, UTILITARISTA e a
DEONTOLÓGICA OU DIREITO ANIMAL.
A teoria Produtivista ou Humanocentrista, que têm sua base filosófica em René
Descartes, afirma que os Seres Humanos são os únicos membros da comunidade moral
porque é a única espécie pensante, por isso tem domínio sobre o modo de vida dos
animais. A conseqüência é que os animais só possuem valor como meio para os fins
humanos. Assim, o sofrimento animal é justificado pelo aumento da produtividade,
pois é necessário produzir comida para o mundo. Estes conceitos tem sido criticados por
outros filósofos (p. ex. Peter Singer) como “Especicismo”, ou seja, a presunção da
superioridade da espécie humana.
A linha Filosófica Utilitarista, defendida por Peter Singer (Professor de bioética da
Universidade de Princeton – EUA e autor do livro Animal Liberation), defende que o
limite da SENCIÊNCIA (capacidade de um ser experimentar sentimentos) é a única
fronteira defensável para a preocupação pelos interesses dos outros, cuja a ética deve
garantir. Esta linha filosófica focaliza as conseqüências das ações e tenta maximizar as
conseqüências boas em relação às ruins. O certo será aquilo que, dentro das ações
possíveis, produzir os maiores benefícios e os menores prejuízos. Para Singer, o fato de
sermos seres racionais não nos daria privilégios em relação aos outros animais e que não
devemos, ou não temos, o direito de impor uma vida de sofrimento aos animais só para
satisfazer o nosso paladar. O grande problema do Utilitarismo é como fazer o cálculo
das conseqüências das ações.
A Deontologia (deotos = dever) é um princípio ético baseado em regras no qual a
conduta moral não é definia pelos resultados, mas pelos deveres ou regras as serem
observados. Neste caso os animais possuem valor INTRÍNSECO, o que significa que
eles têm importância por direito próprio por serem seres SENTIENTES (capazes de
experimentar sentimentos). Esta linha filosófica tem como principal filósofo Tom
Regan (autor do livro Animal Rights) que defende o vegetarianismo porque os animais
devem ter o direito de controlar suas vidas. Esta linha filosófica exige a abolição do uso
de animais para abate ou experimentação. Alguns tolerariam a criação para consumo de
leite, ovos ou lã, desde que assegurado o bem-estar dos animais.
Por várias décadas a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico na agricultura animal
tem tido como critérios centrais a produção e a produtividade animal. O animal era visto
como “máquina” (DOMINGUES, 1960), e as conseqüências ambientais e sociais eram
em geral ignoradas. Em conseqüência, pouca ou nenhuma atenção foi dada ao impacto
das então novas tecnologias e sistemas criatórios no ambiente, na saúde do produtor, na
qualidade do alimento produzido, nas comunidades rurais e no bem-estar dos animais
(FRASER et al., 2001).
A avaliação de um sistema de produção apenas por um critério de produtividade ou
mesmo lucratividade, pode levar a equívocos. Um sistema de produção, além de
eficiente, deve ser ambientalmente benéfico, eticamente defensável, socialmente
aceitável, e relevante para os objetivos, necessidades e recursos das comunidades para
os quais foi desenhado para servir (TRIBE, 1985). Um sistema de produção também
precisa ser economicamente viável e energeticamente sustentável. A abordagem da ética
na produção animal passa por todos esses aspectos, que serão brevemente discutidos a
seguir.


PRODUTIVIDADE

Nos últimos 50 anos, os progressos na saúde, nutrição e genética animal, resultaram
num formidável e inquestionável aumento da produtividade e produção animal. Em
conseqüência desses progressos houve benefícios significativos para a sociedade
humana, como alimento abundante e barato, redução da sazonalidade na oferta de
alimentos e melhora na higiene dos produtos. Para os animais também ocorreram
benefícios, como proteção contra predadores, abrigo, alimentação balanceada e
progressos na prevenção de doenças e cuidados veterinários (HURNIK et al. 1995).
Esses progressos não podem ser esquecidos e nem subestimados, pois representaram
enormes avanços para várias sociedades humanas.
Entretanto, nesse processo os animais foram confinados em espaços cada vez menores,
as dietas ficaram mais especializadas, e houve grande consumo de energia fóssil no
processo produtivo, seja pelos tipos de instalações adotadas, seja pelo custo energético
de produção da alimentação animal. Paralelamente, o acúmulo de dejetos se tornou um
grave problema ambiental. Progressos e resultados análogos também se verificaram na
produção vegetal. Paradoxalmente, apesar do enorme custo ambiental, energético e de
bem-estar animal, o aumento de produtividade não tem se refletido em benefício, nem
para o consumidor, nem para o produtor. Nos EUA, por exemplo, o preço da carne para
os consumidores aumentou 45% de 1982 a 1999. No mesmo período, o preço pago aos
produtores se manteve estável (FRASER et al. 2001). A mesma tendência se verifica no
Brasil, sendo os preços do leite e da carne suína exemplos atuais.
O aumento da produtividade foi acompanhado por um discurso em prol do “combate à
fome no mundo”. De fato, nos últimos 30 anos a produção total de alimentos do mundo
aumentou 134% (cereais) e 227% (carnes). Já a população mundial aumentou 94% no
mesmo período (Tabela 1). Apesar disso, a fome continua em números nunca vistos, a
ponto do mundo já somar ¼ de sua população na miséria absoluta, vivendo com menos
de US$ 1,00 por dia. Boa parte dessas populações são pequenos produtores ou expequenos
agricultores, expulsos de suas terras pelo processo de concentração da
produção (e da propriedade) na agricultura que ocorreu ao nível mundial.
Em síntese, não há necessidade de aumentar ainda mais a produção e produtividade de
alimentos no mundo para alimentar a humanidade, uma vez que é um problema muito
mais de distribuição do que de quantidade. Por outro lado, o aspecto de produtividade é
fundamental e não pode ser esquecido na avaliação de qualquer sistema de produção.


IMPACTOS SOCIAIS

Ao que tudo indica, o sistema de produção implantado desde a década de 60 –
monocultura animal ou vegetal, especialização da propriedade, capital intensivo e alto
uso de insumos industriais - está relacionado com o processo de mudança de perfil das
realidades agrárias dos diversos países. Em 1996, 39% da produção mundial de carne
suína, 79% da carne de frango e 68% dos ovos advinha de confinamentos intensivos
(SERE and STEINFELD, apud Fraser et al., 2001). Atualmente, este percentual deve
ser ainda maior pois, se nos países industrializados a quase totalidade dos suínos e aves
são criados em sistemas de confinamento intensivo, nos países da periferia, o percentual
do rebanho criado em confinamentos intensivos tem crescido continuamente.
Dentre outras conseqüências, a implantação do modelo produtivista na agricultura, nos
sistemas econômicos de livre mercado, veio acompanhada de uma forte monopolização
da atividade agrícola, concentração da produção e da propriedade. E isto ocorreu,
primeiro nos países centrais, depois, nos periféricos. Nos EUA, em 1945 havia 5,9
milhões de fazendas (NRC, 1989). Este número reduziu-se para 2 milhões na década de
90 (USDA, 2001). No Brasil, em 1970 eram 49.190.089 de propriedades rurais, e em
1996 restaram 4.859.865 propriedades (IBGE, 1997). Quer dizer, em 26 anos restaram
apenas 9,8% das propriedades no campo! A conseqüência foi que, se em 1960 havia
55% da população vivendo no campo, em 1996, este percentual caiu para 21% (IBGE,
1997).
A mesma tendência verifica-se nos confinamentos intensivos, nos países centrais e nos
periféricos. Tome-se novamente como exemplos os EUA e o Brasil, e a atividade
suinícola (Figura 1). Em 1980 havia aproximadamente 650 mil granjas de suínos nos
EUA. No ano 2000, o número de granjas era menor que 90 mil (USDA, 2001). Nos
EUA tem havido uma forte tendência da produção de suínos deixar de ser em pequenas
unidades familiares, a campo, para transformar-se em sistemas confinados de grande
escala (FRASER et al., 2001). De fato, atualmente 50,5% do rebanho suíno norteamericano
está concentrado em 2,4% das granjas (USDA, 2001). No Brasil, tomando o
estado de Santa Catarina como exemplo, em 1985 cerca de 57% do rebanho suíno
catarinense era industrial (confinado). Em 1996 esse percentual cresceu para 75%
(IBGE, 1997). Já o número de suinocultores industriais em SC, que em 1985 era de
54.176, no ano 2000 ficou reduzido a 17.500 produtores (IBGE, 2001), evidenciando
um claro processo de concentração fundiária e da produção.


IMPACTO AMBIENTAL E SAÚDE HUMANA

O confinamento intensivo tem também sido criticado por suas conseqüências no
ambiente e na saúde humana. Nos EUA, estima-se que até 70% de todos os nutrientes
que atingem as águas de superfície, principalmente nitrogênio e fósforo, são originários
ou de fertilizantes agrícolas ou de dejetos de confinamentos de animais (NRC, 1989).
Também as águas subterrâneas, nos EUA, tem sido poluídas por fertilizantes, pesticidas
e acúmulo de dejetos de confinamentos.
Em Santa Catarina, a poluição de águas no Oeste – inclusive de poços artesianos - tem
sido em parte atribuída à suinocultura intensiva. Levantamentos realizados em zonas
rurais das regiões produtoras de suínos e aves confinadas, de Santa Catarina, revelam
que 85 % das fontes de água estão contaminadas por coliformes fecais, oriundos do
lançamento direto do esterco, principalmente de suínos, em cursos ou mananciais
d’água (LOHMANN, 1999). Este problema é especialmente grave em períodos de
chuva e com o esterco líquido, cuja quantidade diária produzida é de 4,9% a 8,5% do
peso vivo do animal (SILVA & MAGALHÃES, 2001). Quer dizer, um suíno de 60kg
produz em torno de 4kg de esterco líquido por dia. Quando os dejetos encontram
mananciais ou cursos de água, geram sérios desequilíbrios ecológicos: redução do teor
de oxigênio dissolvido na água, disseminação de agentes patogênicos e contaminação
(da água) por amônio, nitratos e outros elementos (MENEGAT, 1999).
O poder poluente dos dejetos é bem maior que a do esgoto humano. Enquanto a
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é de cerca de 200 mg/L no esgoto doméstico,
a DBO dos dejetos oscila entre 30.000 a 52.000 mg/L, ou seja, em torno de 260 vezes
superior. A DBO avalia indiretamente o conteúdo orgânico biodegradável dos dejetos
através da medida de oxigênio consumido pelos microrganismos atuantes na sua
oxidação. O aumento da DBO têm como conseqüências a diminuição da concentração
de oxigênio na água, a produção de substâncias tóxicas e a proliferação exagerada de
algas.
A alta concentração de animais em confinamentos intensivos em alguns municípios
catarinenses colocam os dejetos de animais, ao lado da extração do carvão e dos
agrotóxicos da rizicultura, entre as maiores ameaças de contaminação do Aquífero
Guarani, a maior fonte de água subterrânea da América do Sul (CAMPOS, 2000;
POÇOS, 2000).
Em termos de saúde humana e animal, o uso continuado de antibióticos na ração animal
também pode levar ao desenvolvimento de cepas de patógenos resistentes (NRC, 1989).
Nos EUA, em 1994, 59% dos suínos comercializados receberam antibiótico na ração
com finalidade de incrementar o crescimento (FRASER et al., 2001).
Para agravar o problema, o manejo inadequado pode resultar na emissão de óxido
nitroso, que é um dos gases responsáveis pelos danos do efeito estufa. Embora este gás
tenha concentração bem menor que o CO2 na atmosfera, parece ter um potencial de
efeito estufa 270 vezes superior ao CO2 (Li, 1995 apud Amado & Spagnollo, 2001).


AQUECIMENTO GLOBAL

Também a produção animal tem sido responsabilizada pelo efeito estufa. No relatório
apresentado por Steinfeld et al. (2006) à FAO, se afirma que 40% das emissões
antropogênicas de metano, um dos importantes gases que contribuem com o efeito
estufa, tem origem na fermentação entérica e nos dejetos produzidos por animais
zootécnicos (p. 112). O mesmo relatório também aponta outro dado menos divulgado na
imprensa leiga, de que a maior parte dessas emissões provêm de sistemas extensivos,
que são uma das principais fontes de sobrevivência de milhões de pequenos agricultores
marginalizados e descapitalizados de regiões pobres do planeta (p. 114).
Samuel Jutzi, Diretor da divisão de Sanidade e produção da FAO, conclamou o setor
agrícola a encontrar soluções técnicas apropriadas para o uso ambientalmente
sustentável dos recursos utilizados na produção animal (STEINFELD et al., 2006). As
premissas para tal solução, no entanto, não são claras ao longo do relatório e não
envolvem mudanças no paradigma atual de produção animal, mas se rendem à
"realidade" de que hoje cerca de 80% do crescimento da produção animal se origina em
sistemas industriais (p. 278). Seguindo esse raciocínio, por exemplo, o confinamento
intensivo de monogástricos é apontado como a melhor alternativa à vista para manter as
emissões de gases de origem animal até 2050, quando se espera que a produção de
animais dobre no planeta, nos níveis de hoje.
A produção de gado de corte, tanto em sistemas intensivos confinados como em
sistemas extensivos tradicionais, trazem danos irreparáveis ao ambiente. O primeiro
pela contaminação da água e do solo com nutrientes, mais notadamente nitrogênio e
fósforo, antibióticos e outros químicos, o segundo pela degradação do solo (erosão,
compactação) pelo manejo inadequado. Embora ambos concorram nesse sentido, os
sistemas extensivos são os mais associados à perda de biodiversidade pela
transformação de diversos habitats em pastagens. No relatório citado a bovinocultura a
pasto tem sido também associada à maior produção de metano. Essas são falsas
questões que precisam ser esclarecidas. Em primeiro lugar, há vários tipos de produção
a pasto, e apenas o mau manejo do complexo solo – animal – pasto resulta em
degradação dos solos e perda da biodiversidade. Em segundo lugar, não é verdade que a
produção a pasto resulte em maior produção de metano.
O adequado manejo do complexo solo – animal - pastagem pode resultar em aumento
da biodiversidade e incremento da vida de um ecossistema, devido ao fabuloso aporte
de matéria orgânica e reciclagem de pasto em excremento pelo animal. Numa
experiência realizada em Minnesota e monitorada por pesquisadores da Universidade
deste estado, encontrou-se maior número e diversidade de insetos e peixes num curso
d’água passando por uma área de pastoreio racional rotativo, como o preconizado por
Voisin (1974), do que por uma área de reserva em recuperação, fechada por 30 anos
(BAGDLEY, 2003).
Quando avaliamos apenas o que acontece no animal, é correto afirmar que a produção
de metano por um bovino criado a pasto será maior, comparado com um bovino criado
em confinamento. A fermentação ruminal da celulose tem como principal produto final
o ácido acético, que ao ser formado no rúmen libera quatro moléculas de H2. Essas
moléculas em união com o CO2 dão origem ao metano. Já na fermentação do amido, o
principal produto final será o ácido propiônico, que consome moléculas de H2,
reduzindo a produção ruminal de metano (KAUFFMANN, 1982). E isso não chega a
ser uma novidade.
Acontece que o bovino criado a pasto não existe sem a pastagem. Então é preciso
comentar que há uma associação indissolúvel entre o animal e o pasto. Se a produção de
metano de um bovino a pasto é maior do que de outro alimentado com grãos, o
seqüestro de carbono (C) realizado pela pastagem é muitas vezes superior às lavouras
que produzem os grãos. O seqüestro de carbono por pastagens é maior do que de
florestas, como demonstram Conant et al. (2004): “... nossos resultados indicam que os
macroagregados (do solo) reciclam mais rapidamente sob pastagem do que sob floresta,
e são menos eficientes em estabilizar o C do solo, enquanto que microagregados de
solos de pastagem estabilizam uma maior concentração de C do que microagregados de
florestas.”
A concentração, na criação animal, é um problema não só no que se refere ao número de
animais em um dado alojamento, mas também em relação ao número de criações em
uma dada região que, quando em excesso, superam a capacidade do ambiente de
reciclar os nutrientes. A concentração animal frequentemente implica também no uso
excessivo de água, outro tema que chega tarde à discussão da ética na produção animal.
O relatório de Steinfeld et al. (2006) conclui que danos ao ambiente são encontrados em
todos os espectros da produção (extensiva a industrial), e são provavelmente maiores
em relação à criação de gado de corte e menores em relação à de aves. Esta conclusão,
tomada fora de contexto dos demais dilemas éticos da produção animal, pode ter
repercussões perigosas em termos de desenvolvimento de políticas locais e globais. A
criação de aves tomada como base para essa análise é a industrializada confinada,
grande consumidora de grãos, altamente concentrada e, não menos importante, em um
sistema onde é extremamente difícil encontrar soluções para o bem-estar dos animais
envolvidos no processo.
Ao mesmo tempo que é fácil associar o desmatamento à criação de bovinos, pois eles
passam a ocupar a área desmatada, é mais difícil de visualizar o dano correspondente
quando a mesma área passa a ser dedicada à cultura de grãos usada para alimentar
animais criados em confinamento. A produção de grãos envolve altíssimos gastos em
energia fóssil, desde a sua plantação até o transporte até onde será consumida pelo
animal.


ENERGIA

Uma vez que os sistemas agrícolas são abertos, a quantidade de energia (de origem
fóssil) que entra no sistema deve ser, preferencialmente, igual ou menor a que sai. Na
maior parte dos casos, isto só é possível com a maximização da captação da energia
solar através da integração de diferentes culturas, da rotação do uso do solo e do
reaproveitamento de resíduos. A base de qualquer sistema de produção agrícola é o
solo. Mesmo num confinamento intensivo é a produção de alimentos para os animais,
oriundas de culturas, o fator decisivo e em geral mais oneroso do processo produtivo. A
adição de excremento animal é a única prática agrícola capaz de melhorar e manter a
fertilidade de solos de lavoura (TILMAN, 1998).
A intensificação dos sistemas de produção na agricultura (animal e vegetal) ocorrida de
1940 a 1970, o auge da “Revolução Verde”, mais do que triplicou a demanda energética
(fóssil) na produção agrícola americana, enquanto que o consumo energético apenas
duplicou (STEINHART & STEINHART, 1974). Sistemas de produção animal
altamente intensificados, como o confinamento de bovinos de corte demandam alto
custo energético. Nos “feedlots” americanos, para produzir-se 1 libra de carne bovina se
consome o equivalente a 1 galão de gasolina em energia fóssil, resultando numa relação
calorias de energia cultural investida / calorias de energia alimentícia produzida de 5:1.
Em contraste, a produção de carne e leite pastoril na África tem uma relação de 1:10, ou
seja 50 vezes mais eficiente energeticamente.


BEM-ESTAR ANIMAL

De acordo com Hurnik (1992) o bem-estar animal é um estado de harmonia entre o
animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta
qualidade de vida do animal. Broom (1991) propõem que bem-estar não é um atributo
dado pelo homem aos animais, mas uma qualidade inerente a estes. O bem-estar se
refere, então, ao estado de um indivíduo do ponto de vista de suas tentativas de
adaptação ao ambiente. Ou seja, se refere a quanto tem de ser feito para o animal
conseguir adaptar-se ao ambiente e ao grau de sucesso com isso está acontecendo.
Assim, o bem-estar pode variar de MUITO BOM a MUITO RUIM e pode ser avaliado
cientificamente a partir de estado biológico do animal e de suas preferências. Neste
contexto, produtividade, sucesso reprodutivo, taxa de mortalidade, comportamento
anômalos, severidade de danos físicos, atividade adrenal, grau de imunodepressão ou
incidência de doenças, são fatores que podem medidos para avaliar o grau de bem-estar
dos animais.

Na tentativa de construir um consenso em torno da definição de bem-estar, Fraser et al.
(1997) sintetizaram as três principais questões éticas que, segundo eles, são levantadas
pela sociedade em relação à qualidade de vida dos animais:

1. Os animais deveriam SENTIR-SE BEM, ou seja, deveriam atingir seus
interesses, os quais consistiriam basicamente em estar livres de sentir medo e dor e em
poder de experiências prazerosas.


2. Deveriam ter um BOM FUNCIONAMENTO, isto é, poder satisfazer suas
necessidades de saúde, crescimento, fisiologia e comportamento.


3. Os animais deveriam VIVER VIDAS NATURAIS, deveriam poder viver e
desenvolver-se da maneira para a qual estão adaptados.

As mudanças relativamente recentes que têm sido implementadas no sistema de criação
não têm considerado as necessidades comportamentais dos animais, o que pode estar
influenciando negativamente o bem-estar de milhares de animais. A domesticação não
alterou o repertório comportamental das espécies animais (Price, 1999). Hoje existem
suficientes estudos mostrando, por exemplo, as conseqüências negativas da
impossibilidade de construir um ninho no comportamento e fisiologia das porcas e
leitões, e na sobrevivência dos leitões (BARNETT et al., 2001; THODBERG et al.,
1999; HÖTZEL et al., 2004, 2005), que não devem ser ignorados. O intenso contato
com os leitões, forçado pelo confinamento, é aversivo para as porcas (PAJOR et al.,
2000). Em aves, as altas densidades utilizadas no confinamento podem levar à bicagem
de penas e canibalismo (Wechsler & Huber-Eicher, 1998), levando até a morte de
animais. O uso de pisos inadequados aumenta a incidência de laminite em vacas
leiteiras (Webster, 2002). Até 60% das galinhas poedeiras podem apresentar fraturas
ósseas no final da sua vida produtiva (Nicol et al., 2006).
Nos últimos anos, coincidindo com o advento e crescimento do confinamento de
algumas espécies zootécnicas, o principal objetivo da seleção tem sido aumentar a
eficiência e produtividade. Embora possa ser argumentado que a seleção genética tenha
trazido benefícios para o bem-estar animal e para o meio ambiente, através de melhor
utilização dos recursos, também é claro que resultou em graves problemas em relação
ao bem-estar animal, principalmente através do que é chamado no meio veterinário de
“doenças da produção” (BLOOD & RADOSTITS, 1989). Trata-se de algumas doenças
vastamente disseminadas na criação animal, como a mastite e doenças metabólicas em
vacas leiteiras e laminite em porcas e vacas leiteiras (HEMSWORTH et al., 1995;
WELLS et al., 1998; BARNETT et al., 2001; RUSHEN, 2001), problemas de
articulações e ossos como fraqueza, pré-disposição a fraturas e mortalidade relacionada
à osteoporose, ascite em aves, problemas digestivos e susceptibilidade a estresse
(BRADSHAW et al., 2002; JULIAN, 1998; RATH, 2000). Muitas delas estão
associadas, direta ou indiretamente, com a seleção para rápido crescimento ou alta
produtividade e consumo de alimentos (JULIAN, 1993).
Na avaliação de um sistema de produção, o bem-estar animal é parte fundamental. Não
apenas pelo compromisso ético implícito que a humanidade tem para com os animais
que domesticou e colocou completamente sob seu controle, mas também em função da
opinião da sociedade sobre a qualidade de vida dos animais. Se o objetivo primeiro da
criação animal é produzir alimento de qualidade para as pessoas, então a opinião destas
pessoas deve ter grande importância. Isto deve ser verdade para o bem-estar animal
(FRASER et al., 2001), mas também deve valer para o sistema criatório como um todo.


CONCLUSÃO

As alternativas à produção animal convencional devem ser superiores em termos
ambientais, energético, de bem-estar animal, com menor dependência de insumos
externos e menor impacto social e cultural. Logo, é um tipo de produção que deve
interessar a toda a sociedade. Assim sendo, deve ser tratada como regra, e não como
exceção ou “nicho”. A produção animal ética, com bem-estar e sem agressão ao meio,
deve ser uma opção para TODA a agricultura, e não apenas para uma parte. Para tanto,
é preciso que seja competitiva também economicamente. E não há motivo algum para
que não seja. Ao contrário, há vários exemplos de redução de custos e / ou aumento da
lucratividade com a adoção de princípios agroecológicos. No Oeste do estado de Santa
Catarina, a produção de leite a pasto sem o uso de insumos químicos tem tido um custo
de produção que é a metade do convencional (MACHADO FILHO et al., 2000). O
custo de instalação de uma matriz no SISCAL é aproximadamente a metade do
confinamento, e a lucratividade do SISCAL é também em geral maior do que no
confinamento (EDWARDS, 1996). Entretanto, há ainda inúmeras perguntas a serem
respondidas com relação aos sistemas alternativos de produção. Com efeito, se há
dezenas de milhares de trabalhos publicados sobre os mais variados aspectos do sistema
convencional, a pesquisa agroecológica é ainda incipiente.


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[Error: Irreparable invalid markup ('<http:>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i>Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho1, Ana Maria Bridi2 e Maria José Hötzel1</i></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i>Publicado no ZOOTEC 2007 (XVII Congresso Nacional de Zootecnia e IX Congresso</i></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i>Internacional de Zootecnia), 29 de maio a 01 de junho de 2007, Londrina, PR.</i></span></div><div style="text-align: right;"><br /></div><br /><b>INTRODUÇÃO</b><br /><br />O fato de não sermos filósofos não nos desautoriza a comentar sobre “ética” na<br />produção animal. Afinal de contas, foi exatamente a sociedade civil organizada e seus<br />movimentos sociais que trouxeram preocupações éticas com a produção animal. Estas<br />preocupações, então, foram acompanhadas por reflexões e trabalhos de diversos<br />filósofos (SINGER, 1975, REGAN, 1983; ROLLIN, 1995).<br />Seria mesmo interessante um debate ético sobre a produção animal dentre os<br />profissionais da Zootecnia. Há muito que os conceitos de “neutralidade” e<br />“imparcialidade” na ciência aplicada não se sustentam, uma vez que “cientistas são<br />criaturas de uma cultura e de uma sociedade, como todo mundo” (BERREMAN, 1968).<br />Logo, nesse ambiente cada um(a) trará sua experiência, sua cultura, interesses, e fará<br />seu próprio juízo de valor. Nos apresentamos como professores / pesquisadores de uma<br />importante e emergente área da Ciência Animal: a Etologia Aplicada e bem-estar dos<br />animais zootécnicos. É evidente também que não somos “neutros”, e este trabalho com<br />certeza espelhará nossa visão de mundo. Entretanto, é um sério equívoco considerar que<br />a adesão a princípios éticos possa comprometer a utilização de critérios científicos<br />rigorosos (HURNIK, 1997). Ao contrário, ter consciência e assumir a “não<br />neutralidade”, nos dá melhores condições de ter objetividade científica na abordagem<br />de algum assunto.<br />A palavra ética tem origem grega (ETHOS) e significa modo de ser, o caráter. O ser<br />humano não nasce com a ética, esta não é uma característica adquirida geneticamente. É<br />uma realidade humana que é constituída histórica e socialmente a partir das relações<br />coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem, por isso ela é<br />constantemente repensada e mudada.<br /><br /><a name="more" rel="noopener"></a><br /><br />1 Professor(a) Departamento de Zootecnia e Des. Rural, LETA – Lab. de Etologia Aplicada, UFSC. Email de contato: pinheiro@cca.ufsc.br<br />2 Professora Departamento de Zootecnia, UEL.<br /><br />A ética tem sido definida, pelo senso comum, como “estudos dos juízos de apreciação<br />referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do<br />mal, seja relativamente a uma sociedade, seja de modo absoluto” (FERREIRA, 1999).<br /><br />Ou seja, a ética é o julgamento do que seria “certo” ou “errado”. Entretanto, o “certo”<br />para alguns pode ser “errado” para outros, tudo dependendo das idéias de cada um, que<br />é o produto das experiências e do tempo que uma pessoa vive. Deste modo, o que pode<br />ser considerado “certo” para alguns ou para um tempo histórico, pode ser considerado<br />“errado” para outros e / ou para outro tempo histórico. O escravagismo, o direito de<br />voto das mulheres, a monarquia, entre outros, são bons exemplos históricos disto. Esse<br />princípio se aplica a todas as esferas da atividade humana, e certamente também se<br />aplica à produção animal.<br /><br /><br /><b>LINHAS FILOSÓFICAS DA ÉTICA APLICADA À PRODUÇÃO ANIMAL</b><br /><br />Ética na produção animal é um tema abrangente, e envolve necessariamente vários<br />aspectos da criação. Para Warris (2000), carne com “qualidade ética” seria oriunda de<br />animais que foram abatidos e tratados em condições de bem-estar e que estas condições<br />criatórias sejam sustentáveis e ambientalmente corretas. Logo, para abordar o tema da<br />ética na produção animal é preciso considerar todos os fatores relacionados aos sistemas<br />de produção.<br />As preocupações éticas com os animais são antigas, mas no ano de 1964, quando a<br />escritora Ruth Harrison lançou, na Inglaterra, um livro chamado <span class="Apple-style-span" style="color: #382110; font-size: 32px; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: small;"><a href="http://pt.scribd.com/doc/27315249/Ruth-Harrison-Animal-Machines" rel="noopener">Animal Machines: The New Factory Farming Industry</a></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #382110; font-size: 32px; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-size: small; line-height: normal;">, denunciando os maus tratos que os animais eram submetidos na criação</span></span><br />confinada, inaugurou-se o debate sobre a Ética na produção animal. O impacto que a<br />publicação gerou na sociedade Britânica mobilizou o Parlamento, que criou o comitê<br />BRAMBELL para examinar a situação. Dentre as conclusões apresentadas no relatório<br />do Comitê, havia a proposição de garantir cinco liberdades mínimas aos animais:<br />virar-se; cuidar-se corporalmente; levantar-se; deitar-se; esticar seus membros.<br /><br />Em relação aos animais de fazenda e de experimentação, as principais linhas filosóficas<br />aplicadas ao bem-estar animal são a <b>PRODUTIVISTA, UTILITARISTA e a</b><br /><b>DEONTOLÓGICA OU DIREITO ANIMAL</b>.<br />A teoria Produtivista ou Humanocentrista, que têm sua base filosófica em René<br />Descartes, afirma que os Seres Humanos são os únicos membros da comunidade moral<br />porque é a única espécie pensante, por isso tem domínio sobre o modo de vida dos<br />animais. A conseqüência é que os animais só possuem valor como meio para os fins<br />humanos. Assim, o sofrimento animal é justificado pelo aumento da produtividade,<br />pois é necessário produzir comida para o mundo. Estes conceitos tem sido criticados por<br />outros filósofos (p. ex. Peter Singer) como “Especicismo”, ou seja, a presunção da<br />superioridade da espécie humana.<br />A linha Filosófica Utilitarista, defendida por Peter Singer (Professor de bioética da<br />Universidade de Princeton – EUA e autor do livro Animal Liberation), defende que o<br />limite da <b>SENCIÊNCIA</b> (capacidade de um ser experimentar sentimentos) é a única<br />fronteira defensável para a preocupação pelos interesses dos outros, cuja a ética deve<br />garantir. Esta linha filosófica focaliza as conseqüências das ações e tenta maximizar as<br />conseqüências boas em relação às ruins. O certo será aquilo que, dentro das ações<br />possíveis, produzir os maiores benefícios e os menores prejuízos. Para Singer, o fato de<br />sermos seres racionais não nos daria privilégios em relação aos outros animais e que não<br />devemos, ou não temos, o direito de impor uma vida de sofrimento aos animais só para<br />satisfazer o nosso paladar. O grande problema do Utilitarismo é como fazer o cálculo<br />das conseqüências das ações.<br />A Deontologia (deotos = dever) é um princípio ético baseado em regras no qual a<br />conduta moral não é definia pelos resultados, mas pelos deveres ou regras as serem<br />observados. Neste caso os animais possuem valor INTRÍNSECO, o que significa que<br />eles têm importância por direito próprio por serem seres SENTIENTES (capazes de<br />experimentar sentimentos). Esta linha filosófica tem como principal filósofo Tom<br />Regan (autor do livro Animal Rights) que defende o vegetarianismo porque os animais<br />devem ter o direito de controlar suas vidas. Esta linha filosófica exige a abolição do uso<br />de animais para abate ou experimentação. Alguns tolerariam a criação para consumo de<br />leite, ovos ou lã, desde que assegurado o bem-estar dos animais.<br />Por várias décadas a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico na agricultura animal<br />tem tido como critérios centrais a produção e a produtividade animal. O animal era visto<br />como “máquina” (DOMINGUES, 1960), e as conseqüências ambientais e sociais eram<br />em geral ignoradas. Em conseqüência, pouca ou nenhuma atenção foi dada ao impacto<br />das então novas tecnologias e sistemas criatórios no ambiente, na saúde do produtor, na<br />qualidade do alimento produzido, nas comunidades rurais e no bem-estar dos animais<br />(FRASER et al., 2001).<br />A avaliação de um sistema de produção apenas por um critério de produtividade ou<br />mesmo lucratividade, pode levar a equívocos. Um sistema de produção, além de<br />eficiente, deve ser ambientalmente benéfico, eticamente defensável, socialmente<br />aceitável, e relevante para os objetivos, necessidades e recursos das comunidades para<br />os quais foi desenhado para servir (TRIBE, 1985). Um sistema de produção também<br />precisa ser economicamente viável e energeticamente sustentável. A abordagem da ética<br />na produção animal passa por todos esses aspectos, que serão brevemente discutidos a<br />seguir.<br /><br /><br /><b>PRODUTIVIDADE</b><br /><br />Nos últimos 50 anos, os progressos na saúde, nutrição e genética animal, resultaram<br />num formidável e inquestionável aumento da produtividade e produção animal. Em<br />conseqüência desses progressos houve benefícios significativos para a sociedade<br />humana, como alimento abundante e barato, redução da sazonalidade na oferta de<br />alimentos e melhora na higiene dos produtos. Para os animais também ocorreram<br />benefícios, como proteção contra predadores, abrigo, alimentação balanceada e<br />progressos na prevenção de doenças e cuidados veterinários (HURNIK et al. 1995).<br />Esses progressos não podem ser esquecidos e nem subestimados, pois representaram<br />enormes avanços para várias sociedades humanas.<br />Entretanto, nesse processo os animais foram confinados em espaços cada vez menores,<br />as dietas ficaram mais especializadas, e houve grande consumo de energia fóssil no<br />processo produtivo, seja pelos tipos de instalações adotadas, seja pelo custo energético<br />de produção da alimentação animal. Paralelamente, o acúmulo de dejetos se tornou um<br />grave problema ambiental. Progressos e resultados análogos também se verificaram na<br />produção vegetal. Paradoxalmente, apesar do enorme custo ambiental, energético e de<br />bem-estar animal, o aumento de produtividade não tem se refletido em benefício, nem<br />para o consumidor, nem para o produtor. Nos EUA, por exemplo, o preço da carne para<br />os consumidores aumentou 45% de 1982 a 1999. No mesmo período, o preço pago aos<br />produtores se manteve estável (FRASER et al. 2001). A mesma tendência se verifica no<br />Brasil, sendo os preços do leite e da carne suína exemplos atuais.<br />O aumento da produtividade foi acompanhado por um discurso em prol do “combate à<br />fome no mundo”. De fato, nos últimos 30 anos a produção total de alimentos do mundo<br />aumentou 134% (cereais) e 227% (carnes). Já a população mundial aumentou 94% no<br />mesmo período (Tabela 1). Apesar disso, a fome continua em números nunca vistos, a<br />ponto do mundo já somar ¼ de sua população na miséria absoluta, vivendo com menos<br />de US$ 1,00 por dia. Boa parte dessas populações são pequenos produtores ou expequenos<br />agricultores, expulsos de suas terras pelo processo de concentração da<br />produção (e da propriedade) na agricultura que ocorreu ao nível mundial.<br />Em síntese, não há necessidade de aumentar ainda mais a produção e produtividade de<br />alimentos no mundo para alimentar a humanidade, uma vez que é um problema muito<br />mais de distribuição do que de quantidade. Por outro lado, o aspecto de produtividade é<br />fundamental e não pode ser esquecido na avaliação de qualquer sistema de produção.<br /><br /><br /><b>IMPACTOS SOCIAIS</b><br /><br />Ao que tudo indica, o sistema de produção implantado desde a década de 60 –<br />monocultura animal ou vegetal, especialização da propriedade, capital intensivo e alto<br />uso de insumos industriais - está relacionado com o processo de mudança de perfil das<br />realidades agrárias dos diversos países. Em 1996, 39% da produção mundial de carne<br />suína, 79% da carne de frango e 68% dos ovos advinha de confinamentos intensivos<br />(SERE and STEINFELD, apud Fraser et al., 2001). Atualmente, este percentual deve<br />ser ainda maior pois, se nos países industrializados a quase totalidade dos suínos e aves<br />são criados em sistemas de confinamento intensivo, nos países da periferia, o percentual<br />do rebanho criado em confinamentos intensivos tem crescido continuamente.<br />Dentre outras conseqüências, a implantação do modelo produtivista na agricultura, nos<br />sistemas econômicos de livre mercado, veio acompanhada de uma forte monopolização<br />da atividade agrícola, concentração da produção e da propriedade. E isto ocorreu,<br />primeiro nos países centrais, depois, nos periféricos. Nos EUA, em 1945 havia 5,9<br />milhões de fazendas (NRC, 1989). Este número reduziu-se para 2 milhões na década de<br />90 (USDA, 2001). No Brasil, em 1970 eram 49.190.089 de propriedades rurais, e em<br />1996 restaram 4.859.865 propriedades (IBGE, 1997). Quer dizer, em 26 anos restaram<br />apenas 9,8% das propriedades no campo! A conseqüência foi que, se em 1960 havia<br />55% da população vivendo no campo, em 1996, este percentual caiu para 21% (IBGE,<br />1997).<br />A mesma tendência verifica-se nos confinamentos intensivos, nos países centrais e nos<br />periféricos. Tome-se novamente como exemplos os EUA e o Brasil, e a atividade<br />suinícola (Figura 1). Em 1980 havia aproximadamente 650 mil granjas de suínos nos<br />EUA. No ano 2000, o número de granjas era menor que 90 mil (USDA, 2001). Nos<br />EUA tem havido uma forte tendência da produção de suínos deixar de ser em pequenas<br />unidades familiares, a campo, para transformar-se em sistemas confinados de grande<br />escala (FRASER et al., 2001). De fato, atualmente 50,5% do rebanho suíno norteamericano<br />está concentrado em 2,4% das granjas (USDA, 2001). No Brasil, tomando o<br />estado de Santa Catarina como exemplo, em 1985 cerca de 57% do rebanho suíno<br />catarinense era industrial (confinado). Em 1996 esse percentual cresceu para 75%<br />(IBGE, 1997). Já o número de suinocultores industriais em SC, que em 1985 era de<br />54.176, no ano 2000 ficou reduzido a 17.500 produtores (IBGE, 2001), evidenciando<br />um claro processo de concentração fundiária e da produção.<br /><br /><br /><b>IMPACTO AMBIENTAL E SAÚDE HUMANA</b><br /><br />O confinamento intensivo tem também sido criticado por suas conseqüências no<br />ambiente e na saúde humana. Nos EUA, estima-se que até 70% de todos os nutrientes<br />que atingem as águas de superfície, principalmente nitrogênio e fósforo, são originários<br />ou de fertilizantes agrícolas ou de dejetos de confinamentos de animais (NRC, 1989).<br />Também as águas subterrâneas, nos EUA, tem sido poluídas por fertilizantes, pesticidas<br />e acúmulo de dejetos de confinamentos.<br />Em Santa Catarina, a poluição de águas no Oeste – inclusive de poços artesianos - tem<br />sido em parte atribuída à suinocultura intensiva. Levantamentos realizados em zonas<br />rurais das regiões produtoras de suínos e aves confinadas, de Santa Catarina, revelam<br />que 85 % das fontes de água estão contaminadas por coliformes fecais, oriundos do<br />lançamento direto do esterco, principalmente de suínos, em cursos ou mananciais<br />d’água (LOHMANN, 1999). Este problema é especialmente grave em períodos de<br />chuva e com o esterco líquido, cuja quantidade diária produzida é de 4,9% a 8,5% do<br />peso vivo do animal (SILVA &amp; MAGALHÃES, 2001). Quer dizer, um suíno de 60kg<br />produz em torno de 4kg de esterco líquido por dia. Quando os dejetos encontram<br />mananciais ou cursos de água, geram sérios desequilíbrios ecológicos: redução do teor<br />de oxigênio dissolvido na água, disseminação de agentes patogênicos e contaminação<br />(da água) por amônio, nitratos e outros elementos (MENEGAT, 1999).<br />O poder poluente dos dejetos é bem maior que a do esgoto humano. Enquanto a<br />Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é de cerca de 200 mg/L no esgoto doméstico,<br />a DBO dos dejetos oscila entre 30.000 a 52.000 mg/L, ou seja, em torno de 260 vezes<br />superior. A DBO avalia indiretamente o conteúdo orgânico biodegradável dos dejetos<br />através da medida de oxigênio consumido pelos microrganismos atuantes na sua<br />oxidação. O aumento da DBO têm como conseqüências a diminuição da concentração<br />de oxigênio na água, a produção de substâncias tóxicas e a proliferação exagerada de<br />algas.<br />A alta concentração de animais em confinamentos intensivos em alguns municípios<br />catarinenses colocam os dejetos de animais, ao lado da extração do carvão e dos<br />agrotóxicos da rizicultura, entre as maiores ameaças de contaminação do Aquífero<br />Guarani, a maior fonte de água subterrânea da América do Sul (CAMPOS, 2000;<br />POÇOS, 2000).<br />Em termos de saúde humana e animal, o uso continuado de antibióticos na ração animal<br />também pode levar ao desenvolvimento de cepas de patógenos resistentes (NRC, 1989).<br />Nos EUA, em 1994, 59% dos suínos comercializados receberam antibiótico na ração<br />com finalidade de incrementar o crescimento (FRASER et al., 2001).<br />Para agravar o problema, o manejo inadequado pode resultar na emissão de óxido<br />nitroso, que é um dos gases responsáveis pelos danos do efeito estufa. Embora este gás<br />tenha concentração bem menor que o CO2 na atmosfera, parece ter um potencial de<br />efeito estufa 270 vezes superior ao CO2 (Li, 1995 apud Amado &amp; Spagnollo, 2001).<br /><br /><br /><b>AQUECIMENTO GLOBAL</b><br /><br />Também a produção animal tem sido responsabilizada pelo efeito estufa. No relatório<br />apresentado por Steinfeld et al. (2006) à FAO, se afirma que 40% das emissões<br />antropogênicas de metano, um dos importantes gases que contribuem com o efeito<br />estufa, tem origem na fermentação entérica e nos dejetos produzidos por animais<br />zootécnicos (p. 112). O mesmo relatório também aponta outro dado menos divulgado na<br />imprensa leiga, de que a maior parte dessas emissões provêm de sistemas extensivos,<br />que são uma das principais fontes de sobrevivência de milhões de pequenos agricultores<br />marginalizados e descapitalizados de regiões pobres do planeta (p. 114).<br />Samuel Jutzi, Diretor da divisão de Sanidade e produção da FAO, conclamou o setor<br />agrícola a encontrar soluções técnicas apropriadas para o uso ambientalmente<br />sustentável dos recursos utilizados na produção animal (STEINFELD et al., 2006). As<br />premissas para tal solução, no entanto, não são claras ao longo do relatório e não<br />envolvem mudanças no paradigma atual de produção animal, mas se rendem à<br />"realidade" de que hoje cerca de 80% do crescimento da produção animal se origina em<br />sistemas industriais (p. 278). Seguindo esse raciocínio, por exemplo, o confinamento<br />intensivo de monogástricos é apontado como a melhor alternativa à vista para manter as<br />emissões de gases de origem animal até 2050, quando se espera que a produção de<br />animais dobre no planeta, nos níveis de hoje.<br />A produção de gado de corte, tanto em sistemas intensivos confinados como em<br />sistemas extensivos tradicionais, trazem danos irreparáveis ao ambiente. O primeiro<br />pela contaminação da água e do solo com nutrientes, mais notadamente nitrogênio e<br />fósforo, antibióticos e outros químicos, o segundo pela degradação do solo (erosão,<br />compactação) pelo manejo inadequado. Embora ambos concorram nesse sentido, os<br />sistemas extensivos são os mais associados à perda de biodiversidade pela<br />transformação de diversos habitats em pastagens. No relatório citado a bovinocultura a<br />pasto tem sido também associada à maior produção de metano. Essas são falsas<br />questões que precisam ser esclarecidas. Em primeiro lugar, há vários tipos de produção<br />a pasto, e apenas o mau manejo do complexo solo – animal – pasto resulta em<br />degradação dos solos e perda da biodiversidade. Em segundo lugar, não é verdade que a<br />produção a pasto resulte em maior produção de metano.<br />O adequado manejo do complexo solo – animal - pastagem pode resultar em aumento<br />da biodiversidade e incremento da vida de um ecossistema, devido ao fabuloso aporte<br />de matéria orgânica e reciclagem de pasto em excremento pelo animal. Numa<br />experiência realizada em Minnesota e monitorada por pesquisadores da Universidade<br />deste estado, encontrou-se maior número e diversidade de insetos e peixes num curso<br />d’água passando por uma área de pastoreio racional rotativo, como o preconizado por<br />Voisin (1974), do que por uma área de reserva em recuperação, fechada por 30 anos<br />(BAGDLEY, 2003).<br />Quando avaliamos apenas o que acontece no animal, é correto afirmar que a produção<br />de metano por um bovino criado a pasto será maior, comparado com um bovino criado<br />em confinamento. A fermentação ruminal da celulose tem como principal produto final<br />o ácido acético, que ao ser formado no rúmen libera quatro moléculas de H2. Essas<br />moléculas em união com o CO2 dão origem ao metano. Já na fermentação do amido, o<br />principal produto final será o ácido propiônico, que consome moléculas de H2,<br />reduzindo a produção ruminal de metano (KAUFFMANN, 1982). E isso não chega a<br />ser uma novidade.<br />Acontece que o bovino criado a pasto não existe sem a pastagem. Então é preciso<br />comentar que há uma associação indissolúvel entre o animal e o pasto. Se a produção de<br />metano de um bovino a pasto é maior do que de outro alimentado com grãos, o<br />seqüestro de carbono (C) realizado pela pastagem é muitas vezes superior às lavouras<br />que produzem os grãos. O seqüestro de carbono por pastagens é maior do que de<br />florestas, como demonstram Conant et al. (2004): “... nossos resultados indicam que os<br />macroagregados (do solo) reciclam mais rapidamente sob pastagem do que sob floresta,<br />e são menos eficientes em estabilizar o C do solo, enquanto que microagregados de<br />solos de pastagem estabilizam uma maior concentração de C do que microagregados de<br />florestas.”<br />A concentração, na criação animal, é um problema não só no que se refere ao número de<br />animais em um dado alojamento, mas também em relação ao número de criações em<br />uma dada região que, quando em excesso, superam a capacidade do ambiente de<br />reciclar os nutrientes. A concentração animal frequentemente implica também no uso<br />excessivo de água, outro tema que chega tarde à discussão da ética na produção animal.<br />O relatório de Steinfeld et al. (2006) conclui que danos ao ambiente são encontrados em<br />todos os espectros da produção (extensiva a industrial), e são provavelmente maiores<br />em relação à criação de gado de corte e menores em relação à de aves. Esta conclusão,<br />tomada fora de contexto dos demais dilemas éticos da produção animal, pode ter<br />repercussões perigosas em termos de desenvolvimento de políticas locais e globais. A<br />criação de aves tomada como base para essa análise é a industrializada confinada,<br />grande consumidora de grãos, altamente concentrada e, não menos importante, em um<br />sistema onde é extremamente difícil encontrar soluções para o bem-estar dos animais<br />envolvidos no processo.<br />Ao mesmo tempo que é fácil associar o desmatamento à criação de bovinos, pois eles<br />passam a ocupar a área desmatada, é mais difícil de visualizar o dano correspondente<br />quando a mesma área passa a ser dedicada à cultura de grãos usada para alimentar<br />animais criados em confinamento. A produção de grãos envolve altíssimos gastos em<br />energia fóssil, desde a sua plantação até o transporte até onde será consumida pelo<br />animal.<br /><br /><br /><b>ENERGIA</b><br /><br />Uma vez que os sistemas agrícolas são abertos, a quantidade de energia (de origem<br />fóssil) que entra no sistema deve ser, preferencialmente, igual ou menor a que sai. Na<br />maior parte dos casos, isto só é possível com a maximização da captação da energia<br />solar através da integração de diferentes culturas, da rotação do uso do solo e do<br />reaproveitamento de resíduos. A base de qualquer sistema de produção agrícola é o<br />solo. Mesmo num confinamento intensivo é a produção de alimentos para os animais,<br />oriundas de culturas, o fator decisivo e em geral mais oneroso do processo produtivo. A<br />adição de excremento animal é a única prática agrícola capaz de melhorar e manter a<br />fertilidade de solos de lavoura (TILMAN, 1998).<br />A intensificação dos sistemas de produção na agricultura (animal e vegetal) ocorrida de<br />1940 a 1970, o auge da “Revolução Verde”, mais do que triplicou a demanda energética<br />(fóssil) na produção agrícola americana, enquanto que o consumo energético apenas<br />duplicou (STEINHART &amp; STEINHART, 1974). Sistemas de produção animal<br />altamente intensificados, como o confinamento de bovinos de corte demandam alto<br />custo energético. Nos “feedlots” americanos, para produzir-se 1 libra de carne bovina se<br />consome o equivalente a 1 galão de gasolina em energia fóssil, resultando numa relação<br />calorias de energia cultural investida / calorias de energia alimentícia produzida de 5:1.<br />Em contraste, a produção de carne e leite pastoril na África tem uma relação de 1:10, ou<br />seja 50 vezes mais eficiente energeticamente.<br /><br /><br /><b>BEM-ESTAR ANIMAL</b><br /><br />De acordo com Hurnik (1992) o bem-estar animal é um estado de harmonia entre o<br />animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta<br />qualidade de vida do animal. Broom (1991) propõem que bem-estar não é um atributo<br />dado pelo homem aos animais, mas uma qualidade inerente a estes. O bem-estar se<br />refere, então, ao estado de um indivíduo do ponto de vista de suas tentativas de<br />adaptação ao ambiente. Ou seja, se refere a quanto tem de ser feito para o animal<br />conseguir adaptar-se ao ambiente e ao grau de sucesso com isso está acontecendo.<br />Assim, o bem-estar pode variar de MUITO BOM a MUITO RUIM e pode ser avaliado<br />cientificamente a partir de estado biológico do animal e de suas preferências. Neste<br />contexto, produtividade, sucesso reprodutivo, taxa de mortalidade, comportamento<br />anômalos, severidade de danos físicos, atividade adrenal, grau de imunodepressão ou<br />incidência de doenças, são fatores que podem medidos para avaliar o grau de bem-estar<br />dos animais.<br /><br />Na tentativa de construir um consenso em torno da definição de bem-estar, Fraser et al.<br />(1997) sintetizaram as três principais questões éticas que, segundo eles, são levantadas<br />pela sociedade em relação à qualidade de vida dos animais:<br /><br /><i>1. Os animais deveriam SENTIR-SE BEM, ou seja, deveriam atingir seus</i><br /><i>interesses, os quais consistiriam basicamente em estar livres de sentir medo e dor e em</i><br /><i>poder de experiências prazerosas.</i><br /><i><br /></i><br /><i>2. Deveriam ter um BOM FUNCIONAMENTO, isto é, poder satisfazer suas</i><br /><i>necessidades de saúde, crescimento, fisiologia e comportamento.</i><br /><i><br /></i><br /><i>3. Os animais deveriam VIVER VIDAS NATURAIS, deveriam poder viver e</i><br /><i>desenvolver-se da maneira para a qual estão adaptados.</i><br /><br />As mudanças relativamente recentes que têm sido implementadas no sistema de criação<br />não têm considerado as necessidades comportamentais dos animais, o que pode estar<br />influenciando negativamente o bem-estar de milhares de animais. A domesticação não<br />alterou o repertório comportamental das espécies animais (Price, 1999). Hoje existem<br />suficientes estudos mostrando, por exemplo, as conseqüências negativas da<br />impossibilidade de construir um ninho no comportamento e fisiologia das porcas e<br />leitões, e na sobrevivência dos leitões (BARNETT et al., 2001; THODBERG et al.,<br />1999; HÖTZEL et al., 2004, 2005), que não devem ser ignorados. O intenso contato<br />com os leitões, forçado pelo confinamento, é aversivo para as porcas (PAJOR et al.,<br />2000). Em aves, as altas densidades utilizadas no confinamento podem levar à bicagem<br />de penas e canibalismo (Wechsler &amp; Huber-Eicher, 1998), levando até a morte de<br />animais. O uso de pisos inadequados aumenta a incidência de laminite em vacas<br />leiteiras (Webster, 2002). Até 60% das galinhas poedeiras podem apresentar fraturas<br />ósseas no final da sua vida produtiva (Nicol et al., 2006).<br />Nos últimos anos, coincidindo com o advento e crescimento do confinamento de<br />algumas espécies zootécnicas, o principal objetivo da seleção tem sido aumentar a<br />eficiência e produtividade. Embora possa ser argumentado que a seleção genética tenha<br />trazido benefícios para o bem-estar animal e para o meio ambiente, através de melhor<br />utilização dos recursos, também é claro que resultou em graves problemas em relação<br />ao bem-estar animal, principalmente através do que é chamado no meio veterinário de<br />“doenças da produção” (BLOOD &amp; RADOSTITS, 1989). Trata-se de algumas doenças<br />vastamente disseminadas na criação animal, como a mastite e doenças metabólicas em<br />vacas leiteiras e laminite em porcas e vacas leiteiras (HEMSWORTH et al., 1995;<br />WELLS et al., 1998; BARNETT et al., 2001; RUSHEN, 2001), problemas de<br />articulações e ossos como fraqueza, pré-disposição a fraturas e mortalidade relacionada<br />à osteoporose, ascite em aves, problemas digestivos e susceptibilidade a estresse<br />(BRADSHAW et al., 2002; JULIAN, 1998; RATH, 2000). Muitas delas estão<br />associadas, direta ou indiretamente, com a seleção para rápido crescimento ou alta<br />produtividade e consumo de alimentos (JULIAN, 1993).<br />Na avaliação de um sistema de produção, o bem-estar animal é parte fundamental. Não<br />apenas pelo compromisso ético implícito que a humanidade tem para com os animais<br />que domesticou e colocou completamente sob seu controle, mas também em função da<br />opinião da sociedade sobre a qualidade de vida dos animais. Se o objetivo primeiro da<br />criação animal é produzir alimento de qualidade para as pessoas, então a opinião destas<br />pessoas deve ter grande importância. Isto deve ser verdade para o bem-estar animal<br />(FRASER et al., 2001), mas também deve valer para o sistema criatório como um todo.<br /><br /><br /><b>CONCLUSÃO</b><br /><br />As alternativas à produção animal convencional devem ser superiores em termos<br />ambientais, energético, de bem-estar animal, com menor dependência de insumos<br />externos e menor impacto social e cultural. Logo, é um tipo de produção que deve<br />interessar a toda a sociedade. Assim sendo, deve ser tratada como regra, e não como<br />exceção ou “nicho”. A produção animal ética, com bem-estar e sem agressão ao meio,<br />deve ser uma opção para TODA a agricultura, e não apenas para uma parte. Para tanto,<br />é preciso que seja competitiva também economicamente. E não há motivo algum para<br />que não seja. Ao contrário, há vários exemplos de redução de custos e / ou aumento da<br />lucratividade com a adoção de princípios agroecológicos. No Oeste do estado de Santa<br />Catarina, a produção de leite a pasto sem o uso de insumos químicos tem tido um custo<br />de produção que é a metade do convencional (MACHADO FILHO et al., 2000). O<br />custo de instalação de uma matriz no SISCAL é aproximadamente a metade do<br />confinamento, e a lucratividade do SISCAL é também em geral maior do que no<br />confinamento (EDWARDS, 1996). Entretanto, há ainda inúmeras perguntas a serem<br />respondidas com relação aos sistemas alternativos de produção. Com efeito, se há<br />dezenas de milhares de trabalhos publicados sobre os mais variados aspectos do sistema<br />convencional, a pesquisa agroecológica é ainda incipiente.<br /><br /><br /><b>Referências bibliográficas</b><br /><br /><i>AMADO, T.J.C. &amp; SPAGNOLLO, E., 2001. A palha e o seqüestro de carbono em</i><br /><i>plantio direto. In: IV curso sobre Aspectos Básicos de Fertilidade do solo em</i><br /><i>Plantio Direto, Ijuí - RS.</i><br /><i>BARNETT, J., HEMSWORTH, P., CRONIN, G., JONGMAN, E. &amp; HUTSON, G.,</i><br /><i>2001. A review of the welfare issues for sows and piglets in relation to housing.</i><br /><i>Australian Journal of Agricultural Research, 52, 1-28.</i><br /><i>BERREMAN, G.D., 1968. Current Antropology. Proceedings of the Cultural</i><br /><i>Congress of Havana pp 391-396.</i><br /><i>BLOOD, D.C. &amp; RADOSTITS, O.M., 1989. Veterinary Medicine (7º ed.). Londres:</i><br /><i>Baillière Tindall.</i><br /><i>BRADSHAW, R.H., KIRKDEN, R.D. &amp; BROOM, D.M. 2002. A review of the</i><br /><i>aetiology and pathology of leg weakness in broilers in relation to welfare. Avian and</i><br /><i>Poultry Biology Reviews, 13, 45-103.</i><br /><i>CONANT, R. T.; SIX, J. &amp; PAUSTIAN, K., 2004. Land use effects on soil carbon</i><br /><i>fractions in the southeastern United States: II. Change in soil carbon fractions along a</i><br /><i>forest to pasture chronosequence. Biol. Fertil. Soils v. 40:p. 194-200, 2004.</i><br /><i>DOMINGUES, 0., 1960. Introdução à Zootecnia (2ª ed.). Rio de Janeiro: MA/SIA.</i><br /><i>EDWARDS, S. A., 1996. Resultados econômicos da produção de suínos ao ar livre In:</i><br /><i>Dalla Costa, O. A., Monticelli, C.J., Anais do I Simpósio sobre sistema intensivo de</i><br /><i>suínos criados ao ar livre - SISCAL. pp. 194 - 203.</i><br /><i>FRASER, D.; MENCH, J.; MILLMAN, S. Farm Animals and TheirWelfare in 2000.</i><br /><i>2001. ed. D. J. Salem; A. N. Rowan.. In: Farm Animals and Their Welfare in 2000.</i><br /><i>Gaithersburg, MD: Humane Society Press. p. 87-99.</i><br /><i>HEMSWORTH, P.H., BARNETT, J.L., BEVERIDGE, L. &amp; MATTHEWS, L.R. 1995.</i><br /><i>The welfare of extensively managed dairy cattle: a review. Applied Animal</i><br /><i>Behaviour Science, 42, 161-182.</i><br /><i>HÖTZEL, M.J.; MACHADO Fº, L.C.P.; DALLA COSTA, O.A., 2005. Behaviour of</i><br /><i>pre-parturient sows housed in intensive outdoor or indoor systems. Pesquisa</i><br /><i>Agropecuária Brasileira, v. 40, n. 2, p. 169-174.</i><br /><i>HÖTZEL, M.J.; MACHADO FILHO, L.C.P.; WOLF, F.M.; DALLA COSTA, O.A.</i><br /><i>2004. Behaviour of sows and piglets reared in intensive outdoor or indoor systems.</i><br /><i>Applied Animal Behaviour Science, v. 86, n. 1-2, p. 27-39.</i><br /><i>IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário 1996. Rio</i><br /><i>de Janeiro, 2001. Disponível em: <http: www.ibge.gov.br="">Acesso em: 28 out. 2001.<br />IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1997. Anuário Estatístico do<br />Brasil. v.57. IBGE, Rio de Janeiro.<br />HURNIK, J.F. 1992. Behaviour, farm animal and the environment. Cambridge:<br />CAB International.<br />HURNIK, J.F. 1997. Congress of ISAE, Prague.<br />HURNIK, J.F., LEWIS, N.J., TAYLOR, A., MACHADO FILHO, L.C.P., 1995. Farm<br />Animal Behaviour. Guelph.<br />JULIAN, R.J. 1993. CJA Ascites in poultry. Avian Pathology, 22, 419-454.<br />JULIAN, R.J. 1998. Rapid growth problems: Ascites and skeletal deformities in<br />broilers. Poultry Science, 77, 1773-1780.<br />KAUFMANN, W., SAELZER, V. Fisiologia Digestiva Aplicada del Ganado Vacuno.<br />Zaragoza: Editorial Acribia. 1976.<br />LOHMANN, O., SILVA, R.F. DA, FONTOURA, T.B., SILVA. D.M. DA, JACQUES,<br />R.J.S., FRIES, M.R., AITA, C., 1999. Determinação de microrganismos fecais em<br />solo, sob campo nativo, submetidos a aplicações periódicas de esterco suíno. In:<br />EMBRAPA Cerrados. XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO<br />SOLO. Brasília, 11-16 julho. CD-ROM<br />MACHADO FILHO, L.C.P., et al. , 2000. Produção de leite à base de pasto em PRV no<br />assentamento Conquista na Fronteira. In: UFSC, I Semana de ensino, pesquisa e<br />extensão - SEPEX. Florianópolis – SC.<br />MACHADO FILHO, L.C.P., SILVEIRA, M.C.A.C., HÖTZEL, M.J. E MACHADO,<br />L.C.P., 2001. Produção Agroecológica de Suínos - Uma alternativa sustentável para a<br />pequena propriedade no Brasil. In: 2ª Conferência Internacional Virtual sobre<br />Qualidade de Carne Suína. http://www.cnpsa.embrapa.br/<br />MENEGAT, E.E., BRAIDA, J.A., LUPATINI, G.C., GARCIA, G.G., 1999.<br />Caracterização e utilização de esterco líquido de suínos em culturas e pastagens<br />anuais. In: EMBRAPA Cerrados. XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />CIÊNCIA DO SOLO. Brasília, 11-16 julho. CD-ROM<br />NICOL, C.J. ; S.N. BROWN; E. GLEN; S.J. POPE; F.J. SHORT; P.D. WARRISS; P.H.<br />ZIMMERMAN; L.J. WILKINS. 2006. Effects of stocking density, flock size and<br />management on the welfare of laying hens in single-tier aviaries. British Poultry<br />Science v. 47, p. 135—146.<br />NRC - NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989. Committee on the Role of<br />Alternative Farming Methods in Modern Production Agriculture. Alternative<br />Agriculture. National Academy Press, Washington. Pp 89 -134.<br />PAJOR, E. A. et al., 2000. Regulation of contact with offspring by domestic sows:<br />temporal patterns and individual variation. Ethology, v. 106, p. 37-51.<br />POÇOS E POLUIÇÃO SÃO FOCOS DE CONTAMINAÇÃO, 2000. Diário<br />Catarinense. Seção: Geral Ambiente, 3 de set. 2000. p.27.<br />PRICE, E.O. 1999. 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publicado por Maluvfx às 15:55
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Sábado, 29 de Maio de 2010
Dieta vegetariana no controle da diabetis. INFORME-SE!
 
Diabéticos precisam escolher cuidadosamente o que vão comer, já que sua escolha pode impactar na sua saúde. O diabetes afeta pessoas de todas as idades, de ambos os sexos e de qualquer raça. Quando não tratada corretamente, a doença pode atrapalhar no processo de cicatrização de feridas, pode acarretar cegueira e problemas nos rins. A dieta é uma das formas mais importantes de se controlar o diabetes, e o vegetarianismo (dieta de baixa gordura, rica em fibra e nutrientes) é bastante complementar.

Afetando mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, essa doença inibe o corpo de processar as comidas corretamente. Geralmente, os alimentos que comemos são digeridos e convertidos em glucose, um açúcar que cai na corrente sanguínea e é usado para gerar energia. A insulina é um hormônio que ajuda a glucose a entrar nas células. Porém os diabéticos não conseguem controlar a quantidade de glucose no organismo, porque o mecanismo que converte o açúcar em energia não trabalha corretamente.

Pode haver uma total ausência ou quantidades insuficientes de insulina. Como resultado, a glucose se acumula na corrente sanguínea e leva a problemas como fraqueza, falta de concentração, perda da coordenação e visão embaçada. Mas os níveis de insulina podem despencar e, assim, o diabético sofrer  uma hipoglicemia, que se for sentida por tempo prolongado, pode levar a pessoa ao coma ou até a morte.

Uma alimentação vegetariana se aproxima bastante do que é recomendado pela Associação Britânica do Diabetes, já que é uma dieta rica em carboidratos complexos e fibra, que têm efeito benéfico no metabolismo de carboidrato, diminuindo assim os níveis de açúcar no sangue. A boa forma física dos vegetarianos também contribui para a redução da incidência de diabetes. A doença é frequentemente associada com altos níveis de colesterol e uma dieta vegetariana garante uma proteção contra o mau colesterol.

Embora incurável, o diabetes pode ser controlado com dieta exercícios físicos, medicamentos, injeções de insulina ou uma combinação entre os tratamentos. Ao invés de calcularem a quantidade de calorias, os diabéticos precisam calcular o total de carboidrato que ingerem, de modo que pelo menos metade da comida deles seja composta por carboidratos complexos.

Muitos vegetarianos diabéticos descobriram que uma dieta sem carne pode fazê-los consumir quantidades menores de insulina, o que dá à eles a sensação de poder e controle da doença.



Fonte: Vida Vegetariana


publicado por Maluvfx às 19:24
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Sexta-feira, 14 de Maio de 2010
Queijos, Pizzas e Sanduíches vegetais

Este mês, com a descoberta da primeira pizza 100% vegetal de Curitiba, com mais de 8 opções deliciosas a base de creme de tofu, resolvi me aventurar novamente nos queijos vegetais.
Se você já conhece alguém que é vegetariano, sabe que ele não recusa o leite e os ovos, mas se for conversar com um vegano, como eu, sabe que se não for 100% vegetal, não vai comer na certa. A razão para se eliminar os queijos do cardápio são muitas, desde motivações éticas, por não apoiar a crueldade envolvida na produção desses alimentos nas indústrias fábricas, até por questões de saúde, como os intolerantes à lactose.
Existem tantas variações de queijo vegetal quanto existem vegetais a serem descobertos, um mais gostoso que o outro, mas dois acabaram se tornando padrão na culinária, os queijos baseados em soja, como o tofu, e o baseado em castanha de caju.
Esta semana irei postar várias receitas, mas se você estiver com muita fome para esperar, seguem algumas dicas:


Pizza com creme de tofu na Memphis Pizzaria, ótimas opções:
Rua Mateus Leme, 969 - Centro Cívico
Fone: 3095-0812


Festival do Queijo Vegano na Hamburgueria Barba Negra
Somente dia 15/05, não percam!
Rua Vicente Machado, 578 - Batel


publicado por Maluvfx às 16:21
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Níveis de antibióticos e ftalatos no organismo caem a pique depois de 5 dias de alimentação vegetariana
Fazer uma alimentação vegetariana durante apenas 5 dias reduz o nível de químicos tóxicos no organismo humano. Após 5 dias com esta alimentação, concretamente os níveis dos químicos que afectam a actividade hormonal e os níveis dos antibióticos utilizados no gado apresentavam-se mais baixos.
O estudo-piloto sugere que é possível reduzir a exposição a químicos potencialmente perigosos através de escolhas alimentares, tais como limitar o consumo de produtos de origem animal como carnes e lacticínios.

O que eles fizeram?
Vinte e cinco participantes viveram em um templo budista e adoptaram o estilo de vida dos monges - incluindo a sua tradicional dieta vegetariana - por cinco dias.



...

O que significa isso?
As reduções dramáticas nos níveis de antibióticos e ftalatos resultantes dos cinco dias do programa 'Temple Stay' e mudanças dietéticas sugerem que a carga química do corpo podem ser reduzidas até mesmo dentro de um prazo de tempo muito curto.


Fonte: 
Phthalate, antibiotic levels plummet after five-day vegetarian diet.
Link: Industrial meat comes with antibiotics and endocrine disruptors 
via EVANA






Carne industrializada tem antibióticos e químicos que interferem nos hormônios


Há alguns anos, cientistas divulgaram um dos primeiros estudos que avaliaram como uma dieta pode afetar a sua exposição a substâncias tóxicas. Os pesquisadores acompanharam a dieta de um grupo de crianças em fase escolar na cidade americana de Seattle que se alimentavam de comida orgânica por cinco dias seguidos. Foi constatada uma queda quase que total nos níveis de pesticida no organismo das crianças. Esse nível voltou ao "normal" de antes, quando as crianças voltaram a sua dieta convencional.

Agora, um grupo de cientistas coreanos estão identificando quais toxinas desaparecem do organismo quando uma pessoa para de comer carne. Pessoas que adotaram uma dieta vegetariana por pelo menos cinco dias, já apresentam uma redução nos níveis de toxinas no organismo. Em particular, redução dos níveis de antibióticos e de químicos que afetam o nosso sistema hormonal. O estudo-piloto sugere que as pessoas têm capacidade de reduzir sua exposição a produtos químicos tóxicos, baseadas em suas escolhas alimentares, o que inclui a redução no consumo de produtos derivados de animais -- carnes e lácteos.



ANTES DO ESTUDO
Os pesquisadores constataram que a comida que os participantes do estudo consumiram 48 horas antes da pesquisa iniciar, estava relacionada a alta concentração de antibióticos e outros compostos. Carne de boi, porco e produtos lácteos estão associados ao consumo "acidental" de produtos farmacêuticos.

Os "ftalatos", são uma substância que tem o poder de mexer no sistema endócrino, uma vez utilizado em vários materiais como plástico e produtos de uso pessoal.

Este novo estudo tem o intuito de mostrar ás pessoas que há total relação entre o que elas consomem e uma exposição a produtos tóxicos. Será que fará com que o Instituto Americano da Carne reconsidere a sua posição sobre não restringir essas doses químicas para os animais, ou juntar-se aos reformadores para fazer com que informações como essa contenham em embalagens de alimentos?


publicado por Maluvfx às 15:16
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Terça-feira, 11 de Maio de 2010
USA: Escolas recebem prémio "Meatless Mondays"
Baltimore foi o único distrito a participar.


Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta) ama seus rankings, e eu não consigo resistir quando Baltimore acaba na lista. Desta vez,  peta2 , grupo de jovens dos direitos dos animais, diz que as escolas da cidade de Baltimore tem-friendly cafeteria nação mais vegetariano.
O sistema escolar Meatless Monday parece ter colocado Baltimore à frente de quatro outros distritos escolares na Geórgia, Virgínia e na Califórnia, na categoria escola pública.
Burgers para os vencedores. Brincadeirinha. As escolas receberão um certificado emoldurado e um cartão de agradecimento assinada por peta2
Baltimore foi o único distrito a participar em Meatless Monday, e oferece pratos como chili vegetariano, lasanha sem carne e nachos de feijão preto estilo Tex-Mex. Os juízes também observaram a parceria da cidade com os agricultores locais e distribuidores de alimentos que trazem frutas frescas, cultivadas localmente e legumes para os alunos.
"As escolas públicas de Baltimore permanecem como um modelo para os distritos escolares em todo o país quando se trata de educar os alunos sobre como suas escolhas de alimentos não afecta apenas a sua saúde, mas também o mundo à sua volta", disse o diretor da peta2 Dan Shannon em um comunicado. "Mais e mais jovens estão aprendendo que a melhor coisa que eles podem fazer para os animais, o planeta e para eles é serem Veganos".


Fonte


publicado por Maluvfx às 19:56
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Segunda-feira, 10 de Maio de 2010
CNN: "É segunda sem carne para alguns"


-
Matéria sobre a Segunda Sem Carne, publicada nesta segunda-feira (26.04), no site da CNN.

O site do canal americano de notícias CNN publicou nesta segunda-feira(26.04) uma matéria sobre a campanha mundial "Segunda Sem Carne". A notícia foi escrita por Sarah LeTrent e você pode ver logo abaixo a tradução feita pelo Vida Vegetariana.




É segunda sem carne para alguns

Se você se perguntar "onde está a carne?", pode ser uma segunda-feira.

Segunda Sem Carne é um movimento popular em crescimento em que carnívoros abdicam da cerne uma vez na semana, por questões de saúde e ambiental.

A campanha começou em 2003 como uma iniciativa de saúde pública, em associação com Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e Johns Hopkins Center for a Livable Future em Baltimore, Maryland.

Mas por que sem carne e por que às segundas?

"Estudos sugerem que as chances de mantemos nossos hábitos quando iniciados às segundas-feiras é maior do que em outros dias da semana", segundo a campanha de saúde pública Healthy Monday.

Pesquisas afirmam que a iniciativa de deixar de comer carne ajuda a conservar a água, reduz as emissões de carbono e diminui a ingestão de gordura saturada.

"Certamente você não precisa comer carne para conseguir proteína. Carne é uma parte importante da sua dieta, mas você não precisa comê-la todos os dias", disse à CNN o diretor do projeto Healthy Monday [Segunda-feira Saudável], Ralph Logiscli.

Em 12 de abril, o restaurante do hospital Johns Hopkins passou a oferecer somente refeições vegetarianas às segundas-feiras.

Há algumas críticas.

Enquanto as escolas públicas de Baltimore adotaram a Segunda Sem Carne no ano passado como forma de reduzir gastos, o conservador Glenn Beck considera a medida como uma doutrina para as crianas e pensa que isso vai além das obrigações do governo.

"Americanos amam nossos bifes, amamos nossos hambúrgueres, minha última refeição será uma bife gigante, disse Beck.

O presidente do Instituto Americano da Carne, J. Patrick Boyle, escreveu que o movimento estava "privando as crianças e seus pais de determinar o que é apropriado para suas dietas, de acordo com suas preferências pessoais".

O conceito de Segunda Sem Carne não é novo. Durante a I Guerra Mundial, a Food Administration dos EUA fazia a "Segunda Sem Carne" e a "Quarta Sem Trigo". A medida visava salvar a produção de comida para que fosse enviada às tropas americanas.

O crescimento do número de pessoas que deixam de comer carne nos últimos anos é especulado como sendo culpa do "Efeito Oprah"[em menção a apresentadora Oprah Winfrey] e que conta com o aopoio de outras importantes celebridades.

O ativista alimentar e autor do livro "O dilema do onívoro", Michael Pollan", declarou no "The Oprah Winfrey Show" de abril de 2009 que ele participa desse fenômeno e encorajou os espectadores a fazerem o mesmo.

"A partir do momento em que puxamos a carne de lado e colocamos os vegetais no centro da nossa dieta, nós seremos muito mais saudáveis", disse.

A chef de cozinha e autora Katie Lee participa da Segunda Sem Carne, sempre sugerindo refeições livres de carne em seu Twitter (@katieleekitchen).

"Almoço delicioso de segunda sem carne em Sant Ambroeus... salada de rúcula comparmesão e mini espaguete arrabiata", ela escreveu em um Tweet recent. Já Gwyneth Paltrow envia uma newsletter em que compartilha receitas.

Em junho de 2009, até mesmo um Beatle entou na ação "tudo o que você precisa são os vegetais".

Paul McCartney e suas filhas, Stella e Mary, lançaram a Segunda Sem Carne no Reino Unido para alertar a todos os efeitos da produção e do consumo de carne para o aquecimento global.

"Ter um dia da semana livre de carne é uma grande mudança que qualquer um pode fazer", disse Paul, que é vegetariano.

"E isso não só ajuda no combate à poluição, como também melhora a saúde, o tratamento ético aos animais, contra a fome mundial e dá voz ao ativismo comunitário".

E não são só simples pessoas seguindo a dieta; cidades inteiras estão promovendo o novo hábito alimentar.

No dia 7 de abril, São Francisco se tornou oficialmente a primeira cidade a participar da Segunda Sem Carne nos Estados Unidos. A cidade aprovou uma resolução que obrigue os comércios a oferecerem opções vegetarianos ao menos às segundas.


publicado por Maluvfx às 16:12
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Sábado, 1 de Maio de 2010
A dieta vegetariana e o seu lado “negro”

Dieta vegetariana
Apesar de promover alguns benefícios à saúde, pessoas que adotam uma dieta vegetariana podem estar mascarando transtornos alimentares. Essa conclusão foi obtida através de um estudo feito nos EUA com cerca de 2.516 jovens e adolescentes. A pesquisa mostrou que o dobro dos entrevistados vegetarianos confessou ter usado alguns métodos não-saudáveis para tentar emagrecer, isso em comparação com aqueles que não haviam adotado uma dieta sem carne. Cerca de 21% dos adolescentes que tentaram o vegetarianismo confirmaram ter usado remédios, laxantes ou diuréticos ou ter tentado provocar o vômito para emagrecer, enquanto 10% dos não-vegetarianos relataram ter recorridos a alguns desses métodos.
Para os jovens e adolescentes que vivem em briga com a balança, o vegetarianismo é vista como uma maneira de emagrecer e não uma forma saudável de alimentação. Segundo David Katz, da escola de Medicina da Universidade de Yale, esse é o lado negro do vegetarianismo.
Os vegetarianos que participaram da pesquisa eram mais propensos a desenvolver transtornos alimentares, apesar de que o vegetarianismo, e as outras dietas baseadas no consumo de plantas possam ser recomendados para essa faixa de idade. Quando os adolescentes optam por esse tipo de “dieta”, sozinhos, é importante ficar atento e descobrir os motivos, pois essa atitude pode ser mais um pedido de ajuda do que uma escolha de vida saudável.
Porém o estudou mostrou que, apesar de serem mais propensos a transtornos alimentares, os vegetarianos costumam ter menos sobrepeso do que seus colegas onívoros, além de pressão sanguínea mais regulada e taxa de colesterol baixa.
Os jovens e adolescentes vegetarianos possuem mais risco de desenvolver compulsões alimentares, enquanto os ex-vegetarianos podem aumentar de forma destrutiva o controle do peso. Os médicos e nutricionistas costumam grifar apenas o lado benéfico da dieta sem carnes, porém é necessário lembrar que ela pode trazer alguns riscos.
Fonte


publicado por Maluvfx às 19:33
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Sexta-feira, 30 de Abril de 2010
Por que muitos profissionais de saúde têm preconceito contra o vegetarianismo? | ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais

Por Eric Slywitch
A falta de estudo e de atualização científica faz com que alguns profissionais de saúde não gostem da dieta vegetariana.
A formação acadêmica nas faculdades de nutrição e medicina deixa muito a desejar quando o assunto é vegetarianismo.
Muitos profissionais pensam que o vegetariano vive de salada. A maioria se sente perdido quando solicitado a montar um cardápio vegetariano.
O medo do desconhecido é natural para qualquer ser humano. Fica mais fácil dizer que é difícil ou nocivo ser vegetariano.
As alegações de que o vegetarianismo é uma dieta inadequada provêm de bases teóricas mal compreendidas a respeito de diversos nutrientes (ferro, proteína…), de estudos científicos mal desenhados ou mal interpretados e da falta de estudo de muitos profissionais de saúde.
Sobre as bases teóricas mal compreendidas:
Diversas teorias não se sustentam ao serem analisadas na prática. Dizer, por exemplo, que a proteína vegetal é inadequada para o organismo é uma teoria. A prática não demonstra isso. Estudos científicos (metanálise realizada em 2003) demonstram que não há diferença na assimilação da proteína em seres humanos quando ela provém de fonte animal ou vegetal.
O mesmo ocorre com o ferro. A ADA (American Dietetic Association), analisando os estudos bem desenhados, nos dá o parecer de que os vegetarianos não têm maior risco de apresentar deficiência de ferro quando comparados com não vegetarianos.
Sobre os estudos científicos:
Os estudos científicos antigos estavam preocupados em verificar se era possível a adequação nutricional com uma dieta vegetariana. Muitos profissionais ainda estão vivendo nesse passado. Atualmente não há dúvidas científicas quanto à adequação.
A comparação de artigos científicos que descrevem deficiências nutricionais em vegetarianos com artigos que demonstram o contrário mostra que a diferença está no planejamento da dieta e não na presença da carne.
Em 1997, a ADA (American Dietetic Association) revisou os trabalhos científicos bem desenhados sobre o vegetarianismo e se posicionou:
“O posicionamento da ADA (American Dietetic Association) é de que, quando planejada adequadamente, a dieta vegetariana é saudável, nutricionalmente adequada e resulta em benefícios à saúde e na prevenção e tratamento de certas doenças”.
Essa adequação é descrita para todos os estágios da vida (infância, idade adulta, senilidade, gestação e amamentação).
Em 2003, o parecer da ADA (American Dietetic Association) e nutricionistas do Canadá acrescenta a recomendação de que os profissionais de saúde têm o dever de incentivar e apoiar os indivíduos que expressam desejo de se tornarem vegetarianos.
Os estudos científicos atuais estão mais preocupados em demonstrar as implicações à saúde ao se adotar uma dieta vegetariana, visto que a adequação já está comprovada. Os benefícios são muitos .

Dr. Eric Slywitch é médico, coordenador do departamento científico da Sociedade Vegetariana Brasileira. Especialista em nutrologia (ABRAN) e nutrição enteral e parenteral (SBNPE). Pós graduado em nutrição clínica (GANEP). Especialista em nutrição vegetariana.


publicado por Maluvfx às 16:59
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Sábado, 10 de Abril de 2010
Alimentação Vegetariana
Irina Maia – Bióloga e Vegetariana


A alimentação vegetariana tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos, apesar de continuar a ser minoritária entre nós. Aqui são apresentados argumentos de saúde, ambientais e económicos a favor do vegetarianismo, sendo a autora Bióloga e Vegetariana.

O vegetarianismo não é uma moda recente. Ao longo da história da humanidade houve pequenos grupos e povos inteiros, que por razões religiosas, económicas, culturais ou ambientais, seguiram uma dieta exclusivamente ou predominantemente vegetariana.
Moda recente é o destaque que os produtos de origem animal passaram a ter na nossa alimentação. Basta falarmos com os nossos pais e avós, para rapidamente percebermos que ainda há poucas décadas atrás, a carne e o peixe eram alimentos consumidos excepcionalmente em dias de festa e que o leite nem sequer fazia parte da sua dieta.
Uma vez que eram considerados “alimentos dos ricos”, assim que a melhoria nas condições de vida nos países desenvolvidos facilitou a acesso de mais pessoas a estes produtos, o seu consumo tornou-se generalizado e exagerado. Mas estes alimentos deveriam ter continuado a ser consumidos excepcionalmente, pois o seu consumo regular não é necessário à saúde e pelo contrário é causador de inúmeras doenças. 
Perante o cenário actual de uma população obesa e doente, assistimos agora a um esforço das autoridades médicas, de educação da população para que readquira hábitos mais saudáveis de alimentação, com redução dos produtos de origem animal e com predomínio de produtos de origem vegetal.
Muitas pessoas seguem esse conselho até ao fim, tornando-se vegetarianos e deixando pura e simplesmente de comer animais ou produtos derivados de animais.
Apesar da dieta vegetariana ser cada vez mais tema de capa de revista, a maior parte das pessoas ainda encara o vegetarianismo com desconfiança. Consideram esta dieta anti-natural e receiam que ao retirarem a carne do seu menu ficarão sub-nutridos.
Os milhões de vegetarianos que vivem e viveram ao longo da história da humanidade são a prova viva de que é possível viver só de plantas. Mas se dúvidas existiam sobre se essa vida seria saudável, inúmeros estudos científicos recentes demonstraram que não só os vegetarianos não são mais doentes, como em média são mais saudáveis e vivem mais tempo do que aqueles que comem produtos animais. 
A American Dietetic Association, publicou um artigo de revisão de todos os conhecimentos actuais sobre dieta vegetariana e concluiu que "dietas vegetarianas bem planeadas são saudáveis e nutricionalmente adequadas, sendo bastante benéficas na prevenção e tratamento de diversas doenças".
Mas como pode isso ser? Afinal de contas somos omnívoros!
É verdade, somos omnívoros. Mas o que significa isso exactamente?
Os nossos antepassados começaram por ser frugívoros (comiam apenas frutos), depois evoluíram para omnívoros, alargando a sua dieta a insectos e pequenos mamíferos e mais tarde tornaram-se pescadores e caçadores, passando a incluir no seu menu a carne de diversos animais. No entanto, durante a maior parte desse percurso evolutivo, os nossos antepassados basearam a sua dieta em plantas, sendo os produtos de origem animal um complemento da sua alimentação de onde retiravam calorias e proteínas extra.
Há quem atribua o desenvolvimento da nossa inteligência à ingestão de carne, mas foi o aumento progressivo dos cérebros dos nossos antepassados que criou a necessidade de ingestão de mais proteínas e gorduras, que a carne forneceu em abundância.
Milhões de anos depois, o ser humano inventou a agricultura e passou a produzir inúmeras variedades de cereais, leguminosas, oleaginosas, hortícolas e frutos, capazes de suprir as suas necessidades nutricionais e energéticas, de tal forma que hoje em dia, na maior parte do planeta, o ser humano já não precisa de comer carne para viver e ser saudável. 
Ao contrário do que comummente se pensa, ser omnívoro não implica que se tenha de comer de tudo para se sobreviver, mas sim que se pode sobreviver com um leque variado de opções alimentares. Um omnívoro consegue viver só de carne ou só de plantas, se apenas tiver disponível uma dessas opções para se alimentar. O facto de termos inventado a agricultura, dá uma nova dimensão ao facto de sermos omnívoros, pois oferece-nos a liberdade de escolha dos alimentos.
E porque é que devemos escolher comer plantas em vez de animais?
Se no passado todos os produtos de origem animal eram produzidos de modo tradicional e extensivo, com aproveitamento de solos e paisagens não-aptas para a agricultura, hoje em dia a grande maioria desses produtos são produzidos industrialmente, com enorme desperdício de recursos naturais e com graves consequências ambientais e sociais.
Além das questões dos direitos e do bem-estar dos animais, que cada vez mais devem ser debatidas e consideradas na forma como produzimos os nossos alimentos, as questões relativas ao impacto ambiental da produção animal devem levar-nos a questionar os nossos hábitos, principalmente se nos consideramos ecologistas e pretendemos reduzir a nossa pegada ecológica no planeta.
“É ecologista? Então porque ainda come carne?” É a questão provocadora que tem gerado acesos debates entre aqueles que se consideram ecologistas.
Há aqueles que, perante os dados que apontam a produção animal como um dos maiores problemas ecológicos dos nossos dias, se tornaram vegetarianos para reduzirem o seu impacto ambiental no planeta e há aqueles que, achando que a ingestão de produtos animais faz parte da nossa ecologia, não pretendem mudar os seus hábitos alimentares, embora concordem que a produção industrial destes produtos é anti-ecológica. 
Eis alguns dados perturbantes:
- Nos Estados Unidos, mais de metade de toda a água consumida é gasta na produção animal e outra estimativa aponta para que perto de 85% da água consumida no planeta seja gasta na produção animal. Para se produzir 1kg de batatas são necessários cerca de 50 litros de água e para se produzir 1 kg de trigo são necessários cerca de 42 litros, no entanto para se produzir 1kg de carne de vaca são necessários 43.000 litros de água!
- Os dejectos dos animais, que antes eram naturalmente integrados novamente nos solos, fertilizando-os, são agora produzidos em tamanha quantidade, que se tornaram um dos maiores problemas de poluição no mundo, contaminando de forma severa os solos e as águas.
- A criação de gado e a produção agrícola intensiva para alimentação desse gado, estão entre as principais causas de desertificação e de desflorestação do planeta.
Dois terços dos terrenos agrícolas são dedicados a pastagens e culturas para alimentar o gado. Estima-se que por cada quilo de carne que é produzido se percam 77 quilos de solo fértil e que 85% da erosão dos solos no mundo está associada a culturas destinadas à alimentação do gado e à produção de pastagens.
- Na actualidade, existe suficiente solo fértil, energia e água para alimentar mais do dobro da população humana existente. No entanto, entre as questões políticas e económicas que impedem milhões de pessoas de aceder aos alimentos produzidos, está também o facto de que metade dos cereais produzidos no mundo destina-se a alimentar animais para consumo em países desenvolvidos, em vez de servir de alimento aos seres humanos que passam fome em países sub-desenvolvidos.
- São necessários cerca de 7 kg de cereais e soja, para produzir 1 kg de carne nos Estados Unidos. Bastaria que os norte-americanos reduzissem o seu consumo de carne em 10%, para que mais 100.000.000 pessoas pudessem ser alimentadas com os cereais assim poupados. Foi demonstrado que se toda a população mundial fosse vegetariana, tudo aquilo que se dispende na produção animal poderia alimentar 10 biliões de pessoas, ou seja, mais do que a população humana que se prevê existir em 2050.
Devido à grande diversidade de ambientes que o ser humano ocupa, nem sempre este dispõe de terrenos férteis para agricultura ou de diversidade alimentar suficiente para poder alimentar-se exclusivamente de plantas e é preciso tomar isso em consideração, se se não quiser cair em fundamentalismos. Os animais herbívoros são capazes de transformar ervas, sem valor alimentar para o ser humano, em proteína e gordura de alto valor nutritivo e calórico e a sua importância na alimentação das pessoas que habitam regiões menos férteis e inaptas para a agricultura, não deve ser ignorada. No entanto, a produção industrial de animais para consumo, que nada tem que ver com o aproveitamento de recursos e muito pelo contrário é um desperdício de recursos, não deve de forma alguma ser colocada ao mesmo nível da produção extensiva e ao ar livre de produtos de origem animal. 
Poucas pessoas se podem gabar de apenas consumirem produtos animais de origem biológica e extensiva. A maioria das pessoas, principalmente as que vivem em ambiente urbano nos países mais desenvolvidos, mesmo que ocasionalmente optem por comprar estes produtos, não deixam de consumir maioritariamente os de origem industrial, apoiando assim activamente este sistema de produção animal, com todas as consequências que ele acarreta para os animais, para o ambiente e para a humanidade. Estas pessoas, que são milhões em todo o planeta, deveriam interrogar-se mais sobre as opções que tomam na hora de encher o prato e pensar em como o gesto simples de trocar o bife por feijão ou lentilhas pode ajudar a salvar o mundo.

Bibliografia:
"So You're an Environmentalist; Why Are You Still Eating Meat?", Jim Motavalli, E Magazine, January 3, 2002 (www.alternet.org/story/12162)
"Meat-eating environmentalist? How can that be?", Lisa Rogers, Toronto Vegetarian Association (www.veg.ca/lifelines/marapr/meat)
"Why environmentalists aren’t vegetarian", David Pye, VSUK Trustee, 35th World Vegetarian Congress (www.ivu.org/congress/2002/texts/david2.hmtl)
"A paleontological perspective on the evolution of human diet", Peter Ungar and Mark Teaford (www.cast.uark.edu/local/icaes/conferences/wburg/posters/pungar/satalk)
"Fruits of the Past", Colin Spencer (www.viva.org.uk/guides/fruitsofthepast)
"Our Food Our World – The Realities of an Animal-Based Diet", EarthSave Foundation, Santa Cruz, 1992
"Diet for a Small Planet", Frances Moore, Lappe Ballantine Books, 20th Annv Edition, 1985
"The Food Revolution: How Your Diet Can Help Save Your Life and Our World", John Robbins, Conari Press, 2001
"Diet for a New America: How Your Food Choices Affect Your Health, Happiness and the Future of Life on Earth", John Robbins, H.J. Kramer, Reprint edition, 1998

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publicado por Maluvfx às 14:56
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