Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.

Quarta-feira, 15 de Maio de 2013
Cavalos e Pessoas II
Por:  Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Caras companheiras e caros companheiros,
Durante mais de 10 anos (1973-84), na Suíça e na Alemanha, fui cavaleiro de concurso hípico completo (provas de dressage, saltos de obstáculos e de corta mato) com os meus 2 cavalos PALOMBO e SEETEUFEL. Eu cuidava deles pessoalmente.
Esta informação serve para vos mostrar que tenho obrigação de saber de cavalos e de os compreender.
Confesso que exagerei algo do que exigi destes magníficos animais, tendo sido mais um cavaleiro ambicioso, o que lastimo agora sem mais remédio, mas tentando ajudar outros cavalos em risco.
Estou a dar-vos a minha convicção sobre o que suportam os cavalos explorados no toureio, pois creio que é importante tentar identificarmo-nos com estes seres sencientes e conscientes, extremamente explorados para o "espectáculo".
Consta que lhes operam as cordas vocais, para que não possam relinchar audivelmente durante a tourada. Por outro lado a música "pasodobleada" não dá oportunidade de escutar as suas vozes.
Creio que isto não deve ser silenciado.


Resumindo, o percurso do cavalo usado para toureio:
Como animal de fuga que é, procuraria a segurança, pondo-se à distância daquilo de que desconfia ou que considera ser perigoso.
No treino e na lide montada, ele é dominado pelo cavaleiro com os ferros na boca, mais ou menos serrilhados, puxados pelas rédeas e actuando sobre as gengivas (freio; bridão - com accção de alavanca, ambos apertados contra as gengivas por uma corrente de metal à volta do maxilar inferior– barbela), coisas muito castigadoras. É incitado pela voz do cavaleiro e por outras acções, chamadas hipocritamente de “ajudas”, como sejam de esporas que são cravadas provocando muita dor e até feridas sangrentas.

Ele é impelido para a frente para fugir à acção das esporas, devido à dor que elas lhe provocam e a voltar-se pela dor na boca e pelo inclinar do corpo do cavaleiro ou a ser parado por tracção nas rédeas.

Resumindo: o cavalo é obrigado a enfrentar o touro pelo respeito/receio que tem do cavaleiro, que o domina e o castiga, até cravando-lhe esporas no ventre e provocando-lhe dor e desequilíbrio na boca. Isso transtorna-o de tal maneira, que o desconcentra do perigo que o touro para ele representa de ferimento e de morte e quase o faz abstrair disso. É, portanto, uma aberração, comprovativa da maior hipocrisia, quando cavaleiros tauromáquicos afirmam gostarem muito dos seus cavalos e lhes quererem proporcionar o bem estar.
Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.


Já agora:

Muito sofrem cavalos sob violência, azelhice, ambição, exibicionismo de cavaleiros. Claro, que para além do bem estar físico, o bem estar emocional dos cavalos sofre imenso. São bastante excepcionais os cavaleiros que não usam de violência para os cavalos, principalmente em competição.
A violência física actua, principalmente, sobre a boca - gengivas e língua (ferros: freio e bridão - com acção de alavanca - e barbela - corrente apertando os ferros contra o maxilar inferior) e, também, no ventre dos cavalos (esporas) .
A acção violenta sobre a boca repercute-se muito sobre a coluna cervical, a coluna lombar, os membros e sobre os andamentos.
O desporto de competição e o trabalho sacrifica muitos cavalos, obviamente também pelo esforço exagerado exigido.
Cavalos de trabalho têm frequentemente uma vida muito difícil, sendo mal tratados, mal alimentados.
Cavalos explorados para toureio são obrigados com violência a suportar grande tensão emocional (capaz de lhes provocar a morte por colapso cardíaco), a suportar grande esforço físico, a arriscar ferimento e a morte.
Por outro lado, felizmente, muitos cavaleiros dos tempos livres, em maior número do sexo feminino, dedicam amizade, carinho e companheirismo sem exigir demasiado aos seus cavalos, concedendo-lhes bom alojamento, boa alimentação, cuidados higiénicos para com o pelo e os cascos, etc (habitualmente gostam de ser escovados).
Garantem-lhes exercício e alegria em encontros e passeios no seio da natureza.

Um abraço
Vasco


Foto:  Começa a ser um CRIME permitir que isto aconteça! Mas ninguém tem coragem para o dizer... e a muitos convém!

 A utilização de martingalas, in blog tauromáquico


publicado por Maluvfx às 07:45
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Cavalos e pessoas I
Por: Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Muito sofrem cavalos sob violência, azelhice, ambição, exibicionismo de cavaleiros. Claro, que para além do bem estar físico, o bem estar emocional dos cavalos sofre imenso. São bastante excepcionais os cavaleiros que não usam de violência para os cavalos, principalmente em competição.

A violência física actua, principalmente, sobre a boca - gengivas e língua (ferros: freio e bridão - com acção de alavanca - e barbela - corrente apertando os ferros contra o maxilar inferior) e, também, no ventre dos cavalos (esporas).

A acção violenta sobre a boca repercute-se muito sobre a coluna cervical, a coluna lombar, os membros e sobre os andamentos.
O desporto de competição e o trabalho sacrifica muitos cavalos, obviamente também pelo esforço exagerado exigido.
Cavalos de trabalho têm frequentemente uma vida muito difícil, sendo mal tratados, mal alimentados.
Cavalos explorados para toureio são obrigados com violência a suportar grande tensão emocional (capaz de lhes provocar a morte por colapso cardíaco), a suportar grande esforço físico, a arriscar ferimento e a morte.

Por outro lado, felizmente, muitos cavaleiros dos tempos livres, em maior número do sexo feminino, dedicam amizade, carinho e companheirismo sem exigir demasiado aos seus cavalos, concedendo-lhes bom alojamento, boa alimentação, cuidados higiénicos para com o pelo e os cascos, etc (habitualmente gostam de ser escovados).
Garantem-lhes exercício e alegria em encontros e passeios no seio da natureza.



publicado por Maluvfx às 07:38
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Sábado, 6 de Outubro de 2012
Tauromaquia, tem o seu lugar na história em Portugal...
Penso que é inegável que a tauromaquia tem o seu lugar na história em Portugal... tal como as lutas de gladiadores tiveram o seu lugar na história do Império Romano ou a escravatura teve o seu lugar nas nações de cultura ocidental ( e não só). Contudo quase invariavelmente tudo tem o seu tempo e à luz de novos factos e de uma nova consciência muitas coisas tornam-se anacrónicas e intoleráveis. É por isso que hoje em dia quando estamos doentes vamos ao médico em vez de rezar uma prece ao nosso santo padroeiro e tomar uma canja de galinha como ainda acontecia há 100 anos ou menos, só a título de exemplo. Desta forma julgo que é difícil alguém continuar a defender a tourada com a "tradição" e o "símbolismo" sendo este um fraco argumento. Por outro lado a sensíbilidade e o respeito pela vida não pode acabar na nossa família humana e nos animais de estimação: isso é sentimento de posse e egoísmo e não respeito... a questão do sofrimento do touro penso que nem está em discussão porque é comprovável empíricamente e até se quiserem científicamente que ele sofre... e a questão do touro não ser morto na arena é uma falsa questão porque o touro vai morrer na mesma com tanto ou mais sofrimento... não pretendo antagonizar ninguém com a minha opinião mas pelo contrário sugerir que reflitam nos meus argumentos e como seres racionais que todos somos verifiquem se fazem algum sentido. Além do mais se permitem que políticos como os nossos nos governem certamente acabar com as touradas será um bem imensamente maior.

por Pedro Miguel Macedo


publicado por Maluvfx às 09:49
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Sábado, 15 de Setembro de 2012
Touradas V
Cultura é tudo aquilo que contribui para tornar a humanidade mais sensível, mais inteligente e civilizada. A violência, o sangue, a crueldade, tudo o que humilha e desrespeita a vida jamais poderá ser considerado "arte" ou "cultura". A violência é a negação da inteligência.
Uma sociedade justa não pode admitir actos eticamente reprováveis (mesmo que se sustem na tradição), cujas vítimas directas são milhares de animais.
É degradante ver que nas praças de touros torturam-se bois e cavalos para proporcionar aberrantes prazeres a um animal que se diz racional.
Portugal não se pode permitir continuar a prática do crime económico que é desperdiçar milhares de hectares de terra para manter as manadas de gado, dito bravo. A verdade é que são precisos dois hectares de terreno, o equivalente a dois campos de futebol, para criar em estado bravio cada boi destinado às touradas. Ora isto é tanto mais criminoso quando Portugal é obrigado a importar metade da alimentação que consome. Decerto os milhares de hectares desperdiçados a tentar manter bois em estado bravio, produziriam muito mais útil riqueza se aproveitados em produção agrícola, frutícola, etc.
Uma minoria quer manter as touradas e as praças de touros, bárbara e sangrenta reminiscência das arenas da decadência do Império Romano. De facto nas arenas de hoje o crime é o mesmo: tortura, sangue, sofrimento e morte de seres vivos para divertimento das gentes das bancadas. Como pode continuar tamanha barbaridade como esta, das touradas, no século XXI?
Só pode permanecer como tradição o que engrandece a humanidade e não os costumes aberrantes que a degradam e a embrutecem.

Não seja responsável pela tortura.
Não assista a touradas!


publicado por Maluvfx às 04:24
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Quinta-feira, 6 de Setembro de 2012
"chéché" e a Torreira
A nossa amiga Cristina D'Eça Leal publicou no seu mural este artigo que passamos a transcrever para perceberem o busílis:

Chaubet e a Torreira 
APESAR DOS MEUS ALERTAS CAÍRAM NA ESPARRELA
Desde que começou a ser moda, alguns meninos e meninas, armados em piedosas carpideiras, irem para junto das praças de toiros provocar e insultar os apreciadores de touradas, que tenho avisado os aficionados de que é preciso algum cuidado. Sei que estas juvenis e ridículas manifestações passam com a idade. Todavia, na fase de crescimento, sempre incomodam um tanto e até são capazes de convencer algum que, ingenuamente, os leve a sério. Não se aperceba de que a verdadeira pretensão dessa desocupada (digo desocupada porque, à hora em que aparecem com os protestos os jovens, normalmente, estão a estudar ou a trabalhar) é chamar a atenção.
Isso mesmo compreendeu a P.S.P. de Lisboa. Para evitar que aqueles a quem chamo os “ contra”, os auto intitulados anti taurinos, se aproximem e, com o falso pretexto de querer catequisar para a sua causa os taurinos, provoquem ou insultem, criou um espaço delimitado por um gradeamento onde os instala. Depois, vigilante, deixa-os vociferar os seus protestos e insultos mas não sair do espaço que lhes foi concedido. Sei, por experiência própria, a oportunidade desta medida.
Antes da P.S.P. ter tomado consciência de que não eram os taurinos que provocavam, insultavam ou queriam à força obrigar os “contra” a gostarem de touradas, os piedosos anti touradas andavam à vontade. Fui algumas vezes, atrevida e malcriadamente, abordado por piedosos e “pacíficos” contra que me questionavam porque gostava de touradas e censuravam-me por isso.
Como a abordagem era feita por miúdos com idade de serem meus filhos ou netos, levei sempre o caso para atitudes próprias da adolescência. Não lhes liguei. Mas houve aficionados, com todo o direito, devido às provocações de que eram alvo, que reagiram de forma menos tolerante. Até violenta. Era isso que eles queriam. O objetivo era esse. Levar os taurinos a perderem a cabeça e depois acusarem-nos de desordeiros, agressivos, etc. e, de início tiveram êxito.
Ultimamente porém os taurinos e, como disse já, a P.S.P. , estragou-lhes a tática. A P.S.P. encurralando-os, os taurinos não ligando às suas ruidosas provocações. Mas eles, certamente por terem pouco que fazer, não desarmam. Como em Lisboa nada conseguiam, lembraram-se de Viana do Castelo. Para mais sendo tão publicitada a tourada que se ia lá efetuar.
Porém, mediatizada a iniciativa da Prótoiro, as autoridades de Viana, seguiram o exemplo das de Lisboa. Criaram um espaço à volta da praça, onde os cavaleiros podiam exercitar os seus cavalos, as pessoas podiam chegar às bilheteiras sem serem importunadas, os intervenientes no espectáculo circularem livremente. Enfim, embora fora do “perímetro de segurança” criado pelas autoridades para os conter, lá estivessem, os planos dos “contra” falharam. Não deram nas vistas.
Já na Torreira a coisa foi diferente. A autoridade, talvez menos avisada, não os controlou devidamente e eles tiveram ocasião para atirar pedras aos cavalos e cavaleiros, provoca-los e insulta-los e conseguir a reação que procuravam.
Um dos cavalos espantou-se e foi para cima dos “contra” causando o pânico. Oportuna câmara de televisão que “POR ACASO” estava ali filmou o sucedido e até filmou uma menina lacrimosamente indignada a fazer queixa dos taurinos. Eles é que eram os maus. Eles é que tinham provocado.
Tudo planeado com antecipação. Tudo estudado cuidadosamente e os taurinos, caíram na esparrela.
Ora este arrazoado todo, até mesmo repetitivo, porque essa gente dos “contra” é manhosa e nós, os taurinos, temos que saber lidar com ela. Lembrem-se que até a coordenadora do Portal do Governo, confirmou que os resultados de uma iniciativa que os “contra” tiveram, era fraudulenta. Tinha 3.000 registos falsos! O que fez essa garotada? (dada a abismal diferença de idade existente entre nós, considero-me com direito a usar este adjetivo) Pediram desculpa pelo erro? Deram alguma explicação? Não! Atrevida e capciosamente, para sugestionar crédulos, publicitaram uma informação encorajadora do seu objetivo. A net é o seu meio de propaganda mais utilizado. Tentam através dela, dar a ideia de que têm numeroso apoio quando, afinal, perante o número de taurinos que há, são um número, barulhento e atrevido, sim, mas insignificante.
Digo atrevido porque, à porta de uma praça de toiros estão 30/40/vá lá/100, “contras”. A assistir à tourada, estão uns milhares de taurinos. Não será atrevimento pretensioso, malcriado e exagerado, essa miudagem criticar as opções desses milhares? A defesa dos animais? Não! Um expediente para se fazerem notados. Cresçam. Façam-se mulherzinhas e homenzinhos tranquilamente. Fazendo-se respeitar mas, também respeitando os outros.
Quanto a nós, não responder é o melhor. Se não lhes dermos "material" para poderem comentar, apagam-se como balão sem gás. Falta-lhes gás/imaginação para continuar.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)

Como sempre alguém do "contra" comenta:

José Brás Um abraço a um homem grande: -"TORREIRA

Mais dia, menos dia, teria de acontecer!
Têm quase razão, os que dizem que não há paciência que aguente tanta demonstração de intolerância e de abuso de uma coisa que, se de modo justo se tem como liberdade de opinião no seu direito pleno, não só de a ter mas também de a defender publicamente, juntando-se por afinidade de ideais, organizando-se em grupos, manifestando-se no espaço público, mas que, por exagero de repetição, acaba por se tornar numa clara provocação e apelo ao confronto com os que, no outro lado das suas “razões”, agem dentro da legalidade, em tempos e espaços de fruição do seu crer e do seu fazer.

De início foram as palavras apenas que ouvimos e lemos de gente que, seja lá com que motivação for, começou por aparecer na Comunicação Social, reclamando contra a prática da tauromaquia; exigindo o fim da tourada; pressionando Órgãos do Governo, argumentando contra uma actividade que consideram anacrónica num tempo que, dizem, será o de um homem livre e solidário, não apenas no espaço humano mas também da vida animal.

Evidentemente, tal postura nunca mereceu dos aficionados qualquer postura mais azeda do que o natural contra-ponto de quem, esperando também do mundo tal estágio civilizacional, se recusa a desconsiderar a tauromaquia no quadro muito largo da cultura de um povo, das suas tradições mais enraizadas, de um processo de crescimento como gente, sempre buscando na fundura do tempo, a fonte de onde brotou a luta do homem pela sobrevivência, seja no acto da caça; seja na reprodução dos meios de subsistência e na multiplicação dos pratos na mesa, ou, muito mais fundo, na recusa da realidade quotidiana simples e comezinha, buscando o imaterial, orando a deuses, inventando a representação dessa realidade no pictórico, na palavra, na elevação do profano ao sagrado.

Mas as coisas não se ficaram pela argumentação mais ou menos teórica, mais ou menos filosófica, mais ou menos platónica. Como seria esperável e decorre da dinâmica do conflito de ideias, atrás da palavra teria de vir a acção por parte dos que chegam e querem alterar o estatuto, como se disse, num direito pleno da sua cidadania individual e colectiva. Vieram as manifestações, não apenas junto à sede do Parlamento e de outros locais mais ou menos oficialmente ligados à actividade cultural, mas também junto às praças de touros em dias de corrida.
Não veio mal ao mundo nisso.

Depois vieram os blogues e um crescer de linguagem marginal ao debate e às conveniências da discussão, trapalhadas, mentiras, votações do arco-da-velha, maradas e vigaristas, muita ignorância, muita raiva e mesmo ameaças. O espantoso é que tudo isto caiu no caso, trazido, não por quem já estava instalado nos anos de uma tradição secular, alegadamente passadista, conservador e violento, mas de quem chegava e tentava acuar, também alegadamente, progressista, dono de uma visão sobre um humanismo novo que irmanava a todos, gente e animais.

Por parte dos aficionados, e sobretudo das associações que juntam aficionados, criadores de toiros, toureiros e profissionais vários da tourada, a resposta foi sempre calma, reconhecendo sempre o direito à diferença, à expressão da opinião e ao ser contra, queixando-se nos círculos apenas contra diatribes de palavra, tentando mostrar os seus legítimos valores culturais e desmontando a grande ignorância que do outro lado se exibia sobre a actividade.

Os anti, apesar das sucessivas derrotas, mantinham presença à porta do Campo Pequeno, sempre com reduzida mas barulhenta representação, sobretudo nos locais que poderiam potenciar a presença de câmaras de tv.
Nos últimos tempos começaram a chegar sinais de alguma violência, com ameaças veiculadas por seitas, holligans e grupos de sinais totalitários e violentos que parecem ter percebido, a exemplo do futebol, que a penetração nestes grupos de anti-taurinos poderia dar-lhes alguma oportunidade de destaque.

Talvez esteja aí, mesmo por fora do conhecimento dos pequenos grupos de manifestantes e aproveitando a sua presença, que temos assistido a acções de vandalismo e destruição sobre viaturas e outros bens de propriedade de aficionados e, como aconteceu na Torreira, ao arremesso de pedras contra cavalos de toureio.

Em minha opinião, a reacção do cavaleiro Marcelo Mendes não foi correcta do ponto de vista de uma resposta que se quer calma e distante dos modos e dos meios destes grupos que começam a ser conhecidos como eco-terroristas, aparentemente defensores da vida e do direito animal, na verdade apenas gente desiludida com o fracasso do seu modelo cultural urbano, construído nos extremos de um processo de ruptura social e mesmo fora das suas margens naturais, tornando-se de facto anti-sociais e perigosamente agressivos contra tudo o que não caiba no seu pesadelo.

A corrida de toiros não tem que ser contra os direitos e as liberdades sociais dos seus opositores mas tem o dever de recusar e de repudiar as tentativas de intimidação e as agressões dos que se servem desse movimento para as suas arruaças de rua. A corrida de toiros deverá estar sempre disponível para um debate aberto sobre a sua justificação social, seja com quem for que o queira, no plano das ideias, pô-la em causa. A corrida de toiros tem o direito de não gostar de insultos e da ocupação permanente de um espaço que, sendo público, lhe pertence ao menos no plano do ideal no tempo da execução da sua legal e socialmente reconhecida e benevolente actividade. A persistência de tais manifestações dos anti-taurinos junto ao espaço onde existem as praças de toiros e em dias de corrida, apesar de ser um direito de cidadania, é, pela sua repetitividade um acontecimento mais visto como provocação do que como protesto, naturalmente na esperança de uma reacção de toureiros e de aficionados que os possa vitimizar aos olhos de um jogo qualquer que passe na televisão.

Acabando como comecei, têm quase razão, os que dizem que não há paciência que aguente tanta demonstração de intolerância e de abuso. José Brás. Publicado ontem no mural da ACTC


Ao que Cristina D'Eça Leal responde:

Um manifesto que poderia ser interessante se não fosse demasiado palavroso e absolutamente falacioso.

Chamei Chéché à criatura porque não a conheço nem do autocarro, mas a prosa dele reflete uma falta de neurónios confrangedora. Atribuí a irrazoabilidade à degenerescência celular por simpatia, pois por isso não poderá ser criticado, evidentemente.
Está visto que o José gosta de se ler e de ser lido, mas essa característica revela-se um obstáculo a quem quer defender um ponto de vista. É preciso esgravatar muito efeito de estilo para conseguir um ou outro argumento e, o que torna ainda mais penoso o debate, geralmente o argumento baseia-se em premissas falsas.
Em traços gerais, direi apenas que,

1º Os excessos cometem-se de parte a parte e quem quiser camuflar isso fá-lo de má fé, por fanatismo ou pura desonestidade (também há os simples, aqueles que ouvem uma frase ou vêem uma imagem e tiram logo conclusões irrefutáveis, mas não me parece que seja esse o caso)

2º Provavelmente não desconhece que a proteção policial é pedida pela Associação Animal e todos sabemos que não nos manifestamos enquanto esta proteção não estiver assegurada no terreno. Mas partem para um aproveitamento vergonhoso dessa situação, tentando mascarar a cultura de subjugação, intimidação e violência que caracteriza o comportamento tauromáquico (não estou com isto a dizer que não haja aficionados pacatos, como é lógico, estou a falar da atividade e do que promove)

3º Se só acordaram para o movimento abolicionista da tauromaquia neste século ou no século passado, a incultura histórica de quem se arvora em defensor máximo da identidade cultural brada aos céus e revela bem as máscaras de que se revestem para caucionar os vícios de que padecem. A tauromaquia esteve enraizada nas culturas de praticamente todos os povos europeus e destas foi sendo paulatinamente retirada até permanecer nas zonas mais incultas e atrasadas como o enclave ibérico e algumas regiões do sul de França, onde a contestação sobe de tom, como seria de esperar de pessoas que já não arrastam as mulheres pelos cabelos nem açoitam negros

4º Referindo-me agora concretamente ao episódio lamentável da Torreira, devo dizer que quem baseia um "artigo de opinião" nas desculpas esfarrapadas de um idiota que nem sequer tem a coragem de assumir frontalmente as suas atitudes, ignorando por completo a filmagem feita no local, merece o meu desprezo total. O meu e o de qualquer pessoa de boa fé com 2 neurónios no mínimo. Vê-se bem na filmagem que os manifestantes estão bastante afastados da praça e pacificamente sentados no chão; é o pelintra a cavalo que investe sobre eles por duas vezes e que se prepara para a terceira antes de ser travado. A valentia só o acomete em cima de um cavalo e quando rodeado de peões de brega, não vá a coisa correr mal. Alegar que os defensores dos animais apedrejam cavalos é tão ignóbil e estúpido como massacrar touros e cobrar bilhetes para assistir.

Correndo o risco de me repetir, mas sem me ralar nada com isso: a única razão que os aficionados podem alegar é que têm o direito a assistir a um espetáculo legal. O resto é grotesco. Poupem-se e poupem-nos.


... e como acham que o "ataque é a melhor defesa", lá vem de novo o sr.José Brás:

 ‎...e ao palavreado puro e duro. Vá la que você, Cristina, nasceu de costas para a imagem de si. Quanto ao meu amigo Chaubet, que você não poderia conhecer nem de autocarro porque ele é um marciano. Por acaso um marciano culto, boa gente, de humanidade que você não entenderia porque muito cheia de amigos, de actos de respeito pelo ser humano. Não é culto como a maioria dos anti-taurinos que vejo por ai a dar bocas como este Vitor Dias e porque cultura e humanismo aconteceram só para vosso benefício tertuliano pequeno. A vossa luta (se se pode chamar luta a isso), é velha, sim, como não poderia ser de outro modo. Mas é de uma velhice de derrotas em derrotas (melhor é reler Eça, por exemplo) até à fraude do Porta do Governo; até à mentira da imagem do toiro condoído pela saúde do toureiro; até ao aproveitamento da vossa causa por marginais nazis. Acredito que as pessoas que se manifestavam na Torreira era gente pacífica que se bate pela sua verdade e osso sempre merecerá o meu respeito. Mas sei do vandalismo que por lá passou nos carros dos aficionados e nas pedras arremessadas. Por isso também repudio a atitude do rapaz cavaleiro

... ao que Cristina D'Eça Leal responde, assertiva, como sempre:

Sim, José, tenho tendência para adjetivar, mas faço-o para reforçar ou colorir uma ideia, não em substituição da mesma.
Talvez a amizade e a partilha de gostos o impeça de ver os disparates que esse tal Carlos Patrício despeja, ou então leva-o a defendê-lo de tudo e todos, mas devia defendê-lo sobretudo de si próprio.
A nossa luta é - como todos os grande movimentos sociais - feita de avanços e recuos e acreditamos que de derrota em derrota chegaremos à vitória final. Como já lhe disse anteriormente, prefiro estar do lado dos vencidos se aí estiver a razão; não preciso de sentir maiorias atrás de mim para crescer.
Gostava que me explicasse em que é que relendo Eça, na sua opinião, eu passaria a apreciar o nobre negócio de massacrar animais em público, chamando-lhe arte. Porque sinceramente tenho dificuldade em perceber.
A fraude do portal do governo, não entendo - tanto quanto me lembro foi uma associação tauromáquica que explicou no seu mural como é que se procedia à suposta fraude.
A mentira a que se refere pareceu-me uma liberdade poética de legendar uma imagem, atribuindo ao touro sentimentos de compaixão ou de qualquer outra coisa, não me lembro. Era apenas um "wishful thinking" inocente e inconsequente. Quanto aos marginais nazis, o Vítor Dias já lhe respondeu; em qualquer dos lados há pessoas recomendáveis e outras irrecomendáveis, mas do seu lado pelos vistos, são os próprios dirigentes que se assumem como nazis. Embora deva dizer-lhe que me parece que as razões que assistem a qualquer causa devam ser as necessárias e suficientes para lhe dar suporte sem termos que recorrer ao currículo - poluto ou impoluto - dos seus seguidores.

(houve uma troca de "mimos" mas não interessa aqui para nada)


publicado por Maluvfx às 08:29
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Os poderes psíquicos de Marcelo Mendes!
A febre anti-touradas já há muito que me atingiu, mas nestas recentes semanas os acontecimentos não podem deixar ninguém indiferente à questão. O blog Tourada - Portugal colocou os relatos de Marcelo Mendes à Agência Lusa. Comédia gratuita, acreditem.

Marcelo Mendes é o nome do cavaleiro que anda na ordem do dia. Segundo o próprio, "estava a aquecer os cavalos» e foi «insultado, o que é já normal. Entretanto, começou a corrida e, antes de tourear, fui novamente aquecer os cavalos». Ora, depois de instrumentalizar os cavalos, procedendo ao aquecimento como se se tratassem de carros fórmula 1, Marcelo Mendes foi insultado e agredido pelos manifestantes que se encontravam junto da arena do sangue. Ao que parece, o manifestante disse que o cavaleiro «deveria espetar ferros nas costas da mãe». Até aqui, nada que não seja corrente para um profissional de uma modalidade, sujeito a qualquer tipo de insultos e consideradões menos boas.

No entanto, Marcelo Mendes alega que o manifestante elaborou uma alusão ao cavaleiro que, recentemente, sofreu uma lesão com efeitos irreversíveis, à qual não podia ficar imune. De facto, é suficiente para se alterar emocionalmente. As imagens mostram o cavaleiro Marcelo Mendes a invadir o espaço dos manifestantes, com reais investidas de atropelamento, mas segundo as suas palavras apenas «tentou fixar a cara do tipo e arrancar atrás dele para o agarrar, para quando chegasse a polícia ser identificado». Creio ser difícil perseguir alguém a cavalo e agarrá-lo com sucesso (à velocidade que se vê nas imagens), uma vez que só atropelando o manifestante seria possível imobilizá-lo, a não ser que Marcelo Mendes tivesse poderes psíquicos que segurassem ou travassem o fugitivo. «Nunca tive intenção de magoar ninguém», diz. Declaração que confirma os poderes psíquicos de Marcelo Mendes, pois só com o poder da mente conseguiria imobilizar o manifestante em fuga. A mim faz-me lembrar os episódios de Tom & Jerry. A sério.

O clímax da comédia chega quando, segundo os relatos à Agencia Lusa, Marcelo Mendes «acusa ainda os manifestantes de provocarem danos materiais nas viaturas do seu "staff" e revelou que vai apresentar queixa junto das autoridades competentes, contra os manifestantes».

Marcelo Mendes, que faz parte de um rito social que destrói o património universal, apresentou queixa contra os manifestantes que lutam pelos direitos de animais subjugados e mal-tratados publicamente. Os touros, esses, não têm voz para reivindicar o direito à sua condição natural e ao que lhes pertence. Gostava de poder fazê-lo por eles, pelos touros: as autoridades competentes não teriam espaço para as infinitas queixas.

Ainda há dias comprei uma Smart Pen - uma óptima ferramenta para remover riscos do carro -, que pretendo enviar a Marcelo Mendes e a toda a sua equipa para poderem corrigir os danos materiais das suas viaturas. Mas só faço esse favor ao cavaleiro se reparar todos os danos imateriais que a arte tauromáquica provoca há vários séculos. Tem poderes psíquicos para isso?

Fonte:  Ensaios e Tertúlias


publicado por Maluvfx às 08:20
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Porquê a Abolição das touradas?
Sempre foram contestados, já sabiam que algum dia seriam postos a revisão séria.

Não estamos a brincar ao igualizar a tauromaquia ao mais nojento que se possa conceber, um dejecto social.

Não é para ofender ninguém, mas, se alguém se sentir tocado, toque também na sua consciência, para confirmar se está do lado certo da Razão e da Justiça.

Os toireiros, estão a passar dias complicados, de desespero, de tentativa de rearmar, de blindar, cavar trincheira, reforçar o arame farpado, levar as praças móveis a novos sítios, aonde levam tudo, até o público menos interessado. Essa deturpação, junto com a crise geral, vai ajudar a esvaziar o balão desvairado.

Grave é o que fazem aos cavalos/éguas e aos touros/vacas, naquela horrenda caricatura de humanidade.

Grave, mais grave ainda, é a postura de agressividade e de apelo à reacção violenta contra pessoas, a atitude de ameaça e ataques de cavalaria civil contra demonstrantes (abolicionistas), a que se tem assistido, numa notória atitude territorial, que não tem argumentos com que se defendam os aficionados.

Não foi precisa muita pesquisa para ver quanto os recentes eventos ligados às arenas de massacre, tem acordado a sociedade para um tema a que muita gente não dava atenção. É cena de Portugal? Não, é geral para os 9 ou 10 infelizes países. Apenas no facebook? Não, toda a sociedade destes e outros países está e rever e analisar o que de mau tem andado a perdurar demais em desfavor dos animais, (des)necessariamente contra todos nós. É de hoje, desta temporada, a pior de sempre, a mais envenenada, com mau ambiente, com más areias, salgadas demais.

O que andam a fazer os aficions federados e os troll's da internet, em especial aqui no face-do-livro, é assombroso. Baralhar para dividir, façam-no uns com os outros. Fazem-no com os animais, não deviam. Esquecem-se que está pelo fim dos abusos, veio do mesmo sitio e é família,  aprendemos até onde quisemos, até onde deu para aturar. Por isso muitos dos que estamos pela abolição, estivemos "dentro do mundo", alguns dissemos muitos oléés e outros acharam graça a partes e detalhes. Cada vez são mais os que passaram a intolerantes e de quantos mais detalhes se sabe, mais vontade se tem de ver essa actividade deixada para a História. Grande parte dos que agora passaram de neutros a defensores, que assinam "aficionados p'ra ajudar a não acabar", desses quase ninguém sabe nada do que aquilo (des)trata, nem quanto aos animais envolvidos nem quanto ao resto que a «««tauromaquia»»» traz encanastrado, encrostado, na sociedade.

Nenhuma sociedade tem de aturar isto duma seita vernácula, de tempos de má memória, dos tempos de todas as atrocidades, do tempo das princesas com ranço e desses rituais sanguinários por mais tempo. Basta.

Está em tempo de se resolver este aparente imbróglio. Clamam, os imbecis, por paridade democrática, por contagem de armar e potência numérica, reclamam por liberdade de transtorno mental, numa fixação por vingar a sua triste vida em "festas de toiros". E fazem por esquecer tudo o resto, principalmente os animais que incomodam com essa bizarria.

Agora que entramos numa fase de queixas e processos judiciais, em parte argumentados pelo que se passa na internet, particularmente neste programa serviço internacional, faz parte dos factores de prova.
Foi dado mais um passo em frente, num grande processo que vai levar ao armistício nesta quezília, que tem apenas uma solução - ABOLIÇÃO.

Fonte:  Pró-Touro e Pró-Cavalo


publicado por Maluvfx às 03:50
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2012
Sobre as touradas
Lamento se sou alguém que, apesar de humano e de não poder ter acesso a uma visão do mundo pelos olhos e mente de um animal irracional, não me coaduno com o antropocentrismo. Lamento se respeito os animais irracionais e penso que merecem o mesmo respeito que qualquer ser humano. Lamento se acho completamente desnecessário maltratar animais, com fins de entretenimento, e sob o estandarte da tradição, o que não contribui em nada para o engrandecimento do ser humano psicológica ou intelectualmente. Lamento se respeito mais as ideias de quem passa anos a fio a estudar e a dedicar-se o mais objectivamente possível à busca da verdade, respeitando uma miríade de princípios que deram muito trabalho a definir, um trabalho se séculos, se não milénios, ao invés de acolher passivamente as ideias formuladas por pessoas que já pouco ou nada vêem que não a necessidade cega de perpetuar uma actividade, apenas porque é tradição ou porque é uma ocupação "familiar". Lamento que não queira ouvir falácias, vindas de pessoas que tanto arrogam verdade, mas que se deixam quedar intelectualmente no limbo das disposições familiares e tradicionais, que tão facilmente nublam o discernimento e a razão pura.
Lamento tudo isso, mas ainda não conseguiram dizer nada que me parecesse minimamente plausível, para fazer com que eu acolhesse uma mudança de ideologia.
Mas, acima de tudo, lamento viver num país que, além de todos os erros que perpetua, se permite condescender com este tipo de selvajaria arcaica.

por  Ricardo Lopes


publicado por Maluvfx às 07:31
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Segunda-feira, 3 de Setembro de 2012
"Entram guizos chocas e capotes"
A tourada é nesta altura um assunto polémico. É uma batalha pacífica travada pelos aficionados e pelos manifestantes pelos direitos dos animais. Dois grupos distintos defendem a sua grande paixão, e um lado os que apoiam e defendem a arte secular do toureio, do outro quem quer assegurar o direito dos animais.

Fora desta grande batalha, e na maioria dos portugueses estão os indiferentes. E no dia em que legalmente for exigido colocar um ponto final nesta batalha, tal como em quaisquer eleições, é a conquista dos indiferentes que vai marcar a diferença.

As manifestações pacíficas são um forte direito de quem quer impor a sua indignação, mas aos olhos do público em geral não fazem a diferença. A maior parte das pessoas embrenha-se nos seus problemas pessoais, e pensa haver assuntos mais importantes para o país decidir antes de tomar uma resolução contra ou a favor das touradas.

No entanto, a meu ver, o dia de ontem marca um grande ponto de viragem nesta batalha. O momento em que um toureiro decide investir contra um grupo de manifestantes pacíficos, mostra que para aquele homem não existe qualquer respeito pela vida humana. Acredito que nesta altura não poderá haver nenhum aficionado que possa estar orgulhoso daquele triste momento. Não fosse motivo mais do que suficiente condenar este acto por ser um atentado à vida humana, temos ainda que considerar o quase canibalismo deste homem. Visto que decide agredir com um animal, apoiantes dos direitos dos animais.
Não fosse trágica, esta situação é no mínimo irónica, e a meu ver, era exactamente a mesma coisa que os defensores dos direitos dos animais obrigassem um toureiro a lidar um familiar seu.

Os votos conquistam-se nos indecisos, e o dia de ontem pode ter ajudado uma grande maioria a decidir.

Tendo sido um atentado à vida, além dos trâmites legais, resta-nos apenas esperar que na arena seja aplicado algum tipo de sanção ao toureiro que fez isto. Caso não aconteça temos todos que ir preparando dorso e assumir que mais dia menos dia esta gente pode começar a espetar as bandarilhas em quem quer que passe.

Fonte


publicado por Maluvfx às 13:07
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Sexta-feira, 24 de Agosto de 2012
10 ideias perigosas
As velhas soluções já não servem. A dinâmica de mudança, numa sociedade que tudo discute, partilha e explora, exige novas ideias. Não as convenientes ou óbvias, mas as que se apresentam como estapafúrdias, radicais ou perigosas.
As velhas soluções já não servem. A dinâmica de mudança, numa sociedade que tudo discute, partilha e explora, exige novas ideias. Não as convenientes ou óbvias, mas as que se apresentam como estapafúrdias, radicais ou perigosas.

Uma pesquisa levou-me a escolher 10 ideias arrojadas. Umas circulam por blogues de visionários, outras fazem parte de documentos oficiais e publicações especializadas. Aqui vão, com os respetivos argumentos:

1. Legalizar todas as drogas.
O proibicionismo não tem contribuído para a diminuição do consumo e, pelo contrário, gerou criminalidade e guerras. O narcotráfico é hoje uma das maiores fontes da instabilidade mundial, consome imensos recursos públicos e conduz a uma lógica de estado policial. Numa sociedade livre, cada pessoa tem direito a consumir os produtos que deseja. O Estado não deve ingerir-se na esfera privada.

2. Direito ao suicídio, assistido ou não.
Na mesma linha da liberdade individual, também não cabe ao Estado decidir quando uma pessoa pode ou não morrer. Cada indivíduo deve poder escolher o momento em que deseja pôr termo à sua existência.

3. A medicina faz mal à saúde.
Um estudo realizado nos Estados Unidos revela que o tratamento hospitalar é a terceira causa de morte prematura. Não só devido a frequentes erros de diagnóstico ou de terapia, mas derivado da própria lógica da intervenção. Um sistema de saúde, que garante que tudo resolve e cura, conduz a uma menor responsabilidade e prevenção dos próprios e a uma prática generalizada de desleixo e modos de vida claramente nefastos.

4. Taxar os gordos.
Nesta linha de pensamento, há quem proponha que se taxem os gordos. A obesidade não é só uma doença e causa de doenças, mas um malefício para toda a sociedade, pelo excesso de consumo e pelos recursos gastos com o sistema de saúde e adaptação dos equipamentos sociais.

5. Criar novas formas de vida.
Há que assumir de vez a engenharia genética como uma componente fundamental da evolução humana. Nesse sentido, para além da criação de novos organismos, deve caminhar-se para o desenho dos bebés e generalizar a clonagem humana.

6. Carta de direitos dos robôs.
Com o crescente desenvolvimento da robótica, que caminha a passos largos para uma maior autonomia, capacidade de decisão, inteligência e mesmo alguma consciência, é necessário garantir alguns direitos a estas novas formas de vida. Matar ou maltratar robôs deve ter um tratamento punitivo similar ao que já sucede com a vida animal e com os próprios humanos.

7. Tornar todo o software livre.
Alguns autores propõem o conceito de liberdade individual no uso do software, ou seja, que não deve ser permitido que o mesmo se imponha sobre nós. Mais radicais são os que defendem que todo o software deve ser mesmo livre e que a geração de lucros assente na produtividade daí gerada e não na mera aquisição. Aliás, a experiência demonstra que o gratuito é a maior fonte de receitas na Internet.

8. Acabar com a ajuda humanitária.
Os resultados da ajuda humanitária, sobretudo em África, são, no mínimo dececionantes. Geraram um sem número de ONG's que consomem o grosso dos subsídios e, pior, acabaram no bolso de ditadores e empresas que se especializaram na apropriação destes recursos. Melhor seria promover investimentos diretos e reprodutivos.

9. Legalizar os bairros de lata.
Em vez de demolir os bairros de lata, numa guerra suja cujas consequências são sempre tão ineficazes quanto dramáticas, as cidades devem integrar estas estruturas nos seus tecidos urbanos. Afinal é aí que, em muitos casos, a vida social é intensa e o urbanismo mais criativo.

10. Esvaziar as prisões.
Habituámo-nos com demasiada facilidade a fechar em prisões os que cometeram alguma ilegalidade. De forma discricionária, não distinguindo verdadeiros crimes de pequenos atos de rebeldia ou pura estupidez. A população de encarcerados vai crescendo, ao ponto de em certos países, como é o caso dos Estados Unidos, Rússia ou Brasil, se terem atingido números absolutamente incomportáveis, num sistema que mais do que punir se tornou num mecanismo de promoção do crime.

Leonel Moura




publicado por Maluvfx às 19:35
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