Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.

Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012
O CAPT felicita a ANIMAL!
O CAPT congratula a ANIMAL pelos 18 anos de denúncia dos maus tratos a TODOS os Animais, pela manifestação pronta da indignação de tod@s os Defensores de todos animais e pelo esforço que por inteiro nos torna mais fortes na Abolição da tauromaquia e pelos Direitos de TODOS os Animais!
Obrigada ANIMAL!
Parabéns ANIMAL!

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Terça-feira, 27 de Novembro de 2012
Idanha-a-Nova. O extermínio dos touros enraivecidos

Direcção-Geral de Veterinária diz que já não há touros em Segura, mas a história vai continuar muitos anos na memória das gentes da aldeia


Esta é uma história de vingança que acaba numa terça-feira no silêncio da morgue de Castelo Branco. Zé Manel, o pedreiro clandestino, pôs-se a pé manhã cedo com a ideia de matar. Dias antes tinha andado a pintar a igreja da aldeia. O padre pagou-lhe em dinheiro vivo. Toda a gente sabia que o forasteiro, que foi para Segura casar com uma moça da terra, trabalhava de forma clandestina. Até que as Finanças souberam. Penhoraram--lhe a casa dos pais, para os lados de Lisboa, e obrigaram-no a pagar anos a fio de impostos acumulados. O pedreiro, que não tinha dinheiro, desconfiou logo da presidente da junta. Nessa manhã espreitou-a, já com a espingarda escondida debaixo do casaco. Os dois tiros ouviram-se em todas as casas da aldeia e quando os bombeiros de Idanha-a-Nova chegaram à junta de freguesia, pouco depois das 10 da manhã do dia 12 de Junho, Lurdes Sobreiro, antiga modista em Lisboa, já estava sem pulso. O marido, que a tinha ido visitar, ainda estava vivo.

Vieram ambulâncias, carros da polícia, um helicóptero do INEM e as televisões. José acabaria por morrer no hospital no mesmo dia. A GNR apressou-se a explicar que o homicídio estava relacionado com “divergências antigas”. Zé Manel, 62 anos, pôs a caçadeira debaixo do braço, fez-se à estrada, cruzou de carro os terrenos do doutor Neco e foi-se entregar ao posto da guarda da Zebreira, aldeia vizinha.

Há muito que a população de Segura, no concelho de Idanha, se habituou à tragédia e aos requintes das histórias de vingança. E há muito que os quase 200 eleitores da freguesia – praticamente todos desempregados, reformados ou a receber subsídios do Estado – aprenderam a lidar com as perguntas indiscretas dos jornalistas. Ultimamente, por causa da manada de mais de duas centenas de touros pretos e bravios que assombraram a terra durante quase dez anos. E nos últimos dias culpa da mega-operação de abate que a Direcção-Geral de Veterinária (DGV) levou a cabo para matar os animais.

Num espaço de cinco dias morreram 117 touros e ontem foi anunciado oficialmente que já só sobram “dois ou três”. Segura pode respirar de alívio.

PARTE II, A CHEGADA DO DOUTOR 
Esta história de vingança tem quase 20 anos e começa na torre do relógio – o ponto mais alto da terra, a que os habitantes chamam “o castelo”. Um forasteiro chamado Eduardo, que pouco tempo depois de chegar viria a tornar-se conhecido pela alcunha de “doutor Neco”, levou a mulher à aldeia onde o pai comprara meia dúzia de pequenos terrenos para mandar construir uma reserva de caça. Os anos passaram e a ideia nunca foi avante. Neco, o forasteiro, abraçou-se à mulher, fixou as serranias que do alto de Segura se perdem vista e mentiu-lhe. “Tudo o que os teus olhos conseguem alcançar daqui é nosso, mulher.” Nem dez anos depois, a mentira tornou--se profecia e o doutor Neco dono de metade dos terrenos à volta da aldeia, numa extensão de quase 3 mil hectares até à Zebreira.

O doutor Neco, veterinário, cresceu com os três irmãos na zona de Oliveira de Azeméis. O pai, também veterinário, era apaixonado pela caça e cruzou-se um dia por acaso com um dos homens mais influentes de Segura, Manuel Torres. Juntos tiveram a ideia de criar a reserva. Ainda chegou a comprar alguns terrenos, mas por desleixo o plano nunca foi avante. Anos mais tarde, Neco pegou no sonho do pai, comprou tudo quanto pôde e construiu uma quinta com animais.

O povo nunca encarou com bons olhos a chegada do doutor forasteiro que, ainda por cima, teve a ousadia de querer ser dono de tudo o que a vista pode alcançar em Segura. Mesmo assim, todos o tratavam com reverência e por doutor. O caso de ódio camuflado tornou-se mais evidente quando Neco tentou reivindicar um pedaço de terra, contíguo à sua quinta, num baldio que pertence ao povo e onde todos os habitantes têm uma parcela para semear. Fez-se uma assembleia popular que ia acabando à estalada. O doutor não havia de meter lá os pés, que já tinha terreno a mais e além disso nem era da terra. O assunto caiu mal às gentes de Segura e ao veterinário – que entretanto empregara dezenas de homens da aldeia na quinta.

Diz-se em Segura que o doutor até nem é mau homem. Outros, que não dão o nome, garantem que é o “pior bandido” que algum dia pisou aquelas bandas. Também há quem diga que o Neco “é formado em aldrabão”. Como o Zé, que trabalhou para ele duas vezes. Cuidava-lhe das 232 vacas mansas, dos 80 cavalos e arranjava-lhe as aramadas (vedações) da quinta. O Neco prometeu-lhe 500 euros por mês, pagos à socapa, só que passaram-se dois meses e o empregado nunca viu o dinheiro. Foi-se embora zangado e decidido a nunca mais pôr os pés nas terras do doutor. Um tempo depois, e como o trabalho não abunda na raia, Zé voltou a confiar no veterinário e deixou-se empregar outra vez na quinta. Três meses e meio depois continuava sem receber um tostão. Veio-se embora e desde então, já lá vão uns seis anos, nunca mais arranjou trabalho.

Conta-se em Segura que o Neco não pagava certo. Houve até casos como o de Raul, que, não tendo recebido a horas, decidiu levar um dos cavalos da quinta para casa, como uma espécie de fiança. Os anos passaram e o bicho passou a fazer parte da família do agricultor. Outros homens da terra seguiram o exemplo.

Os que em Segura defendem o doutor Neco – quase todos às escondidas – também contam que alguns homens da aldeia decidiram organizar-se em grupos para se vingarem do veterinário. Nesse tempo era costume ouvir os cães ladrar em alvoroço nos quintais de Segura pela calada da noite. A milícia organizada saltava da cama de propósito para ir destruir as vedações da quinta do veterinário. Os animais fugiam e o Neco perdia dinheiro. As aramadas eram arranjadas dias depois, mas não tardavam a voltar a aparecer tombadas. Perderam-se ovelhas, cavalos, porcos e vacas. Até que um dia o doutor Neco se zangou de vez. Jurou, irado, que nunca mais havia de pôr os pés no povo.

PARTE III, A CHEGADA DOS TOUROS 
Esta é a história da vingança do doutor Neco. Dias depois de se encher de ira, um camião atravessava, a grande velocidade, as ruas de Segura. Lá dentro seguiam duas dezenas de touros bravos. Com animais enraivecidos e daquele porte na quinta, nunca mais ninguém se atreveria a derrubar--lhe as vedações. E foi assim que os touros, que entretanto viraram estrelas da televisão nacional, passaram a palmilhar os terrenos do concelho de Idanha-a-Nova. A natureza encarregou-se da segunda parte da vingança do veterinário e os animais bravios acasalaram com as vacas mansas. Multiplicaram-se. Tornaram-se uma espécie de exército descontrolado. Com o passar do tempo, a quinta deixou de ter empregados, o doutor deixou de aparecer, as aramadas foram ficando podres e os touros não tardaram a assombrar as ruas de Segura.

Quaresma, um reformado dos Bombeiros do Regimento de Lisboa, foi o primeiro a avistar os animais bravios dentro da aldeia, não sabe dizer ao certo há quantos anos. Um dia, ainda o Sol não se tinha levantado, lembrou-se de ir à horta, na parte de trás de casa. Ouviu um barulho e viu um vulto a comer-lhe os figos da figueira. A figura do diabo deitou-se a correr pela rua abaixo, os cascos a baterem no granito da calçada, e desapareceu no meio dos campos. Horas depois, no adro da igreja, Quaresma contou aos outros velhos a visão que tivera de madrugada. “Isso é mentira”, disse-lhe logo um. “É mentira uma merda”, devolveu o antigo bombeiro, vermelho de fúria.

A confirmação de que Quaresma não estava senil chegou poucos dias depois e da pior maneira. Um antigo polícia da terra ia para a horta quando chocou de frente com um touro. Negro como breu. Subiu para cima de um chafariz de pedra para escapar à investida, mas deixou-se cair para o meio de um silvado. Lurdes, a que mataram na junta este ano, foi em socorro do polícia, mas o touro não arredava pé e partiu-lhe o carro todo. Nessa manhã houve tiros, houve gritos e o animal morreu às portas da aldeia, esmagado pela pá de uma máquina empilhadora.

O doutor Neco atendeu o telefone. Prometeu que havia de pagar os estragos do carro e as despesas da hospitalização do polícia. Anos mais tarde, a mulher do agente encontrou o veterinário à porta da junta. “O doutor ainda não nos pagou o hospital”, atirou-lhe a viva voz e à frente de quem quis ouvir. O Neco virou-se para um dos homens que trabalhava para ele. “Dá aí 30 euros à senhora.” Ela, a mastigar ódio, foi rápida a virar-lhe as costas. “Fique com eles.”

PARTE IV, A CHEGADA DA MORTE 
Esta é a história, recente, da vingança da manada do doutor Neco. O pastor ia fazer 61 anos dali a poucos dias. Não que tivesse alguém com quem festejar: divorciou-se, voltou a juntar-se, voltou a separar-se e os cinco filhos saíram da Zebreira à procura de uma vida melhor. O pastor ficou então a viver sozinho numa quinta a 400 metros do lugar da Corujeira, onde vive o patrão, João Folgado, para quem trabalhava há quase dez anos.

Todas as madrugadas, o pastor juntava--se com o vizinho para ordenharem o gado. Só depois saía para o campo com o rebanho das 400 ovelhas. Ao final da tarde, o pastor não apareceu para a contagem dos animais e também não compareceu na manhã do dia seguinte para ir buscar o gado. O patrão foi-lhe bater à porta. Ninguém abriu. Ligou-lhe vezes sem conta para o telemóvel. “Chamava, chamava, mas ele não atendia”, recorda. Fizeram- -se buscas pelos campos com a guarda e os bombeiros, até que, ia o Sol já alto, apareceram as primeiras ovelhas tresmalhadas. Uns metros mais à frente, perto do terreno do doutor Neco, estava o corpo do pastor, ensanguentado. O telemóvel no bolso. Desconfia-se, pelos ferimentos, que foi morto por um dos touros bravos.

Desde a chegada dos animais, e durante dez anos, os dias passaram a ser todos iguais em Segura: assim que a noite caía e as vozes das gentes da aldeia recolhiam a casa, vultos gigantes aproximavam-se do povoado à cata das bolotas dos sobreiros que ladeiam as ombreiras das portas. Atravessavam a estrada nacional que conduz a Espanha – a ponte que marca a fronteira fica a uns escassos metros da povoação –, trepavam pelos muros e subiam ao castelo. Durante uma década, só os corajosos se atreviam a sair de casa a seguir ao escurecer ou antes do amanhecer.

Outras vezes os touros eram vistos na estrada que liga Segura à Zebreira. Desfizeram carros novos, carros velhos e carros assim-assim. Houve acidentes grandes e acidentes pequenos. Conta-se que um espanhol ficou numa cadeira de rodas, que um pastor ficou cego, que outro levou uma cornada que lhe furou as costas. A GNR da Zebreira – o posto mais próximo de Segura – perdeu a conta ao número de vezes que foi chamada porque alguém avistou um touro. Umas vezes os animais eram abatidos, outras afugentados.

PARTE V, A CHEGADA DAS ARMAS
 Este é o começo da história da vitória da aldeia. Há dezenas de processos de moradores contra o doutor Neco no Tribunal de Idanha-a-Nova. Pilhas e pilhas de papéis com matrículas de carros que foram para a sucata, fora todo o tipo de queixas relacionadas com as aparições inesperadas dos touros. O veterinário já chegou a ser absolvido em alguns casos. É aqui que entra na história a célebre e incendiária entrevista que o antigo presidente da junta, José Pinheiro, deu a um jornal regional. Já lá vão uns anos. O autarca, irritado com os prejuízos constantes, terá deixado escapar que o doutor Neco merecia era ser morto. Foi quanto bastou para que o veterinário passasse a recusar-se a ir à quinta. Pediu várias vezes escolta à GNR, por ser “alvo de ameaças de morte”, mas a protecção nunca lhe foi concedida. Em tribunal mostrou cartas anónimas com ameaças, supostamente escritas por moradores de Segura. Por ter medo, dizia, deixou de poder tratar dos animais.

Em Junho, a Câmara de Idanha e a Direcção-Geral de Veterinária pediram ajuda aos campinos da Companhia das Lezírias para capturar os animais, mas só foram apanhados oito – os cavalos não estavam habituados a terrenos tão acidentados. Em Setembro, nova tentativa: foram chamados os militares das operações especiais da GNR para procederem ao abate, mas a acção foi suspensa para reavaliação pelo Ministério da Agricultura.

No início deste mês foi desencadeada uma nova operação, que deveria durar até ao dia 30, mas que deverá estar concluída antes. Só nos primeiros cincos dias de abate foram mortos 117 animais. Conta-se que foi abatido um touro com 800 quilos. A DGV anunciou ontem que já não há touros em Segura. “Uma identificação por helicóptero permitiu observar que quase todos os animais foram abatidos. Só haverá mais dois ou três em zonas recônditas”, explicou o director-geral, Nuno Vieira e Brito. Acabaram-se os touros em Idanha e acabou-se a maior de todas as histórias de vingança da aldeia.

Ionline



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Segunda-feira, 26 de Novembro de 2012
Pedido de esclarecimento à DGAV, Ministério da Agricultura, Ordem dos Médicos Veterinarios, GNR, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e Junta de Freguesia de Segura
PARA: dirgeral@dgv.min-agricultura.pt; secretariado.direccao@dgv.min-agricultura.pt; secretariado.direccao@dgv.min-agricultura.pt; omv@omv.pt; gabinete.ministro@mamaot.gov.pt; gabinete.sea@mamaot.gov.pt; gabinete.seaot@mamaot.gov.pt; cmidanha@gmail.com; turismo.cmidanha@iol.pt; info@turismodenatureza.com; gnr@gnr.pt; gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_psd@psd.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, bloco.esquerda@be.parlamento.pt, gp_pcp@pcp.parlamento.pt, PEV.correio@pev.parlamento.pt;

Com CC para: portugalabolicaotouradas@gmail.com



Ex.mos Srs.,

Sendo público que o abate a tiro, de gado bovino, na freguesia de Segura, Concelho de Idanha-a-Nova, foi retomado a 26 de novembro do presente ano até que se constate a morte de todos os animais, solicita-se a suspensão do mesmo.

Tendo em conta que estes animais são propriedade do médico veterinário Eduardo Nuno Pereira Marques, com a cédula profissional 1102 e em exercício da sua profissão na Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, solicitamos, de igual forma, que o mesmo seja responsabilizado pelos atos de abandono e negligência de cuidados aos ditos animais, bem como, por má conduta profissional enquanto proprietário destes animais, assim como e por consequência de ter transformado este caso num problema de saúde e segurança pública.

Considerada esta situação de gravidade ao nível da segurança e saúde pública, segundo informação da própria Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), obrigando a mesma a intervir, solicita-se que:

- Todos os animais considerados recuperáveis permaneçam na propriedade, e, seja imputado na totalidade ao seu proprietário cuidados obrigatórios ao nível sanitário de acordo com as normas vigentes; Alimentação e água em quantidades suficientes para que os mesmos não sejam obrigados a se deslocarem para a localidade ou outras propriedades em busca dos mesmos; e a obrigatoriedade de manutenção e conservação da propriedade, no sentido de que a mesma se encontre vedada e sinalizada para segurança de todos os habitantes e proprietários vizinhos, na medida em que os animais fiquem circunscritos à mesma;

- Seja a DGAV obrigada a criar uma estrutura para um abate correto no local, segundo as normas de bem-estar animal vigentes na lei, para todos os animais que se encontrem doentes e para todos os que devido ao seu abandono por parte do seu proprietário, se encontrem de tal forma assilvestrados que não possam ser recuperáveis;

- Seja facultado publicamente a comprovação, por parte da DGAV, dos animais que se encontram doentes, nomeadamente ao nível da Tuberculose e BSE, doenças estas utilizadas como justificação, aos média pela parte do senhor director da DGAV, Nuno Vieira e Brito, como existentes naqueles animais;

- No caso da BSE, e sendo uma doença que tem um processo de contágio, não existindo casos assinalados no concelho, e os animais viverem no campo alimentando-se do pasto existente, pedimos igualmente à DGAV um comunicado público, no qual justifique a ocorrência de casos nestes animais.

Solicita-se, também, um esclarecimento público à DGAV, Ministério da Agricultura, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Junta de Freguesia de Segura, Guarda Nacional Republicana (GNR) e Ordem dos Médicos Veterinários, no qual justifiquem o motivo pelo qual não atuaram, na devida altura, dando uma resposta imediata na resolução deste problema que se arrastou por 10 anos, sendo que existiram queixas desde o seu início.

Finalizando cabe ao CAPT referir que condena a forma como a DGAV se limitou a dar instruções à GNR para o abate a tiro destes animais, não criando condições ou uma estrutura para resolver esta situação através de um abate ético a estes animais.

Atentamente,


CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal - Movimento Português Anti-tauromaquia

portugalabolicaotouradas@gmail.com

https://www.facebook.com/CampanhaAbolicionistaTauromaquiaPortugal

https://www.facebook.com/groups/CampanhaAntitouradasPortugal/

https://twitter.com/CAPTanti

ABOLIÇÃO da tauromaquia em Portugal e no Mundo
http://abolicionistastauromaquiaportugal.blogspot.pt/


publicado por Maluvfx às 08:54
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E-mail enviado por uma cidadã indignada e resposta da DGAV (26 Nov 2012)
  • 1º e-mail enviado para a DGAV:


Exmos Senhores,

Queria deixar um apelo como cidadão/ã que crê que a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, como pessoa de direito público que é e dotada de poderes de autoridade, tem uma especial responsabilidade no que toca aos procedimentos e métodos que utiliza para resolver as situações que envolvem sobrepopulação de animais.

O procedimento adoptado em relação à manada errante de gado bovino na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova, parece-me chocar frontalmente com a missão da DGAV, tal como definida nos seus estatutos (art. 2º nº 1 e nº 2 a) do Decreto Regulamentar nº 31/2012 de 13 Março), pois não acautela por nenhuma forma o bem estar daqueles animais.

Ainda que se entenda que a occisão dos animais é a unica via possível esta deve obedecer a critérios que se prendem com o bem estar dos animais a abater, e que constam do DL nº 28/96 de 2 de Abril e do Regulamento do Conselho nº 1099/2009 de 24 de Setembro.

Desde logo o art. 3º do anexo A do referido DL quando refere que: "os animais devem ser manuseados de forma a evitar

qualquer excitação, dor ou sofrimento durante o encaminhamento,estabulação, imobilização, atordoamento,abate e occisão". Este artigo é aplicável inclusive em caso de occisão para combate de doença, tal como consta do art. 2º do Anexo F.

Ainda que se entenda que esta é uma situação de emergência (que diga-se que para uma emergência já se arrasta há demasiado tempo), o art. 11º do DL apenas afasta as disposições dos arts. 9º e 10º, nada dizendo quanto ao art. 3º, pelo que este se deverá considerar aplicável. No mesmo sentido vai o art. 3º nº 1 e 2 do citado Regulamento, aplicável ainda que se trate de occisão de emergência por determinação do art. 1º nº 2.

Neste sentido gostaria de saber o que foi ou está a ser concretamente feito para minimizar o sofrimento destes animais no abate, pois a informação que está disponível na comunicação social apenas refere o abate a tiro.

Por outro lado é sabido que a partir de 1 de Janeiro de 2013 será necessário um certificado de aptidão para abater animais, sendo esta uma preocupação do citado Regulamento e da própria DGAV. Posto isto cumpre perguntar que orientações técnicas foram dadas aos oficiais da GNR que estão a proceder ao abate em virtude de acautelar o sofrimento dos animais?

Uma situação que se arrasta há já tanto tempo deveria no mínimo ser resolvida com algum bom senso,cuidado e humanidade.

Consta que já não é a primeira operação de abate realizada e que nenhuma das operações anteriores resolveu o problema. Talvéz com um pouco mais de tempo fosse possível reunir várias entidades e finalmente encontrar uma solução que ponha cobro ao problema, duma forma eficaz e o menos danosa possível para os animais.

Considero, pelos dados que tenho, que esta operação em nenhum ponto acautela o interesse dos animais. Haverá por certo alguma forma de o fazer: a ser realmente necessário o abate, este deveria ser realizado de forma a não trazer angústia aos animais e por pessoas para tal qualificadas. Mesmo sendo absolutamente necessário o abate (algo que deveria ser ponderado com mais minúcia), deverá por certo ser possível poupar pelo menos alguns animais saudáveis e encaminhá-los para abrigos (algo que julgo poder afirmá-lo, não faltará na sociedade civil pessoas singulares e colectivas prontas a ajudar a tornar exequível).

Venho apelar para a cessação imediata desta operação e para que se comece a estudar solução definitiva, eficaz e humana para este problema, num contexto onde os interesses dos animais não sejam puro e simplesmente obliterados.

Já vai sendo tempo da actuação da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária se alinhar com a moral dominante na sociedade portuguesa.

  • 2º e-mail enviado e sendo a este que refere a resposta:


Boa tarde,

Venho apelar à DGAV para que não retome o abate dos bovinos na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova. Se esta situação já se arrasta há tantos anos será decerto possível dedicar mais tempo a encontrar uma solução mais humana para os animais que ainda não foram abatidos. Esta operação não abona a favor da imagem da DGAV junto dos cidadãos/contribuintes. Se a DGAV tiver ainda o bom senso de salvaguardar a vida e saúde de alguns animais talvéz seja o suficiente para inverter esta tendência e seria visto com muito bons olhos: provaria que a DGAV também se preocupa com o bem estar dos animais nas suas operações e não apenas em resolver problemas pela via mais fácil.
Apelo para o diálogo com ONGs de protecção animal.

Obrigada



  • Resposta enviada pela DGAV em 26 de Novembro de 2012:


Exma. Senhora

Na sequência da mensagem remetida, decorrente da existência de animais da espécie bovina em estado assilvestrado, cumpre à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) informar o seguinte:

1. A situação referida responsabiliza exclusivamente o proprietário/detentor dos animais; os bovinos em causa deixaram de ser controlados, não sendo cumpridos os dispositivos legais de Saúde e Bem-Estar Animal, nem de Identificação e Registo Animal, não sendo submetidos a qualquer tipo de maneio regular, pese embora se tratar de uma exploração em regime extensivo.

2. Para além das razões de segurança das populações que urgia salvaguardar e que infelizmente foram demonstradas pelos piores motivos em resultado de diversos acidentes (um dos quais fatal e que se encontra em investigação pelo Ministério Público), os animais em causa representam ainda um risco para a Saúde Pública o qual determinou o sequestro sanitário da exploração.

3. A iniciativa agora prosseguida e transmitida pela DGAV à comunicação social, foi tomada depois de esgotadas todas as possibilidades de acantonamento dos animais e materializa-se no abate dos bovinos assilvestrados, ainda presentes na exploração pecuária em causa e áreas limítrofes, em respeito pelos procedimentos do Código de Saúde dos Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

4. Devido ao facto dos animais se encontrarem assilvestrados foi inicialmente, decidido promover o acantonamento dos mesmos e posterior encaminhamento para matadouro, tendo como procedimento a possibilidade de comercialização das carcaças relativamente às quais fosse possível garantir a rastreabilidade (animais que não representassem risco para a Saúde Pública).

5. A metodologia prosseguida foi a de adotar diferentes técnicas, inicialmente de simples maneio, pela disponibilização de alimentos e pela recuperação de cercados destruídos ou instalando novas cercas e posteriormente recorrendo a cavaleiros profissionais e experientes no maneio e condução de gado bravo.

6. As iniciativas desenvolvidas revelaram-se ineficientes e ineficazes, ainda assim foi possível concluir que a rastreabilidade dos animais não poderia ser garantida pois, durante aquelas intervenções a nenhum dos animais foi detetada identificação oficial.

7. A DGAV preocupa-se com a proteção dos animais, cumprindo os dispositivos legais aplicáveis nesse domínio, foram aliás também as razões de proteção animal que justificaram as intervenções da DGAV, sendo que a operação em curso, representou derradeira tentativa de resolução da situação depois de esgotadas todas as outras possibilidades de acantonamento dos animais em causa.

8. A decisão da DGAV foi tomada tendo em conta a legislação e regulamentos da OIE, como referido, e no respeito pela legislação nacional e da União Europeia aplicáveis, sendo ditada, sublinha-se uma vez mais, por razões de Saúde Animal, de Saúde Pública e de segurança das populações. Sublinha-se, finalmente, que as circunstâncias descritas não obviam a responsabilização do detentor dos animais por danos e prejuízos causados, nem tão pouco o suporte dos custos das operações que foram desencadeadas.

9. A DGAV, no exercício das suas competências e atribuições, mantêm-se em contato com todas as organizações da Sociedade Civil, representativas dos sectores profissionais, empresarias ou outros que de alguma forma representem interesses relacionados com o exercício daquelas competências ou atribuições, nunca tendo recusado qualquer solicitação.

Certo de que a presente mensagem vai ao encontro das questões colocadas.

Cumprimentos

Miguel Ângelo Fernandes
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Largo da Academia Nacional das Belas Artes, 2
1249-105 LISBOA





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Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012
Envio de e-mail e resposta da DGAV
E-mail enviado:

ASSUNTO: Indignação pelo abate touros em Idanha-a-Nova

Ex.mos Srs,

Conforme veiculado pela comunicação social está a decorrer um abate indiscriminado de bovinos em Idanha-a-Nova.

Trata-se de uma operação envolta em crueldade. Ao invés de colocar em prática massacres destes dever-se-iam investir em soluções racionais e éticas que não passam por abater os problemas a tiro.

Abater bovinos a tiro, inclusive algumas vacas grávidas, outras acabadas de dar à luz, como descrevem alguns relatos, é um acto injustificado pois quem pratica estes actos não encontrando alternativa revela falta de conhecimento de outras formas de controle da situação e aceitar e subscrever esta chacina revela uma profunda incapacidade de empatia por outros seres vivos.

Não se resolvem problemas a tiro.


Assim sendo e tendo em conta que:

- este caso se arrasta há cerca de 10 anos, sem que nada tenha sido feito até agora pelas autoridades competentes para evitar chegar-se à situação atual;

- o cenário descrito pelas autoridades é o de uma área de cerca de 2000 hectares de terreno abandonado com 250 a 400 bovinos, encontrando-se o proprietário incontactável;

- não há certeza quanto à causa da morte de um habitante local pois a investigação está ainda em curso;

- os receios da população se prendem com a falta de segurança resultado da vandalização das vedações;

- as declarações da DGV sobre o assunto são vagas e contraditórias;

- por um lado diz não conseguir capturar os animais e por outro refere que foi detectado no MATADOURO um caso de BSE proveniente da zona, o que contradiz a afirmação anterior, além de não especificar a data em que foi detectada a doença; ora como a BSE só se transmite de forma vertical, de mãe para filho, ou através da ração, mais uma vez a DGV se contradiz, pois se o terreno está ao abandono e ninguém lá entra, seguramente que os animais não estarão a ser alimentados com ração, mas sim com o pasto existente, impossibilitando assim a transmissão da doença;


Venho desta forma solicitar a V. Exas que:

- interrompam de imediato a operação em curso porque não é ao tiro, numa indiscriminada e sanguinária operação, que se resolvem os problemas, sobretudo quando as maiores vítimas serão as que em nada contribuíram para a situação a que se chegou;

- a Câmara Municipal aloque verbas para reparar as vedações, já que estas foram danificadas por actos de vandalismo;

- sendo o terreno exemplar para manter estes animais em liberdade, não havendo por isso razão para os resgatar e muito menos abater, sendo necessário apenas garantir que têm onde se abrigar e acesso a água (o próprio terreno providencia o pasto), com cuidados veterinários contínuos, evitando desta forma que se aproximem das zonas habitadas, procedam as autoridades competentes com vista a tomar posse administrativa do terreno e enveredar os necessários esforços para tornar este local um santuário, o primeiro do género em Portugal, e que poderá até tornar-se um pólo de atracção turística, se tal projecto for devidamente pensado e colocado em prática;

Da mesma forma que V. Exas. tiveram competência para detectar os alegados casos de BSE, e a capacidade de organizar a operação de abate indiscriminado, terão também capacidade para tomar as necessárias diligências no sentido de permitir a vida livre e saudável dos animais ao mesmo tempo que asseguram a necessária segurança dos habitantes locais.

Na expectativa de que este apelo não caia em saco roto, continuarei atento ao desenvolvimento dos acontecimentos.

Melhores cumprimentos,


CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal






Resposta da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária 

Exmos. Senhores

Na sequência da mensagem remetida, decorrente da existência de animais da espécie bovina em estado assilvestrado, cumpre à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) informar o seguinte:

1. A iniciativa prosseguida na Freguesia de Segura, em Idanha-a-Nova, de controlo de largas dezenas de animais da espécie bovina, não apenas errantes, mas animais que se encontram em estado assilvestrado e tal como transmitida pela DGAV à comunicação social, foi tomada depois de esgotadas todas as possibilidades de acantonamento dos animais e materializa-se no abate dos bovinos assilvestrados, ainda presentes na exploração pecuária em causa e áreas limítrofes, em respeito pelos procedimentos do Código de Saúde dos Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e demais normativos previstos na legislação veterinária.

2. Sublinha-se que foram procuradas todas as alternativas possíveis nomeadamente através de ações de maneio e contenção dos animais, as quais se revelaram impossíveis por os animais se encontrarem em estado assilvestrado a que não é estranho o facto de não serem cuidados ou manejados desde o ano 2005.

3. Na impossibilidade de proceder com normais medidas de maneio, foi concretizada operação de acantonamento do gado com cavaleiros campinos, experientes e habituados a cuidar de animais de raça brava, ainda assim, a indomabilidade desenvolvida por estes animais revelou a impossibilidade de concretizar o seu acantonamento e o número de animais encerrados foi muito limitado.

4. A situação de incumprimento da legislação de saúde e bem-estar animal, assim como de identificação e registo animal, ocorre desde 2005, como acima referido, sendo que a intervenção promovida pela DGAV teve como preocupação as questões que decorrem precisamente do incumprimento dos normativos de proteção e saúde dos próprios animais, mas também de outros de explorações vizinhas, assim como dos das espécies cinegéticas.

5. Tal como referido, a occisão dos animais, nestas circunstâncias, foi promovida em respeito pelas orientações da OIE, quer relativamente à minimização do sofrimento e angústia dos animais, que se sublinha perderam a domesticidade que os caracteriza despois de várias gerações sem maneio ou contacto humano, quer relativamente aos aspetos técnicos aplicáveis no ato de occisão, nomeadamente o planeamento da ação, a localização prévia dos animais, o número, experiência e conhecimento do terreno dos intervenientes mobilizados para o efeito, os meios utilizados, incluindo a possibilidade de utilização de recursos anestésicos e de atordoamento imediato.

6. Devemos enfatizar que a intervenção da DGAV teve como primeira preocupação precisamente a proteção e saúde dos animais que, por razões que responsabilizam exclusivamente o proprietário dos mesmos, não beneficiam dos devidos cuidados e maneio, mau grado o facto da DGAV ter cumprido todos os desideratos da legislação aplicável, no quadro da qual foram desencadeadas inúmeras intervenções, incluindo dezenas de processos de contraordenação, sempre em respeito pelos princípios legais aplicáveis.

7. A intervenção da DGAV foi ainda determinada por razões de segurança das populações, já que a falta de maneio dos animais e seu controlo conduziu a dezenas de acidentes com graves prejuízos materiais e pessoais, alguns dos quais dirimidos em sede de processo judicial a favor dos queixosos. Recentemente, a morte de um pastor na região, que tudo indica tenha resultado de um ataque por um dos animais, embora esteja em investigação pelo Ministério Público, representa apenas a situação de maior gravidade.

8. Finalmente, reafirma-se que a decisão tomada foi devidamente ponderada, tendo tido em conta a legislação e regulamentos da OIE, como já mencionado, e a legislação nacional e da União Europeia aplicáveis. Tal decisão foi ditada por razões de Saúde Animal, de Saúde Pública e de segurança das populações e esgotadas que foram sucessivamente todas as outras hipóteses de controlo da situação, sendo que as circunstâncias descritas não obviam a responsabilização do detentor dos animais por danos e prejuízos causados, nem tão pouco o suporte dos custos das operações que foram desencadeadas. A possibilidade de encaminhar os animais para abrigos não se colocou, não só porque sob o ponto de vista estritamente regulamentar a possibilidade não estar prevista, como também por a mesma não garantir o bem-estar animal dado o estado assilvestrado desenvolvido.

Agradeço as preocupações expressas e a chamada de atenção, tendo como certo de que a presente mensagem vai ao encontro do esclarecimento solicitado.

Cumprimentos,

Miguel Ângelo Fernandes
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Largo da Academia Nacional das Belas Artes, 2
1249-105 LISBOA

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publicado por Maluvfx às 06:28
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Sábado, 10 de Novembro de 2012
Idanha-a-Nova

Caríssimos amigos,

No seguimento do caso de Idanha-a-Nova, em concreto sobre a operação em curso para acantonamento e abate dos bovinos, a posição do CAPT é a seguinte:

Tendo em conta que:

1. o CAPT é um movimento informal que reúne abolicionistas da tauromaquia, e que, não tendo personalidade jurídica, nada pode fazer de forma oficial;

2. o CAPT, apesar de nada poder fazer do ponto de vista legal, tem a obrigação de apresentar a sua opinião e consequentes sugestões, sem desprimor da livre iniciativa;

3. este caso se arrasta há cerca de 12 anos, sem que nada tenha sido feito até agora para evitar chegar-se à situação atual;

4. o cenário descrito pelas autoridades - uma área de cerca de 2000 hectares de terreno abandonado com 250 a 400 bovinos, encontrando-se o proprietário incontactável;

5. os contactos efectuados por participantes deste movimento junto das autoridades locais e nacionais não obtiveram respostas esclarecedoras, tendo cada uma das entidades envolvidas - Câmara Municipal, Direção Geral de Veterinária e Ministério Público - alijado responsabilidades, não nos tendo sido permitido sequer apresentar sugestões para a resolução do problema;

6. não há certeza quanto à causa da morte de um habitante local pois a investigação está ainda em curso;

7. os receios da população se prendem com a falta de segurança resultado da vandalização das vedações;

8. as declarações da DGV sobre o assunto são vagas e contraditórias - por um lado diz não conseguir capturar os animais e por outro refere que foi detectado no MATADOURO um caso de BSE proveniente da zona, o que contradiz a afirmação anterior, além de não especificar a data em que foi detectada a doença; ora como a BSE só se transmite de forma vertical, de mãe para filho, ou através da ração, mais uma vez a DGV se contradiz, pois se o terreno está ao abandono e ninguém lá entra, seguramente que os animais não estarão a ser alimentados com ração, mas sim com o pasto existente, impossibilitando assim a transmissão da doença;

Entendemos que

1. deverá ser a Câmara Municipal a alocar verbas para reparar as vedações, já que estas foram danificadas por actos de vandalismo;

2. o terreno é exemplar para manter estes animais em liberdade, não havendo por isso razão para os resgatar e muito menos abater, sendo necessário apenas garantir que têm onde se abrigar e acesso a água (o próprio terreno providencia o pasto), evitando desta forma que se aproximem das zonas habitadas;

3. porque essencialmente entendemos que não é ao tiro, numa indiscriminada e sanguinária operação, que se resolvem os problemas, sobretudo quando as maiores vítimas serão as que em nada contribuíram para a situação a que se chegou;

4. da mesma forma que as autoridades tiveram competência para detectar os alegados casos de BSE, e a capacidade de organizar a operação de abate indiscriminado, terão também capacidade para tomar as necessárias diligências no sentido de permitir a vida livre e saudável dos animais ao mesmo tempo que asseguram a necessária segurança dos habitantes locais;

Para tal apelamos aos nossos amigos que, caso concordem com o exposto e independentemente da livre iniciativa, nos auxiliem:

- disponibilizando para o nosso email - PortugalAbolicaotouradas@gmail.com  -, informações importantes acerca do terreno, da operação em curso, legislação e até ideias que possam ter;

- em caso de habitante local disponibilizando-se para ser interlocutor entre o nosso movimento e as autoridades locais, no sentido de se chegar a alguma solução equilibrada e ponderada;

- participando das acções que vamos entretanto anunciar.

Toda a ajuda é importante e este é mais um dos momentos em que importa a união e de nada interessa a crítica fácil e vazia de conteúdo.

Obrigado a todos.

CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal

Movimento Português Anti-tauromaquia




publicado por Maluvfx às 12:38
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Quinta-feira, 8 de Novembro de 2012
O percurso do cavalo usado para toureio
Por: Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Como animal de fuga que é, procuraria a segurança, pondo-se à distância daquilo de que desconfia ou que considera ser perigoso.

No treino e na lide montada, ele é dominado pelo cavaleiro com os ferros na boca, mais ou menos serrilhados, puxados pelas rédeas e actuando sobre as gengivas (freio; bridão - com accção de alavanca, ambos apertados contra as gengivas por uma corrente de metal à volta do maxilar inferior– barbela), coisas muito castigadoras. É incitado pela voz do cavaleiro e por outras acções, chamadas hipocritamente de “ajudas”, como sejam de esporas que são cravadas provocando muita dor e até feridas sangrentas.

Ele é impelido para a frente para fugir à acção das esporas, devido à dor que elas lhe provocam e a voltar-se pela dor na boca e pelo inclinar do corpo do cavaleiro ou a ser parado por tracção nas rédeas.

Resumindo: o cavalo é obrigado a enfrentar o touro pelo respeito/receio que tem do cavaleiro, que o domina e o castiga, até cravando-lhe esporas no ventre e provocando-lhe dor e desequilíbrio na boca.
Isso transtorna-o de tal maneira, que o desconcentra do perigo que o touro para ele representa de ferimento e de morte e quase o faz abstrair disso.

É, portanto, uma aberração, comprovativa da maior hipocrisia, quando cavaleiros tauromáquicos afirmam gostarem muito dos seus cavalos e lhes quererem proporcionar o bem estar.

Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.



Fonte das fotos: bolasetetouradas.blogspot




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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2012
Festa Brava, o Aficionado, o Cavaleiro e o Touro
O Aficionado

Sentado, de pé, ou mesmo agarrado às grades, com as marcas das grades, do ferro destas a cravarem-se-lhe nas mãos, treme descontrolado, desordenadamente, chega a apetecer-lhe tirar a camisola, mas como é civilizado normalmente não o faz. Vai praguejando, contorce-se por dentro e a sua expressão facial, o seu sorriso retorcido, ostenta deformação, delírio, tal é a raiva, tal é a sede de prazer, a eminência em que julga estar de vir a sentir prazer, de se sentir grande, poderoso, dominador.

Quando o toureiro, a pé ou a cavalo, não importa, não lhe importa a ele, entra na arena para enfrentar o touro, ele sente-se personificado no toureiro. Imagina-se no lugar dele, na carne dele, a esventrar a carne do touro, a domina-lo, humilha-lo, e, quando o público, todo o público da arena, já em êxtase insistisse um bocadinho, a matá-lo num acto de coragem louvado, mesmo invejado por todos os outros. Aí imagina-se, vê-se a ele mesmo como invencível, só de imaginar a vida do touro a esvair-se, diante dos seus olhos os olhos do touro a perderem a vida, e ele o responsável supremo por isso.

Acontece que para supremo deleite do aficionado tais imagens a percorrerem-lhe a mente são apenas o princípio de algo maior, de algo real. Assim que o primeiro ferro é cravado com força, com determinação, com garra, nas costas do touro, o deleite do aficionado cresce infinitamente. Apenas porque, o que ele imaginou torna-se real, o touro a contorcer-se de dor no preciso momento em que o ferro lhe perfura a carne e o sangue esguicha, para a seguir tentar, em vão, ripostar contra o opressor, para tentar desesperado fugir dali, sem se ter apercebido que está cercado, fechado, fodido, que são 10 mil contra um, 10 mil a desejar-lhe dor, humilhação e morte. E diga-se, torna-se realidade ainda com mais brutalidade, com mais barulho, do que ele era capaz de antes imaginar, daí a sua histeria suprema. Chega a passar-lhe pela cabeça em tais momentos invadir a arena e espancar sozinho o touro a pontapé e cuspidelas, porque afinal, em tais momentos ele vê-se a si próprio como capaz de subjugar o mundo inteiro pela sua força, isto apesar da barriga proeminente e das hemorróidas.

Contudo em certas ocasiões mais raras, mais especiais, o melhor ainda vem depois quando, à sua frente, o touro é trespassado por uma espada, fina, comprida, letal, e depois de cuspir sangue, de se sentir desnorteado a sufocar no próprio sangue, e de tentar uns últimos passos a direito, cai no chão e se contorce desesperado, humilhado, ofendido, antes de por fim morrer ao som das palmas, do êxtase, mesmo de delírio. Nessas raras ocasiões o aficionado sente uma alegria tal, que chega a sentir-se a sair de si, lágrimas de emoção aparecem-lhe nos olhos entre gritos que bem podiam ser de urso e vivas ao toureiro, que afinal de contas, agora que pensava mais a sério nisso, com 2 ou 3 horas de treino bem podia ser ele.

O Cavaleiro

Claro que o Cavaleiro sente medo antes de entrar na arena, medo de falhar, medo até de ser colhido pelo brutamontes cruel que é o touro. Pelo que durante certas fracções de segundo chega mesmo a ponderar desistir, mas depois esbofeteia-se, mentalmente claro, a ele próprio, pergunta a si mesmo se é um homem ou é um rato, também mentalmente, claro, mas mesmo assim de forma cortês. Com base naquilo que considera serem a sua honra e coragem infinitas, chega a sentir um certa vergonha, que claro nunca confidencia a ninguém, por essa sua hesitação momentânea, e lá entra com ar pedante, orgulhoso, mesmo pré triunfal, na arena, contudo, pelo sim pelo não, as calças são castanhas.

Uma vez na arena há que lhe dar o devido mérito, ele é o único que ali está por vontade, para o touro e para o seu amado cavalo, comida, vacas/ éguas q.b. e descanso, estaria ok.

Enquanto investe em direcção ao touro um nervoso miudinho que chega mesmo a concretizar-se em calafrios, acompanha-o, trata-se da eminência da glória, ou da chacota. Sabe que não pode falhar, sobretudo, e é isso que lhe chega a causar os calafrios porque seria para ele insuportável a chacota, ou mesmo apenas a ausência de aplausos que viria das bancadas, mas o que ainda resta nele de racional, talvez de humano, diz-lhe que pode falhar, e isso é para ele extremamente doloroso. Há medida que o confronto se aproxima irremediavelmente tal nervoso, tal medo torna-se insuportável, tão insuportável que desaparece momentaneamente, e no instante decisivo tudo se apaga do seu cérebro que luta apenas por manter vivo o seu estúpido corpo. Nesse instante existe apenas na sua mente a bandarilha e o dorso da besta, a glória ou a chacota, o sangue, a agonia, as contorções, a humilhação, virão depois. A isso o cavaleiro apelida, com toda a sinceridade que a sua alma pode abarcar, de uma infinita coragem.

Tal como para o aficionado também para o Cavaleiro o momento de matar o touro no meio de uma arena repleta, talvez devesse aqui chamá-lo de Rejoneador mas não vou entrar agora em tais mariquices, é especialmente marcante, de um deleite que toca, transcendente mesmo. Avança a galope em direcção à besta impiedosa sentindo até uma certa raiva, cortês pois claro, em relação à mesma, que a bravura sem razão, sem raiva ao menos, é apenas estupidez. Piedade? Isso é para os fracos e cobardolas, ele despreza essa gente, cuspir-lhes-ia em cima se tivesse hipótese e se tal não afectasse o seu lado mais cortês, diga-se, quase de um galanteador. Até que, encarando-o senão nos olhos, ao menos nos cornos, cortados pois claro mas que mesmo assim aleijam, lhe crava entre a junção dos ossos do pescoço os 90 centímetros da sua delicada lança da morte. Os aficionados deliram, contorcem-se, gritam, embora com um toquezinho de inveja, o seu nome, ele delira um pouco mais que todos eles, afinal, é ele que está a ser ovacionado enquanto a meio metro de si o touro, 500 kg de carne acaba de se esvair em sangue pela boca, desespera por se manter em pé, por se manter vivo, mas cai, inevitavelmente, morto. E ele sabe que foi o responsável supremo desse tombo, dessa arte suprema que é a morte na arena, por isso mais do que se sentir, bravo, corajoso, valente, enfim, um verdadeiro herói, e disso ele nunca duvidou, sente-se, ao menos por breves momentos, imortal, vergou a natureza, vergaria o mundo.

Repara apenas no final ao passar a mão pela cara que fez um pequeno golpe pouco acima do maxilar, suficiente para muito pouco, mas ainda assim o bastante por lhe atestar a cara e agora a mão direita de sangue, o público em júbilo aplaude ainda mais, que afinal todo o verdadeiro herói também sofre, ao menos um bocadinho. Depois das últimas vénias e antes de abandonar a arena olha uma última vez para o touro, inerte, a ser arrastado pelos cavalos, quase que chega a sentir uma ponta de misericórdia pelo animal, mas diga-se em favor do nosso herói que a sua infinita bravura não permite que tal sentimento chegue a vias de facto, e assim segue para mais uma serena noite de sono, que amanhã o Sol brilhará de novo.


O Touro

Não percebe onde está, só sabe que está escuro, completamente escuro na sala onde o fecharam, o tempo passa, passa muito tempo mesmo, ele não imagina quanto, ele é burro e não tem a noção do tempo como nós, apenas quer fugir dali, quer desesperadamente fugir dali, mas não consegue, ele é burro e não sabe abrir uma fechadura como nós. Começa a entrar em desespero, mija-se e caga-se de medo, começa a sentir muita fome, apesar de a sua memória não ser tão prodigiosa como a nossa, sente uma tremenda vontade de voltar a ver luz, de pastar alguma coisa, então se tudo isso fosse com uma vaca por perto, aí beleza.

Acabam por o tirar de lá, profundamente confuso pouca resistência oferece a que o atem todo com cordas grossas, mas atam-no com muita força, com tanta força que sente as própria patas a ceder, não percebe nada do que se passa, do que querem dele, mas ao menos está vivo, e ainda se sente capaz de fugir dali para nunca mais lá voltar. De um momento para o outro aproxima-se dele com uma serra, ele não percebe o que aquilo é e para que serve, mas o seu instinto diz-lhe que ele deve ter medo, e ele obedece, mija-se mais uma vez enquanto se contorce de dor para se tentar em vão libertar daquelas estúpidas amarras. Começam a serrar-lhe os cornos, a dor imensa, agonizante, apenas é superada pelo meio, e pelo pasmo, porque lhe estão a fazer aquilo? Os cornos são dele, ele precisa deles. Tenta marrar com eles, com o que resta deles, marrar nos 4 homens que lhos estão a cortar, implora na muda linguagem dele que parem, mas não consegue nada.

Já no meio da arena continua sem perceber nada, ou melhor, percebe ainda menos, milhares de criaturas em toda a volta a emitir sons esquisitos com a boca e com as mãos, corre desajeitado em volta de toda a arena numa busca desesperada por uma saída. Chega a, em desespero, bater com o que lhe resta dos cornos nas delimitações da arena, não encontra saída, fica ainda mais aflito, magoaram-no, prenderam-no, cortaram-lhe os cornos, mas pronto, desde que agora o deixem fugir dali para sempre por ele fica tudo bem, amigos como dantes.  Ele é o escolhido, o centro das atenções, o verdadeiro rei da festa, mas ele sentia-se tão bem enquanto touro anónimo.

Criaturas como as que estão do lado de fora, como as que lhe cortaram os cornos, entram também na arena e dirigem-se para ele ora a pé ora a galope, começam por emitir uns sons que ele não entende, são criaturas mais pequenas que ele mas ele tem medo delas, convenhamos que ele nunca se gabou da sua bravura. Mesmo assim corre atrás delas com o que lhe resta dos cornos, não sabe exactamente porquê mas certo é que dali não consegue fugir, o seu instinto, que naquele momento apenas deseja continuar a viver, incita-o a tal, como se tivesse que os derrubar para ter alguma hipótese de fuga. Mas falha, falha totalmente, são eles quem lhe espetam umas coisas floridas e finas nas costas, o que lhe dó imensamente, em tais momentos ele contorce-se antes de tentar ripostar com uma nova marrada desajeitada. Com tudo nesses momentos de imensa agonia para ele é quando as criaturas do lado de fora emitem ainda mais ruído, um ruído tão alto que o apavora ainda mais. Ele é burro como já foi dito pelo que não entende por que o fazem.

Já estava exausto, há muito que teria gasto lágrimas e súplicas se as tivesse para usar, mas ao menos ainda estava vivo, e isso para ele era tudo o que importava, quando uma nova criatura que por qualquer razão que o seu intelecto limitado não entendia o assustava ainda mais que aos outas , entrou pedante e orgulhosa na arena. Tal criatura baralhou-o, cansou-o, fê-lo desesperar ao limite, com movimentos que só ele, estúpida besta, não percebia serem extremamente graciosos. O seu instinto dizia-lhe para acertar ao menos uma vez com os seus cornos mutilados para lhe mostrar que se devia ir embora, que ele se ia defender até ao fim e que era perigoso, mas ele simplesmente não consegui-a, falhava sempre, estava demasiado exausto.  

O touro estava já de cabeça vergada, tal era o cansaço e a dor, quanto ao medo que, pode levar um humano a desistir mas nunca o animal, era tão extremo que o fazia tremer sem já sequer lutar para ao menos encarar nos olhos a criatura que o oprimia. Tudo isso poupou trabalho ao matador que assim apenas teve que, com toda a classe e graciosidade, espetar a espada mesmo abaixo do pescoço do touro, trespassando-o.

Nesse último momento, antes do seu suspiro final, animem-se agora, aficionados, cavaleiros, toureiros, rejoneadores, e ademais figurantes, todos vocês venceram. Porque nesse momento, com as costas desfeitas por arpões que lhe rasgaram a carne, ainda a tremer de dor, medo, desespero, enquanto se esvaia em soluços de sangue pela própria boca, o touro, que apesar de burro daria tudo para aproveitar até à ultima gota este milagre que é a vida, desistiu e desejou que aqueles últimos segundos fossem breves. Apenas triste, triste com a puta da sorte que lhe calhou na rifa.

Fonte: parecejunho.blogspot.pt


publicado por Maluvfx às 06:26
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Quarta-feira, 24 de Outubro de 2012
O maior problema...

"O maior problema dos animais somos nós, os humanos. Os que os maltratam e massacram, por razões óbvias. São inimigos deles. E nós, os que os defendemos, porque não nos entendemos sobre como o fazer, e nos tornamos também um problema para eles"


publicado por Maluvfx às 10:05
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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012
Homenagem a Manuel António Pina
Manuel António Pina tinha 68 anos, nasceu no Sabugal, licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Vivia no Porto e foi jornalista do "Jornal de Notícias" durante três décadas.
Morreu esta tarde na cidade do Porto.

Foi nas suas crónicas publicadas no Jornal de Notícias que por diversas vezes demonstrou a sua sensibilidade pela defesa dos animais e a sua total oposição às touradas.
A nossa homenagem a este grande nome da cultura portuguesa, recuperando um belíssimo texto escrito em 2011

Manuel António Pina, jornalista e escritor português, galardoado em 2011 com o Prémio Camões.
(Sabugal, 18 de novembro de 1943 — Porto, 19 de outubro de 2012)
Touradas e coisas piores 
A propósito da anterior crónica (sobre as inclinações "culturais" da Câmara de Vinhais, que decidiu iniciar os seus munícipes nos prazeres "exquis" da brutalidade e tortura pública de animais) escreve-me um leitor dizendo, em abono da tourada, que Hemingway e Picasso gostavam do espectáculo. Não só eles, acrescento eu, e de touradas e coisas piores...

Escritores e artistas raramente são exemplos morais recomendáveis. Céline, escritor maior (mesmo não sendo a literatura um campeonato) que Hemingway, partilhou com Hitler, além do desprezo pelas mulheres, o gosto pela carnificina de judeus, e Picasso, juntamente com as touradas, teve outra devoção não menos sangrenta, Estaline.

A História está cheia de obras sensíveis e generosas, às vezes de grande riqueza moral, realizadas por gente feia, porca, má ou nem por isso. E se o desprezível dr. Destouches, dito Céline, escreveu a admirável "Viagem ao fim da noite" mas também obras imundas e carregadas de ódio, em outras é difícil encontrar traço do ser humano existente por trás delas (quem dirá que por trás da belíssima Catedral de Brasília está um devoto, também ele, de Estaline?)

Não é por Hemingway e Picasso se terem divertido (terem sido capazes disso) com a agonia e morte de um animal que a tourada deixa de ser um espectáculo eticamente condenável. O facto de apreciarem touradas desabona a favor de um e outro, não abona a favor das touradas.

Manuel António Pina


publicado por Maluvfx às 11:07
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