Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.
Domingo, 30 de Dezembro de 2007
Anti-touradas
Anúncio anti-tourada censurado em Portugal


- Isto? Isto são tradições antigas...- Já os avós dos nossos avós os faziam, faz parte da nossa herança cultural, dos nossos costumes.- Deixar de o fazer é renegar o nosso passado, a nossa história!- Além disso quem não gosta pode sempre olhar pro lado e não ver.- Mas por favor respeitem quem gosta destes costumes. Não vamos privar aqueles que apreciam só porque alguns discordam ou acham isto bárbaro!" 
O sofrimento Não pode fazer parte das nossas tradições!


Evento de Wrestling contra as touradas, uma colaboração entre a Associação Acção Animal e Wrestling Portugal, que ocorreu no dia 7 de Outubro de 2007, na Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa





publicado por Maluvfx às 08:27
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Domingo, 23 de Dezembro de 2007
Vegetarianismo Ético
O vegetarianismo merece pelo menos ser considerado como uma hipótese séria para uma atitude mais justa perante os animais, os seres humanos, e o próprio planeta.
Peter Singer, no início do seu mundialmente famoso livro “Libertação Animal”, por muitos considerado a Bíblia do vegetarianismo, conta um episódio passado no Reino Unido em que uma defensora dos direitos dos animais o convidou para lanchar e conversar sobre o tema da defesa animal, e lhe serviu sanduíches de fiambre.
Em 1989, 14 anos mais tarde, na edição revista do livro Peter Singer assinala que felizmente hoje em dia os ativistas do Movimento de Libertação Animal e os membros das Associações de Defesa Animal são já todos vegetarianos e não servem sanduíches de fiambre aos seus convidados.
Embora isso possa ser verdade no Reino Unido, não o é certamente em muitos outros países. Na realidade, muitas (atrevo-me mesmo a dizer a maioria) das pessoas que simpatizam com a causa da defesa dos animais e é contra as formas de exploração de que milhões de animais são vítimas às mãos dos humanos, continua a contribuir para a mais brutal de todas estas formas de exploração, e que maior sofrimento causa ao maior número de animais em todo o mundo: a indústria da criação intensiva de animais para alimentação.
Há vários motivos para que seja assim:
  1. A maioria das pessoas nunca visitou um matadouro ou uma unidade de criação intensiva de animais, logo nunca viu (nem ouviu) a agonia prolongada que constitui a vida das vacas, porcos e galinhas que sofrem dentro deles, até o dia em que sofrem uma morte cruel e lenta no momento do abate.
  2. A força do hábito. Quase todas as pessoas são habituadas desde a infância a comer carne e não só lhes custa a imaginar como poderiam sobreviver sem ela, como não desejam abandonar o prazer que retiram das refeições compostas por carnes de animais.
  3. As pessoas tendem a simpatizar mais e a sentir mais compaixão pelos animais que lhes são mais próximos e com quem convivem diariamente (cães e gatos) do que com aqueles que nunca tocaram ou observaram de perto. Daí que fiquem chocadas com a criação de cães e gatos para alimentação em alguns países asiáticos mas não se choquem com a criação muito mais maciça e brutal de outros mamíferos como as vacas ou os porcos para o mesmo fim.
A estes motivos acresce um outro, que se prende com o fato de muitas pessoas se preocuparem com os animais apenas por gostarem deles. Por sentirem compaixão por eles, por se enternecerem com o olhar desolado dos cães abandonados com que se cruzam. No fundo, por se sentirem sentimentalmente ligados a eles.
Gostam mais do seu animal de estimação do que de todos os outros animais da mesma espécie, gostam mais de gatos do que de cães ou mais de cães do que de porcos, e dirigem a sua consideração e instinto de proteção apenas aos animais da sua preferência.
Assim, não baseiam a sua conduta perante os animais em princípios éticos ou morais, mas nas suas emoções.
Na realidade, todos os animais merecem ser tratados de acordo com o seu valor intrínseco, independentemente da nossa simpatia por eles. Devem ser respeitados enquanto indivíduos que são capazes de sentir dor e prazer, e que por isso não podem ser considerados como meros instrumentos de satisfação dos nossos interesses. É um princípio de Justiça básico que assim o exige.
Apesar disso, o homem continua a matar e torturar animais em larga escala para satisfazer os seus interesses mais supérfluos, sendo o mais cruel e gritante exemplo disso a criação em série de animais em condições absolutamente desumanas para satisfazer as suas preferências gastronômicas.
Penso que hoje em dia, ao contrário do que se passava há uns anos atrás em que os defensores do vegetarianismo tinham que procurar persuadir as pessoas de que o regime vegetariano é saudável apresentando uma miríade de tabelas de valores nutricionais dos alimentos, declarações de organismos de saúde internacionais e de nutricionistas reputados, etc, já não é necessário procurar fundamentar a afirmação de que o regime alimentar vegetariano é saudável e nutricionalmente adequado à alimentação dos seres humanos. É a própria OMS que o afirma e informação avalizada sobre o tema pode ser encontrada em livros e publicações da especialidade e na internet.
Ultrapassado este primeiro obstáculo, existe também um importante argumento a ter em conta para a adopção do regime alimentar vegetariano: o argumento ecológico.
Deixo apenas alguns dados para análise:
  1. Os vegetais fornecem pelo menos 10 vezes mais proteínas por hectare do que a carne.
  2. Mais de metade da água consumida nos Estados Unidos é gasta na criação de gado.
  3. Meio quilo de carne exige 50 vezes mais água do que a quantidade equivalente de trigo, concluindo a revista Newsweek que “a água necessária a um boi de 500 kg faria flutuar um contratorpedeiro”.
  4. A criação intensiva de animais é a indústria responsável por uma parte substancial da poluição dos nossos recursos hídricos.
  5. Nos últimos 25 anos foram destruídas quase metade das florestas tropicais da América do Norte para plantações de cereais, destinadas para alimentação do gado.
  6. Por fim, citando Peter Singer, o maior argumento de todos, uma vez que se aplica tanto aos defensores dos animais como a quem estende as suas preocupações éticas apenas aos seres humanos: “a comida desperdiçada na produção de animais nas nações ricas seria suficiente, se fosse adequadamente distribuída, para pôr fim tanto à fome como à subnutrição em todo o mundo”. Daí que seja lícito afirmar que o respeito pelos animais não é concorrente com o respeito pelos seres humanos. É, pelo contrário, complementar.
Por tudo isto, o vegetarianismo merece pelo menos ser considerado como uma hipótese séria para uma atitude mais justa perante os animais, os seres humanos, e o próprio planeta.
Por último, uma palavra às pessoas que aceitam os argumentos acima expostos mas que afirmam que não vale a pena deixar de comer carne porque “uma só pessoa deixar de comer carne não vai diminuir o número de animais que é criado nas unidades de criação intensiva” ou que “o animal que têm no prato já está morto e nada o pode ressuscitar”:
É evidente que a criação intensiva de animais não vai acabar de um momento para o outro, assim como é inverosímil pensarmos que todas as pessoas se vão tornar vegetarianas de uma só vez.
Cada pessoa consome em média 4.022 animais ao longo de toda a sua vida. O máximo que podemos almejar, e essa será já uma grande vitória, é juntarmo-nos aos milhões de pessoas que já tomaram essa decisão e se recusam a comer a carne de animais torturados e mortos e, assim, diminuir gradualmente a procura de produtos animais, diminuindo o lucro obtido por esta indústria e levando a que menos animais sejam criados intensivamente e abatidos no futuro.
A este argumento acresce um outro, talvez ainda mais importante, para deixarmos de consumir produtos derivados da indústria da carne: o fato de estarmos fazendo a coisa certa; de sabermos que não estamos contribuindo de forma direta para o florescimento de uma atividade que causa um sofrimento intenso a milhões de animais todos os anos. Madre Teresa de Calcutá dizia: “o meu trabalho pode ser uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor”.


publicado por Maluvfx às 13:21
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