Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.
A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.
Quinta-feira, 30 de Abril de 2009
Fim de touradas ameaça negócio de 10 milhões
Viana tornou-se a primeira cidade contra este espectáculo, mas outras seguem-lhe as pisadas. Criadores temem a perda de receitas e de empregos. Cavaleiros manifestam-se hoje no Norte.
Os criadores de touros de lide portugueses estão apreensivos com a recente "onda" antitouradas registada em vários municípios do País e temem pela perda de centenas de empregos, lembrando que, anualmente, só na criação, o negócio envolve mais de dez milhões de euros.
"
Em Portugal há uma centena de ganadarias que no total criam todos os anos cerca de 3000 touros, o suficiente para as nossas necessidades. A uma média de 3500 euros cada touro, está fácil de ver o que está em causa", explicou ao DN João Santos Andrade, presidente da Associação de Criadores de Toiros de Lide.
Segundo números da própria instituição, só as ganadarias portuguesas empregam directamente mais de um milhar de trabalhadores, entre tractoristas, campinos e outras profissões, num negócio anual de dez milhões de euros.
"
É uma actividade económica que movimenta muito dinheiro, inclusivamente impostos. Sem espectáculos tauromáquicos, não há trabalho e a actividade deixa de existir", apontou. Da actual produção anual de touros em Portugal, cerca de 2400 são destinados aos espectáculos no País e os restantes seguem para Espanha (20% do total) e França.
Para além dos criadores, o negócio tauromáquico em Portugal, bandarilheiros, tratadores, cavaleiros, moços de espada, moços de arena, "
estamos a falar de largos milhares de pessoas que trabalham nestas lides", esclarece João Santos Andrade, sendo que só em termos de ganadarias, existe produção desde o Mondego até ao Algarve e Açores.
Segundo dados da associação, em 2008 registaram-se 250 espectáculos tauromáquicos em Portugal, alguns envolvendo assistências na ordem das 2000 a 3000 pessoas, entre corridas de touros, festivais, novilhadas, vacadas, grupos cómicos, largadas de touros e picarias.
Espectáculos que nos últimos meses começaram a ser postos em causa em várias localidades do País, desde Viana do Castelo - que se declarou a primeira cidade antitouradas - passando por Cascais, Braga e Póvoa de Varzim (ver texto em baixo).
"
No último século sempre vimos pessoas contra e a favor das touradas. Mas ultimamente, a oposição a estes espectáculos tem sido mais visível, isso é um facto", reconhece João Santos.
Mais de 70 cavaleiros são esperados hoje numa marcha pacífica pelas ruas da cidade de Viana do Castelo, que culminará com a concentração frente à câmara em protesto contra a decisão desta autarquia de tornar o município "
antitouradas", explicou um dos pro- motores.
"
Será uma forma de mostrar o nosso descontentamento para com a câmara municipal, por proibir as corridas de touros no concelho. Estamos a movimentar-nos para que isso não aconteça nos próximos anos", explicou Carlos Durães, da organização.
Recorde-se que através de uma resolução tomada pelo executivo camarário a 27 de Fevereiro deste ano, Viana do Castelo tornou-se na primeira "
Cidade antitouradas", com a autarquia a defender que o perfil de "
município saudável" é "
incompatível com este atentado aos direitos dos animais". Já que "
na realização de espectáculos tauromáquicos se provoca tortura e sofrimento injustificado", declarou Defensor Moura (PS), presidente da câmara.
Uma decisão que vem na sequência da compra, pelo município, da Praça de Touros para receber um espaço científico.
Por seu turno,
a associação "ANIMAL" entregou esta semana ao presidente da Câmara de Viana do Castelo um prémio para saudar a decisão da autarquia.
"
Naquele espaço, a designar de Praça da Vida, vai ser construído um Centro de Ciência Viva, onde os jovens das nossas escolas vão estudar a vida e os animais", explica o presidente da autarquia.
A Praça de Touros vai dar origem à Praça da Vida", diz Defensor Moura. "
É uma iniciativa histórica, uma grande decisão, mas uma gota de água no oceano da tauromaquia. De qualquer forma acreditamos que é uma questão de tempo até que esta indústria caia por completo", afirmou Rita Silva, da Associação ANIMAL.
"
Acreditamos que em 2009 outras autarquias sigam este exemplo", continua o presidente da câmara Defensor Moura. Ainda na quarta-feira a capital da Venezuela, Caracas, declarou-se antitouradas, "
por isso estamos no bom caminho", concluiu.
in
DN
Sexta-feira, 24 de Abril de 2009
Viva Viana do Castelo!
por Leonel Moura
24 Abril 2009
No meio da algazarra em que o País se vem consumindo, eis que alguém decidiu fazer história através de um acto invulgar de civilização. O presidente da Câmara de Viana do Castelo, o autarca Defensor Moura (que para os devidos...
No meio da algazarra em que o País se vem consumindo, eis que alguém decidiu fazer história através de um acto invulgar de civilização. O presidente da Câmara de Viana do Castelo, o autarca Defensor Moura (que para os devidos efeitos não é meu familiar), acaba de declarar a cidade livre de touradas.
Podem usar-se todos os argumentos do mundo, falar de tradição, negócio, turismo, bravura e até, os mais cínicos, amor ao animal, mas a tourada é um resquício de tempos bárbaros e em si mesmo um acto de barbárie. Espectáculo tipicamente romano de um tempo em que o povo se entretinha a ver correr o sangue nas arenas, há muito que não representa um estado civilizacional que reconhece direitos de vida e dignidade quer aos humanos quer aos animais que connosco partilham o planeta Terra. Tanto mais que todos os estudos revelam que a dor e o sofrimento não são exclusivos do ser humano.
Não é admissível que alguém possa tirar prazer do suplício de um animal, quer enquanto agente directo dessa agressão, quer na condição de voyeur. Quando um homem precisa de afirmar a sua superioridade face a um animal torturando-o brutalmente, então, é evidente que estamos na presença de um hominídeo ainda muito primitivo. E que uma sociedade persista em manter, já no século XXI, um "espectáculo" tão degradante, eis o que não pode deixar de a desclassificar aos olhos de qualquer avaliação sobre o seu estado de civilização.
É por isso que o gesto de Viana de Castelo fica registado como um marco na luta de tantos portugueses que gostariam que o nosso país, em vez de se perder em estéreis polémicas políticas constantes, pudesse avançar no sentido da civilização e da dignidade humana. Pois que a tourada não é só um acto contra o touro, mas sobretudo uma agressão contra o próprio sentido do que é ser humano hoje.
Avançada e corajosa nos tempos que correm, esta iniciativa do município de Viana não é contudo original. Basta dizer que no tempo do reinado de D. Maria II o assunto foi tratado convenientemente. É revelador ler o decreto de 1836 para se compreender como a sociedade regrediu neste domínio. Diz D. Maria: "considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas, e bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que podem impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa: hei por bem decretar que ora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros." Mais tarde a força do atavismo revogou o acto mantendo as touradas, mas proibindo a morte do bicho.
Mas, mesmo isso seria ainda objecto de novo retrocesso. É bom nunca esquecer que Jorge Sampaio, que se pretende um homem civilizado, com educação "british" e sempre pronto a dar conselhos para a solução do país e do mundo, enquanto Presidente fez aprovar a vergonhosa lei dos touros de morte de Barrancos. Dia em que para mim, que até fiz parte - lamentavelmente - da comissão de honra da sua eleição, deixou de me merecer qualquer crédito ou simpatia. É que este não é um tema trivial, não é um daqueles assuntos que se tratam na Assembleia da República ao sabor do sempre difícil e muito conjuntural jogo democrático. Trata-se de um questão de civilização, de saber se queremos um país mais evoluído ou retrógrado. Ao contrário de Sampaio que deu um forte sinal no sentido do atraso, Viana do Castelo vem agora afirmar que afinal nem todos se resignam a andar para trás. Por isso quero deixar aqui o meu singelo mas profundo e sincero apreço por este acto tão digno. Tanto mais que a isto, que já não é pouco, se acrescenta um outro dado muito estimulante.
É que tendo sido a Praça de Touros local adquirida pela autarquia existe o projecto de a demolir para dar lugar a um Centro de Ciência Viva. Esse é o Portugal do conhecimento, da criatividade e do progresso humano que queremos e precisamos. Não o do marialvismo e da barbárie. Mas este artigo de opinião não ficaria completo sem uma informação lateral mas muito elucidativa. O PSD de Viana de Castelo votou contra a proposta de abolição das touradas.
Comentários:
Onde está a liberdade em Viana do Castelo?
O programa dos festejos da Romaria da Senhora d’Agonia, que tiveram lugar no ano passado, incluiu a realização, no dia 24 de Agosto, de uma tourada, no redondel da Argaçosa, caracterizando-a nos seguintes termos: A qualidade deste cartel inédito é a garantia de continuidade do bom-nome de que gozam as TOURADAS D’AGONIA . Entretanto, por vontade do presidente da autarquia vianense e decisão recentemente tomada pela maioria da vereação, não haverá mais lugar em Viana dos Castelo a espetáculos taurinos, alegadamente por falta de tradição tauromáquica e o reduzido uso que é dado àquela praça. Por conseguinte, os próximos festejos da Senhora d’Agonia já não incluirão a realização da tourada que, como era referido, gozavam de bom-nome. A avaliar pelas razões invocadas, desconheço se a proibição estabelecida se estende ainda, a título de exemplo, à realização de concertos de música clássica e a espetáculos de ópera em relação aos quais sou mais aficionado! uma vez que, à semelhança do que sucede com o espetáculo tauromáquico, também estes não possuem tradição em Viana do Castelo onde, aliás, nem sequer existe orquestra, companhias de teatro nem sala de espetáculos adequada para o efeito. Entendo que é absolutamente respeitável a opinião daqueles que consideram a tourada como um espetáculo execrável e uma forma de tortura sobre os animais. É mesmo lícito que procurem convencer a sociedade portuguesa a abandonar tais tradições. Talvez esses militantes anti-touradas pretendam que os ponte-limenses esquecerem a vaca das cordas ou até, quem sabe, procurem persuadir os monçanenses a deixarem de torturar a coca Contudo, até ao presente, o espetáculo taurino ainda não foi proibido em Portugal. A não ser, claro está, em Viana do Castelo. Para além das dezenas de praças de touros espalhadas um pouco por todo o país, existem ainda as largadas no Ribatejo, as capeias com forcões na Beira Baixa, as chegas do Barroso, as corridas à corda em Sintra e nos Açores e até os touros de morte em Barrancos . E, seguramente, não é pelo facto de tais práticas estarem em uso e serem consentidas por lei que faz dos portugueses um povo menos civilizado e bárbaro, como pretendem aqueles que discordam de tais tradições e vêm impor aos outros os seus pontos de vista. Pelo contrário, quando alguém que, pelos cargos que ocupa, deveria dar o exemplo de vivência democrática e, ao invés, procura impor as suas próprias ideias sem respeito pelas opiniões contrárias, então estamos perante responsáveis políticos que revelam atitudes que se encontram desfasadas do tempo e não se coadunam com uma sociedade tolerante como aquela em que vivemos e prezamos. Podem, os senhores vereadores vianenses que tomaram a decisão de proibir o espetáculo tauromáquico, discordar da realização de touradas mas, em situação alguma, devem impedir aqueles que o apreciam de dispor de inteira liberdade para assistir ao mesmo, incluindo em Viana do Castelo! Não está em causa a utilização de uma estrutura que tinha reduzida utilização e, por esse motivo, a autarquia vianense decidiu dar-lhe outro destino. O que se questiona é o direito de alguém, pese embora tenha sido eleito pelos munícipes, decidir aquilo que os cidadãos e não só os vianenses! podem ou não fazer em Viana do Castelo, sem infringir a própria Lei. Ninguém é obrigado a assistir a um espetáculo que claramente não lhe agrada mas também não possui o direito de impedir os outros de usufruir de um direito que lhes assiste. É certo que Viana do Castelo possui uma autarquia democraticamente eleita para gerir os destinos municipais mas não dispõe de uma assembleia com poderes legislativos para limitar aos cidadãos direitos que lhes não estão vedados pelas leis do país. Muito menos, o seu presidente está investido de poderes para ditar a Lei!
Carlos Gomes in Falcão do Minho
...
Eu sou vegetariano e nunca percebi a diferença entre touradas, caça ou a indústria da carne
E para ser sincero até me parecia que os animais nos dois primeiros casos viviam com mais dignidade do que no terceiro. Seja como for, da mesma maneira que não concordo que se proíba as pessoas de comer carne também não concordo que se proíba as touradas. Quem não quer sofrimento animal, faça como eu e deixe de comer carne
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=364900
Quinta-feira, 23 de Abril de 2009
Viana do Castelo: Defensor Moura premiado pela Animal por ter proclamado cidade 'antitouradas'
A associação Animal distinguiu hoje o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, com o Prémio António Maria Pereira dos Direitos dos Animais, por ter declarado aquela cidade 'antitouradas', uma decisão pioneira em Portugal.
Recorde-se que a Câmara, este ano, deliberou não permitir a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público e privado do Município, sempre que dependa de autorização a conceder pela autarquia.
A Animal congratulou-se com a decisão, criou o prémio António Maria Pereira - uma escultura com a imagem de um touro - e entregou-o hoje, pela primeira vez, a Defensor Moura.
António Maria Pereira foi um político e um deputado que se distinguiu na defesa dos direitos dos animais, tendo falecido em 28 de Janeiro.
Para Defensor Moura, esta distinção 'coroa o trabalho desenvolvido pela autarquia de respeito pelos valores de cidadania, prosseguindo o objectivo de tornar Viana do Castelo uma Cidade Saudável'.
'Nesta cultura de urbanismo e de estilos de vida saudáveis, a defesa dos direitos humanos, numa cidade moderna e progressista, não é compatível com a realização de espectáculos de tortura e de sofrimento injustificado que atentam contra os direitos dos animais, cuja Declaração Universal foi subscrita por todos os países civilizados, incluindo Portugal', referiu Moura.
A decisão da Câmara de Viana do Castelo de declarar a cidade 'antitouradas' surgiu na sequência de uma outra, aprovada em Novembro, pela qual a Câmara adquiriu, pelo preço simbólico de cinco mil euros, a Praça de Touros da cidade, para a transformar num Centro de Ciência Viva.
Uma decisão que Defensor Moura já classificou como 'a medida mais popular' tomada pelo seu Executivo, tendo merecido 'felicitações' de todo o mundo.
No entanto, os aficionados da tauromaquia contestam a decisão e já marcaram uma manifestação de protesto, para tentarem recuperar as touradas para Viana do Castelo.
Na antiga Praça de Touros, a Câmara pretende instalar a 'Praça da Vida', ou seja, um centro ou museu da Ciência Viva semelhante ao Museu do Homem existente na Corunha, Galiza, que abordará questões de biologia humana e ecologia, criando 'mais um pólo de atracção na cidade', especialmente para os jovens estudantes de todas as escolas do País
Animal premeia Defensor Moura por cidade antitouradas
Associação Animal distingue hoje autarca de Viana
(Por Andrea Cruz. In "Público", 23 de Abril de 2009)
Activistas da associação Animal entregam esta tarde, em mãos, a Defensor Moura o primeiro prémio António Maria Pereira pelo facto de o autarca ter proclamado Viana do Castelo como a primeira cidade portuguesa antitouradas.
A distinção, uma estátua em porcelana com a imagem de um touro, foi recentemente instituída pela organização para homenagear o político e deputado do PSD, que se notabilizou pela defesa dos direitos dos animais.
Para Miguel Moutinho, presidente da Animal, Defensor Moura merece estrear este prémio, "pela coragem e sentido de ética e de justiça que demonstrou ao ser o primeiro decisor político do país a declarar a cidade antitouradas". Segundo Miguel Moutinho, a decisão "histórica" do autarca socialista de Viana poderá abrir caminho para que outros municípios sigam o exemplo. Nesse sentido, sublinhou os "sinais positivos" demonstrados pelas autarquias de Braga e Cascais, que recentemente não autorizaram a realização de espectáculos tauromáquicos, apesar de não ter havido uma decisão formal quanto à declaração antitouradas.
A homenagem da Animal tinha inicialmente previsto uma manifestação de apoio, entretanto desconvocada. Uma decisão a que não serão alheias as reservas levantadas por Defensor Moura quanto à "exuberância" da iniciativa.
Mas a decisão da autarquia não é unanimemente aceite. A proibição aprovada pela maioria socialista em Fevereiro passado é, para a Tertúlia Taurina e Equestre de Viana, uma medida radical que põe em causa a importância cultural e socioeconómica do espectáculo tauromáquico. Nesse sentido, esta entidade vai promover este sábado uma concentração equestre, seguida de um passeio pela cidade, para sensibilizar os vianenses para uma tradição que perdura desde o século XIX.
Ainda em processo de legalização, a nova associação, constituída na sequência da decisão da autarquia, considera que deveria ter existido uma discussão prévia e promete encetar todas as diligências para que seja levantada a proibição. Em declarações ao PÚBLICO, Carlos Durães adiantou que não está em causa o encerramento da Praça de Touros da cidade mas a possibilidade de realização de touradas em praças desmontáveis.
O fim destes espectáculos foi justificado pela autarquia com o perfil de cidade saudável que Viana ostenta há cerca de uma década. Imagem que a autarquia garante que se deve traduzir no respeito pelos animais. Moura considera que as touradas desrespeitam os animais e contrariam a imagem de Viana como cidade saudável.
http://blogdaanimal.blogspot.pt/2009/04/associacao-animal-distingue-hoje.htmlhttp://jornal.publico.pt/noticia/23-04-2009/associacao-animal-distingue-hoje-autarca-de-viana-303874.htm
Quinta-feira, 16 de Abril de 2009
ANIMAL queria Tavira anti-touradas mas edil diz que não é fundamentalista
A ANIMAL, associação de defesa dos direitos dos animais, pressionou o edil tavirense para que declarasse Tavira a primeira cidade algarvia anti-touradas. Macário Correia diz que compreende a preocupação mas que não é fundamentalista.
A associação escreveu uma carta ao autarca e promoveu uma campanha cujo objectivo era que Macário Correia recebesse centenas de mails oriundos de pessoas e organizações todo o Mundo a forçar a tomada de posição anti-touradas.
Em declarações ao Região Sul o edil admitiu ter recepcionado “largas dezenas de mails”, o que “começou a complicar o sistema informático e obrigou a que técnicos da Autarquia agissem no sentido de barrar as mensagens”.
“Sou sensível às questões de protecção dos animais. Quero fazer trabalho nesse domínio. Mas não somos fundamentalistas, somos tolerantes”, responde Macário Correia ao apelo da ANIMAL, que em acções semelhantes já conseguiu convencer autarcas de Viana do Castelo, Braga e Cascais.
Todavia o presidente da Câmara de Tavira salienta que no concelho “há um único evento anual por excepção que acontece no Verão, organizado por uma associação arte equestre do concelho, mas sem sangue nem violência”. “Não sou adepto destes espectáculos com sangue e violência”, remata.
A ANIMAL continua a campanha por Portugal livre de touradas. Lembra que uma sondagem CIES/ISCTE/MetrisGfk feita em Março de 2007, dava conta de que 50,5% dos portugueses querem ver as touradas proibidas por lei em todo o país.
Na mesma sondagem, sublinha ainda a associação, “52,4% dos portugueses declaram querer que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas cidades e vilas anti-touradas pelos respectivos municípios”. Recorda por fim que em Espanha “já há 65 localidades declaradas anti-touradas”.
Fonte
Segunda-feira, 6 de Abril de 2009
"Gala Evolução com Compaixão"
Figuras públicas estiveram presentes na Gala "Evolução com Compaixão", organizada pela ANIMAL, para afirmar a importância da protecção dos animais::
Nesta cerimónia apresentada por Fernanda Freitas, que contou com a actuação de Rui Reininho e da Companhia das Índias, e que se realizou no Lapa Palace, em Lisboa, várias celebridades afirmaram-se a favor do aumento e reforço da protecção legislativa dos animais de companhia, da proibição do uso de animais em circos e da abolição das touradas::
Na Gala "Evolução com Compaixão", foi ainda simbolicamente entregue ao Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo o "Prémio António Maria Pereira para os Direitos dos Animais" pelo facto deste autarca ter declarado Viana do Castelo a primeira "Cidade Anti-Touradas" de PortugalA noite de 5 de Março foi uma noite especial. Com o patrocínio de Tyta & Tyto Alba, a
ANIMAL organizou, no Lapa Palace, em Lisboa, a Gala "Evolução com Compaixão", um evento exclusivo promovido com o objectivo de assinalar e celebrar a importância que a protecção dos animais tem e deve cada vez mais assumir no seio da sociedade portuguesa, e no contexto da evolução desta, reunindo figuras do mundo da moda, da televisão e da política numa elegante e agradável noite de convívio e lazer dedicada a enaltecer o respeito e a protecção que os animais merecem e o papel que devem ocupar no progresso moral e social de Portugal.
Apresentada por
Fernanda Freitas e contando com o apoio, presença e actuação de
Rui Reininho e da
Companhia das Índias, a Gala "Evolução com Compaixão" revelou-se a ocasião perfeita para várias figuras públicas portuguesas afirmarem publicamente, num ambiente dedicado aos animais e à distinção da importância que a protecção deles deve assumir na sociedade portuguesa, as suas preocupações pessoais com o modo como os animais continuam a ser tratados em Portugal.
Entre outros convidados especiais, estiveram presentes na Gala "Evolução com Compaixão" a apresentadora e
DJ Solange F., o cantor
Fernando Pereira, as manequins
Carla Matadinho, Lúcia Garcia e Emily Brown, o manequim
Mário Franco, o dentista
Miguel Stanley,
Teresa Sturken, Leila Nyrop, a actriz
Maria Dias, o encenador
Manuel Mendes, Robert Van Houtum,
Embaixador dos Países Baixos em Portugal, e os
deputados à Assembleia da República João Rebelo (CDS-PP), Luís Carloto Marques (MPT/PSD), Manuel José Rodrigues (PS) e Rosa Albernaz (PS).Fernanda Freitas, apresentadora do programa “Sociedade Civil”, da RTP2, uma das personalidades simpatizantes da defesa dos direitos dos animais que esteve presente neste evento, manifestou o seu apoio ao espírito e objectivos desta gala não só com a sua presença mas também com declarações que deixaram clara a sua posição. Fernanda Freitas foi peremptória relativamente à sua reconhecida posição enquanto defensora dos animais. À pergunta "relativamente à lei de protecção dos animais, estamos a protegê-los o suficiente?", Fernanda Freitas respondeu "
Enquanto houver circos com animais, não. Enquanto houver touradas e isso for considerado património nacional, acho que não", acrescentando "eu nunca fui a uma tourada e nunca irei".
Rui Reininho e a Companhia das Índias não só estiveram presentes neste evento, como fizeram uma actuação especial para os convidados da Gala "Evolução com Compaixão", demonstrando, assim, também o seu apoio à ANIMAL, ao trabalho que desenvolve em defesa dos animais e ao objectivo, que continua a prosseguir, de levar os legisladores portugueses a estabelecerem uma nova e forte lei de protecção dos animais em Portugal – necessidade que se impõe com urgência extrema. Rui Reininho marcou, aliás, sempre no seu estilo inteligente e reverente, a sua posição contra as touradas, dizendo, a meio da sua actuação, que, "se pudesse, fechava o Campo Pequeno".
Também o músico
Fernando Pereira disse "
também não sou fã de touradas", tendo
Teresa Sturken sido igualmente categórica, afirmando "
declaro-me anti-tourada".
A manequim e apresentadora
Carla Matadinho afirmou também, com firmeza e corajosamente, que "
Há causas às quais devemos dar o nosso apoio incondicional e esta é uma delas", deixando assim claro o seu compromisso pessoal com a defesa dos direitos dos animais. A propósito das touradas, questionou-se ainda sobre "
Que ser humano é este que se diverte a ver um animal a sofrer?", deixando esta questão e crítica no ar.
Já
Diogo Infante, o prestigiado actor e Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II, numa mensagem enviada à ANIMAL a propósito desta gala, afirmou: "
não podia deixar de expressar admiração e incentivo à Associação Animal que se tem dedicado a uma das causas mais nobres e urgentes da nossa sociedade: os direitos dos animais. Falar dos direitos dos animais é também falar do direito à vida, ao respeito e à protecção. Faz parte da educação do homem, desde a infância, saber observar, respeitar e compreender os animais, pois o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito pelos nossos semelhantes. É esta convicção que me move ao expressar aqui o meu apoio a iniciativas desta natureza que fazem não só progredir a mentalidade do país, mas também despertar consciências", afirmou o actor e director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, salientando ainda que "
A ciência já o provou: os animais são seres com um sistema nervoso como o nosso, com capacidades de sentir, de sofrer e desfrutar. Acredito, por isso, que podemos exigir a nós próprios responsabilidades em relação aos animais".
Apesar de não ter estado na Gala, o apresentador de televisão e empresário
Pedro Miguel Ramos, não deixou de enviar à ANIMAL as seguintes palavras de apoio: "
Num mundo cada vez mais despreocupado e afastado dos bons princípios importa alertar, agora mais do que nunca, para os direitos dos animais. Os animais precisam da nossa atenção, compreensão e protecção! É com eles e por eles que devemos lutar contra os crimes sem castigo. Parabéns, ANIMAL, por mais esta iniciativa e pelo trabalho constante na protecção de todos os animais".
Também a estilista
Ana Salazar, que não usa peles de animais nas suas criações, enviou uma mensagem de apoio à Gala e aos seus objectivos: "
Espero que no futuro os portugueses tenham, cada vez mais, uma maior consciencialização dos direitos dos animais e um esforço de respeitar a vida animal, não só em pensamento mas sobretudo em ACÇÃO e portanto atitude e educação".
A estilista
Elsa Barreto lamentou também não poder estar presente, mas disse, em mensagem enviada à ANIMAL: "
É com renovado prazer que manifesto uma vez mais o meu mais sincero apoio à causa tremendamente humana que é a protecção dos animais. Numa época marcada pela crise económica é urgente travar uma crise de valores e reforçar o lado solidário de cada um com acções concretas e eficazes que combatam esse que é um dos fenómenos sociais dos nossos dias: a indiferença. Tornar os mais fracos mais fortes sempre foi mote daqueles que buscam o aperfeiçoamento do ser humano, e é nessa busca que se tornam realmente dignos desse nome."
Na Gala “Evolução com Compaixão”,
Leila Nyrop, a
viúva de António Maria Pereira, o recentemente falecido advogado e “pai dos direitos dos animais em Portugal”, recebeu simbolicamente o Prémio António Maria Pereira para os Direitos dos Animais, instituído este ano pela ANIMAL, em nome do Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Defensor Moura, que foi distinguido pela ANIMAL com este prémio como gesto de louvor pela exemplar medida que este autarca tomou, em nome deste município, ao decidir adquirir a praça de touros local para a transformar num educativo centro de ciência viva e ao declarar Viana do Castelo a primeira «
Cidade Anti-Touradas» de Portugal, pondo assim fim à realização de touradas nesta cidade e promovendo a educação e a ciência por oposição à violência contra animais.
Leila Nyrop leu a declaração que Defensor Moura enviou à ANIMAL, ainda antes da Gala decorrer, da qual se destacam as seguintes palavras: "
Foi com muito agrado que recebi o convite da Animal para estar presente na Gala [...] e receber o "Prémio António Maria Pereira dos Direitos dos Animais", com o qual, e enquanto Presidente da Câmara, me sinto honrado [...] em meu nome e em nome do Município que represento".
A manequim
Emily Brown também não quis deixar de fazer declarações acerca do espírito e dos objectivos da Gala "Evolução com Compaixão" e ao trabalho que a ANIMAL tem desenvolvido pelos animais, tendo afirmado que "
a ANIMAL trabalha corajosa e arduamente para construir um melhor futuro para os animais. Acredito sinceramente que Portugal seria um país muito pior para os animais sem a dedicação e trabalho intenso da ANIMAL, pelo que me sinto muito grata pelo facto desta organização persistir numa luta que é tantas vezes frustrante".
Também o dentista
Miguel Stanley, que a maior parte das pessoas conhece do programa da TVI "Doutor, Preciso de Ajuda", afirmou: "
Num mundo cada vez mais preocupado com política, bancos, guerras, crises, etc., parece que estamos a esquecer as coisas pequenas. Os animais, que tanta felicidade nos trazem durante a nossa infância, parece que são postos de parte quando chegamos à idade adulta. A importância dos animais, desde dos mais exóticos aos mais comuns, é enorme nas as sociedades civilizadas."
O cabeleireiro
Anthony Millard, que também fez parte do grupo de especialistas do programa "Doutor, Preciso de Ajuda", rematou o conjunto de fortes afirmações em defesa dos animais feitas nesta noite tão especial, afirmando, num estilo também irreverente e imperativo: "
Acabemos com a crueldade contra animais! Mude a sua atitude - AGORA!"
E, numa Gala cujo menu foi composto exclusivamente de uma oferta de bebidas, aperitivos e refeição veganas (integralmente vegetarianas), como não poderia deixar de ser, foi com imensa pertinência que
Leila Nyrop deixou o seguinte apelo: "
Alimente um animal - não se alimente dele".
A
ANIMAL agradece a
Tyta & Tyto Alba por terem tornado possível a "Gala Evolução com Compaixão" e agradece a cada uma das pessoas que esteve presente por terem aceitado emprestar a sua imagem e o seu nome à defesa dos direitos dos animais.
http://blogdaanimal.blogspot.pt/2009/04/figuras-publicas-estiveram-presentes-na.html |
Fernanda Freitas, Miguel Moutinho e Leila Nyrop segurando o "Prémio António Maria Pereira para os Direitos dos Animais" |
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Miguel Moutinho e os Deputados Manuel José Rodrigues (PS), Rosa Albernaz (PS), Luís Carloto Marques (MPT/PSD) e João Rebelo (CDS-PP)
Carla Matadinho e Fernanda Freitas |
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O cabeleireiro Anthony Millard e a manequim Emily Brown |
Fernanda Freitas e Leila Nyrop
Primeiro bovino clonado em Portugal nasceu em Angra do Heroísmo
O primeiro bovino clonado em Portugal nasceu na passada Terça-feira em Angra do Heroísmo, é fêmea, chama-se “cloneta” e está de perfeita saúde disse ontem o professor universitário Moreira da Silva.Em declarações à Agência Lusa, Moreira da Silva disse que “o animal nasceu de um parto prematuro com 8 meses quando o normal é nascerem com nove meses de gestação, mas que correu bem”.A “Cloneta” é fruto de um embrião produzido “in vitro” nos laboratórios do “Grupo de Reprodução Animal” do Departamento de Ciências Agrárias - Centro de Investigação e Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores (CITA), da Universidade dos Açores.O processo “foi inovador” no sentido de que “é realizado a partir de uma célula de um embrião com 7 dias produzido in vitro”, explicou o investigador.Segundo Moreira da Silva, responsável pelo Laboratório e Isabel Carvalhais, doutoranda que acompanhou o processo, o clone foi realizado através do conjunto “citoplasma (interior da célula) e blástomero (célula interior do embrião).O embrião levou duas semanas a ser produzido em laboratório, tendo o processo começado no final do mês de Julho do ano passado, e transferido para a vaca receptora no mês de Agosto.Moreira da Silva e Isabel Carvalhais “têm expectativa” quanto ao período de vida que o clone poderá ter uma vez que “todos os embriões produzidos in vitro são frágeis o que pode levar à morte prematura dos clones”, explicaram.O objectivo do grupo de investigadores que trabalharam nesta clonagem foi “testar e aperfeiçoar a técnica para que o Laboratório de Reprodução Animal não ficasse à margem das técnicas e tecnologias mais actualizadas”.No futuro este trabalho que incluiu também António Nobre, Sofia Pires e Ana Santos, pode ter utilidade na produção de animais de elevados valores genéticos o que pode ser uma mais valia para a região.Pode, também, ser útil “na recuperação de espécies animais que se encontrem em vias de extinção”.As investigações e os resultados conseguidos pela Universidade dos Açores deverão ter continuidade internacional uma vez que assistiram à sua conclusão Marwa Faheem, egípcia doutoranda em embriologia, e Afrooz Habibi, médica iraniana, doutoranda em anatomia humana.
O projecto foi financiado pelo governo regional e pelo Centro de Investigação e Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores (CITA)
Cloneta é o nome do primeiro bovino clonado em Portugal.
A operação bem sucedida foi levada a cabo pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
A técnica desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores pode servir de base para a recuperação de espécies em vias de extinção.
"É uma grande vitória. Os clones, como sabe, são muito pouco persistentes; tem uma vida muito curta", explica o investigador Moreira da Silva.
A Cloneta já ultrapassou uma semana de vida.
Primeiro bovino clonado em Portugal nasceu em Angra do Heroísmo
O primeiro bovino clonado em Portugal nasceu na passada Terça-feira em Angra do Heroísmo, é fêmea, chama-se “cloneta” e está de perfeita saúde disse ontem o professor universitário Moreira da Silva.Em declarações à Agência Lusa, Moreira da Silva disse que “o animal nasceu de um parto prematuro com 8 meses quando o normal é nascerem com nove meses de gestação, mas que correu bem”.A “Cloneta” é fruto de um embrião produzido “in vitro” nos laboratórios do “Grupo de Reprodução Animal” do Departamento de Ciências Agrárias - Centro de Investigação e Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores (CITA), da Universidade dos Açores.O processo “foi inovador” no sentido de que “é realizado a partir de uma célula de um embrião com 7 dias produzido in vitro”, explicou o investigador.Segundo Moreira da Silva, responsável pelo Laboratório e Isabel Carvalhais, doutoranda que acompanhou o processo, o clone foi realizado através do conjunto “citoplasma (interior da célula) e blástomero (célula interior do embrião).O embrião levou duas semanas a ser produzido em laboratório, tendo o processo começado no final do mês de Julho do ano passado, e transferido para a vaca receptora no mês de Agosto.Moreira da Silva e Isabel Carvalhais “têm expectativa” quanto ao período de vida que o clone poderá ter uma vez que “todos os embriões produzidos in vitro são frágeis o que pode levar à morte prematura dos clones”, explicaram.O objectivo do grupo de investigadores que trabalharam nesta clonagem foi “testar e aperfeiçoar a técnica para que o Laboratório de Reprodução Animal não ficasse à margem das técnicas e tecnologias mais actualizadas”.No futuro este trabalho que incluiu também António Nobre, Sofia Pires e Ana Santos, pode ter utilidade na produção de animais de elevados valores genéticos o que pode ser uma mais valia para a região.Pode, também, ser útil “na recuperação de espécies animais que se encontrem em vias de extinção”.As investigações e os resultados conseguidos pela Universidade dos Açores deverão ter continuidade internacional uma vez que assistiram à sua conclusão Marwa Faheem, egípcia doutoranda em embriologia, e Afrooz Habibi, médica iraniana, doutoranda em anatomia humana.
O projecto foi financiado pelo governo regional e pelo Centro de Investigação e Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores (CITA)
Cloneta é o nome do primeiro bovino clonado em Portugal.
A operação bem sucedida foi levada a cabo pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
A técnica desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Agrária da Universidade dos Açores pode servir de base para a recuperação de espécies em vias de extinção.
"É uma grande vitória. Os clones, como sabe, são muito pouco persistentes; tem uma vida muito curta", explica o investigador Moreira da Silva.
A Cloneta já ultrapassou uma semana de vida.