Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.

Segunda-feira, 17 de Setembro de 2012
Pense na lagosta
Uma incursão num mundo de exageros, mau gosto, prazeres e crueldade
por DAVID FOSTER WALLACE

O enorme, pungente e muitíssimo bem divulgado Festival da Lagosta do Maine ocorre a cada final de julho na região costeira central do estado, isto é, o lado ocidental da baía de Penobscot, tronco nervoso da indústria da lagosta do Maine. A chamada região costeira central vai de Owl’s Head e Thomaston, ao sul, até Belfast, ao norte. (Na verdade poderia se estender até Bucksport, mas nunca conseguimos passar de Belfast seguindo rumo ao norte pela Rota 1, cujo tráfego no verão é, como se pode imaginar, inimaginável.) As duas principais comunidades da região são Camden, com suas famílias ricas tradicionais, marina, restaurantes cinco estrelas e pousadas maravilhosas, e Rockland, um vilarejo de pescadores muito antigo que a cada verão abriga o festival no histórico Harbor Park, bem ao lado da água.
O turismo e as lagostas são os principais setores de atividade da região costeira central, dois ramos associados ao clima quente, e o Festival da Lagosta do Maine, mais que uma intersecção dessas indústrias, representa uma colisão proposital, alegre, lucrativa e barulhenta. O assunto escolhido para este artigo da revista Gourmet é o 56o FLM, promovido de 30 de julho a 3 de agosto de 2003, neste ano com o tema oficial de “Faróis, Risadas e Lagostas”. O público pagante total superou as 80 mil pessoas, em parte graças a um anúncio veiculado nacionalmente na CNN em junho, no qual a editora sênior da revista Food &Wine saudava o FLM como uma das melhores festividades gastronômicas do mundo.
Pontos altos do festival em 2003: as apresentações de Lee Ann Womack e Orleans, o concurso de beleza anual da Deusa do Mar do Maine, o grande desfile do sábado, a Corrida Sobre Gaiolas de Lagosta em Memória a William G. Atwood no domingo, a Competição Anual de Culinária Amadora, os brinquedos e estandes do parque de diversões, as barraquinhas de comida e a Praça de Alimentação Principal da flm, onde perto de 12 mil quilos de lagostas do Maine fresquinhas são consumidos após serem preparados na “Maior Panela Para Lagostas do Mundo”, perto do acesso norte do festival. Também são oferecidos sanduíches de lagosta, folhados de lagosta, lagosta salteada, salada de lagosta Down East, sopa creme de lagosta, ravióli de lagosta e bolinhos fritos de lagosta. É possível obter lagosta à thermidor em um restaurante tradicional chamado Black Pearl, no cais noroeste do Harbor Park.
Um amplo estande de madeira de pinho patrocinado pelo Conselho de Fomento à Lagosta do Maine distribui panfletos gratuitos com receitas, dicas de consumo e curiosidades sobre lagostas. O vencedor da Competição de Culinária Amadora da sexta-feira preparou Potinhos de Lagosta com Açafrão, receita que agora se encontra disponível ao público para download em www.mainelobsterfestival.com. Há camisetas de lagostas, bonecos articulados de lagostas, lagostas infláveis para piscinas e chapéus acopláveis de lagosta com enormes garras escarlates que chacoalham em molas. Este correspondente viu tudo isso, acompanhado por uma namorada e ambos os pais – um dos quais, a propósito, é nascido e criado no Maine, ainda que no interior da região mais ao norte, uma terra de batatas a um mundo de distância do turismo da região costeira central.ara fins práticos, todo mundo sabe o que é uma lagosta. Como de costume, todavia, existe muito mais para saber do que a maioria de nós se importa em descobrir – é tudo uma questão de interesses pessoais. Em termos taxonômicos, uma lagosta é um crustáceo marinho da família homaridae, caracterizado por cinco pares de patas articuladas dos quais o primeiro termina em grandes garras semelhantes a pinças, utilizadas para subjugar presas. Como muitas outras espécies de carnívoros bentônicos, as lagostas são ao mesmo tempo caçadoras e saprófagas. Possuem antenas, olhos pedunculares e guelras nas patas. Há mais ou menos uma dúzia de tipos diferentes de lagostas ao redor do mundo, mas a espécie aqui relevante é a Homarus americanus, conhecida como lagosta do Maine ou lagosta-americana.A palavra inglesa lobster vem do inglês antigo loppestre, supostamente uma corruptela de locusta, a palavra latina para gafanhoto que também é a raiz de “lagosta”, combinada com o inglês antigo loppe, que significa aranha.
Além disso, um crustáceo é um artrópode aquático da classe crustacea, que inclui caranguejos, camarões, cracas, lagostas e lagostins-de-água-doce. Tudo isso está lá, na enciclopédia. E os artrópodes são membros do filo Arthropoda, que abrange insetos, aranhas, crustáceos e quilópodes/diplópodes, que possuem como principal traço comum, além da ausência de uma estrutura centralizada cerebroespinal, um exoesqueleto quitinoso composto por segmentos,ao qual se articulam pares de apêndices. questão é que lagostas são basicamente insetos marinhos gigantes. (Por sinal, o termo usado pelos nativos da região costeira central para falar de lagostas é “inseto”. Por exemplo: “Aparece lá em casa no sábado, vamos cozinhar uns insetos.”) Como a maioria dos artrópodes, as lagostas remontam ao perío-do jurássico; biologicamente são anteriores aos mamíferos que bem que poderiam ser de outro planeta. E – particularmente em seu estado natural marrom-esverdeado, brandindo as garras como se fossem armas e agitando as grossas antenas – não são bonitas de se ver.E é verdade que se trata de lixeiras do mar, comedoras de coisas mortas, embora também comam um pouco de moluscos vivos, certos tipos de peixes machucados e por vezes umas às outras. Cultura inútil: armadilhas para lagostas geralmente usam como isca arenques mortos.
Mas também são boas de comer. Ou pelo menos é o que achamos agora. Até certa altura do século XIX, todavia, a lagosta era literalmente um alimento de classe baixa, consumido apenas pelos pobres e encarcerados. Até mesmo no rude ambiente penal dos primórdios da história americana algumas das colônias tinham leis limitando o uso de lagostas na alimentação dos detentos a uma única vez por semana, porque isso era julgado cruel e incomum, semelhante a obrigar pessoas a comerem ratos. Uma das razões para esse baixo prestígio era a fartura de lagostas na Nova Inglaterra de então. “Abundância inacreditável” são as palavras com que uma fonte descreve a situação, inclusive com relatos de peregrinos de Plymouth capturando lagostas à vontade com as mãos nuas ou do antigo litoral de Boston coberto de lagostas após uma série de tempestades. Elas foram consideradas um incômodo fedorento e moídas para serem usadas como adubo. Também é preciso levar em conta que as lagostas pré-modernas eram cozidas mortas e em seguida postas em conserva, geralmente em sal ou embalagens herméticas primitivas. A indústria da lagosta no Maine teve início com uma dúzia dessas fábricas de conserva nos anos 1840, de onde as lagostas eram enviadas a lugares tão distantes quanto a Califórnia, e a demanda existia somente por serem baratas e possuírem um alto teor de proteína, basicamente um combustível mastigável.
Hoje em dia, é claro, a lagosta é chique, uma iguaria, poucos graus abaixo do caviar. Possui uma carne mais saborosa e substancial que a maioria dos peixes, com um gosto sutil se comparado ao gosto de mar dos mexilhões e dos mariscos. Na imaginação alimentícia populardos Estados Unidos, a lagosta se tornou o análogo marinho do filé, ao lado do qual é tantas vezes servida como Surf and Turf na parte mais cara dos cardápios de cadeias de restaurantes.
Aliás, um projeto óbvio do FLM e de seu patrocinador onipresente, o Conselho de Fomento à Lagosta do Maine, é combater a ideia de que a lagosta é uma comida luxuosa, cara ou prejudicial à saúde, adequada somente a paladares afetados ou como petisco ocasional para escapar da dieta. Palestrase panfletos enfatizam sem descanso que a carne de lagosta tem menos calorias, menos colesterol e menos gordura saturada que a carne de frango. E na Praça de Alimentação Principal é possível comprar um “quarto” (gíria da indústria para uma lagosta de 600 gramas), um copinho com 120 gramas de manteiga derretida, um saco de batatas fritas e um pãozinho com manteiga por 12 dólares, o que é apenas um tantinho mais caro que jantar no McDonald’s. É claro que o hábito corriqueiro de mergulhar carne de lagosta em manteiga derretida torpedeia todas essas alegres curiosidades saudáveis sobre gordura, o que nunca é mencionado pelo material promocional do Conselho, assim como os informativos da indústria da batata nunca mencionam o creme azedo e os cubinhos de bacon.aiba que no Festival da Lagosta doMaine a democratização da lagosta vem acompanhada por toda a inconveniência maciça e concessão estética da verdadeira democracia. Confira, por exemplo, a supracitada Praça de Alimentação Principal, para a qual existe uma fila constante digna da Disneylândia, e que consiste em meio quilômetroquadrado de balcões de cafeteria protegidos por um toldo e fileiras de longas mesasinstitucionais onde amigos e desconhecidos sentam-se coladinhos, quebrando, mastigando e babando. É um lugar quente, onde o teto descaído aprisiona o vapor e os odores, sendo que estes últimos são fortes e apenas parcialmente relacionados a alimentos. É também um lugar barulhento, e uma porcentagem considerável do ruído total émastigatória.
A comida é servida em bandejas de isopor, os refrigerantes não têm gelo nem gás, o café é café de loja de conveniência em mais isopor e os talheres são de plástico (não é possível encontrar nenhum daqueles garfos especiais e compridos que servem para extrair a carne da cauda, ainda que alguns clientes espertostragam os seus de casa). O número de guardanapos fornecido também não chega nem perto do suficiente, levando-se em consideração que comer lagosta é uma lambuzeira, especialmente quando se está espremido em bancos ao lado de crianças de idades variadas e estágios vastamente diversos de coordenação motora – isso sem mencionar as pessoas que de algum jeito conseguiram contrabandear sua própria cerveja em enormes isopores que bloqueiam a passagem, ou aquelas que aparecem de repente com toalhas de plástico que espalham sobre porções consideráveis das mesas numa tentativa de reservá-las (as mesas) aos seus grupinhos. E assim por diante.
Isolado, qualquer um desses exemplos naturalmente não passa de um incômodo trivial, mas o fato é que o FLM se mostra cheio desses pequenos aborrecimentos irritantes – por exemplo, quando você descobre que precisa pagar 20 dólares a mais por uma cadeira dobrável se quiser se sentar ao assistir a alguma das grandes atrações do Palco Principal; ou a loucura desenfreada que se instala na Tenda Norte quando começa a distribuição dos copinhos minúsculos, que mais parecem dedais, com bocadinhos das receitas finalistas da Competição de Culinária; ou a aclamadíssima final do concurso de beleza Deusa do Mar do Maine, que se revela excruciantemente longa e consiste sobretudo em infinitos agradecimentos e homenagens a patrocinadores locais. Melhor nem falar sobre a terrível inadequação dos banheiros químicos ou sobre o fato de não haver lugar algum para se lavar as mãos antes ou depois de comer.
Na verdade o Festival da Lagosta do Maine é uma feira interiorana de nível médio com gancho culinário, e a esse respeito não difere muito dos festivais de caranguejos de Tidewater, dos festivais de milho do Meio-Oeste, dos festivais de chili do Texas etc.,e compartilha com esses acontecimentoso paradoxo central de todos os apinhados eventos comerciais populares: não é para todos. Nada contra a eufórica editora sênior da Food & Wine, mas eu ficaria surpreso se descobrisse que ela realmente já esteve aqui no Harbor Park, entre multidões matando a tapa os mosquitos da zona do canal enquanto comem Twinkies fritose assistem ao professor Paddy-Whack aterrorizando as crianças sobre pernas de pau de 1,80 metro, vestido com um sobretudo de onde saltam em todas as direções lagostas de plástico dependuradas em molas.
Um parêntese: na verdade, muitas coisas podem ser ditas a respeito das diferenças entre a classe trabalhadora de Rockland e o sabor acentuadamente populista do festival versusa confortável e elitista Camden com sua paisagem caríssima, suas lojas tomadas inteiramente por suéteres de 200 dólares e fileiras de casas vitorianas transformadas em pousadas de luxo. E também a respeito dessas diferenças como os dois lados da grande moeda que é o turismo nos Estados Unidos. Confesso que nunca entendi por que a ideia de férias divertidas de tantas pessoas é calçar chinelos e óculos de sol e se arrastar por um tráfego enlouquecedor até locais turísticos quentes e lotados com o intuito de provar um “sabor local” que por definição é arruinado pela presença de turistas. Isso tudo pode ser uma questão de personalidade e gostos inatos: o fato de eu não gostar de locais turísticos significa que nunca vou compreender seu encanto, e assim provavelmente não sou a pessoa mais indicada para falar sobre isso (o suposto encanto). Do meu ponto de vista, é provável que ser turista faça mesmo algum bem para a alma, mesmo que apenas de vez em quando. Todavia, não que faça bem para a alma de algum modo revigorante ou alentador, mas de um jeito severo e obstinado de vamos-encarar-os-fatos-com-honestidade-e-tentar-encontrar-um-modo-de-lidar-com-eles. Minha experiência pessoal não é a de que viajar pelo país seja relaxante ou amplie os horizontes, ou de que mudanças radicais de lugar e contexto tenham um efeito salutar, mas sim de que o turismo intranacional é radicalmente constritivo e humilhante da pior forma – hostil à minha fantasia de ser um indivíduo genuí-no, de viver de algum modo fora e acima de todo o resto. Ser um turista massificado, para mim, é se tornar um puro americano contemporâneo: alheio, ignorante, ávido por algo que nunca poderá ter, frustrado de um modo que nunca poderá admitir. É macular, através de pura ontologia, a própria imaculabilidade que se foi experimentar. É se impor sobre lugares que, em todas as formas não econômicas, seriam melhores e mais verdadeiros sem a sua presença. É confrontar, em filas e engarrafamentos, transação após transação, uma dimensão de si mesmo tão inescapável quanto dolorosa: na condição de turista você se torna economicamente significativo mas existencialmente detestável. lagosta, em essência, é um alimento de verão. Isso porque agora preferimos lagostas frescas, o que significa que elas precisam ter sido capturadas recentemente, o que por razões tanto táticas quanto econômicas ocorre em profundidades inferiores a 45 metros. Lagostas tendem a ficar mais famintas e ativas (isto é, mais fáceis de capturar) quando a temperatura da água fica entre 7 e 10 graus, como é típico do verão. No outono a maioria das lagostas do Maine migra para águas mais profundas, seja em busca de calor ou para evitar as ondas pesadas que golpeiam o litoral da Nova Inglaterra durante o inverno inteiro. Algumas se enterram no leito marinho. Talvez hibernem; ninguém sabe ao certo. É também no verão que as lagostas trocam de carapaça – mais especificamente, do início à metade de julho.
Artrópodes quitinosos crescem trocando de carapaça, mais ou menos da mesma forma que compramos roupas maiores à medida que envelhecemos e ganhamos peso. Como as lagostas podem viver mais de 100 anos, podem também ficar bem grandes, chegando a passar dos 9 quilos – ainda que nos dias de hoje sejam raras as lagostas da terceira idade, pois as águas da Nova Inglaterra estão cheias de armadilhas. Enfim, disso vem a diferença culinária entre lagostas de casca dura e de casca mole.Uma lagosta de casca mole é uma lagosta que acabou de trocar de carapaça. Ambas são oferecidas nos cardápios de verão dos restaurantes da região costeira central, nos quais as lagostas de casca mole são um pouco mais baratas mesmo sendo mais fáceis de destrinchar e donas de uma carne considerada mais suave.O motivo do desconto é que uma lagosta em fase de troca utiliza uma camada de água do mar como isolamento enquanto a nova carapaça endurece, e por causa disso quando se arrebenta uma lagosta de casca mole há um pouquinho menos de carnee um fragrante jorro d’água que se espalha sobre tudo, às vezes espirrando como um limão e atingindo um companheiro de mesa bem no olho. Se é inverno ou se você está comprando lagostas em algum lugar distante da Nova Inglaterra, por outro lado, dá quase para apostar que a lagosta vai ter a casca dura, que por motivos óbvios é mais transportável.
Como prato principal à la carte, a lagosta pode ser assada, grelhada, cozida ao vapor, refogada, salteada,feita em wok ou no micro-ondas.Mas o método mais comum é a fervura. Quem gosta de comer lagostas em casa provavelmente a prepara desta forma, pois ferver lagostas é muito fácil. É necessário um tacho grande com tampa, que é preenchido com água até mais ou menos a metade (a recomendação mais comum são 2 litros e meio de água por lagosta). O ideal é água do mar, ou adicione duas colheres de sopa de sal a cada litro de água da torneira. Também é interessante saber o peso de cada lagosta. Espera-se a água ferver, coloca-se uma lagosta de cada vez, cobre-se o tacho e aumenta-se o fogo até a água voltar a ferver.Então é preciso baixar o fogo e deixar o tacho em fogo brando – dez minutos para o primeiro meio quilo de lagosta, e acima disso três minutos para cada meio quilo. (Isso considerando-se que estão sendo usadas lagostas de casca dura, que, repito, se você não mora entre Boston e Halifax, são provavelmente as únicas que conseguiu encontrar. No caso de lagostas de casca mole é preciso subtrair três minutos do total.) As lagostas ficamvermelhas porque de algum modo essa fervura suprime todos os pigmentos na quitina, exceto um. Um teste simples para saber se as lagostas estão prontas é tentar arrancar uma das antenas – se ela se descolar da cabeça ao menor esforço, o bicho está pronto para comer.
Um detalhe tão óbvio que a maioria das receitas nem se preocupa em mencionar é que as lagostas precisam estar vivas ao serem colocadas no tacho. Isso faz parte do apelo contemporâneo da lagosta – é o alimento mais fresco que existe. Não acontece decomposição alguma entre a pescaria e a hora de comer. E além de não precisarem ser limpas, temperadas nem depenadas, é simples para os vendedores manter as lagostas vivas. Chegam vivas dentro das armadilhas, são colocadas em recipientes com água do mar e podem (desde que a água seja mantida aerada e as garras dos animais estejam amarradas ou presas para impedir que ataquem uns aos outros por causa do estresse do confinamento) sobreviver até o instante em que são fervidas. Um raciocínio similar embasa o que se chama de “debicar” frangos e galinhas poedeiras nas fazendas de confinamento. A máxima eficiência comercial exige que populações imensas de galináceos sejam confinadas em espaços desnaturadamente exíguos, condições sob as quais muitas aves enlouquecem e bicam umas às outras até a morte. Como observação de caráter puramente empírico, informo que a “debicagem” costuma ser um processo automatizado e que as galinhas não recebem anestésico nenhum. Não sei se os leitores conhecem a “debicagem” ou as práticas relacionadas, como a extração dos chifres do gado em fazendas industriais e o corte da cauda dos porcos em fazendas de confinamento de suínos para impedir vizinhos psicoticamente entediados de arrancá-las com os dentes e assim por diante.uase todo mundo já esteve em supermercados ou restaurantes que contam com aquários de lagostas vivas, onde podemos escolher o jantar enquanto ele encara nosso dedo estendido. E uma parte importante do espetáculo no Festival da Lagosta do Maine é assistir às embarcações dos pescadores de lagostas atracando nos molhes da parte nordeste e descarregando o produto recém-pescado, que é então transferido manualmente ou com auxílio de carrinhos por cerca de 90 metros até os imensos tanques transparentes empilhados ao redor do panelão do festival – que, como mencionei, é divulgado como a Maior Panela para Lagostas do Mundo e pode cozinhar de uma só vez mais de 100 lagostas para a Tenda Principal.
Então aqui vai uma pergunta que se torna praticamente inevitável diante da Maior Panela para Lagostas do Mundo e pode vir à tona em cozinhas espalhadas por todos os Estados Unidos: é certo ferver viva uma criatura senciente para nosso mero prazer gustativo? Um conjunto de preocupações relacionadas: seria a perguntaanterior uma manifestação enfadonha de sentimentalismo ou raciocínio politicamente correto? Nesse contexto, qual seria o sentido de “certo”? Seria isso tudo apenas uma questão de escolha pessoal?
Como talvez você saiba, ou não, um grupo notório conhecido como People for the Ethical Treatment of Animals(Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) acredita que a moralidade do ato de ferver lagostas não é apenas uma questão de consciência individual. Na verdade, uma das primeiríssimas coisas que escutamos sobre o FLM... bem, vamos definir a cena: estamos vindo de táxi do quase indescritivelmente estranho e rústico aeroporto do condado de Knox, na madrugada anterior à abertura do festival, dividindo o táxi com um consultor político endinheirado que passa metade do ano morando na ilha Vinalhaven, que fica na baía (seu destino é a balsa de Rockland).
O consultor e o motorista estão respondendo a sondagens jornalísticas informais sobre avisão real dos moradores da região sobre o FLM, se por exemplo consideram o festival apenas um evento para atrair turistas e lucrar bastante ou se é algo pelo qual os moradores do local esperam ansiosos, que genuinamente promove seu orgulho como cidadãos etc. O motorista (que passou dos 70 anos e parece fazer parte de um pelotão inteiro de aposentados contratado pela empresa de táxi para ajudar no burburinho do verão, usa um broche de lapela com a bandeira americana e dirige de um modo que pode somente ser descrito como muito cauteloso) nos garante que os moradores apoiam e apreciam o FLM, embora faça vários anos que ele mesmo não comparece ao evento e, parando para pensar, ninguém que ele ou a esposa conheçam. Todavia o consultor seminativo participou de alguns festivais recentes (tive a impressão de que fez isso por ordem da esposa), dos quais guardou como impressão mais vívida o fato de ser necessário “esperar na fila por um tempo interminável e lancinante até comprar as lagostas, e enquanto isso um monte de ex-malucos-beleza zanza para cima e para baixo distribuindo panfletos dizendo que as lagostas morrem sofrendo dores terríveis e que ninguém deveria comê-las”.
E calhou que os pós-hippies das reminiscências do consultor eram ativistas do Peta. Não havia ninguém do Peta à vista no FLM de 2003,[1] mas eles foram uma presença ostensiva em muitos dos festivais recentes. Desde a metade dos anos 90, pelo menos, artigos publicados em todo tipo de jornais, do Camden Herald ao New York Times, descreveram o Peta incitando boicotes ao Festival da Lagosta do Maine, muitas vezes empregando porta-vozes famosos como Mary Tyler Moore em cartas abertas e anúncios declarando coisas como “Lagostas são extraordinariamente sensíveis” e “Para mim, comer uma lagosta está fora de questão.” Mais concreto é o depoimento oral de Dick, nosso floreado e deveras sociável contato na locadora de automóveis, segundo o qual o Peta esteve tão presente nos últimos anos que os ativistas e os nativos do festival chegaram a uma espécie de homeostase de tolerância precária, por exemplo: “Tivemos alguns incidentes uns anos atrás. Uma mulher tirou quase toda a roupa, se pintou inteira de lagosta e quase acabou presa. Mas na maior parte do tempo eles são deixados em paz. [Uma sequência rápida de risadinhas ambíguas, algo que acontece bastante com Dick.] Eles fazem a parte deles e nós fazemos a nossa.”
Essa interlocução inteira ocorre na Rota 1, em 30 de julho, durante um trajeto de 6 quilômetros e cinquenta minutos do aeroporto até a locadora para assinar os documentos de aluguel do carro. Depois de vários desdobramentos irreproduzíveis das anedotas sobre o Peta, Dick (cujo genro é pescador de lagostas por ofício e um dos fornecedores da Praça de Alimentação Principal) expõe o que ele e sua família consideram o fator atenuante crucial em toda essa questão sobre a moralidade de ferver lagostas vivas: “No cérebro das pessoas e dos animais existe uma parte que nos faz sentir dor, e os cérebros das lagostas não têm essa parte.”
Sem entrar no mérito de essa tese estar incorreta por uns onze motivos diferentes, a declaração de Dick se torna interessante por ser mais ou menos ecoada pelo pronunciamento oficial do FLM sobre lagostas e dor, parte integrante de um teste chamado “Teste seu QI de lagosta” encartado no programa do festival de 2003 por cortesia do Conselho de Fomento à Lagosta do Maine: O sistema nervoso da lagosta é muito simples, e na verdade é muito semelhante ao sistema nervoso do gafanhoto. É descentralizado, sem um cérebro. Não há um córtex cerebral, que nos humanos é a área do cérebro que proporciona a experiência da dor.
Embora soe mais sofisticado, boa parte do embasamento neurológico desta afirmação ainda é falsa ou imprecisa. O córtexcerebral humano é a parte do cérebro que lida com as faculdades superiores, como a razão, a autoconsciência metafísica, a linguagem etc. Sabemos que os receptores da dor fazem parte de um sistema muito mais antigo e primitivo de nociceptores e prostaglandinas administrados pelo tronco encefálico e o tálamo. Por exemplo, a experiência corriqueira de encostar a mão sem querer em um forno quente e retirá-la bruscamente antes mesmo de notar que há algo de errado se explica pelo fato de muitos dos processos através dos quais detectamos e evitamos os estímulos dolorosos não envolverem o córtex. No caso da mão e do forno, o cérebro é totalmente contornado; toda a ação neuroquímica importante acontece na espinha dorsal.
Por outro lado, é verdade que o córtex cerebral está envolvido no que se costuma chamar de sofrimento, aflição ou experiência emocional da dor – isto é, experimentar estímulos dolorosos como desagradáveis, muito desagradáveis, intoleráveis e assim por diante.ntes de avançarmos, vamos reconhecer que as questões sobre se e como diferentes tipos de animais sentem dor, e de se e por que seria justificável lhes infligir dor para se alimentar deles, se mostram extremamente complexas e difíceis. E neuroanatomia comparada é apenas parte do problema. Como a dor é uma experiência mental totalmente subjetiva, não temos acesso direto à dor de ninguém ou de coisa alguma, somente à nossa; e até mesmo os princípios pelos quais podemos inferir que outros seres humanos experimentam a dor e têm um interesse legítimo em não sentir dor envolvem filosofia pura – metafísica, epistemologia, teoria dos valores, ética.
O fato de nem mesmo os mamíferos não humanos mais evoluídos serem capazes de usar linguagem para se comunicar conosco a respeito de sua experiência mental subjetiva é apenas a primeira camada da complicação adicional de tentar estender aos animais nossos raciocínios sobre dor e moralidade. E tudo fica cada vez mais abstrato e intrincado à medida que nos afastamos mais e mais dos ma-míferos superiores e passamos aos bovinos e suínos, aos cães e gatos e aos roedores, e então aos pássaros, aos peixes e por fim aos invertebrados, como as lagostas.
Todavia o mais importante aqui é que toda a questão da crueldade com os animais e da moralidade de comê-los não é apenas complexa, mas também desconfortável. Ou pelo menos é desconfortável para mim, e para praticamente todos os meus conhecidos que apreciam uma ampla gama de alimentos e ao mesmo tempo não querem se enxergar como cruéis ou insensíveis. Até onde percebo, minha principal maneira de lidar com esse conflito tem sido evitar pensar sobre esse assunto tão desagradável. Devo admitir que também me parece improvável que muitos leitores de Gourmet queiram pensar sobre isso ou ser questionados a respeito da moralidade dos seus hábitos alimentares por uma revista mensal de gastronomia. Porém, como a pauta definida para este artigo é descrever como foi participar do FLM de 2003, e por causa disso passar vários dias em meio a uma grande massa de americanos comendo lagostas, e consequentemente ser mais ou menos impelido a pensar a fundo sobre lagostas e sobre a experiência de comprar e comer lagostas, calha que não existe uma maneira honesta de evitar certas questões morais.
Há vários motivos para isso. Para começar, não existe só o problema de que as lagostas são fervidas vivas, mas também o de que quem faz isso é você – ou pelo menos isso é feito especificamente para você, in loco. Em termos de moralidade, é preciso admitir que isso é uma faca de dois gumes. Pelo menos comer lagostas não torna ninguém cúmplice do sistema corporativo de fazendas de confinamento que produz a maior parte da carne de boi, porco e frango. Por causa, no mínimo, do modo como são comercializadas e embaladas, comemos essas carnes sem ter de pensar que um dia já foram criaturas sencientes e dotadas de consciência às quais foram feitas coisas horríveis.
Conforme mencionado, a Maior Panela para Lagostas do Mundo, que é destacada como uma atração no programa do festival, fica bem à vista de todos na área norte do FLM. Tente imaginar um Festival da Carne do Nebraska cujas festividades incluíssem caminhões estacionando e gado sendo descarregado por uma rampa para em seguida ser abatido diante do público no Maior Matadouro do Mundo ou coisa parecida – seria impossível. intimidade da coisa toda é maximizada em casa, onde naturalmente a maioria das lagostas é preparada e comida (percebam, contudo, o eufemismo semiconsciente “preparada”, que no caso das lagostas significa na verdade matá-las bem no meio das nossas cozinhas). No cenário habitual, o sujeito chega em casa com as lagostas e toma pequenas providências como encher o tacho de água e pôr para ferver, em seguida retira as lagostas da sacola ou qualquer que seja o recipiente em que tenham sido trazidas... e então coisas desconfortáveis começam a acontecer. Por mais estuporada que esteja depois do trajeto, por exemplo, a lagosta costuma voltar à vida de forma alarmante ao ser colocada na água fervente. Quando é despejada do recipiente para dentro do tacho fumegante, às vezes a lagosta tenta se segurar nas bordas do recipiente ou até mesmo enganchar as garras na beira do tacho como uma pessoa dependurada de um telhado, tentando não cair. Pior ainda é quando a lagosta fica imersa por completo. Mesmo que o sujeito tampe o tacho e saia de perto, normalmente é possível ouvir a tampa chacoalhando e rangendo enquanto a lagosta tenta empurrá-la. Ou escutar as garras da criatura raspando o interior do tacho enquanto se debate. Em outras palavras, a lagosta apresenta um comportamento muito parecido com o que eu ou você apresentaríamos se fôssemos atirados em água fervente (com a óbvia exceção dos gritos). Para falar de modo ainda mais direto, a lagosta age como se sentisse dores terríveis, fazendo com que algumas pessoas abandonem a cozinha levando consigo um daqueles cronômetros de plástico para esperar em outro cômodo até o processo inteiro chegar ao fim.
Há um mito populista relevante acerca do apito agudo que por vezes escapa de uma panela onde se fervem lagostas. O som é causado pelo vapor expelido pela camada de água marinha entre a carne da lagosta e sua carapaça (é por isso que as lagostas de casca mole apitam mais que as de casca dura), mas a versão pop afirma que esse som, semelhante aos guinchos de um coelho, é o grito de morte da lagosta. As lagostas se comunicam através de feromônios na urina e não possuem nada remotamente parecido com o equipamento vocal necessário para gritar, mas o mito é bastante persistente – o que pode, mais uma vez, apontar para um desconforto baixo cultural a respeito dessa história de ferver lagostas. maioria dos eticistas concorda que existem dois critérios principais para determinar se uma criatura viva possui a capacidade de sofrer e, assim, possui interesses genuínos que podemos ou não ter o dever moral de levar em conta.[2] Um deles se relaciona ao hardwareneurológico requerido para a experiência da dor com que o animal vem equipado – nociceptores, prostaglandinas, neurorreceptores de opioides etc. O outro critério é se o animal demonstra algum comportamento associado à dor. E é necessária uma boa dose de ginástica intelectual e detalhismo behaviorista para não ver as ações de lutar, se debater e fazer tilintar tampas de panela como comportamentos associados à dor. Segundo os zoólogos marinhos, em geral uma lagosta leva de 35 a 45 segundos para morrer dentro da água fervente. (Não consegui encontrar nenhuma fonte que mencione o tempo necessário pa-ra que morram em vapor superaquecido; espera-se que seja mais rápido.)
Existem, é claro, outras maneiras de matar sua lagosta in loco e assim obter o máximo de frescor. Alguns cozinheiros têm como hábito espetar a ponta de uma faca afiada e pesada em um ponto logo acima da metade da distância entre os olhos pedunculares da lagosta (mais ou menos onde o Terceiro Olho se localiza nas frontes humanas). A alegação é que isso ou mata a lagosta instantaneamente ou a torna insensível, e dizem que elimina ao menos parte da covardia envolvida no ato de jogar uma criatura em água fervente e em seguida abandonar o recinto.
Até onde pude deduzir conversando com defensores do método da facada na cabeça, o raciocínio é que ele é mais violento, todavia no fim das contas é mais misericordioso, além de que a disposição de exercer agência pessoal e aceitar a responsabilidade de apunhalar a cabeça da lagosta de algum modo honra o animal e autoriza alguém a comê-lo (os argumentos pró-facada muitas vezes têm um sabor vago de “espiritualidade da caça” do nativo americano). Mas o problema do método da facada é biologia básica: os sistemas nervosos das lagostas não operam a partir de um, mas de diversos gânglios conhecidos como feixes de nervos, meio que conectados em série e distribuídos por toda a parte de baixo do corpo do animal, da proa à popa. E incapacitar somente o gânglio frontal não costuma resultar em morte rápida ou perda de consciência.
Outra alternativa é colocar a lagosta em água salgada fria e em seguida ferver lentamente. Cozinheiros que defendem este método recorrem à analogia da rã, que supostamente pode ser impedida de saltar de uma panela fervente se a água for esquentada aos poucos. Para poupar a todos de um resumo das minhas pesquisas, vou simplesmente garantir que a analogia entre rãs e lagostas não se sustenta – e digo mais, se a água na panela não for água marinha e aerada, a lagosta nela imersa é submetida a uma lenta sufocação, embora esta não seja severa o suficiente para impedir que ela se debata e faça barulho quando a água ficar quente o bastante para matá-la. Na realidade, lagostas fervidas aos poucos muitas vezes demonstram todo um conjunto adicional de reações pavorosas e convulsivas que normalmente não são registradas na fervura comum.
Em última análise, as únicas virtudes confirmadas dos métodos de lobotomia caseira e fervura lenta são comparativas, pois há quem prepare lagostas de formas ainda piores, mais cruéis. Cozinheiros interessados em poupar tempo às vezes colocam as lagostas vivas no micro-ondas (geralmente após fazer várias perfurações na carapaça, uma precaução cuja utilidade muitos adeptos do micro-ondas aprendem na prática). Esquartejar a lagosta viva, por outro lado, faz sucesso na Europa – alguns chefs dividem a lagosta ao meio antes de cozinhar; outros gostam de arrancar as patas e a cauda e atirar somente essas partes dentro da panela. há outras más notícias relacionadas ao critério de sofrimento número 1. Ainda que não se destaquem pela visão ou pela audição, as lagostas possuem um tato muito refinado, auxiliado por centenas de milhares de pelos minúsculos que se projetam através da carapaça. “E é por isso”, nas palavras de T. M. Prud-den no clássico do ramo, About Lobsters, “que embora envolta pelo que parece uma armadura sólida e impenetrável, a lagosta é capaz de receber estímulos e sensações do mundo exterior tão prontamente quanto se possuísse uma pele macia e delicada.” E as lagostas possuem nociceptores,[3] bem como versões invertebradas de prostaglandinas e neurotransmissores importantes através dos quais nossos próprios cérebros registram a dor.
Por outro lado, as lagostas não parecem contar com o equipamento necessário para produzir ou absorver opioides naturais como as endorfinas ou as encefalinas, utilizados pelos sistemas nervosos mais avançados para tentar lidar com a dor intensa. A partir desse fato, porém, pode-se concluir que as lagostas talvez sejam ainda mais vulneráveis à dor, pois não contam com a analgesia embutida nos sistemas nervosos dos mamíferos. Ou, em vez disso, concluir que a ausência de opioides naturais implica a ausência das sensações de dor realmente intensas que essas substâncias são destinadas a aliviar. Eu particularmente detecto uma melhora sensível no meu humor ao contemplar esta última possibilidade. É possível que a ausência de hardwarepara endorfinas/encefalinas signifique que para as lagostas a experiência crua e subjetiva da dor seja tão radicalmente diferente da experiência dos mamíferos que pode nem mesmo ser merecedora do termo “dor”. Talvez as lagostas tenham mais em comum com aqueles pacientes de lobotomia frontal sobre quem a gente às vezes lê, que relatam experimentar a dor de uma maneira totalmente diferente de você e eu. É evidente que esses pacientes sentem dor física, neurologicamente falando, mas não desgostam dela – embora também não cheguem a gostar; é como se eles sentissem dor, mas não sentissem nada a respeito dela – ou seja, a dor não lhes aflige nem é algo que desejem evitar.
Talvez as lagostas, que também não possuem lobos frontais, sejam da mesma forma indiferentes ao registro neurológico de ferimento ou perigo que chamamos de dor. Existe, afinal de contas, uma diferença entre: (1) a dor como um evento puramente neurológico e (2) o sofrimento genuíno, onde parece crucial o envolvimento de um componente emocional, uma consciência da dor como uma experiência desagradável, algo a se temer/desgostar/querer evitar.
Ainda assim, após toda a abstração intelectual, restam os fatos da tampa batendo freneticamente, das patas enganchadas de forma patética na beira da panela. Diante do fogão é difícil negar de qualquer modo que aquilo seja uma criatura viva sentindo dor e tentando evitar/escapar dessa experiência dolorosa. Para minha mente leiga, o comportamento da lagosta no tacho parece ser uma expressão de preferência; e é bem possível que uma habilidade para formar preferências seja o critério decisivo para o sofrimento real. Em linhas gerais “preferência” talvez seja um sinônimo de “interesses”, mas é um termo melhor para nossos fins por ser menos abstratamente filosófico – “preferência” parece mais pessoal, e o que está em questão é justamente toda a ideia da experiência pessoal de uma criatura viva.
A lógica desta relação (preferência → sofrimento) pode ser mais facilmente compreensível no caso negativo. Se cortarmos ao meio certos tipos de vermes, muitas vezes as metades seguirão rastejando por aí e cuidando dos seus assuntos vermiformes como se nada tivesse acontecido. Quando, tomando como base seu comportamento pós-operatório, afirmamos que esses vermes não parecem estar sofrendo, estamos na verdade dizendo que não existe indício algum de que os vermes saibam que algo de ruim aconteceu ou que prefeririam não ser divididos ao meio.
As lagostas, porém, manifestam preferências. Experimentos demonstraram que elas são capazes de detectar mudanças de apenas 1 ou 2 graus na temperatura da água; um dos motivos para seus complexos ciclos migratórios (que muitas vezes abarcam mais de 180 quilômetros por ano) é a busca por temperaturas que consideram mais agradáveis. E, como já foi mencionado, as lagostas vivem no leito marinho e não gostam de claridade – se um aquário cheio de lagostas for colocado à luz do sol ou mesmo sob a luz fluorescente de uma loja, elas vão sempre se aglomerar na parte mais escura. Por serem bastante solitárias no oceano, as lagostas também claramente desgostam do amontoamento que é parte indissociável do seu cativeiro em aquários, pois (como também já foi mencionado) um dos motivos pelos quais se amarram as garras das lagostas assim que elas são capturadas é evitar que elas ataquem umas às outras por causa do estresse do armazenamento em espaços exíguos.e qualquer modo, no FML, diante dos aquários borbulhantes em frente à Maior Panela para Lagostas do Mundo, observando as lagostas recém-pescadas se amontoando umas sobre as outras, sacudindo impotentes as garras amarradas, se escondendo nos cantos mais escuros ou se afastando inquietas do vidro quando alguém se aproxima, é difícil não sentir que estão infelizes, ou assustadas, mesmo que seja alguma forma rudimentar dessas emoções... e, a propósito, por que a rudimentariedade tem que ser incluída na questão? Por que uma forma primitiva e inarticulada de sofrimento seria menos urgente ou desconfortável para a pessoa que está colaborando com ela ao pagar pelo alimento resultante desse sofrimento? Não estou tentando passar um sermão ao estilo do Peta – ou pelo menos acho que não. Em vezdisso, estou tentando compreender e articular alguns dos questionamentos perturbadores que vêm à tona em meio às risadas, à animação e ao orgulho comunitário do Festival da Lagosta do Maine. A verdade é que, se comparecendo ao festival o sujeito se permitir cogitar que as lagostas podem sofrer e que prefeririam que isso não acontecesse, o flm começa a ficar parecido com um circo romano ou um festival de torturas medievais.
Parece uma comparação exagerada? Se for o caso, exatamente por quê? Ou que tal esta: é possível que as gerações futuras considerem as práticas de agronegócio e alimentares contemporâneas da mesma maneira como hoje enxergamos os espetáculos de Nero ou os experimentos de Mengele? Minha própria reação inicial é achar tais comparações histéricas e extremadas – todavia, o motivo pelo qual me parecem extremadas é que eu creio que os animais são moralmente menos importantes que os seres humanos;[4] e quando se trata de defender essa crença, ainda que para mim mesmo, preciso reconhecer que: (a) tenho um óbvio interesse egoísta nessa crença, pois gosto de comer certos tipos de animais e quero ser capaz de continuar fazendo isso, e (b) não consegui elaborar nenhum tipo de sistema ético pessoal dentro do qual essa crença se torne verdadeiramente justificável em vez de ser apenas uma conveniência egoísta.evando em conta o lugar onde este artigo será publicado e minha própria falta de sofisticação culinária, tenho curiosidade de saber se o leitor se identifica com quaisquer dessas reações, confissões e desconfortos. Também não quero soar excessivo ou moralista, quando na verdade o que sinto é confusão. Perguntas aos leitores de Gourmet que apreciam refeições bem-feitas e bem-apresentadas envolvendo carne de vaca, vitela, cordeiro, porco, frango, lagosta etc.: Vocês pensam muito sobre a (possível) condição moral e o (provável) sofrimento dos animais envolvidos? Se pensam, quais convicções éticas desenvolveram para se permitir não apenas comer, mas também saborear e desfrutar de iguarias à base de carnes de animais (pois o desfrute refinado, em contraste com a mera ingestão, é naturalmente a razão de ser da gastronomia)? Se, por outro lado, vocês não dão a menor bola para confusões ou convicções e acham coisas como o parágrafo anterior puro umbiguismo sem sentido, o que em seu íntimo faz vocês sentirem que não existe realmente problema algum em desconsiderar de forma peremptória toda essa questão? Isto é, a recusa em pensar nessas coisas seria o produto de um raciocínio ou na verdade vocês apenas não querem pensar sobre o assunto? E se for isso mesmo, por que não? Vocês chegam a pensar, mesmo à toa, sobre as possíveis razões dessa relutância em pensar no assunto? Não estou tentando importunar ninguém – minha curiosidade é genuína. Afinal de contas, ser muito consciente, atencioso e cuidadoso a respeito do que se come e de todo o contexto englobante não é parte do que distingue um verdadeiro gourmet? Ou toda a atenção e a sensibilidade extraordinárias do gourmetdevem se limitar ao sensorial? Tudo poderia realmente ser resumido a uma questão de sabor e apresentação?
Estas últimas indagações, todavia, ainda que sinceras, obviamente envolvem questões muito maiores e mais abstratas a respeito das conexões (caso existentes) entre estética e moralidade – sobre o que realmente significa o adjetivo em uma expressão como “A Revista da Boa Vida” –, e essas questões levam diretamente a águas tão profundas e traiçoeiras que talvez seja melhor encerrar por aqui a discussão pública. Existem limites mesmo para o que as pessoas interessadas podem perguntar umas às outras. J


[1]No fim das contas se descobriu que um tal sr. William R. Rivas-Rivas, membro de alto escalão do quartel-general do Peta na Virginia, estava no festival este ano, ainda que sozinho, cuidando das entradas principal e lateral no sábado, dia 2 de agosto, distribuindo panfletos e adesivos com a inscrição “Ser Fervido Dói”.
[2]“Interesses” significa basicamente preferências fortes e legítimas, que obviamente exigem algum grau de consciência, reatividade a estímulos etc. Veja, por exemplo, o que diz o filósofo utilitarista Peter Singer, cujo livro Libertação Animal, de 1975, é a bíblia do movimento contemporâneo de direitos dos animais: Seria tolice dizer que não está nos interesses de uma pedra ser chutada por um garoto ao longo de uma estrada. Uma pedra não tem interesses, pois não pode sofrer. Nada que possamos fazer com ela representaria qualquer diferença em seu bem-estar. Um rato, por outro lado, tem interesse em não ser chutado ao longo da estrada, pois sofrerá se isso vier a acontecer.
[3]Este é o termo neurológico para receptores sensoriais específicos, “sensíveis a extremos de temperatura potencialmente nocivos, a forças mecânicas e a substâncias químicas liberadas quando os tecidos do corpo sofrem danos”.
[4]Significando bem menos importantes, ao que parece, posto que a comparação moral em jogo não é o valor de uma vida humana versus o valor de uma vida animal, mas sim o valor de uma vida animal versus o valor do gosto humano por um tipo específico de proteína. Até mesmo o “carnófilo” mais teimoso reconheceria que é possível viver e comer bem sem consumir animais.

Fonte
www.mainelobsterfestival.com


publicado por Maluvfx às 06:32
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Quinta-feira, 13 de Setembro de 2012
Como torturar um touro...
Touro á corda.
 O touro é atado com cordas e arrastado pela vila até que morre de exausão ou degolado pelos populares.
Tradição nos Açores





Touro de 'Coria'
O touro calcorreia e corre horas nas ruas enquando uma multidão atira dardos. Quando está demasiado cansado para continuar a fugir, é morto a tiro e cortam-lhe os testículos .


LOS TOROS DE CORIA SAN JUAN 2012



Touro De La Vega
Torneo del Toro de la Vega de Tordesillas (Valladolid)
Esta bárbara festa popular consiste na perseguição de um touro pela vila. Os homens que o perseguem empunham compridas lanças semelhantes ás usadas em torneios medievais. O touro é o alvo. As lanças são atiradas tantas vezes quantas forem precisas até o matar. A maior parte das vezes os testículos do touro são cortados ,estando o animal ainda vivo.


Acto del Partido Animalista en Tordesillas contra el Toro de la Vega

2012
Protestos em Portugal contra o "Toro de La Vega" - Set 2012





Torneo del Toro de la Vega de Tordesillas 2011



El Toro de la Vega resiste 20 minutos

Vídeo


Toro de la Vega de Tordesillas 2008


PACMA - Partido Animalista Contra el Maltrato Animal en España

Festival 'Toro de la Vega': uma estupidez religiosa.

Segundo informações divulgadas no site da organização espanhola em defesa dos animais AnimaNaturalis, todos os anos, na segunda terça-feira do mês de setembro, em Tordesilhas, município da província de Valladolid, na Espanha. Seguindo uma antiga tradição religiosa, que data do século XV, um touro é levado a atravessar o rio da aldeia para a planície de 'Vega' onde é perseguido a cavalo e a pé por centenas de pessoas, que o atingem com lanças até a sua morte em homenagem à 'Virgem da Penha'.

Ativistas pelos direitos dos animais, intelectuais espanhóis do mundo da arte, da cultura, dos negócios, do ensino, da veterinária e da proteção dos animais se uniram contra o festival sádico e cruel Toro de la Vega, pedindo a sua abolição, Segundo eles, não é possível que na Espanha se entenda como cultura religiosa a humilhação e a tortura de um ser vivo, que se chame de arte um derramamento de sangue.

“O Toro de la Vega representa apenas uma tortura pública, assim como os demais entretenimentos com touros na Espanha e em outros países latino americanos. Exigimos a abolição de tais aberrações, que nos recusamos a ser cúmplices de um amanhã que se horrorizará com a crueldade de alguns ante o silêncio de tantos”, concluíram os signatários do movimento


Touros de Fogo
Esta outra selvajaria consiste em colocar nos cornos do touro bolas de pez e atear fogo ás mesmas. Seguidamente o touro é largado nas ruas. Estas bolas ardem durante horas, queimando o interior do corno, que é extremamente sensível e causando um sofrimento indescritível, bem como queimam o corpo e os olhos. Muitas das vezes os touros tentam suicidar-se contra os muros devido ao horrível sofrimento e dor.
O touro de fogo de Medinacelli não é um caso isolado. Touros de fogo existem em numerosas vilas e cidades espanholas.


No segundo sábado de novembro, todos os anos, um touro é torturado durante a ”celebração” espanhola “Touro de fogo”, em Medinaceli, um município da Espanha localizado na província de Sória, comunidade autônoma de Castela e Leão.

Durante cerca de 23 horas, como em todos os anos, um grupo de jovens locais agarra um touro em nome da tradição e com uma corda retorce seus chifres até conseguir imobilizá-lo em um poste de madeira.

Mas isso é só o começo de uma longa noite para o animal. Em seguida, aproveitam-se de que o animal não pode se mover e colocam duas bolas em seus chifres. Como é feito a cada ano, o touro tenta resistir em vão. Ainda não sabe o que vai acontecer, mas já espera o pior.

Os jovens, então, ateiam fogo nas bolas presas aos chifres e ao redor do animal, e soltam o touro em nome do festejo nacional. O animal se contorce, aterrorizado, e com os olhos abrasados pelo calor das chamas e dos pedaços de brasa que saltam da coroa de espinhos que lhe colocaram.

O fogo brota dos chifres e a fogueira ilumina o rosto de centenas de espectadores, que aplaudem entusiasmados, assim como os governantes do município, que financiam essa tortura pública a um animal.

Essa cena terrível voltou a acontecer, como em todos os anos, neste sábado (14), apesar das 7 mil assinaturas que o Partido Antitaurino Contra os Maus-tratos aos Animais (PACMA) apresentou. Essas assinaturas são provenientes de cidadãos de mais de 90 países, repugnados pela única celebração do touro de fogo que ainda sobrevive em Castela e Leão.

Um vídeo registrou as terríveis cenas de tortura praticada contra o animal.

As assinaturas, reunidas em apenas três semanas, foram entregues na delegação territorial do governo regional em Soria, apoiadas por 150 manifestantes vindos de Bilbao, Madri, Logronho e Valhadolide.

Os manifestantes exibiram nas portas da sede regional vários panfletos com apelos contra os maus-tratos aos animais, entre eles ‘Parem com as touradas’ e ‘Tauromaquia, vergonha nacional’.

Durante o manifesto, o PACMA chamou a atenção para o fato de que, em pleno século XXI, em Medinaceli ainda se queima vivo um animal “como se fosse um herege”.
Fonte: Publico.ES



FonteMovimento Internacional Anti-Touradas


Vale a pena ler:
Chifres em fogo e o sadismo passando a língua nos lábios

por Marcio de Almeida Bueno
Vanguarda Abolicionista


Em 2011
Movimento quer acabar com "Touros de Fogo"
Movimento quer acabar com "Touros de Fogo"
Manifestação contra o "Touro de Fogo/Toro de Fuego" - Correbous
Domingo, 6 de Novembro de 2011, duas manifestações em Portugal integradas num movimento global para acabar com os "Touros de Fogo".
Participe, em frente ao consulado de Espanha no Porto ou da Embaixada em Lisboa.
Lisboa: https://www.facebook.com/event.php?eid=298854516810122
Porto: http://www.facebook.com/event.php?eid=163303777097259

Em 2007: Touro de fogo no Montijo



"Bous a la Mar"


Bous a la Mar (en valenciano: Toros al Mar) es una fiesta patronal de interés turístico nacional que se celebra en la localidad de Denia, Alicante, España, durante la segunda semana del mes de julio (casi coincidiendo con los Sanfermines de Pamplona) en honor de la Santísima Sangre. Aparte de los encierro de vaquillas que van desde la parte alta del pueblo (La Glorieta) hasta la semiplaza de toros montada temporalmente durante las fiestas en el puerto (la otra mitad imaginaria de plaza sería el propio mar), lo más pintoresco de estas fiestas son las corridas, en las que los participantes tratan que las vaquillas caigan al agua.

Además, la fiesta de los Bous se celebra en el marco de las Fiestas Mayores de la ciudad, que hasta hace unos pocos años estaban dedicadas a la Santísima Sangre. En estas Fiestas mayores se realizan conciertos, actuaciones, festivales, y diversos actos para todo tipo de públicos. La Oficina de Turismo de Denia actualiza la información de manera semanal. Tambien se celebran bous a la mar en otras localidades españolas como en Las Casas de Alcanar, en el municipio de Alcanar, Tarragona. Duran una semana durante el mes de agosto.Bous a la Mar (en valenciano: Toros al Mar) es una fiesta patronal de interés turístico nacional que se celebra en la localidad de Denia, Alicante, España, durante la segunda semana del mes de julio (casi coincidiendo con los Sanfermines de Pamplona) en honor de la Santísima Sangre. Aparte de los encierro de vaquillas que van desde la parte alta del pueblo (La Glorieta) hasta la semiplaza de toros montada temporalmente durante las fiestas en el puerto (la otra mitad imaginaria de plaza sería el propio mar), lo más pintoresco de estas fiestas son las corridas, en las que los participantes tratan que las vaquillas caigan al agua.

Además, la fiesta de los Bous se celebra en el marco de las Fiestas Mayores de la ciudad, que hasta hace unos pocos años estaban dedicadas a la Santísima Sangre. En estas Fiestas mayores se realizan conciertos, actuaciones, festivales, y diversos actos para todo tipo de públicos. La Oficina de Turismo de Denia actualiza la información de manera semanal. Tambien se celebran bous a la mar en otras localidades españolas como en Las Casas de Alcanar, en el municipio de Alcanar, Tarragona. Duran una semana durante el mes de agosto.

Touros vão a banhos em Alicante (fotogaleria) "Bous a la Mar" é o nome do ritual anual que arrasta centenas de pessoas a Denia, Espanha, para mergulharem no mar com uma companhia pouco comum: alguns touros.


publicado por Maluvfx às 11:28
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Sábado, 8 de Setembro de 2012
Deputados defensores dos animais avisam que touradas em horário infantil é um “retrocesso social”
A Associação Parlamentar de Defesa dos Animais (APDDA) avisou que a retransmissão de touradas em horário infantil não tem sentido e é um “retrocesso social”, depois de sete anos sem transmissão na televisão pública.

Para a APDDA, o anúncio de retransmitir de novo este “espetáculo decadente e cruel” na televisão pública estatal é um “passo atrás” na consciencialização pelo respeito pelos animais.

“As corridas de touros em horário infantil violam todo o espírito e letra da legislação até agora”, sublinhou o porta-voz da dita associação, o deputado de CHA, Chesús Yuste, que dirigiu uma conferência de imprensa para dar conta dos novos projetos da associação, que tem já 28 deputados.

Segundo explica a associação, a RTVE tinha decidido não retransmitir touradas em horário infantil. Mas agora eliminou as touradas da secção de violência para com animais do seu Manual de Estilo, no passado mês de Abril, como passo prévio para recuperar este espetáculo na televisão pública.

Neste sentido, Yuste indicou que a intenção da associação, formada por vários grupos parlamentares, é alcançar acordos de forma a apresentar várias iniciativas no parlamento sobre o tema.

Calendário de trabalho

No que diz respeito ao calendário de trabalho da APDDA, o deputado aragonês adiantou que em dezembro deste ano se celebrará o quinto aniversário da criação da associação e se realizará uma entrega de prémios aos que mais se distinguiram na defesa dos animais.

Entretanto, em abril ou maio, realizar-se-âo umas jornadas de estudo, com participação dos promotores, em que se abordarão diferentes assuntos de interesse sobre o tema.

Para mais, nos próximos meses trabalharão na situação dos animais de companhia, com campanhas de esterilização e fomento de adoções para reduzir a carga das administrações públicas.

Da mesma forma, sinalizou-se que se dará continuidade à subcomissão parlamentar sobre os maus tratos a animais que, no seu entendimento, produziu algumas conclusões “interessantes”, como a necessidade de aprovar uma legislação estatal sobre proteção animal que permita garantir um mínimo entre as legislações autonómicas.

A APDDA falou também da necessidade de abordar uma reforma do Código Penal para endurecer as penas contra os maus tratos a animais e abordar o “polémico assunto” do Toro de la Vega de Tordesillas (Valladolid).

Esta associação parlamentar engloba um total de 28 deputados e ex-deputados de grande parte dos grupos. Assim por exemplo destaca-se a senadora da CiU, Monsterrat Candini; a deputada da IU, Ascensión de las Heras; o ex-senador da Entesa Catalana, Josep María Esquerda; o ex-deputado dos verdes Francisco Garrido; o senador Jordi Guillot da ICV; o ex-deputado Joan Herrera; o ex-senador da CiU, Josep Maldonado; Joan Josep Nuet, deputado da IU; e a deputada da ICV, Laia Ortiz.

Do PSOE encontra-se o porta-voz para as Alterações Climáticas e ex-Ministra do Ambiente Cristina Narbona; o ex-deputado e responsável pelo Meio Ambiente Hugo Morán; a deputada catalã Esperanza Esteve, assim como Pablo Martín Peré e o navarro Juan Moscoso.

DO PP encontram-se os deputados Leopoldo Barreda, Antonio Gallego, Concha Bravo, José Miguel Castillo, Marta Torrado e José López Garrido. Em representação do PNV está Emilio Olabarria, enquanto que do ICV está o senador Joan Saura e o deputado Joan Coscubiela.

Fonte:  Espaço NOA Notícias de Outros Animais
Europapress (traduzido)


publicado por Maluvfx às 13:34
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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2012
Anatomia do sofrimento de um touro (quando espetado pelo 'matador' na praça de touros)
© Revista Complutense de Ciencias Veterinarias et al

Há algo que gostaria de partilhar, visto que a informação está a ser publicada de forma galopante pelos meios de comunicação social.
Eu não pude ficar indiferente à informação fraudulenta que por aí circula, numa tentativa de justificar o injustificável! Ainda por cima vindo de "profissionais" da área, isto é verdadeiramente triste, senão vergonhoso!
Analisando a imagem em baixo:
Primeiro que tudo existem vários tipos de stress, segundo as hormonas corticosteróides, como o cortisol, não são catecolaminas (Adrenalina, epinefrina, etc.), terceiro é lógico que o cortisol esteja mais elevado durante o transporte, afinal ele está relacionado principalmente com respostas de stress a longo prazo, não a curto!

A informação da imagem não tem valor científico algum! Apenas vem afirmar o que consta há 50 anos nos livros de Fisiologia! Se os defensores das touradas querem ser levados a sério façam uma pesquisa dos níveis dos mediadores da dor (bradicinina, serotonina, substância P, etc.) e das catecolaminas, aquando de todos os processos que o animal é sujeitado!
Dizer que o animal não sofre porque apresenta níveis de cortisol mais baixos do que em transporte é algo surreal! Estão a misturar os pés com as mãos. E isto não sou eu que estou a inventar, consta em todos os manuais de Fisiologia, é uma das bases da fisiologia e uma falha gravíssima atentar contra isto!
Dor ≠ Cortisol - Não podemos deixar que moldem os factos em favor das circunstâncias!
O pior é que isto até foi publicado no jornal de notícias e tem vindo a ser utilizado como argumento!
Um aplauso à ignorância gratuita!
Na minha óptica isto é VERGONHOSO!
É preciso filtrar a informação, pois há muita gente que acredita neste artigo falacioso!

por Ricardo Lopes
Mestrado Integrado em Medicina Veterinária · Évora



Anatomía del sufrimiento.
La lidia consta de una serie de tercios en los que el toro es picado, banderilleado, y herido de muerte con el estoque, siendo posteriormente descabellado y apuntillado.

La puya es un arma metálica cortante y punzante que consta de 6 cm de cuerda encolada y 2.5 cm de púa piramidal tan afilada en cada una de sus aristas como la hoja de un bisturí. Va provista de un tope cilíndrico que debería impedir que entrara en el cuerpo del animal más de esos 8.5 cm.

Son muchos los estudios anatomopatológicos que se han desarrollado sobre cadáveres de toros lidiados para determinar las lesiones que provocan.
En todos, absolutamente todos los estudios consultados al respecto, se reconoce que los puyazos suponen, entre otras cosas, un gran daño neurológico para el toro.
En más del 70% de los toros estudiados, se ha determinado que las puyas son clavadas en zonas muy posteriores a la indicada como “ideal”.

Las lesiones descritas afectan a más de 20 músculos, sin contar los intercostales y costales. Todas estas estructuras son necesarias para la movilidad del tercio anterior de animal, los movimientos del cuello, y de la cabeza, y para la función respiratoria. Pero no son sólo los músculos, tendones y ligamentos los que son seccionados, sino también importantes venas, arterias, y nervios

Los resultados indican que la profundidad media de los puyazos es de 20 cm, habiéndose encontrado trayectorias de hasta 30 cm. Se sabe que una sola vara puede abrir hasta 7,4 trayectorias diferentes.

Se reconoce que las puyas provocan fracturas de apófisis espinosas y transversas de vértebras, fracturas de costillas, y de sus cartílagos de prolongación, y que pueden perforar la pleura y el pulmón, dando lugar a neumotorax. Del mismo modo son inevitables las lesiones de la médula espinal, las hemorragias en el canal medular, y la lesión de nervios tan importantes como el plexo braquial (que se ocupa de la inervación de las extremidades anteriores), y de las ramas dorsales de los nervios espinales que se encuentran paralelos a la médula.

Las pérdidas de sangre que sufre un toro en la suerte de varas son algo contradictorias, oscilando entre el 8 y el 18% de su volumen sanguíneo. Un toro de 550 kilos perdería entre 3 y 7 litros de sangre tras los puyazos.

Las banderillas, que se clavan en número de seis, llevan en su extremo un arpón de acero cortante y punzante, que en su parte visible será de una longitud de 4-6 cm. Desgarran muchas de las estructuras anatómicas lesionadas con anterioridad por las puyas, y producen lesiones en unos 10 cm alrededor de donde han sido insertadas, aumentando la pérdida de sangre en el animal.

El estoque, una espada curvada de 80 cm de largo, debería lesionar o secciónar los grandes vasos que asientan en la cavidad torácica, es decir, la vena cava caudal y la arteria aorta posterior.

Lo que sucede con más frecuencia es que el estoque lesiona cordones nerviosos laterales a la médula, lo que provoca la desconexión de todo el aparato motor de la caja torácica, lo que añadido a la gran lesión del pulmón derecho, da lugar a una dramática dificultad respiratoria. La sangre pasa del pulmón a los bronquios, de allí llega a la traquea, y sale al exterior por la boca y la nariz.

En otras ocasiones se atraviesa el diafragma, lo que va a producir una parálisis por lesión del nervio frénico; la lesión del nervio frénico puede determinar compromiso de la función diafragmática con insuficiencia respiratoria.
Se dan casos en que las estocadas son tan traseras que pueden llegar a penetrar en el hígado y la panza.
El descabello se realiza con una espada similar al estoque, pero que lleva un tope de 10 cm. Su misión es lesionar y seccionar la médula espinal entre la 1ª y 2ª vértebra cervical.

La puntilla se le da al toro con un cuchillo de 10 cm de hoja, que una vez introducido en el espacio occipito-atlantoideo secciona el bulbo raquídeo, provocando la parálisis general del animal con disminución de la presión arterial. Los movimientos respiratorios se van paralizando y la sangre circulante, cargada de CO2, produce hipoxia en el encéfalo. Se dice que provoca la muerte instantánea del toro, pero no es cierto, ya que va a dar lugar a la la muerte por asfixia.

Algunos animales presentan durante algún tiempo después reflejos que son compatibles con la vida. La puntilla está prohibida en todos los mataderos de la UE por considerarse un método cruel de dar muerte a un animal.



RAZONES PARA ABOLIR LA TAUROMAQUIA: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE


INFORME TÉCNICO VETERINARIO SOBRE LAS CORRIDAS: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE.

POR QUÉ EL TORO NO SUFRE, ¿POR QUÉ?

POR QUÉ EL TORO SÍ SUFRE

de José Enrique Zaldivar Laguía
Veterinario
Colegiado en el Ilustre Colegio de Veterinarios de Madrid


publicado por Maluvfx às 10:45
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2012
AGRESSÃO NA TORREIRA
A repetida e perigosa carga feita pelo cavaleiro tauromáquico Marcelo Mendes montado num seu cavalo de lide, contra pessoas que tomavam parte numa manifestação devidamente autorizada e pacífica de repúdio à tourada na Torreira, na tarde do dia 2 de Setembro, documenta ao mundo o que pode resultar do espírito tauromáquico.
O ambiente tauromáquico é escola de formação de mentalidades treinadas na prática de violência cruel contra touros e cavalos e contra os defensores dos direitos dos animais a não serem massacrados.
Arrogância, agressividade, violência, desrespeito por pessoas que pensam de outra maneira e que protestam de maneira pacífica foi o que, mais uma vez, se verificou.

Estranhamos e lamentamos a reacção atrasada e a intervenção lenta e frouxa que os elementos da GNR presentes na Torreira patentearam. Não compreendemos porque não protegeram os manifestantes imediatamente, como seria o seu dever. E porque não apearam e não detiveram o cavaleiro agressor nesse flagrante delito? Eram forças presentes para defender a Ordem. Mas que Ordem? Para protegerem os aficcionados e os “artistas”? E porque não, protegerem os manifestantes deste agressivo e perigoso “artista”?
"O cavalo foi dominado e dirigido por meio de ferros na boca (freio e bridão), que pressionam as sensíveis gengivas do maxilar inferior causando dor e são mantidos nessa posição por barbelas apertadas de corrente metálica comprimindo a pele e causando dor, principalmente, quando as rédeas são puxadas com maior ou menor violência. O cavalo foi impulsionado por esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, que são comprimidas dolorosamente contra o ventre. O animal foi assim obrigado com violência a carregar sobre os demonstrantes, quando estes estavam sentados, da primeira vez. Da segunda vez, já estes se tinham levantado, obviamente assustados e tentando escapar de serem empurrados e pisados pelo cavalo subjugado à vontade e à acção do cavaleiro. Mais tarde, como em todas as lide, o mesmo cavalo foi posto em ansiedade (por vezes causando morte por colapso cardíaco) e em risco de ferimento e de morte pelo cavaleiro tauromáquico, que o utilizou como veículo para combater e vencer o touro.
Tudo isto é a negação de amor pelo cavalo, animal violentado e sacrificado na tourada, além do touro”.
A cena está a ser divulgada extensa e intensamente pelas redes e pela comunicação social em Portugal e no estrangeiro, provocando enorme admiração e indignação. Portugal está a ser notícia pelos piores motivos, que envergonham portugueses e autoridades policiais, que já decepcionaram profundamente.
O mundo está atento a Portugal e ao modo como este atentado vai ser tratado.
Aguardamos a atitude dos tauromáquicos, com as suas habituais deturpações dos acontecimentos e o branqueamento da cruel actividade tauromáquica neste permissivo país, onde animais e pessoas estão cronicamente sujeitos a exploração e maus tratos.
Esperamos que seja feita uma cobertura informativa honesta.
Exigimos que seja feita uma investigação rigorosa, que sejam inquiridas as muitas testemunhas, que o crime do cavaleiro e a actuação da GNR sejam julgados. Aguardamos a sentença, esperando que não tarde.

Vasco Reis, médico veterináro



Cavaleiro investe duas vezes contra manifestantes anti-tourada


publicado por Maluvfx às 13:17
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Terça-feira, 4 de Setembro de 2012
Eis um "case study"!
Note-se o que acontece quando se troca cultura por tortura:



Vale a pena ouvir esta curta entrevista do valente cavaleiro que investiu contra cidadãos pacíficos, para avaliar o que vai na cabeça destas pessoas:
"Eu penso que é uma tradição secular, temos de mantê-la, há várias,… nós… eu penso que é um pouco o intuito do povo português perder aquilo que é nosso… imitarmos os outros, e enquanto que devia ser ao contrário… e eu creio que… não podemos deixar nós, eu e outras pessoas como eu, que estão directamente ligadas à festa, que isso aconteça.
Mas por vezes as pessoas argumentam que os touros sofrem… quer dizer… não sei se os touros sofrem,… o que é um facto é que os touros começam a ser lidados e nós cravámos dois, três ferros compridos e os touros investem sempre sobre o castigo.

Portanto, se um touro… se nós dermos um pontapé a um cão, o cão a seguir vai fugir e não vai voltar a levar outro, não é? Portanto, está provado, que o castigo que os touros sofrem, não… quer dizer, sofrem… ou que os touros estão sujeitos, não os faz sofrer, assim tanto como as pessoas pensam apesar de ver o sangue a correr… eu creio que é isto… que é que eu posso acrescentar mais?

Eu acho, na minha opinião isto acaba por ser o essencial…"

Cavaleiro Marcelo Mendes(*)


Brilhante!
(*)
Tauricida!
Torcionário!
Lixo humano com alta toxicidade mental, amorfo, contaminador social!!!


"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa
daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que
observam e deixam o mal acontecer."

Albert Einstein


publicado por Maluvfx às 08:12
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Domingo, 2 de Setembro de 2012
Caça
Caçar é assustar, ferir, provocar sofrimento e matar.
No entanto, há quem chame desporto a esta actividade, que pode provocar paixão e ser elogiada. Envolve muitas verbas.
Pois, se há gosto no contacto com a natureza e no exercício físico, isso pode acontecer sem a arma a tiracolo ou apontada, aumentando até o desfrutar.
Para muito gente, os animais vivos são bem mais belos e interessantes do que mortos e ensanguentados. Pode disparar-se também, mas com máquinas fotográficas ou de filmar e assim conseguirem-se, de modo pacífico, belos trofeus em imagens.
O tiro ao alvo é uma boa alternativa para treino da pontaria, para fazer o gosto ao dedo, para proporcionar convívio.
Hoje em dia, a caça em Portugal mal se justifica para servir as pessoas que se alimentam de carne pois, em geral, para se obter o mesmo valor nutritivo é preciso abaterem-se muito mais animais dentre as espécies cinegéticas do que animais das espécies domesticadas criadas para servirem de alimento. Poupar-se-iam, portanto, muito mais vidas no caso de opção por esta possibilidade. Aliás, o consumo de carne é dispensável e nem é dos alimentos mais saudáveis. A experiência dos vegetarianos e dos veganos demonstra isso mesmo, enquanto poupa o sacrifício de animais.
A caça provoca enorme susto aos animais, sejam eles alvejados ou não. Mesmo se a morte for rápida, trata-se sempre de um impacto violentíssimo.
Se o animal ficar ferido, sem morte rápida, ficará em terrível sofrimento.
Espécies cinegéticas podem ser criadas para serem lançadas perante os canos de caçadores, sofrendo estes animais os mesmos choques.
Não falta sofrimento durante a criação em recintos fechados e apertados.
Cartuchos e restos de projécteis espalhados pela natureza são prejudiciais, provocando poluição física e visual.
Acontecem acidentes que vitimam pessoas.
Muitos cães de caça estão sujeitos a condições deficientes de tratamento e de manutenção. Alimentação, espaço, protecção contra intempéries, contenção, desparasitação, etc. muitas vezes não permitem uma razoável qualidade de vida para estes animais.
Num acto de profunda crueldade, muitos cães de caça são abandonados, porque não satisfazem o caçador. Outros são abatidos com maior ou menor sofrimento.
Em Portugal existem milhares de caçadores, no meio de cerca de 10 milhões de portugueses. Dentre estes últimos, a maior parte não tem simpatia pela actividade, muitos sentem-se por ela incomodados e abominam-na, mas pouco se manifestam contra ela.
Legislação recente reconhece o direito à não caça em terrenos de quem o requerer.
A caça incomoda pelo ruído, pela perturbação do ambiente, pelo perigo e, também muito, pela angústia e revolta que provoca a quem está consciente do dizimar e do sofrimento que provoca em animais sencientes, dotados de sistema nervoso comparável ao dos caçadores.

Vasco Reis
médico veterinário


publicado por Maluvfx às 07:14
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Sábado, 1 de Setembro de 2012
E ninguém gosta mais dos touros que os aficonados.. olha se não gostassem!
 O Estoque: Um instrumento de tortura proibido nas touradas à portuguesa, mas que se pode utilizar e se utiliza, tal como aconteceu hoje, em Barrancos - Portugal (?) 

O estoque/espada é um instrumento que incorpora uma lâmina pontiaguda de 80 cm. A sua função é cortar a veia cava caudal e a aorta posterior, localizadas na cavidade torácica, mas, de acordo com um estudo realizado em Espanha, ela não é devidamente cumprida em cerca de 80% das ocorrências.

Na maior parte dos casos, o que sucede é serem danificados nervos que comprometem o sistema músculo-esquelético da caixa torácica, o que, associado a grandes lesões do pulmão, provoca uma dramática dificuldade respiratória. Nestes casos, o sangue passa do pulmão para os brônquios e partir daí chega à traqueia e sai pela boca e pelo nariz.

Acontece ainda, com alguma frequência, a espada tocar a parte externa dos pulmões e o bovino engolir o seu próprio sangue; e chega a acontecer a lâmina entrar no fígado e/ou no estômago do animal!

A estocada que esta foto documenta foi efectuada há uns anos por um aprendiz de matador, em Barrancos, e não foi bem sucedida. A vítima acabou por ser abatida, sob aplausos, com uma dezena de punhaladas na cabeça, por via da “puntilla” - um outro instrumento de tortura.

Fonte:  Marinhenses Anti-touradas


publicado por Maluvfx às 14:05
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Pró Quê???...



"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados."
Mahatma Gandhi


publicado por Maluvfx às 12:41
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Terça-feira, 28 de Agosto de 2012
"Morte do touro"
«Eu tento combater a tauromaquia em todas as frentes e acho que isso vale a pena.
Sem tomar posição, porque para mim tudo isto é cruel e abjecto, lembro que, quanto ao ponto restrito "morte do touro", seja na tourada de morte ou após a tourada, num matadouro:

No matadouro o animal deve ser atordoado/paralisado por um disparo que destroi o lobo frontal do cérebro, antes de ser sangrado por golpe na veia jugular, ev.te artéria carótida, o que lhe provoca a morte pela perda de sangue.
Na arena, sem qualquer atordoamento, com o golpe (ou golpes) da espada pelo torax dentro, o animal é rasgado, perfurado, posto a sangrar e + - asfixiado no próprio sangue, por vezes em repetidas tentativas até se acertar.
Outra diferença é que, na tourada de morte, embora com um fim de tremendo sofrimento este acaba ali com a morte.
Na outra, à portuguesa, antes de ser libertado do sofrimento pela morte, o touro vai ter que sofrer bastante tempo na sequência dos ferimentos inflingidos na lide e nas acções de confinamento e condução ao sítio do abate.
Obviamente, a "festa dos touros" só pode ser considerada uma festa para os tauromáquicos e para quem negoceie com isso.»

Vasco Reis,
médico veterinário
Para os touros e cavalos não é um festejo, certamente, nem para pessoas conscientes e compassivas.


publicado por Maluvfx às 10:40
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