Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.

Quarta-feira, 15 de Maio de 2013
Cavalos e Pessoas II
Por:  Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Caras companheiras e caros companheiros,
Durante mais de 10 anos (1973-84), na Suíça e na Alemanha, fui cavaleiro de concurso hípico completo (provas de dressage, saltos de obstáculos e de corta mato) com os meus 2 cavalos PALOMBO e SEETEUFEL. Eu cuidava deles pessoalmente.
Esta informação serve para vos mostrar que tenho obrigação de saber de cavalos e de os compreender.
Confesso que exagerei algo do que exigi destes magníficos animais, tendo sido mais um cavaleiro ambicioso, o que lastimo agora sem mais remédio, mas tentando ajudar outros cavalos em risco.
Estou a dar-vos a minha convicção sobre o que suportam os cavalos explorados no toureio, pois creio que é importante tentar identificarmo-nos com estes seres sencientes e conscientes, extremamente explorados para o "espectáculo".
Consta que lhes operam as cordas vocais, para que não possam relinchar audivelmente durante a tourada. Por outro lado a música "pasodobleada" não dá oportunidade de escutar as suas vozes.
Creio que isto não deve ser silenciado.


Resumindo, o percurso do cavalo usado para toureio:
Como animal de fuga que é, procuraria a segurança, pondo-se à distância daquilo de que desconfia ou que considera ser perigoso.
No treino e na lide montada, ele é dominado pelo cavaleiro com os ferros na boca, mais ou menos serrilhados, puxados pelas rédeas e actuando sobre as gengivas (freio; bridão - com accção de alavanca, ambos apertados contra as gengivas por uma corrente de metal à volta do maxilar inferior– barbela), coisas muito castigadoras. É incitado pela voz do cavaleiro e por outras acções, chamadas hipocritamente de “ajudas”, como sejam de esporas que são cravadas provocando muita dor e até feridas sangrentas.

Ele é impelido para a frente para fugir à acção das esporas, devido à dor que elas lhe provocam e a voltar-se pela dor na boca e pelo inclinar do corpo do cavaleiro ou a ser parado por tracção nas rédeas.

Resumindo: o cavalo é obrigado a enfrentar o touro pelo respeito/receio que tem do cavaleiro, que o domina e o castiga, até cravando-lhe esporas no ventre e provocando-lhe dor e desequilíbrio na boca. Isso transtorna-o de tal maneira, que o desconcentra do perigo que o touro para ele representa de ferimento e de morte e quase o faz abstrair disso. É, portanto, uma aberração, comprovativa da maior hipocrisia, quando cavaleiros tauromáquicos afirmam gostarem muito dos seus cavalos e lhes quererem proporcionar o bem estar.
Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.


Já agora:

Muito sofrem cavalos sob violência, azelhice, ambição, exibicionismo de cavaleiros. Claro, que para além do bem estar físico, o bem estar emocional dos cavalos sofre imenso. São bastante excepcionais os cavaleiros que não usam de violência para os cavalos, principalmente em competição.
A violência física actua, principalmente, sobre a boca - gengivas e língua (ferros: freio e bridão - com acção de alavanca - e barbela - corrente apertando os ferros contra o maxilar inferior) e, também, no ventre dos cavalos (esporas) .
A acção violenta sobre a boca repercute-se muito sobre a coluna cervical, a coluna lombar, os membros e sobre os andamentos.
O desporto de competição e o trabalho sacrifica muitos cavalos, obviamente também pelo esforço exagerado exigido.
Cavalos de trabalho têm frequentemente uma vida muito difícil, sendo mal tratados, mal alimentados.
Cavalos explorados para toureio são obrigados com violência a suportar grande tensão emocional (capaz de lhes provocar a morte por colapso cardíaco), a suportar grande esforço físico, a arriscar ferimento e a morte.
Por outro lado, felizmente, muitos cavaleiros dos tempos livres, em maior número do sexo feminino, dedicam amizade, carinho e companheirismo sem exigir demasiado aos seus cavalos, concedendo-lhes bom alojamento, boa alimentação, cuidados higiénicos para com o pelo e os cascos, etc (habitualmente gostam de ser escovados).
Garantem-lhes exercício e alegria em encontros e passeios no seio da natureza.

Um abraço
Vasco


Foto:  Começa a ser um CRIME permitir que isto aconteça! Mas ninguém tem coragem para o dizer... e a muitos convém!

 A utilização de martingalas, in blog tauromáquico


publicado por Maluvfx às 07:45
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Cavalos e pessoas I
Por: Dr. Vasco Reis (médico veterinário aposentado)

Muito sofrem cavalos sob violência, azelhice, ambição, exibicionismo de cavaleiros. Claro, que para além do bem estar físico, o bem estar emocional dos cavalos sofre imenso. São bastante excepcionais os cavaleiros que não usam de violência para os cavalos, principalmente em competição.

A violência física actua, principalmente, sobre a boca - gengivas e língua (ferros: freio e bridão - com acção de alavanca - e barbela - corrente apertando os ferros contra o maxilar inferior) e, também, no ventre dos cavalos (esporas).

A acção violenta sobre a boca repercute-se muito sobre a coluna cervical, a coluna lombar, os membros e sobre os andamentos.
O desporto de competição e o trabalho sacrifica muitos cavalos, obviamente também pelo esforço exagerado exigido.
Cavalos de trabalho têm frequentemente uma vida muito difícil, sendo mal tratados, mal alimentados.
Cavalos explorados para toureio são obrigados com violência a suportar grande tensão emocional (capaz de lhes provocar a morte por colapso cardíaco), a suportar grande esforço físico, a arriscar ferimento e a morte.

Por outro lado, felizmente, muitos cavaleiros dos tempos livres, em maior número do sexo feminino, dedicam amizade, carinho e companheirismo sem exigir demasiado aos seus cavalos, concedendo-lhes bom alojamento, boa alimentação, cuidados higiénicos para com o pelo e os cascos, etc (habitualmente gostam de ser escovados).
Garantem-lhes exercício e alegria em encontros e passeios no seio da natureza.



publicado por Maluvfx às 07:38
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Sábado, 15 de Setembro de 2012
Porque é que há gente aficcionada e se mantém fiel à tradição?
Deve haver muito tribalismo. Marias e Manéis são criados no ambiente tauromáquico desde a infância, absorvem a cartilha e vão com os outros e as outras. São alvo da influência e evitam pensar, interessar-se, terem coragem em discordar e mudar, mesmo que vacilem e reconheçam que há sofrimento dos animais. Mas seria difícil discordar, seria incómodo, provocaria zanga e arriscaria acusação de traição e castigo por parte da multidão. 

Com certeza, que reconhecem sofrimento da parte dos animais, mas mais forte do que compaixão será o gosto pelo "espectáculo", pela "festa das pessoas (claro que os animais não festejam, pois sofrem)", a presunção, a cumplicidade, o companheirismo, a confraternização, mais ou menos embriagada e embriagadora. 

Para essa onda, então que se lixe o sofrimento dos bichos, quando a tourada é tão "entusiasmante"?

Trata-se, pois, de defender o espectáculo, a tradição, o negócio, a facturação dos “artistas”, as "admiráveis qualidades" da tauromaquia e os "feitos culturais, virtuosos e admiráveis dos artistas tauromáquicos" e as barrigadas de gozo que as touradas proporcionam?

Penso que cartas abertas críticas e didácticas dirigidas ao lobby pouco influência terão na evolução desta mentalidade, mas deverão ter um ricochete importante e levar o público em geral a tomar conhecimento e a reflectir sobre a realidade da tauromaquia. Pouco esforço exigem, pois os argumentos dos críticos da tauromaquia são óbvios. Penso que devem ser frequentes e variadas.
Provavelmente, até provocarão respostas dos aficcionados, que representem tiros nos próprios pés.

Vasco Reis
médico veterinário aposentado
Aljezur


publicado por Maluvfx às 10:43
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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2012
Apelo contra a transmissão televisiva de touradas e contra a publicidade tauromáquica
Apelo fundamentado em conhecimentos científicos irrefutáveis.

Exmos. Srs.,

Dirijo-me a V.Exas apoiado em conhecimentos científicos irrefutáveis, que me motivam e cuja revelação deve influir didacticamente em quem tenha capacidade de compreensão. Nesse sentido, permitam-me recordar que:

"Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.
A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
Eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto, ao prazer e à dor.
Descobertas recentes confirmam que animais, muito para além de mamíferos, aves, polvos, são seres inteligentes e conscientes. O senso comum apreende isto e a ciência confirma."
É inegável que touradas provocam enorme sofrimento a touros e cavalos. É lastimável que empresa apoiem isso.

Venho, por este meio, apelar à RTP e à TVI para que deixem de emitir touradas, e à SIC - a quem muito agradeço por ter deixado de as emitir -, para que jamais retroceda nesta matéria.
Venho, igualmente, apelar aos anunciantes da televisão para que se dissociem por completo da tauromaquia, nomeadamente, tomando todas as medidas para que, em circunstância alguma, os spots publicitários das suas campanhas sejam difundidos no intervalo imediatamente anterior ou em interrupções comerciais de qualquer espetáculo tauromáquico televisionado.
Incluo nos destinatários desta mensagem algumas agências de meios, para que também estas saibam que, embora me recuse terminantemente a assistir a atos de crueldade contra animais, vou tendo conhecimento de quais as marcas que não se estão a dissociar dos blocos de publicidade supra referidos, por intermédio de materiais como estes: http://youtu.be/fBnf-z9Ze78 e https://www.facebook.com/photo.php?fbid=452671758099726&set=a.454703424563226.106105.215151238518447&type=3&theater. E se até há pouco tempo, não sabia quais as marcas implicadas, agora que sei, qualquer aparição das mesmas me transporta mentalmente para cenários de sangue, dor, sofrimento, agonia e morte, fazendo-me perder completamente a vontade de as utilizar/consumir.
Gostaria muito que todas as estações de televisão nacionais, ao invés de transmitirem espetáculos violentos e deseducativos como as touradas, optassem por dar o seu contributo para que Portugal seja um país onde as crianças e os jovens sejam, desde cedo, ensinados a respeitar os animais e a natureza. Gostaria também que as restantes organizações a que ora me dirijo, tivessem presente que são co-responsáveis pela sociedade em que estão inseridas, e deixassem de promover as suas marcas nos espaços em causa, por uma sociedade civilizada. Por um Portugal mais modernos e progressista que não admita espetáculos de crueldade contra os animais.
Agradecendo pela atenção dispensada e ficando na expectativa de uma resposta, que espero que seja positiva, a esta minha mensagem,

Com os melhores cumprimentos,
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário
Aljezur



publicado por Maluvfx às 10:44
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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2012
Anatomia do sofrimento de um touro (quando espetado pelo 'matador' na praça de touros)
© Revista Complutense de Ciencias Veterinarias et al

Há algo que gostaria de partilhar, visto que a informação está a ser publicada de forma galopante pelos meios de comunicação social.
Eu não pude ficar indiferente à informação fraudulenta que por aí circula, numa tentativa de justificar o injustificável! Ainda por cima vindo de "profissionais" da área, isto é verdadeiramente triste, senão vergonhoso!
Analisando a imagem em baixo:
Primeiro que tudo existem vários tipos de stress, segundo as hormonas corticosteróides, como o cortisol, não são catecolaminas (Adrenalina, epinefrina, etc.), terceiro é lógico que o cortisol esteja mais elevado durante o transporte, afinal ele está relacionado principalmente com respostas de stress a longo prazo, não a curto!

A informação da imagem não tem valor científico algum! Apenas vem afirmar o que consta há 50 anos nos livros de Fisiologia! Se os defensores das touradas querem ser levados a sério façam uma pesquisa dos níveis dos mediadores da dor (bradicinina, serotonina, substância P, etc.) e das catecolaminas, aquando de todos os processos que o animal é sujeitado!
Dizer que o animal não sofre porque apresenta níveis de cortisol mais baixos do que em transporte é algo surreal! Estão a misturar os pés com as mãos. E isto não sou eu que estou a inventar, consta em todos os manuais de Fisiologia, é uma das bases da fisiologia e uma falha gravíssima atentar contra isto!
Dor ≠ Cortisol - Não podemos deixar que moldem os factos em favor das circunstâncias!
O pior é que isto até foi publicado no jornal de notícias e tem vindo a ser utilizado como argumento!
Um aplauso à ignorância gratuita!
Na minha óptica isto é VERGONHOSO!
É preciso filtrar a informação, pois há muita gente que acredita neste artigo falacioso!

por Ricardo Lopes
Mestrado Integrado em Medicina Veterinária · Évora



Anatomía del sufrimiento.
La lidia consta de una serie de tercios en los que el toro es picado, banderilleado, y herido de muerte con el estoque, siendo posteriormente descabellado y apuntillado.

La puya es un arma metálica cortante y punzante que consta de 6 cm de cuerda encolada y 2.5 cm de púa piramidal tan afilada en cada una de sus aristas como la hoja de un bisturí. Va provista de un tope cilíndrico que debería impedir que entrara en el cuerpo del animal más de esos 8.5 cm.

Son muchos los estudios anatomopatológicos que se han desarrollado sobre cadáveres de toros lidiados para determinar las lesiones que provocan.
En todos, absolutamente todos los estudios consultados al respecto, se reconoce que los puyazos suponen, entre otras cosas, un gran daño neurológico para el toro.
En más del 70% de los toros estudiados, se ha determinado que las puyas son clavadas en zonas muy posteriores a la indicada como “ideal”.

Las lesiones descritas afectan a más de 20 músculos, sin contar los intercostales y costales. Todas estas estructuras son necesarias para la movilidad del tercio anterior de animal, los movimientos del cuello, y de la cabeza, y para la función respiratoria. Pero no son sólo los músculos, tendones y ligamentos los que son seccionados, sino también importantes venas, arterias, y nervios

Los resultados indican que la profundidad media de los puyazos es de 20 cm, habiéndose encontrado trayectorias de hasta 30 cm. Se sabe que una sola vara puede abrir hasta 7,4 trayectorias diferentes.

Se reconoce que las puyas provocan fracturas de apófisis espinosas y transversas de vértebras, fracturas de costillas, y de sus cartílagos de prolongación, y que pueden perforar la pleura y el pulmón, dando lugar a neumotorax. Del mismo modo son inevitables las lesiones de la médula espinal, las hemorragias en el canal medular, y la lesión de nervios tan importantes como el plexo braquial (que se ocupa de la inervación de las extremidades anteriores), y de las ramas dorsales de los nervios espinales que se encuentran paralelos a la médula.

Las pérdidas de sangre que sufre un toro en la suerte de varas son algo contradictorias, oscilando entre el 8 y el 18% de su volumen sanguíneo. Un toro de 550 kilos perdería entre 3 y 7 litros de sangre tras los puyazos.

Las banderillas, que se clavan en número de seis, llevan en su extremo un arpón de acero cortante y punzante, que en su parte visible será de una longitud de 4-6 cm. Desgarran muchas de las estructuras anatómicas lesionadas con anterioridad por las puyas, y producen lesiones en unos 10 cm alrededor de donde han sido insertadas, aumentando la pérdida de sangre en el animal.

El estoque, una espada curvada de 80 cm de largo, debería lesionar o secciónar los grandes vasos que asientan en la cavidad torácica, es decir, la vena cava caudal y la arteria aorta posterior.

Lo que sucede con más frecuencia es que el estoque lesiona cordones nerviosos laterales a la médula, lo que provoca la desconexión de todo el aparato motor de la caja torácica, lo que añadido a la gran lesión del pulmón derecho, da lugar a una dramática dificultad respiratoria. La sangre pasa del pulmón a los bronquios, de allí llega a la traquea, y sale al exterior por la boca y la nariz.

En otras ocasiones se atraviesa el diafragma, lo que va a producir una parálisis por lesión del nervio frénico; la lesión del nervio frénico puede determinar compromiso de la función diafragmática con insuficiencia respiratoria.
Se dan casos en que las estocadas son tan traseras que pueden llegar a penetrar en el hígado y la panza.
El descabello se realiza con una espada similar al estoque, pero que lleva un tope de 10 cm. Su misión es lesionar y seccionar la médula espinal entre la 1ª y 2ª vértebra cervical.

La puntilla se le da al toro con un cuchillo de 10 cm de hoja, que una vez introducido en el espacio occipito-atlantoideo secciona el bulbo raquídeo, provocando la parálisis general del animal con disminución de la presión arterial. Los movimientos respiratorios se van paralizando y la sangre circulante, cargada de CO2, produce hipoxia en el encéfalo. Se dice que provoca la muerte instantánea del toro, pero no es cierto, ya que va a dar lugar a la la muerte por asfixia.

Algunos animales presentan durante algún tiempo después reflejos que son compatibles con la vida. La puntilla está prohibida en todos los mataderos de la UE por considerarse un método cruel de dar muerte a un animal.



RAZONES PARA ABOLIR LA TAUROMAQUIA: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE


INFORME TÉCNICO VETERINARIO SOBRE LAS CORRIDAS: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE.

POR QUÉ EL TORO NO SUFRE, ¿POR QUÉ?

POR QUÉ EL TORO SÍ SUFRE

de José Enrique Zaldivar Laguía
Veterinario
Colegiado en el Ilustre Colegio de Veterinarios de Madrid


publicado por Maluvfx às 10:45
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2012
AGRESSÃO NA TORREIRA
A repetida e perigosa carga feita pelo cavaleiro tauromáquico Marcelo Mendes montado num seu cavalo de lide, contra pessoas que tomavam parte numa manifestação devidamente autorizada e pacífica de repúdio à tourada na Torreira, na tarde do dia 2 de Setembro, documenta ao mundo o que pode resultar do espírito tauromáquico.
O ambiente tauromáquico é escola de formação de mentalidades treinadas na prática de violência cruel contra touros e cavalos e contra os defensores dos direitos dos animais a não serem massacrados.
Arrogância, agressividade, violência, desrespeito por pessoas que pensam de outra maneira e que protestam de maneira pacífica foi o que, mais uma vez, se verificou.

Estranhamos e lamentamos a reacção atrasada e a intervenção lenta e frouxa que os elementos da GNR presentes na Torreira patentearam. Não compreendemos porque não protegeram os manifestantes imediatamente, como seria o seu dever. E porque não apearam e não detiveram o cavaleiro agressor nesse flagrante delito? Eram forças presentes para defender a Ordem. Mas que Ordem? Para protegerem os aficcionados e os “artistas”? E porque não, protegerem os manifestantes deste agressivo e perigoso “artista”?
"O cavalo foi dominado e dirigido por meio de ferros na boca (freio e bridão), que pressionam as sensíveis gengivas do maxilar inferior causando dor e são mantidos nessa posição por barbelas apertadas de corrente metálica comprimindo a pele e causando dor, principalmente, quando as rédeas são puxadas com maior ou menor violência. O cavalo foi impulsionado por esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, que são comprimidas dolorosamente contra o ventre. O animal foi assim obrigado com violência a carregar sobre os demonstrantes, quando estes estavam sentados, da primeira vez. Da segunda vez, já estes se tinham levantado, obviamente assustados e tentando escapar de serem empurrados e pisados pelo cavalo subjugado à vontade e à acção do cavaleiro. Mais tarde, como em todas as lide, o mesmo cavalo foi posto em ansiedade (por vezes causando morte por colapso cardíaco) e em risco de ferimento e de morte pelo cavaleiro tauromáquico, que o utilizou como veículo para combater e vencer o touro.
Tudo isto é a negação de amor pelo cavalo, animal violentado e sacrificado na tourada, além do touro”.
A cena está a ser divulgada extensa e intensamente pelas redes e pela comunicação social em Portugal e no estrangeiro, provocando enorme admiração e indignação. Portugal está a ser notícia pelos piores motivos, que envergonham portugueses e autoridades policiais, que já decepcionaram profundamente.
O mundo está atento a Portugal e ao modo como este atentado vai ser tratado.
Aguardamos a atitude dos tauromáquicos, com as suas habituais deturpações dos acontecimentos e o branqueamento da cruel actividade tauromáquica neste permissivo país, onde animais e pessoas estão cronicamente sujeitos a exploração e maus tratos.
Esperamos que seja feita uma cobertura informativa honesta.
Exigimos que seja feita uma investigação rigorosa, que sejam inquiridas as muitas testemunhas, que o crime do cavaleiro e a actuação da GNR sejam julgados. Aguardamos a sentença, esperando que não tarde.

Vasco Reis, médico veterináro



Cavaleiro investe duas vezes contra manifestantes anti-tourada


publicado por Maluvfx às 13:17
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Sexta-feira, 30 de Setembro de 2011
Tauromaquia em Portugal
"Importa debater a questão da Tauromaquia em Portugal, abordando-a com toda a objectividade e publicitar este debate, para que os portugueses compreendam bem do que se trata e formem uma opinião sobre a sua utilidade, o seu mérito ou demérito e a sua aceitação ou repúdio.
Para isso é preciso argumentar profunda, científica, ética, cultural, socialmente.

O touro é o elemento sempre massacrado da tauromaquia, desde intensa prolongada ansiedade, repetidos e dolorosos ferimentos, esgotamento anímico e físico e quase sempre a morte em longa agonia.
O cavalo, dominado e violentado pelo cavaleiro tauromáquico é o elemento obrigado a arriscar tudo e a sofrer perante o touro, desde ansiedade, ferimento físico até a morte.

Estes factos, inegáveis e indissociáveis da tauromaquia, seriam suficientes para interditar a sua existência numa sociedade culta, consciente, pacífica e compassiva.

É esta a opinião dos anti-tauromáquicos, que dispõem de imensos argumentos ditados pelo senso comum e confirmados pela ciência.

Da parte dos tauromáquicos e dos seus aficcionados colhem-se argumentos falaciosos,
não ditados pelo senso comum, não confirmados pela ciência, baseando-se na tradição, no gosto pelo “espectáculo”, em interesses económicos, omitindo praticamente (ignorado ou não) o sofrimento sempre presente destes condenados a serem “actores” à força - o touro e, no toureio montado - o cavalo.

Na verdade, plantas não têm sistema nervoso, não têm sensibilidade, não têm consciência.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver. Sem essas capacidades não poderiam sobreviver.
Portanto, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência.
É testemunho da maior ignorância ou intenção de ludíbrio o afirmar que algum animal em qualquer situação possa não sentir medo e dor, se for ameaçado ou ferido.
A ciência revela que a constituição anatómica e a fisiologia do touro, do cavalo e do homem são extremamente semelhantes. Os ADN são quase coincidentes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
O senso comum apreende isto e a ciência o confirma.

O especismo é uma atitude que, arrogantemente coloca o Homem numa posição de superioridade, que lhe permite dispor sobre os animais como entender.
A compaixão selectiva visa tratar bem certas espécies (em geral cães e gatos) e menos outras, quase consideradas como objectos.
Os animais não humanos são considerados menos inteligentes do que os seres humanos. Podem estar mais ou menos próximos e mais ou menos familiarizados connosco, mas eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo ao susto e à dor.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.
"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um belo pensamento do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

A tauromaquia está eivada de especismo sobre o touro e sobre o cavalo.
O homem faz espectáculo e demonstração da sua "superioridade" provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, esgotam, por vezes matam o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento, para gaúdio de uma assistência que se diverte com o sofrimento, a agonia e morte de um animal.
Isto é comparável aos espectáculos de circo romano, há muito considerado espectáculo bárbaro, onde escravos e cristãos eram obrigados a lutarem e matarem-se uns aos outros ou eram atirados aos leões para serem devorados.
O cavalo é dominado com ferros castigando as gengivas bucais e por esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, no ventre.
Esta montada é posta em risco de mais ferimento e de morte pelo cavaleiro tauromáquico, que o utiliza como veículo para combater e vencer o touro.
O sofrimento do cavalo soma-se aqui ao do touro.

Na tauromaquia, touro e cavalo são excluídos de qualquer compaixão, antes pelo contrário estão completamente submetidos à violência e ao sofrimento.
E o espectáculo é legal em Portugal, publicitado e mostrado na comunicação social, aclamado, fonte de negócio.

Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti-educativa, fonte de enorme vergonha para o país, atentório de reputação internacional, obstáculo dissuassor do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem!

Com certeza que existem boas e inócuas alternativas para os aficcionados, para os trabalhadores tauromáquicos, para os "artistas", para os campos e para os touros e cavalos.
Será positivo para os aficcionados irem ver e até pagar bilhete para assistir ao sofrimento de animais?
Chamar arte à tauromaquia e compará-la ao ballet, ao teatro, etc é falacioso.
Afirmar comparativamente que o ballet também provoca dor é infeliz e despropositado.
O que se assiste no enredo do teatro, de uma peça de ballet é representação, sem provocação real, sem ferimento, sem morte e os actores estão ali voluntariamente.
Porque fazem sofrer os animais os chamados “artistas”? Dar-lhes-à isso algum gozo?
Será isso admirável, corajoso, heróico?
Porque não fazer o espectáculo teatralmente e com o belo aparato visual e musical, mas sem os touros e sem o sofrimento animal?
Eu seria espectador para isso.
Os campos podem ser utilizados de outro modo e continuar a serem subsidiados.
A raça pode ser mantida sem a cruel tauromaquia e continuar a ser subsidiada.
Os trabalhadores, campinos e ganadeiros podem continuar o seu trabalho.
Os forcados, cujo papel só surge depois do touro ter sido massacrado previamente, podem dedicar-se a actividades ou desportos onde valentia, luta corpo a corpo são fulcrais, como box, luta livre e outros e acrescidos de espírito de grupo, como o rugby, por exemplo.

Creiam, que eu tenho conhecimentos e experiência para escrever este texto.
Sou médico veterinário desde 1967. Estudei em Portugal e na Alemanha. Trabalhei na Suíça 7 anos, na Alemanha 10 anos, nos Açores 3 anos (na Praia da Vitória, Ilha Terceira, onde existe aficcion e onde tive de intervir obrigatoriamente no acompanhamento dos touros nas touradas, na minha qualidade de médico veterinário municipal), 22 anos em Aljezur, em Portugal Continental.
Trabalhei sempre com gado bovino e cavalos.
Fui cavaleiro de concurso hípico completo e detentor de 2 cavalos polivalentes. Conheço bem cavalos, a sua personalidade e as suas aptidões.
Fui entusiástico jogador de rugby durante 3 anos, o que interrompi por acidente, que me impossibilitou a continuação da prática.
Aconselho, pela sua superior qualidade, alguns vídeos extremamente informativos, muito influentes no processo que teve lugar no Parlamento da Catalunha."

Vasco Reis, médico veterinário municipal aposentado.
30 de Setembro de 2011


publicado por Maluvfx às 06:31
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