Ética é o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.
A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana.
“Se investíssemos em ciência como investimos em futebol seríamos os melhores do mundo”
Carlos Lima Costa reside em Vila Franca de Xira e é investigador e neurologista no Hospital de Egas Moniz em Lisboa

É na pacata localidade do Badalinho, em Vila Franca de Xira, que vive um dos médicos e investigadores portugueses mais reconhecidos internacionalmente. Carlos Lima Costa, neurologista e investigador no Hospital de Egas Moniz em Lisboa, é coordenador de uma equipa responsável por devolver aos doentes paraplégicos e tetraplégicos a possibilidade de voltar a caminhar através de uma técnica inovadora que usa células da mucosa olfactiva para tratar lesões da medula espinal. Chegou a Vila Franca de Xira na juventude, foi premiado pelo seu trabalho em várias partes do mundo e recebeu o prémio de mérito cultural da cidade de Vila Franca em 2005. Nesta entrevista diz-se alarmado com a fuga de jovens investigadores para o estrangeiro, lamenta que Portugal seja um país que não olha para a ciência e confessa que Vila Franca de Xira anda deprimida. Para Carlos Lima o novo hospital da cidade é uma mais-valia. Só lamenta que tenha gestão privada.
Trabalha desde Junho de 2001 no desenvolvimento de uma técnica que permite que pessoas tetraplégicas e paraplégicas voltem a recuperar os movimentos. Como se chega a este resultado?
Com muito trabalho e dedicação, ainda hoje continuamos a aperfeiçoar a segurança e a eficácia do procedimento. Nós fazemos um transplante de células do tecido do nariz, que sabemos ser um tecido que continua a produzir neurónios novos no estado adulto e colocamos na zona da lesão da medula espinal. Mas só isso não chega para que a pessoa se levante da cadeira. Além da operação é preciso fazer muitos anos de reabilitação a seguir. Um doente que faça esses exercícios com regularidade volta a caminhar. Fomos os primeiros investigadores no mundo a demonstrar isso e foi quando tivemos a maior projecção internacional, em 2003.
Quantos doentes já se submeteram ao vosso tratamento experimental?
Até hoje já operámos 150 doentes e continuamos a monitorizá-los. De todos eles cerca de um terço já consegue andar com o auxílio de um andarilho, o que é uma grande evolução face à cadeira de rodas. Mas por enquanto ainda não temos nenhum que ande sozinho sem apoio. Actualmente temos várias colaborações em curso com outros países, um deles com a universidade de Osaka, no Japão, e vamos iniciar outra colaboração em breve na Nova Zelândia.
Esta intervenção pode ser feita a qualquer pessoa ou existem requisitos especiais?
Não. Existem regras e o projecto ainda tem limitações. Filtramos a quantidade de doentes que podem entrar no estudo. Mas mais tarde ou mais cedo será possível fazer esta operação em qualquer hospital da União Europeia.
E quanto vai custar?
A operação em si é gratuita para os doentes portugueses porque é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde. Os doentes estrangeiros já têm que pagar. Demora entre quatro a cinco horas. O problema é que os hospitais portugueses não estão virados para a investigação, estão virados para a assistência e isso dificulta-nos a vida.
Portugal não é país para investigadores?
De maneira nenhuma. Até é muito difícil investigar em Portugal porque as coisas não estão feitas para isso. É como remar contra a maré. Somos muito limitados, não temos os meios que os outros têm, como é o caso dos Estados Unidos. Trabalhamos com grupos de lá. Curiosamente o último doente que tivemos foi um veterano da guerra do Afeganistão que foi operado no nosso hospital e voltou para os Estados Unidos.
Nos últimos anos os nossos jovens investigadores têm abandonado o país…
Isso é algo dramático que vai sair muito caro a Portugal. Temos uma fuga de cérebros impressionante porque aqui não há condições. Tenho estado em contacto com muitos jovens investigadores que me pedem a possibilidade de voltar e não posso oferecer nada porque um hospital público não está desenhado para isso. Talvez quando o conceito da Europa avançar e funcionarmos como comunidade isso seja possível...
O que se poderia fazer para travar essa fuga de jovens cérebros?
Temos de investir. No que é que somos bons? É no futebol. Eu vou a qualquer lado e de Portugal só me falam do Ronaldo e do Mourinho. Se se investisse em ciência como se investe em futebol garanto-lhe que teríamos grandes cientistas e seríamos os melhores do mundo. A ciência pode dar lucro mas não no imediato. É mais complicada que o futebol e não alimenta as massas. E elas teriam de se elevar intelectualmente para poder compreender o que é a ciência. Infelizmente somos um país que não olha para a ciência. Temos de começar a incutir nas crianças e na escola a importância da ciência. Temos de começar a atrair mais jovens para ela. Que é o que não está a ser feito.
A sua equipa foi recebida no Vaticano pelo Papa há pouco tempo. A religião ainda atrapalha a ciência?
Não acho. Temos muitos católicos que são cientistas. A religião já não colide connosco. Pensou-se que assim seria porque a ciência poderia dar resposta a um conjunto de perguntas que todos fizemos e não as deu. Nem nunca saberemos se vai dar. Por isso aprendemos a viver cada um no seu canto. A religião vive a sua vida e nós vivemos a nossa.
É um crítico das células embrionárias. Estamos a assistir a um embuste da medicina?
Os proponentes das células embrionárias, a maioria dos Estados Unidos, passam a vida a dizer que daqui a 10 anos vão ter resultados. Eu estou contra essas células não apenas por aspectos morais ou éticos mas porque elas não funcionam. As células embrionárias foram feitas para fazer bebés. Quem não compreender isto não vai a lado nenhum. Podem ter algum efeito mas é um efeito indirecto. Por exemplo, se as crianças têm paralisia cerebral, resultado de uma lesão que foi provocada por falta de sangue e se vamos introduzir células que vão fazer novos vasos é natural que haja alguma melhoria. Mas para reparar o sistema nervoso você precisa de células estaminais do sistema nervoso e essas serão as do nariz, como temos provado. Temos de pensar como é que a natureza funciona e fazer o nosso trabalho de acordo com as leis da natureza.
Cultivar células em laboratório era algo que sonhava fazer?
Sempre tive muito interesse no estudo da mucosa olfactiva. A dada altura decidi avançar com investigação. Já publiquei dois trabalhos sobre este processo. Tenho a noção que tenho um trabalho completamente diferente da maioria das pessoas. Trabalho oito horas por dia mas às vezes tenho de fazer umas horas a mais quando temos doentes ou quando estamos a investigar. Neste momento estou um pouco preocupado porque é fim-de-semana e tenho um cultivo de células em curso no hospital. Elas são como as flores, temos de estar sempre atentos senão algo corre mal. E o fim-de-semana preocupa-me sempre porque não temos lá ninguém.
Agora que já têm os primeiros resultados desta experiência já têm outra em mente para o futuro?
É importante que comecemos a usar estas células para outro tipo de doenças. Começámos agora um pequeno ensaio exploratório em doentes com esclerose lateral amiotrófica, que é a doença que vitimou o Zeca Afonso. É uma doença terrível. Estamos a fazer um esforço com essas células dadas a esses doentes. Embora ainda seja precoce avançar com resultados estamos satisfeitos com as primeiras indicações.
É um investigador que trabalha num hospital público. Sente a pressão dos grupos privados?
Nesse campo sentimos muita concorrência com esses grupos americanos que são extremamente fortes e querem fazer crer que as células embrionárias é que vão resolver muitos problemas. Falo de grupos farmacêuticos mas também de empresas ligadas à biotecnologia. O problema é que as pessoas vêem demasiados filmes e vivem num mundo virtual que não tem nada a ver com a realidade.
Já foi convidado para integrar um grupo privado mais poderoso?
Se quisesse ir para os Estados Unidos tinha vários sítios por onde escolher. Hoje em dia graças à internet perdemos a ideia de periferia. Podemos estar em todo o lado do Mundo. Acho que é possível continuar a trabalhar aqui colaborando com o estrangeiro.
Registou recentemente uma patente que lhe permite trabalhar em Portugal.
Sim, tem a ver com os reagentes que se usam para cultivar essas células olfactivas. Fomos nós que descobrimos a maneira de fazer, ou seja, o cozinhado que é preciso para que essas células se possam cultivar. Há uma semelhante nos Estados Unidos e outra na Austrália mas nós temos diferenças em relação a qualquer uma delas, sobretudo na forma de colheita do tecido e da maneira como o cultivamos. Recolhemos sempre em pessoas vivas.
Limitou-se demasiado o número de médicos
No concelho de Benavente existe uma grave carência de médicos que tem prejudicado o atendimento aos doentes. A classe médica tem lidado mal com este problema?
Não podemos fechar os olhos e ignorar os problemas. Há falta de médicos. Tivemos uma política muito errada durante anos e ainda continuamos a ter que é uma limitação nos números de médicos que lançamos para o mercado anualmente. Essa limitação na formação é errada e acho que devíamos dar acesso a toda a gente que queira ser médico, para poder estudar e tirar o curso. Depois logo se veria, a filtragem seria feita depois e não antes. Este procedimento actual levou-nos ao actual estado de coisas. Perdemos nestes anos todos imensos médicos que poderiam ter dado excelentes clínicos. Custa-me também ver os médicos que se reformam logo aos 50 anos e deixam de servir a causa pública.
Se todos ganhavam por que motivo os médicos têm continuado a insistir no anterior modelo?
Não sei. Esta é a minha opinião e é o que acontece noutros países como na Alemanha e Espanha. Primeiro tiram o curso e depois é que entram na concorrência. Ganha-se sempre porque mesmo tendo profissionais que não ficam aqui podem ir trabalhar para outros países onde são muito necessitados. Já não falo na Líbia mas em Angola ou em outros países são necessários.
Como vê o nascimento de um novo hospital em Vila Franca de Xira?
Um dos problemas da cidade foi sempre o velho hospital que não tinha condições físicas para funcionar. O director clínico, Carlos Rabaçal, além de ser um grande amigo, é um excelente profissional e vai fazer um óptimo trabalho.
E concorda com a gestão privada do Grupo Mello?
Choca-me um bocadinho mas apesar de tudo temos de ver quais são os condicionamentos para que se tivesse optado por essa solução. Pelo que sei as coisas nem estão a correr mal. Só o futuro o dirá.
O que acha da localização?
É razoável. É um pouco afastado mas hoje em dia um hospital grande não deve ficar no centro de uma cidade mas sim nas redondezas. Por uma questão prática de espaço.
Células e Rock & Roll
António Carlos Viana Lima Costa nasceu em 1955 em Ponte da Barca. Chegou a Vila Franca ainda na juventude quando o pai foi nomeado para chefiar os correios da cidade. Vivia no próprio edifício dos CTT. Hoje vive numa casa mais espaçosa no Badalinho porque confessa ser uma pessoa recatada que não gosta de se expor. Fez uma especialidade de neuropatologia - o estudo do cérebro “anormal”, como diz - e há cerca de dez anos iniciou a investigação de reparação da medula espinal com células do nariz em doentes paraplégicos e tetraplégicos. A sua equipa foi a primeira no mundo a tentar o feito clínico, o que foi alcançado com sucesso. “Nessa altura ainda se começava a falar dos primeiros transplantes de células estaminais”, explica. Já teve dois artigos publicados em revistas internacionais de ciência.
Desloca-se todos os dias de carro para Lisboa e durante a viagem ouve as notícias. Tem um piano na sala onde nos concedeu a entrevista e um busto de Beethoven. Contudo assume-se como um fã de rock pesado. Deep Purple, Whitesnake ou ZZ Top.
“Quando era novo montei com uns amigos um grupo musical em Vila Franca, os Erupção, na altura tocávamos tudo e mais alguma coisa”, conta. Era o vocalista e foi o único a enveredar pela medicina. Os colegas de banda ainda hoje são músicos de profissão. Vasco Gil (pianista), Tó Andrade (baixista) e Carlos Augusto (guitarrista).
Nos tempos livres gosta de nadar. Garante que é o seu hobby favorito. “De resto tenho tanta coisa para fazer que acabo sempre em coisas ligadas à profissão, leio muito”, partilha. Na sua biblioteca tem, além dos livros, as várias distinções que recebeu, incluindo a da cidade de Vila Franca de Xira, em 2005. O que o irrita solenemente é a estupidez. “Às vezes vejo coisas tão aberrantes e estúpidas que custa a acreditar que estejam a acontecer à minha volta”, diz. Custa-lhe ver o estado a que o país chegou. Foi um partidário do 25 de Abril que viveu fervorosamente a revolução mas que hoje está desiludido. “E andei de cravo ao peito”, confessa.
Não é um fã de touradas embora dê valor à tradição da festa brava. “Compreendo que há uma tradição e que as coisas não podem ser terminadas de um momento para o outro. Mas a Catalunha já aboliu as touradas portanto há aqui alguma coisa que está a mudar. Acho a tourada portuguesa mais humana ao não matarmos o toiro e ao colocar os forcados e o toiro em conflito directo, honesto e claro”, defende. Vila Franca de Xira é uma cidade “deprimida” que precisa de ideias novas
Vila Franca de Xira é uma cidade “deprimida a todos os níveis”, na opinião de Carlos Lima Costa. “Eu estive na Alemanha em 1995 e quando voltei fui ao centro comercial que nasceu em frente ao tribunal. Aquilo era uma festa tremenda, sentia-se uma emoção. Hoje vamos ao centro e ficamos muito preocupados. Compreendo que não é a presidente da câmara que tem a culpa porque há muitos factores externos a Vila Franca mas há coisas que me custam a ver”, refere a O MIRANTE.
O médico e investigador considera que Maria da Luz Rosinha foi determinante em muitos aspectos da política municipal e do desenvolvimento da cidade mas lamenta que hoje em dia só venha à cidade quem precisa. “Para atrair as pessoas temos que oferecer alguma coisa que seja única e de momento não temos muito. A parte relacionada com os cavalos atrai muita gente, Vila Franca tem experiência e muito para mostrar nesse campo. A tauromaquia a mesma coisa. Mas há que pensar em coisas de futuro. É preciso ideias novas”, refere.
Quando tem que deslocar-se ao centro da cidade vai de mota para evitar o trânsito e estacionar com mais facilidade. O clínico defende que quando as obras de requalificação da frente ribeirinha estiverem concluídas a cidade vai ganhar qualidade de vida. “Não esqueço as raízes minhotas mas vivo em Vila Franca há tantos anos que já me considero um vilafranquense”, refere.
O Mirante
ESCOLAS DE TOUREIO – APRENDER A TORTURAROs futuros toureiros começam de tenra idade a ser preparados nestes antros de tortura aos quais se dá o nome de "escolas" de toureio.
Nestas escolas com a conivência dos pais começam bem cedo 6/7 anos a aprender como se torturam animais. Muitos deles acabam por abandonar os estudos para se dedicarem a esta suposta profissão. Tendo em conta a alta taxa de abandono escolar que se verifica no nosso país, muitos deles não chegam a completar a escolaridade obrigatória.
Muitas destas crianças provêm de familías com escassos recursos económicos que veem nesta "profissão" um modo de os seus filho/as atingirem fama, posição social e sobretudo ganharem dinheiro, muito dinheiro.

Começam por aprender toureio de salão que consiste na simulação de uma lide de capote e muleta em que o candidato a toureiro desenha lances com o capote e passes com a muleta.
Para os treinos é usada a chamada “tourinha”.
Mais tarde começam a treinar com bezerras e novilhos nas chamadas aulas práticas.
As aulas práticas passam também por visitas a ganaderias para participação em tentas.
No nosso país não há idade limite para tourear e muitas destas crianças começam a tourear em praças de touros aos 12 anos de idade.
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Foto gentilmente "oferecida" pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira |
De acordo com dados fornecidos pelos
tauromafiosos o nosso país contabiliza 8 escolas de toureio,
Vila Franca de Xira, Moita, Azambuja, Santarém, Golegã, Palmela, Almeirim e Coruche.
Estas escolas são financiadas com os nossos impostos, nomeadamente através das Câmaras Municipais.Uma das "escolas" de toureio mais conhecidas é a de Vila Franca de Xira.
Transcrevemos a publicidade que a Câmara Muncipal têm o descaramento de fazer na sua website:
"A Escola de Toureio “José Falcão” de Vila Franca de Xira foi fundada em 11 de Agosto de 1984, ano do 10º aniversário da morte do matador de toiros vilafranquense, José Falcão.
Em Outubro de 1996, foi constituída uma Sociedade entre a Câmara Municipal de V. F. Xira, o Clube Taurino Vilafranquense e a Junta de Freguesia de V. F.X..
É a única Escola de Toureio Portuguesa que faz parte da Federação Internacional de Escolas Taurinas, desde 2001.
Devido a esse facto, os alunos da Escola têm levado o nome da Cidade às principais praças de toiros de Espanha e França.
A 13 de Junho de 2003, no Salão Nobre da Câmara Municipal, foi assinado um protocolo entre a Companhia das Lezírias, na pessoa do seu Presidente do Conselho de Administração, Dr. Salter Cid, e a Sra. Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, para a cedência das instalações do tentadero e casa do Cabo à Escola de Toureio.
No dia 1 de Maio de 2004, após as obras de recuperação, foram inauguradas as referidas instalações".CONTACTOSCabo da LezíriaApartado 101132601-909 Vila Franca de XiraTelefone: 263 200 770 (Alexandra Moura)E-mail: freguesia@jf-vfxira.ptHorário de Funcionamento: 2ª a 6ª feira, 10h-12h30
TOURADAS
Nas touradas ditas á portuguesa, os touros sofrem tanto como nas francesas e espanholas, embora os toureiros digam o contrário.
Os cavaleiros que actuam nas touradas á portuguesa, treinam em praças privadas, torturando inúmeros touros. Também obrigam os cavalos a árduos treinos para que os mesmos se tornem dóceis e obedientes.
Nas touradas á portuguesa, o touro é brutalmente expulso do curro para a arena onde tem que enfrentar o cavaleiro que lhe espetará várias bandarilhas.
Devido ao enorme sofrimento, o touro tenta sem sucesso perseguir o cavaleiro , pois é a sua única defesa, mas claro quem acaba por sofrer os seus "ataques" é o cavalo, apesar de o touro ter os cornos embolados.
Quando o touro está exausto, com o tórax perfurado por várias bandarilhas que lhe causam dores atrozes, uma vez que destroem os muscúlos, entram na arena os forcados. Estes homens desafiam o touro e quando o mesmo investe uma vez mais para se defender, atiram-se contra ele numa tentativa de o imobilizar. Um deles agarra o rabo do touro , puxando o mesmo.

Depois da pega, o touro regressa ao curro onde aguardará numa tremenda agonia a abertura do matadouro (as bandarilhas são arrancadas a força do seu corpo deixando enormes buracos e feridas).
É frequente o uso de sal nas feridas após a retirada das bandarilhas, como forma de tratamento! uma vez que muitos destes touros são posteriormente utilizados noutras touradas.
AÇORESNas touradas realizadas nos Açores aparece a figura do picador espanhol, tal como nas touradas espanholas. A lei portuguesa nº19/2002 de 31 de Julho, artigo 3º, nº 3 proíbe expressamente a sorte de varas , mas como habitualmente , as autoridades nada fazem.

"FESTAS POPULARES"Touro á cordaUma corda é atada aos cornos do touro e este é largado nas ruas. Uma multidão persegue o mesmo, usando todos os meios para o torturar. Como exemplo mais conhecido, o touro á corda de Ponte de Lima (zona norte).
Também os Açores primam pela mesma barbaridade.
Largadas de tourosVárias aldeias ou vilas no Ribatejo têm estas "festas" durante o Verão. Os touros são largados nas ruas para serem perseguidos e martirizados por populares. Não raramente vários acidentes ocorrem e várias pessoas são gravemente feridas ou mortas.
Capeias (região de Guarda)As capeias são uma barbaridade muito sui generis praticada na região da Guarda.
Vários homens escudados por uma armação pontiaguda feita com toros de madeira, chamada forcão, enfrentam com "bravura" um touro.

Chegas de boisEstas lutas, são prática comum na região de Trás-os-Montes, e a luta é travada entre dois bois de raça barrosã. A luta termina quando um dos bois vence o outro.
"Festas populares" em pequenas vilas com morte dos tourosBarrancosMuito conhecida esta vila de 3000 habitantes, que todos os anos em Agosto , nas festas em honra da Santa Padroeira da vila, matam durante três dias 6 touros e uma vaca. A matança é sempre feita por aprendizes de matadores espanhóis. A tourada é feita na praça central da vila, numa arena montada para a ocasião. Os touros são toureados por toureiros/matadores espanhóis que após espetarem várias bandarilhas no touro, tentam matá-lo com a espada (algumas vezes após dez ou onze tentativas).
Estas touradas estavam proibídas desde 1928, no entanto em 11 de Julho de 2002, a Assembleia da República decidiu legalizá-las, após o recado dado pelo Presidente Aficionado da República Portuguesa , aquando da sua visita áquela vila.
Outras aldeias tais como Aldeia da Luz e Monsaraz, também matam o touro. Uma vez mais desrespeitando completamente a lei.
Monsaraz 2010
Elementos da Comissão de Festas escondem-se por debaixo de uma lona preta para matar o touro e assim evitarem ser identificados pela GNR.

Espectadores com crianças de tenra idade tocam o touro morto ilegalmente.

Câmaras Municipais que apoiam e patrocinam touradas em Portugal. Protestem: Enviem emails/cartas/faxes ALANDROAL Câmara Municipal do Alandroal Praça da República 7250 - 116 Alandroal Portugal Fax: 00 351 268440042 Email: cm-alandroal@mail.telepac.pt ALBUFEIRA Câmara Municipal de Albufeira Rua do Município 8200-863 Albufeira Portugal Fax: 00-351- 289 599 511 Email: presidencia@cm-albufeira.ptgeral@cm-albufeira.pt ALCACÉR DO SAL Câmara Municipal de Alcácer do Sal Praça Pedro Nunes 7580-125 Alcácer do Sal Portugal Fax: 00-351- 265 610 059 Email: chefe.gap@m-alcacerdosal.pt ALCOCHETE Câmara Municipal de Alcochete Paços do Concelho - Largo de S.João 2894 - 001 Alcochete Portugal Fax: 00-351 - 212 348 690 Email: geral@cm-alcochete.pt ALJUSTREL Câmara Municipal de Aljustrel Av. 1º de Maio 7600 - 010 Aljustrel Portugal Fax: 00 - 351 - 284 601 611 Email: jfaljustrel@mail.telepac.pt ALMEIRIM Câmara Municipal de Almeirim R. 5 de Outubro 2080-052 Almeirim Portugal Fax - 00-351 - 243 594 138 Email: assembleia.cma@almeirimdigital.com ALTER DO CHÃO Câmara Municipal de Alter do Chão Largo do Município 7440-026 Alter do Chão Portugal Fax: 00 - 351 - 245 612 431 Email: geral@cm-alter-chao.pt ARRONCHES Câmara Municipal de Arronches Praça da República- Apartado 8 7340-012 Arronches Portugal Fax: 00 - 351 - 245 580 081 Email:cmarronches@ptnetbiz.pt ARRUDA DOS VINHOS Câmara Muncipal de Arruda dos Vinhos Largo Miguel Bombarda 2630-112 Arruda dos Vinhos Portugal Fax: 00-351-263 976 586 Email: presidente@cm-arruda.ptcm-arruda@cm-arruda.pt AZAMBUJA Câmara Muncipal da Azambuja Praça do Município, nº 19 2050-315 Azambuja Portugal Fax: 00-351-263 401 271 Email : gap@cm-azambuja.ptgeral@cm-azambuja.pt BARRANCOS Câmara Municipal de Barrancos Praça do Município, 2 7230 - 030 Barrancos Portugal Fax: 00-351-285 950 638 Email:geral@cm-barrancos.pt BEJA Câmara Municipal de Beja Praça da República 7800-427 Beja Portugal Fax: 00 - 351 - 284 322 300 Email:geral@cm-beja.pt CARTAXO Câmara Municipal do Cartaxo Praça 15 de Dezembro 2070-050 Cartaxo Portugal Fax: 00-351- 243 700 269 Email:gap@cm-cartaxo.pt ELVAS Câmara Municipal de Elvas Rua Isabel Maria Picão - Apartado 70 7350-953 Elvas Portugal Fax: 00-351 - 268 624 334 Email:gabinete.informacao@cm-elvas.pt ESTREMOZ Câmara Municipal de Estremoz Rossio Marquês de Pombal 7100-513 Estremoz Portugal Fax: 00-351- 268 332 663 /268 334 010 Email:cmestremoz@cm-estremoz.pt ÉVORA Câmara Muncipal de Évora Praça do Sertório 7000-509 Évora Portugal Fax: 00-351- 266 702 950 Email: cmevora@mail.evora.net FIGUEIRA DA FOZ Câmara Municipal da Figueira da Foz Av.Engº Saraiva de Carvalho 3084-501 Figueira da Foz Portugal Fax: 00-351- 233 403 310 Email: municipe@cm-figfoz.pt IDANHA-A-NOVA Câmara Municipal de Idanha-a-Nova Largo do Município 6060-163 Idanha-a-Nova Portugal Fax: 00 -351- 277 202 723/277 200 580 Email:cmidanha@iol.pt LAGOS Câmara Municipal de Lagos Edifício dos Paços do Concelho Praça Gil Eanes 8600-668 Lagos Portugal Fax: 00-351- 282 769 317 Email: cmlagos@mail.telepac.ptexpediente.geral@cm-lagos.pt LISBOA Câmara Municipal de Lisboa Praça do Município,1º 1100-365 Lisboa Portugal Fax: 00-351-213 236 259 Email: aml@cm-lisboa.ptgab.presidencia@cm-lisboa.pt MOITA Câmara Municipal da Moita Praça da República 2864-007 MOITA Portugal Fax: 00-351-212894928 Email:cmmoita@cm-moita.pt MONFORTE Câmara Municipal de Monforte Praça da República - Apartado 4 7450-115 Monforte Portugal Fax: 00-351- 245 573 423 Email:cmmonforte@mail.telepac.pt MONTIJO Câmara Muncipal do Montijo R. Manuel Neves Nunes de Almeida 2870-352 Montijo Portugal Fax: 00-351-212327608 Email:geral@mun-montijo.pt MOURA Câmara Municipal de Moura Praça Sacadura Cabral 7860-207 Moura Porugal Fax: 00-351-285 251 702 Email:cmmoura@cm-moura.pt NAZARÉ Câmara Municipal da Nazaré Av.Vieira Guimarães, 54 2450-951 Nazaré Portugal Fax: 00-351- 262 550 019 Email: presidente@cm-nazare.pt NISA Câmara Muncipal de Nisa Praça do Municipio 6050-999 Nisa Portugal Fax: 00-351-245 412 799 Email:geral@cm-nisa.pt PORTALEGRE Câmara Muncipal de Portalegre R.Guilherme Gomes Fernandes, n.72 7300 - 186 Portalegre Portugal Fax: 00-351-245 307 470 Email:municipio@cm-portalegre.pt PÓVOA DO VARZIM Câmara Municipal da Póvoa do Varzim Praça do Almada 4490-438 Póvoa do Varzim Portugal Fax: 00-351- 252 611 140 Email: pvarzim@cm-pvarzim.pt REGUENGOS DE MONSARAZ Câmara Muncipal de Reguengos de Monsaraz Praça da Liberdade 7200-370 Reguengos de Monsaraz Portugal Fax : 00-351- 266 508 059 Email:geral@cm-reguengos-monsaraz.pt SABUGAL Câmara Muncipal do Sabugal Praça da República 6324-007 Sabugal Portugal Fax: 00-351- 271 753 408 Email:geral@cm-sabugal.pt SALVATERRA DE MAGOS Câmara Municipal de Salvaterra de Magos Praça da República 2120-072 Salvaterra de Magos Portugal Fax. 00-351- 263 500 029 Email: c.m.salvaterramagos@mail.telepac.pt SANTARÉM Câmara Municipal de Santarém Praça do Município 2000-027 Santarém Portugal Fax: 00-351- 243 304 299 Email: press@cm-santarem.pt SETÚBAL Câmara Municipal de Santarém Paços do Concelho 2901-866 Setúbal Portugal Fax: 00-351- 265 541 546 Email:gapc@mun-setubal.pt SOBRAL DE MONTE AGRAÇO Câmara Muncipal de Sobral de Monte Agraço Praça Dr. Eugénio Dias, 4 2590-016 Sobral de Monte Agraço Portugal Fax: 00-351-261 940 310 Email:geral@cm-sobral-monte-agraco.pt SOUSEL Câmara Municipal de Sousel Praça da República, 1 7470-220 Sousel Portugal Fax: 00-351-268 550 115 Email:geral@cm-sousel.pt VILA FRANCA DE XIRA Câmara Municipal de Vila Franca de Xira Praça Afonso de Albuquerque,2 2600-093 Vila Franca de Xira Fax: 00-351- 263 276 002 Email: presidencia@cm-vfxira.ptgap@cm-vfxira.ptgabimprensa@cm-vfxira.pt VILA NOVA DA BARQUINHA Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha Praça da república 2260-411 Vila Nova da Barquinha Fax: 00-351- 249 720 368 Portugal Email: presidente@cm-vnbarquinha.pt VILA VIÇOSA Câmara Municipal de Vila Viçosa Praça da República 7160-207 Vila Viçosa Portugal Fax:00-351- 268 980 604 Email:geral@cm-vilavicosa.ptcultura@cm-vilavicosa.pt AÇORES ANGRA DO HEROÍSMO Câmara Municipal de Angra do heroísmo Praça Velha 9701 - 857 Angra do Heroísmo Açores Portugal Fax: 00-351- 295 212 107 Email:angra@cm-ah.pt GRACIOSA Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa 9880-352 Santa Cruz da Graciosa Açores Portugal Fax. 00-351- 295 732 300 Email: presidente@cm-graciosa.ptgeral@cm-graciosa.pt S.JORGE Câmara Municipal da Calheta Rua 25 de Abril 9850-032 Calheta (S.Jorge) Açores Portugal Fax: 00 - 351- 295 416 437 Email:cmcalheta@hotmail.com
A Câmara de Vila Franca de Xira não autorizou uma manifestação contra a tauromaquia, prevista para este domingo na cidade numa altura em que decorrem as festas do Colete Encarnado. A autarquia justificou a recusa com o facto de a associação "Planeta Azul - associação ecológica alternativa, que tinha solicitado a autorização para a manifestação, não ter feito o pedido com a antecedência mínima de aviso prévio de dois dias úteis.
Diz o município que a comunicação da associação chegou ao gabinete da presidência às 16h59 de sexta-feira. Estabelece o artigo 2.º do Decreto-Lei 406/74 de 29 de Agosto, que as pessoas ou entidades que pretendam realizar reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos ou abertos ao público deverão avisar por escrito e com a antecedência mínima de dois dias úteis o governador civil do distrito ou o presidente da câmara municipal, conforme o local da aglomeração se situe ou não na capital do distrito.
Neste domingo em Vila Franca de Xira decorreu durante a manhã uma espera de toiros seguida de largada. O programa das festas do Colete Encarnado inclui ainda ao fim da tarde uma corrida de toiros na Praça de Toiros Palha Blanco.
4 Jul 2010
Fonte:
O MiranteO Mirante dos LeitoresO que penso é que, no fundo, e apesar da teia da ignorância, todas as pessoas sentem que este tipo de espectáculos bárbaros têm os seus dias contados, pois não fazem qualquer sentido. Por isso, refugiam-se por trás do escudo das burocracias que, neste caso, impediram uma manifestação pública de desagrado em relação às touradas. Também é verdade que é necessário o destacamento de forças policiais que impeçam que uma manifestação pacífica se transforme numa guerrilha; quero acreditar que foi esta a razão da recusa do pedido: não ter havido tempo para preparar esta “protecção”...
Resta-me acrescentar que resido em Vila Franca de Xira e que este tipo de festas é tudo o que me deixa mais triste em lá morar.
Yara-Cléo Bueno
Mais uma desculpa esfarrapada da CMVFX para não autorizar que se manifestem contra um "espectáculo" bárbaro e que tem os dias contados, acredito que sim. Triste ver pessoas que se dizem evoluidas compactuarem com estes espectáculos desumanos que não respeitam a vida de um ser que merece respeito e protecção.
Sou de Vila Franca e deixo aqui o meu repudio a tais festas que só servem para promover a violência e a barbárie. Sem ética! Sem humanidade!
Maria de Lourdes Feitor Carapelho